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Twisted Sister: “O Come, All Ye Faithful”? e “We’re Not Gonna Take It” são idênticas? Não!

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Créditos: Divulgação

Em uma nova entrevista cedida a estação de rádio WMPA de Michigan, o guitarrista do Twisted Sister, Jay Jay French, foi questionado se é verdade que a música clássica da banda “We´re Not Gonna Take It” foi baseada na canção de natal “O Come, All Ye Faithful”. Ele disse: “Quando começamos a fazer o disco de natal, “A Twisted Christmas”, que continha a versão de “O Come, All Ye Faithful”, é que nós demos conta disso. Dee disse que um desses outros guitarristas em um de seus projetos solo lhe questionou: ‘Você sabe que’ ‘O Come, All Ye Faithful’ tem a linha melódica de ‘We’re Not Gonna Take It’? E Dee disse, ‘Sério?’ Ele não tinha ideia. Então, nós transpusemos e funcionou. Não é exato, mas quase. Porém não foi feito conscientemente e não sabíamos disso, e não foi declarado, até que viemos a saber.”

“O álbum de Natal foi lançado, acredite ou não, há 14 anos, e, claro, aquela música foi um grande sucesso e nos levou aos shows de Jay Leno e Craig Ferguson e ‘Live! With Regis And Kelly’ , e teve muita cobertura da mídia, foi quando nos disseram que o álbum iria explodir. O disco acabou sendo o álbum de natal de Heavy Metal mais vendido da história. E então se espalhou que a música era uma reminiscência disso. Mas não sabíamos sobre isso, e Dee não pensou sobre isso, até ele foi informado por aquele cara enquanto estávamos gravando.” As cinco palavras iniciais da letra de “O Come, All Ye Faithful” têm a mesma melodia do refrão de “We’re Not Gonna Take It”, mas a canção de natal segue uma progressão de acordes diferente e é tradicionalmente tocada de uma maneira diferente do estilo musical do clássico do Twisted Sister.

“O Come, All Ye Faithful”

Gatekeeper: após o anúncio da saída de Jean-Pierre, canadenses estão a procura de novo vocalista

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Créditos: Facebook oficial da banda

A banda de Heavy Metal canadense, Gatekeeper, anunciou a saída do vocalista Jean-Pierre. No momento, eles estão promovendo testes para substituí-lo, então, se você acha que preenche os requisitos de um cantor de Heavy, esta pode muito bem ser sua chance. Gatekeeper publicou: “Este é um anúncio doloroso de se fazer. Nosso vocalista Jean-Pierre Abboud decidiu deixar o Gatekeeper há vários meses. Conseguimos coisas incríveis juntos, incluindo um álbum bem recebido, um EP, duas compilações e uma série de shows e festivais em 10 países diferentes. Agradecemos a ele por tudo e desejamos boa sorte com Traveller, Syrinx e outros projetos legais com as quais ele está envolvido.”

“Começamos a fazer testes com possíveis cantores que podem preencher o papel. Envie-nos uma mensagem ou um e-mail: [email protected]. Cantores que moram no oeste do Canadá/costa oeste são ideais. Amor, respeito e Heavy Metal , Gatekeeper.” O último registro da banda, o EP “Grey Maiden”, foi lançado em 2019.

Resenha: Orden Ogan – “Final Days” (2021)

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Gravadora: AFM Records

Quando surgiram em 1996, os alemães do Orden Ogan, já davam provas de que os anos vindouros seriam promissores e que a Alemanha ganhava mais um grande representante no quesito Heavy/Power Metal (Fato).

Trazendo em seu line up: Sebastian “Seeb” Levermann (vocais, guitarras, teclados), Patrick Sperling (guitarras), Niels Löffler (guitarras), Steven Wussow (baixo) e Dirk Meyer-Berhorn (bateria), o quinteto acaba de lançar “Final Days”, sétimo álbum da carreira e até o presente momento, um dos melhores discos de Power Metal lançados neste comecinho de ano.

Lançado oficialmente no dia 12 de março, o novo trabalho traz uma nova temática e um novo conceito em suas letras. Aliás, a capa do disco já entrega tal temática. Em seu novo capítulo, o grupo sai do Velho Oeste, tema explorado no excelente “Gunmen” (2017) e mergulha em uma temática futurista voltada a Inteligência Artificial, explorando o mundo dos androides e todos os tipos de mortes ligados à tecnologia avançada, que aos poucos se transforma numa espécie de Deus, criando e matando vidas.

As letras de cunho “científico” refletem também na execução das musicas, já que uma vibe futurista emana dos instrumentos e em algumas canções, ouvimos nitidamente “barulhos” (efeitos), que se conectam diretamente com o assunto abordado na faixa em questão.

Tal tema caiu feito luva na sonoridade do Orden Ogan, que não apenas soube explorar essa nova “realidade musical”, como também dosaram os já citados efeitos sonoros no ponto certo, sem tornar-se “eletrônicos e/ou industrial” em demasia, visto que a temática de “Final Days” poderia facilmente levar a banda a outras dimensões metálicas. Felizmente, isto não aconteceu.

Sem delongas, vamos mergulhar (e explorar) “Final Days” e suas 10 composições cantadas em aproximadamente 50 minutos de duração.

Então, aperte os cintos e adentre ao mundo “Sci-Fi Metal” dos alemães feios do Orden Ogan.

Nossa viagem futurista tem início com “Heart Of The Android”, faixa single (segundo single) que abre o disco e de cara já é possível notar os sintetizadores fazendo parceria com os riffs de guitarras, numa faixa pesada, poderosa, cadenciada, refrão grudento, melodias idem, atmosfera densa e futurista. Em seu excelente Lyric Video, mergulhamos no mundo das máquinas e damos de cara com a realidade não tão distantes dos dias atuais, onde a tecnologia avançada dita as regras, criando inteligência artificial e substituindo o homem por máquinas. Em dado momento, somos induzidos a filmes como Inteligência Artificial e Eu, Robô.

Em resumo: Belíssima faixa de abertura.

Em ritmo mais acelerado e apresentando a mesma atmosfera futurista temos “In The Dawn Of The AI”, faixa que despontou como o primeiro single, ganhando inclusive um excelente videoclipe sem cortes, já que a música ultrapassa os seis minutos de duração e nesses casos é normal que as gravadoras editem o clipe/música. Felizmente, isso não acontece e o que vemos / ouvimos é mais uma faixa grandiosa, épica, com um refrão daqueles onde o ouvinte canta junto na primeira audição, usando e abusando de sua guitarra imaginária. E já que mencionei seu refrão, certifico de que é impossível esquecê-lo, uma vez que o mesmo fica martelando na cabeça após sua última nota. Aqui, somos obrigados a usar a tecla “Repeat”, encher os pulmões, fechar os olhos, agarrar aquele microfone imaginário e……desafinar com seu refrão: …Hail to the mind of man, Fire in the sky, I’ve been waiting for you, On this day we die, It is the mind of man, Fire in the sky, I’ve been destined for you..In the dawn of the AI…..

Destaques para as linhas suaves de teclados e os vocais precisos de Seeb (Sebastian) Levermann. O cara tá cantando muito.

“Inferno” é a próxima tacada e mais um tiro certeiro do quinteto (que música, meus amigos). Numa pegada menos Power e mais Hard Rock, deparamo-nos talvez com a música mais comercial do disco. Em mais um momento espetacular de Levermann (vocais), mostrando que consegue ser versátil quando lhe é necessário. Sobre a música: Espetacular composição, dona de um refrão pegajoso, grudento e viciante. Aposto minhas fichas como temos aqui o nascimento de um grande “HIT” na carreira do grupo. Não bastasse suas melodias magníficas, “Inferno” ganhou um videoclipe muito bem produzido, dono de um roteiro interessante e atual, casando perfeitamente com a temática mostrada no álbum.

Em seu breve roteiro, o clipe mostra em pouco mais de cinco minutos de duração, aquilo que muitos de nós temos certeza: Não estamos sós! Em uma invasão alienígena onde a terra e seus habitantes são atacados por criaturas extraterrestres em sua nave espacial. Tudo isso é vigiado por monstros espaciais, que distantes do planeta assistem (e vibram) a aniquilação da raça humana. Numa espécie de “tabuleiro eletrônico” as vitimas são escolhidas para ser aniquiladas. Em sua narrativa, o clipe nos leva ao mundo cinematográfico de filmes como: Stargate, Independence Day. O Dia Em Que a Terra Parou, etc.

* Numa das cenas de alvos atingidos, nem mesmo a “AFM” gravadora da banda, escapou da ira dos extraterrestres, sendo reduzida a pó.

Ao final, é certo que seu refrão faz morada em nosso cérebro e sem perceber, já estamos entoando-o: “…We gotta burn it down…Burn it down, we are the inferno, Burn down the world in a blaze of red…Burn it down together infernal, Burn down the bridges and rise from the dead. Burn it down, we are the inferno, Burn down the world in a blaze of red..Burn it down together infernal, Burn down the bridges and rise from the dead..

“Let The Fire Rain” é mais uma música que acaba de ganhar videoclipe (e que clipe animal) e não obstante, mais um momento incrível e fascinante do disco. Em mais uma faixa que mostra através de seu clipe asteroides vindo em direção a terra, temos uma aula de backing vocals épicos e mais uma candidata a se tornar hit. Dá até pra imaginar a reação do público nos shows da banda, já que em partes de sua execução temos aquele coro com o famoso “Ô, Ô Ô”, prato cheio para as bandas brincarem com o público em suas apresentações ao vivo. Além de suas melodias, clima denso e coros épicos, as guitarras nos levam a alguns trabalhos dos seus compatriotas do BLIND GUARDIAN.

Sabe aquela música que nasceu perfeita e pronta para ser um Hino? Este é o caso de “Interestelar”, próxima paulada que traz uma pegada instrumental muito parecida com os trabalhos atuais do Running Wild. Pelo amor de Deus, alguém me diga que refrão monstruoso é esse? Impressiona a qualidade musical dos backing vocals que grudam de imediato, faz você cantar junto e entrar no clima. Impossível não perceber a grandiosidade desta música. Particularmente, enxergo-a como a melhor faixa de tudo que ouvimos até aqui. Embora, deixo claro que estamos falando de um disco, no qual o termo “perfeito” ganha seu real significado. Para coroar de vez tal perfeição, temos a participação especial do guitarrista Gus G (Firewind, ex, Ozzy Osbourne, ex, Dream Evil, Gus G, etc), empunhando sua guitarra e mandando um solo espetacular. Vou dizer que a participação de Gus, é o que chamamos de “A Cereja do Bolo”. Ou seja; o que era bom ficou bem melhor.

* Aqui, abrimos um parêntese: Por mais que o ouvinte tente passar para a próxima faixa, é certo que as melodias e o refrão absurdamente lindos de “Interestellar”, impeçam-no e continuem martelando em sua cabeça. Repeti-la será inevitável. Como sei disso? Bem, digamos que após a audição de todo o disco, suas melodias ainda estão impregnadas em minha cabeça. (….When your duty calls, You all will be standing tall, Cause the end of the day will hold victory, Hold your heads up high, Stand your ground all unified, If you never surrender you will never fall….When your duty calls, You all will be standing tall, Cause the end of the day will hold victory, Hold your heads up high, Stand your ground all unified, If you never surrender you will never fall..). Arrisco-me dizer que temos aqui o próximo single acompanhado de um belo videoclipe (mais que merecido).

Hora de acalmar um pouco o clima sombrio, denso e apocalíptico o qual adentramos até aqui e mergulhar nas melodias mais tranquilas e sutis de “Alone In The Dark”, faixa que traz em seu início o som de um coração pulsando, seguido de linhas suaves de violões e os vocais de Levermann, aqui, soando mais tranquilos. Apesar dos acordes lentos em forma de Power Ballad, a música traz em sua letra uma forte conexão com suas antecessoras, mergulhando na temática “Sci-fI Apocalyptic Metal” do álbum. Para dar um charme e deixar a música duplamente bela, temos a participação especial de Ylva Eriksson da banda sueca Brothers Of Metal e seus vocais angelicais, lembrando nomes como Candice Night (Blackmore’s Night), Elina Siinara (Leave’s Eyes) e Jennifer Haben (Beyond The Black). Precisa dizer que este é mais um momento belíssimo do disco?.

De volta ao Power Metal, “Black Hole” é a bola da vez e que nos remete às melodias da trinca, To The End (2012), Ravenhead (2015) e Gunmen (2017). Cheia de nuances e repetindo a mesma fórmula dos discos supracitados, temos uma música que traz em suas bases melódicas uma veia a la Gamma Ray. A propósito, os backing vocals apresentados nas canções do quinteto lembram o que ouvimos em pérolas como “Land Of The Free” e “Somewhere Out In Space”, do grande responsável por esta sonoridade que hoje ouvimos em grupos como Orden Ogan. Claro que estamos falando de Mr. Kai “The Master” Hansen.

* Uma das qualidades musicais do Orden Ogan (além dos coros primorosos) está nas guitarras de Patrick Sperling e Niels Löffler, uma das melhores duplas de guitarristas do Power Metal da atualidade, comandado com maestria solos incríveis e harmoniosos. Não espere por fritações e/ou solos desconexos, daqueles que são feitos apenas para preencher espaço. Aqui, felizmente estamos longe de ouvir essas “cólicas musicais” que em alguns casos soam desnecessários e controversos.

Quem acompanha os trabalhos do quinteto, em especial “Vale”, segundo álbum da carreira lançado em 2008, certamente vai se lembrar de “Lord Of The Flies”, faixa single que ganhou videoclipe e traz uma pegada mais cadenciada e riff pesadões. Pois é, esta referência é tão somente para anunciar “Absolution For Ours Final Days”, antepenúltima faixa do disco que apresenta uma excelente coincidência de melodias, peso e claro, bom gosto. Não mencionar os trabalhos monstruosos de Dirk Meyer-Berhorn e sua bateria, seria um pecado daqueles imperdoáveis. O cara é uma máquina com suas baquetas e seu pedal duplo.

Sabe aquela sonoridade que ouvimos nos discos “Follow The Blind” e “Tales From The Twilight World” do Blind Guardian? Pois é, alguém precisa me convencer de que os caras do Orden Ogan não beberam nesta fonte, já que as melodias precisas (e pesadas) de “Hollow” nos remetem aos bons tempos dos Guardiões Cegos. Bem certo que os referidos discos foram inspirações e influências para as melodias aqui mostradas. Desde os riffs e os solos excepcionais da dupla Sperling & Löffler, os vocais mais rasgados de Levermann, o baixo pesado e rápido de Steven Wussow e a bateria em forma de rolo compressor de Dirk, nos dão uma certeza: O Orden Ogan é sim uma das melhores bandas da atualidade e do chamado Nova Geração do Heavy Metal (por motivos óbvios). Que música excepcional.

Nossa viagem chega ao fim sob a melodia belíssima de piano e a conclusão final com “It Is Over”, faixa que fecha em grande estilo. Muito bem construída e contendo todos os ingredientes musicais presentes nas composições anteriores, temos aqui uma das letras mais lindas do disco, bem como uma mensagem onde é quase impossível não se emocionar. Em um dos trechos finais onde a narrativa sobre algo colidindo com a terra se aproxima, causando a destruição do planeta e seus habitantes, ouvindo a seguinte mensagem em tom de narrativa: Esta é a nossa transmissão final. As últimas naves deixaram a órbita e estão a caminho de Marte. Se há algum conforto para nós, aqueles que foram deixados para trás, é que nós, como raça, temos uma chance de sobreviver. Se os colonos conseguirem construir uma sociedade auto-sustentável, a humanidade prevalecerá. Eles têm tudo o que precisam. Esperamos que você esteja com seus entes queridos, mas mesmo se você estiver sozinho – hoje ninguém está sozinho. Hoje estamos todos juntos.

Cinco segundos para o impacto. Deus abençoe a raça humana….Fim da transmissão..

Como um filme diante nossos olhos, imaginamos o que acontecera e por incrível que possa parecer a conclusão da história torna-se real em nossa mente. Talvez tenhamos aqui um presságio do que realmente poderia acontecer conosco em um futuro não muito distante.

Algumas observações acerca do novo trabalho:

*Definitivamente “Final Days” não irá mudar os rumos do Power Metal e/ou mudar o rumo da música em si, porém é fato que a banda conseguiu mostrar um trabalho de excelente qualidade (musicalmente falando), bem produzido, honesto e de uma genialidade monstruosa.

*A sonoridade demonstrada em “Final Days” traz um hibrido dos três últimos trabalhos do quinteto com algumas pitadas do chamado Metal Moderno e isso fica evidente nas linhas de teclados e sintetizadores presentes no decorrer do disco. A música do Orden Ogan está mudando? Não! Definitivamente a música continua a mesma! Talvez a temática do novo trabalho carecesse de alguns flertes com outros estilos. Sejamos francos? Se deram muito bem.

*Diferentes de outros grupos, as mudanças de integrantes não afetaram em nenhum momento a sonoridade do grupo. Ao contrário, a entrada dos novos membros (Steven Wussow e Patrick Sperling ) respectivamente, baixista e guitarristas, trouxe uma dose a mais de qualidade e musicalidade. Como podemos comprovar neste trabalho.

* O grupo conseguiu criar uma música de excelente qualidade e nos últimos anos, lançaram discos relevantes com uma sonoridade que já virou característica da banda. Evidente que musicalmente, o quinteto amadureceu (em todos os aspectos) e essa maturidade é presente em seus últimos trabalhos, que dispensam comentários.

* Quando lançaram “Testimonium A.D” em 2004, o Orden Ogan já dava pistas de que a Alemanha ganharia mais uma grande banda. Desde então, o grupo veio subindo degrau por degrau e através de seus lançamentos (excelentes, diga-se de passagem) formou uma base de fãs, admiradores e apreciadores de sua música. Quando citamos a Alemanha no cenário musical, logo nos lembramos de nomes como: Helloween, Gamma Ray, Blind Guardian, Avantasia, Warlock, Scorpions, Bonfire, Heavens Gate, Grave Digger, Running Wild, UDO, Accept, etc. No momento atual é preciso acrescentar mais um nome nesta lista. ORDEN OGAN.

*Álbum perfeito, altamente indicado e um dos Melhores Discos de Power Metal de 2021.

N do R: Os alemães do Orden Ogan são a prova de que nem sempre “mais do mesmo” é algo maçante e desnecessário. O quinteto faz exatamente o mesmo Power Metal que a grande maioria das bandas faz. O ‘X” da questão, é entender que quando há genialidade por trás de grandes composições, letras inteligentes e um roteiro (mesmo que fictício) de grande qualidade o resultado final será sempre satisfatório. Se estes ingredientes estiverem no script, então é certo que o resultado final irá arrancar aplausos e reconhecimento.

Nota: 9

Integrantes:

  • Sebastian “Seeb” Levermann (vocais, guitarras, teclados)
  • Patrick Sperling (guitarras)
  • Niels Löffler (guitarras)
  • Steven Wussow (baixo)
  • Dirk Meyer-Berhorn (bateria)_

Faixas:

  • 1. Heart Of The Android
  • 2.In The Dawn Of The AI
  • 3.Inferno
  • 4.Let The Fire Rain
  • 5.Interstellar
  • 6.Alone in The Dark
  • 7.Black Hole
  • 8.Absolution For Our Final Days
  • 9.Hollow
  • 10.It Is Over

Redigido por: Geovani Vieira

Sirenia: lançado lyric vídeo de canção “This Curse Is Mine”

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A banda norueguesa de Symphonic/Gothic Metal, Sirenia, disponibilizou o lyric video da canção “This Curse Is Mine”, décima faixa do décimo full lenght da banda, “Riddles, Ruins & Revelations”, que foi lançado no último dia 12 de fevereiro pelo selo Napalm Records.

O mentor da banda, Morten Veland, que é o vocalista, guitarrista, baixista e tecladista, comentou sobre “This Curse Of Mine”: “Temos o prazer de apresentar a vocês um vídeo com a letra da música “This Curse Of Mine”, o qual é retirado do nosso novo álbum, “Riddles, Ruins & Revelations”. Como a turnê não é uma opção hoje em dia, podemos trazer vídeos ao invés vez de shows. Dito isso, mal podemos esperar para ver todos vocês em turnê novamente. Enquanto isso, aproveitem “This Curse Of Mine”. Esperamos que gostem.”

“This Curse Is Mine”:

Clássicos: Taurus – Signo de Taurus (1986)

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Taurus - Signo de Taurus
Taurus - Signo de Taurus (Gravadora: Point Rock)

Sente-se ao meu lado colega, olhe no horizonte e admire a paisagem avermelhada pelo sangue de tantos homens, admire o céu enegrecido pela pólvora de todos os canhões disparados, e veja a exuberante nuvem atômica se formando na sua frente. O cogumelo mortal anuncia a nova era do poder bélico e destruição em massa, após os ataques genocidas em Nagasaki e Hiroshima, o ‘mundo se viu em alerta’ a um possível ‘massacre’ que o próximo ‘império humano’ poderia criar. Talvez algum dia na ‘batalha final’, ‘Damien’ se erga em ‘rebelião junto aos mortos’ e destrua todos os ‘falsos comandos’, que se dizem os donos da terra. Seja a inconsequência humana, ou a falta de amor, talvez a busca cega por ideais furados e auto aceitação, a decadência da sociedade é vista a passos largos de uma destruição total. E é isso que o Metal busca criticar, não o lado a ou o lado b da equação, mas sim ela por um todo, afinal não existem apenas dois caminhos na nossa estrada da vida. Analisar como um todo os problemas gerais e mostrar a mesquinhes e a falta de escrúpulos da raça mais odiosa de toda cadeia alimentar, sempre foi o que o Thrash Metal fez e é uma das coisas que chama atenção junto a seu som sujo e rápido. Seja por meio de letras que exaltam crimes bárbaros, que simplesmente falam da brutalidade de seu som, uso de drogas ou ‘idealizando’ banhos de sangue, esse estilo rápido contaminou a cena com o seu surgimento, e desde 1980, o mundo fervilha de bandas que executam esse estilo com maestria.

Lá trás, com os lançamentos dos primeiros plays do Metallica, Slayer, Kreator e Sodom, o mundo viu como o Heavy Metal podia ser rápido, sujo e mesmo assim, contagiante. As letras que não tinham censuras e eram diretas impactavam e chocavam os mais sensíveis. Então estava criado ali uma das veias do que seria futuramente conhecido como Death Metal, algo muitas vezes grotesco, rápido, sujo e brutal. Nesse meio tempo, diria que de 1983 até 1987, o Brasil apresentou um cenário fértil e promissor para o Metal em geral. Durante esse período, surgiram bandas tais como Korzus, Vulcano, Sepultura, Dorsal Atlântica, Attomica, Anthares, Overdose e claro, os cariocas do Taurus. Considero o lançamento de “Signo de Taurus” de 1986 como o real e primeiro disco de Thrash Metal, legitimamente, brasileiro, além do som rápido e sujo como deve ser, o disco é totalmente cantado em sua língua pátria, o que dá um gostinho de quero mais a essa excelente produção. Criada pelos irmãos Sérgio e Claudio Bezz (bateria e guitarra) a banda carioca surgiu em 1985 e lançou 2 de demos que mais tarde seriam a composição completa do primeiro lançamento do quarteto. O petardo de 1986 inicia com a ótima introdução instrumental “Signo de Taurus”, com suas cordas suaves que progressivamente se tornam riffs pesados e encharcados de Overdrive, uma bateria simples e profunda estremece tudo com ajuda do peso do baixo carregado de Jean, os coros ao final da faixa servem para criar uma imersão ainda maior no ouvinte e prepara-lo para a subsequente “Mundo em Alerta”. Os riffs rápidos cortam o ambiente e nos surpreendem, se combinando com uma cozinha extrema, criando o ambiente perfeito para a voz agressiva e aguda de Otávio. As letras de fácil compreensão desembocam em um refrão repleto de significado e contagiante, bradar as frases “Líder nazista, líder infernal / A força de sua mente o mal” se torna algo fácil e lhe coloco em meio a campos de guerra sangrentos, te fazendo se sentir parte de um exército de resistência ao regime diabólico nazista. A qualidade excelente desse lançamento segue para a faixa “Massacre”, uma aula de riffs rápidos e sujos, um trabalho de composição excelente dos dois irmãos. A letra, escrita por Otávio, é uma ode ao metal e só mais um adorno para essa faixa bruta e completa.

“Império Humano” possui uma construção mais trabalhada e não tão rápida, mas com riffs excelentes, um baixo bem técnico de Jean e linhas vocais assustadoras, a faixa se torna um grito de desespero em meio ao tamanho da desgraça causada pelo ser humano, as letras diretas e conscientes mostram ao Brasil como o Metal surgiu em forma de crítica e não como apoiador de x ou y, “Isto sim é um império humano / Só vence aquele que tem o poder / Fome, pobreza, isso não importa / Seu interesse, o poder e a glória / Poder, sangue e glória / Eis o lema humano / Poder, vingança e ambição / Eis a causa de tudo”. O bem contra o mal é o tema do próximo som executado pelos cariocas, “Batalha Final” presenteia o ouvinte com um tema clássico e bem conhecido, mas em sua forma perfeita de apresentação, as rapidezes dos instrumentos combinados com o vocal agudo de Otávio não deixam a menor dúvida de o quanto o Brasil não tem nada a perder para os artistas estrangeiros. Dessa vez a profecia é sobre “Damien” e o som apresentado segue de perto a profecia sombria, as bases em power chords e os vocais obscuros e as vezes rasgados chegam a causar pequenos calafrios em meio a profecia do príncipe das trevas. “Rebelião dos Mortos” vem como complemento a profecia anterior de Damien, a possibilidade dos mortos voltarem e se rebelarem com a demência dos vivos deixa de ser um medo para se tornar uma esperança em meio aos riffs cadenciados da faixa, que ecoam pelos ouvidos dos desavisados. O solo rápido e cheio de personalidade faz sua presença e mostra que Thrash não é só riffs brutais e sim músicas complexas e bem-feitas. Para o final do petardo, ouvimos “Falsos Comandos”, uma composição que une bons elementos já apresentados pela banda e com 6 minutos de duração, os cariocas conquistam os ouvidos mais atentos a cada nuance e quebra de tempo. Novamente a letra direta e crítica a sociedade dominante encanta com sua realidade perante os nossos dias: “Seres humanos, com a violência / Criaram o seu próprio, mundo cruel / Suas criações, como bombas e armas / Destroem aqueles, que fogem as regras”.

Relembrar esses clássicos atemporais nos faz cada vez mais amar o Metal e reverenciar o lirismo e a qualidade de composição desses monstros nacionais.

Nota: 9,0

Integrantes:

  • Sérgio Bezz (bateria)
  • Cláudio Bezz (guitarra)
  • Otávio Augusto (vocais)
  • Jean (baixo)

Faixas:

  1. Signo de Taurus (intro)
  2. Mundo em Alerta
  3. Massacre
  4. Império Humano
  5. Batalha Final
  6. Damien
  7. Rebelião dos Mortos
  8. Falsos Comandos

Redigido por Yurian ‘Dollynho’ Paiva

Judas Priest: Halford sobre o novo álbum: “Estou tão feliz e orgulhoso do que temos até agora”

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Em uma aparição no último episódio do podcast “In The Trenches With Ryan Roxie”, o vocalista do Judas Priest, Rob Halford, falou sobre o andamento das sessões de composição do álbum que sucederá “Firepower” de 2018. Rob disse: “Eu sou das antigas. Tivemos uma grande sessão de composição em março passado para este novo álbum no qual ainda estamos trabalhando. E o que quero dizer com isso é que Glenn, Richie e eu estivemos no lindo estúdio de Glenn. É assim meu modo pessoal de escrever (compor). Sou muito espontâneo em minhas composições. Mesmo antes das letras e as melodias começarem, estou lá com Glenn e Richie, e estou inspirado e motivado com o material que eles estão preparando … O que estou dizendo é que me sinto no lugar que todos os músicos gostam de estar. Onde posso ser criativo, estar em uma sala com meus colegas de banda e fazer música e pensar: ‘ Oh, cara. Mal posso esperar para os fãs ouvirem isso.'”

“‘Firepower’ foi uma bela conquista para nós. Sou muito, muito orgulhoso desse álbum. E, é claro, quando você define um limite, você sempre pensa, ‘Oh, agora temos que tentar arrasar com o próximo depois de ‘Firepower”.Isso pode ser perigoso. Acho que você pode facilmente se enganar ao focar muito na expectativa. Fazemos isso há tanto tempo que nunca duvidamos do resultado final; sempre jogamos com o coração, com o instinto. Essas novas músicas são tão boas. Estou tão feliz e orgulhoso do que temos até agora, e há muito mais por vir.”

Halford também confirmou que a banda se reunirá com a equipe de produção de “Firepower”, que é composta pelo produtor britânico Andy Sneap, o colaborador de longa data da banda, Tom Allom, e o engenheiro Mike Exeter. “Foi uma grande experiência, disse Rob sobre a experiência. Nós nem sabíamos que ia funcionar. O clássico old-school Metal de Tom. Andy é de tempos mais recentes. E Mike, é claro, fez o álbum ’13’ do Black Sabbath; ele tinha trabalhado muito com o Black Sabbath. Então, há três cabeças trabalhando juntas. E pensamos: ‘Isso vai ser um desastre ou algo glorioso’ e acabou sendo algo glorioso. Então, vamos pelo menos recriar esses mesmos momentos de produção. Mas, tendo dito isso, o mais importante são as músicas, e até agora, as músicas parecem muito, muito boas.”

Rob Halford em “In The Trenches With Ryan Roxie”

“Iris” do Innocence Lost está disponível

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“Iris” é a nova canção da banda carioca, a qual saiu em videoclipe.

O quinteto fluminense de Symphonic/Power Metal, Innocence Lost, disponibilizou o videoclipe de seu novo single no dia 7 de março nas principais plataformas digitais:

“Iris”

Quer saber mais sobre o Innocence Lost?

Acesse a página oficial no Facebook:

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal, com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Primeiro veio o grupo, depois a página no Facebook, Instagram, Youtube e, mais recentemente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca paramos de crescer.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre que quisererem.

Todos os dias publicamos notícias, indicações, resenhas e artigos que interessam aos que são, como nós, amantes do Rock e de todos os subgêneros tradicionais do Heavy Metal.

Além disso, divulgar a underground está entre os nossos preceitos.

Portanto, se vocês amam a música pesada de alguma forma, o lugar de vocês também é aqui conosco.

Artillery: “In Thrash We Trust” é o primeiro single do décimo disco, “X”

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A banda de Thrash Metal dinamarquesa, Artillery, lançará o seu décimo full lenght, “X”. Ele foi produzido no Medley Studio em Copenhagen (Dinamarca) com o produtor Søren Andersen. Além das informações do álbum divulgadas, um primeiro single, “In Thrash We Trust”, também foi lançado.

O guitarrista Michael Stützer declarou: “Queríamos usar todas as marcas registradas da banda, como os riffs e as linhas de na combinação usual junto com agressão e melodia. Sempre tentamos combinar Thrash Metal melódico com elementos dos sons pesados dos anos 70 e 80, e desta vez com novos elementos em algumas das músicas. Não temos que nos esforçar muito quando estamos escrevendo um álbum, porque amamos o que estamos fazendo.”

“In Thrash We Trust”

Clássicos: Warlock – “Burning The Witches” (1984)

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Gravadora: Mausoleum Records

Como ainda existem boçais que acham que mulheres não servem para cantar? Desde os tempos mais antigos, do começo do blues até as músicas mais atuais, as mulheres têm mostrado uma força realmente potente. Diversas mulheres marcaram a história com as suas vozes poderosas, eternizaram clássicos que fizeram muitos marmanjos chorar que nem criancinhas. Dentro do estilo metálico que nós tantos amamos, desde os primórdios, diversas mulheres fizeram a festa, marcando a sua presença seja com sua bela aparência ou suas vozes avassaladoras. Nesta Semana Das Mulheres, nós do Mundo Metal relembramos diversas delas. Mas como vamos falar das mulheres dentro do nosso estilo favorito de música e não se lembrar da maravilhosa rainha do Metal, Doro Pesch?

Em 1983, surgiu na Alemanha um grupo de Heavy Metal chamado Warlock, e nele, encontramos a maravilhosa Doro Pesch. Ela já se apresentava com sua banda chamada de Snakebite, porém, após ser convidada, decidiu se juntar aos rapazes do Warlock para compor o elenco. Um ano após a formação, é lançado o ótimo “Burning The Witches”, um álbum conciso, direto e atemporal. Esse disco apresentou ao mundo a excelência do vocal maravilhoso desta mulher, combinado a um instrumental digno de ser eternizado na história. O disco de 1984 apresenta para nós, uma sonoridade bem clássica, rápida e surpreendente, como podemos ouvir logo na primeira faixa a excelente “Signs of Satan”. As guitarras explodem nos riffs rápidos de Rudy e Peter, que se combinam a uma cozinha direta. Os vocais únicos de Doro combinam perfeitamente com a atmosfera agitada da canção. Os solos apresentados aqui não deixam a desejar e apresentam a qualidade absoluta desse petardo. Já na sequência, “After the Bomb” mostra aquele clássico Heavy Metal alemão, com bases cortadas e cozinha clássica. Nomes com Grave Digger e Accept já haviam lançado composições bem parecidas a essa canção. Em “Dark Fade” ouvimos bases extremamente contagiantes e um solo introdutório bem rápido e cheio de técnica. Novamente os vocais de Doro preenchem o ambiente e chamam atenção para o timbre mais vibrato da vocalista. Mas o que mais impressiona são as bases de guitarra, uma verdadeira aula de como se fazer o bom e velho Heavy metal. A caixa da bateria de Michael é anúncio de que agora iremos ouvir uma composição contagiante, e “Homicide Rocker” é claramente perfeição para se juntar com seus amigos, levantar seus canecos de cerveja e bradar em alto e bom som “Get up! Homicide Rocker, keep on banging your Heads!”. E como todo bom disco de Metal não pode faltar a power ballad, “Without You” é a música, feita por esses alemães, que toca nossos corações e mostra como uma balada pode ser ao mesmo tempo pesada e melancólica. Uma faixa interessante e que com certeza envelheceu muito bem com o tempo.

Na sequência, ouvimos a ótima “Metal Race”, que mostra a velocidade que o Metal sempre teve como sua essência. Com bases rápidas, cozinha tradicional e um baixo bem encaixado, a faixa facilmente ficará em sua mente. Agora é hora do sucesso, o ‘hors concours’ da banda, sim estamos falando de “Burning Witches”, uma canção que não apresenta nada mais que um bom Heavy Metal tradicional repleto de influências dos grandes nomes da época, como Judas Priest, Iron Maiden, Accept e outros mais. O que surpreende aqui é justamente ser algo extremamente tradicional, mas ao mesmo tempo tão empolgante. Quem nunca cantou “Burning the witches / The demon dies by fire” é porque provavelmente não ouviu a música. Seguindo a mesma fórmula da anterior, “Hateful Guy” usa novamente a receita do Heavy tradicional com suas bases riffadas e pontes e refrãos contagiantes. E claro, com uma vocalista excepcional, que sabe exatamente como explorar de forma perfeita sua belíssima voz. Para finalizar o álbum, nós ouvimos a simples “Holding Me”, que apesar de não apresentar nada de diferente do que o disco completo já havia nos apresentado, não deixa a desejar em sua composição, que mesmo não possuindo nenhuma novidade, facilmente agrada.

Claramente, Doro Pesch marcou o seu nome para o mundo da música com o lançamento desse disco do Warlock, afinal essa linda e talentosa mulher mostrou ao mundo que o Metal alemão não é só lugar de homens, mas sim, também é lugar das damas mais refinadas do mundo. Então se você é um desses boçais que acreditam que o Heavy Metal não pertence a vocais femininos, por favor se retire, o seu lugar não é aqui.

Nota: 8,3

Integrantes:

  • Doro Pesch (vocais)
  • Rudy Graf (guitarra)
  • Peter Szigeti (guitarra)
  • Frank Rittel (baixo)
  • Michael Eurich (bateria)

Faixas:

  • 1.Signs of Satan
  • 2.After the Bomb
  • 3.Dark Fade
  • 4.Homicide Rocker
  • 5.Without You
  • 6.Metal Racer
  • 7.Burning the Witches
  • 8.Hateful Guy
  • 9.Holding Me

Redigido por Yurian ‘Dollynho’ Paiva

Sessão Dualidade – Black Sabbath (Clássico)

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A dualidade é um dos alicerces essenciais no desenvolvimento do Metal e seus subgêneros. É de impressionar que desde a criação deste estimado quadro, não houve um momento ao qual me dediquei a citar talvez o maior alicerce disso tudo. Final da década de 60 e inicio da década de 70, nos primórdios da existência do Black Sabbath, os anos de paz e amor estavam no seus momentos derradeiros. A guerra do Vietnã tomava proporções absurdas, o sonho havia acabado em Abbey Road, o Cream dizia “Goodbye”, Joplin e Hendrix marcavam seu encontro no além…E os garotos de Birmingham saiam das sombras. Naquela época, nenhum dos quatro rapazes tinha noção das proporções que seu primeiro registro de estúdio tomaria com o passar do tempo, desde a enigmática arte de capa, até o primeiro badalar de sinos, no meio da tempestade, até surgir o riff mais escabroso e aterrorizante já criado…Nenhum adjetivo aqui é citado de maneira leviana, tudo, que é sinônimo de medo e temor, pode facilmente ser associado ao riff da canção Black Sabbath.

Entre Crucifixos no pescoço e roupas soturnas, Tony, Geezer, Bill e Ozzy haviam dado os primeiros passos do que viria a ser genuinamente descrito como Heavy Metal, e por sua vez essa sonoridade seria desenvolvida e modificada no decorrer do tempo, assim como a sonoridade do próprio Sabbath. Em um período de 3 anos, todos os membros da banda tiveram uma evolução musical impressionante de um registro para o outro, aquela atmosfera fúnebre e sinistra de “Master of Reality” estava dando espaço pra uma sonoridade um tanto mais ampla, onde Tony podia explorar seus dotes acústicos mais livremente e Geezer desenvolvia letras, que mais se assemelhavam a uma catarse espiritual de sua parte, indo muito mais além de “Planet Caravan”. A banda estava dando asas a musicalidade de cada um dos membros, aliando aquele peso peculiar que muitos ainda não sabiam definir, com momentos acústicos introspectivos e calmos, criando uma divergência sonora que funciona perfeitamente até os dias de hoje.

Apesar de ter alcançado seu ápice no magnânimo disco de 1973, “Sabbath Bloody Sabbath”, essa dualidade tão necessária e genuína desenvolvida pela banda, sempre esteve presente desde o já supracitado debut da banda, como “Sleeping Village” que soa como um aviso temeroso de alguém, antes que você entre no vilarejo adormecido. “Planet Caravan” é simplesmente uma obra prima, impossível não viajar junto a voz distorcida do jovem Ozzy, as linhas acústicas de Tony e as linhas de baixo hipnotizantes do Sr. Geezer. “Changes”, uma das músicas mais melancólicas da história, está presente em um álbum do Sabbath, canção perigosa, porém obrigatória, não recomendada á audição em momentos de dificuldades emocionais. Agora, se o caro leitor quiser experimentar na prática o que venho tentando transparecer aqui, simplesmente deixe rolar “Fluff”, “Looking For Today” e “Spiral Architect” e mais sete exemplares selecionados, especialmente, pra acalentar nossas almas…Se for necessário, pule a faixa “Changes”, não se arrisque tanto.

Sessão Dualidade :

  1. Sleeping Village
  2. Planet Caravan
  3. Solitude
  4. Changes
  5. Laguna Sunrise
  6. Fluff
  7. Looking For Today
  8. Spiral Architect
  9. Megalomania
  10. She´s Gone
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