Para quem não esteve no planeta Terra nos últimos dias, o Savatage retornou de um longo hiato e fez as suas duas primeiras apresentações na cidade de São Paulo neste mês de abril. Uma no festival Monsters Of Rock e outra solo no Espaço Unimed. Foram as duas primeiras performances do grupo desde o show acontecido no Wacken Open Air de 2015.
Se pensarmos que o show do Wacken foi junto com a TSO, podemos cravar que as datas em São Paulo foram as primeiras desde 2003.
O Mundo Metal esteve presente nas duas ocasiões. Para ler a resenha completa sobre o festival Monsters Of Rock clique AQUI. Para ler a resenha completa sobre o show no Espaço Unimed clique AQUI.
Em uma nova entrevista a Clay Marshall, do Blabbermouth, o baterista Jeff Plate falou sobre este novo momento da banda.
Questionado sobre a experiência de revisitar o catálogo após todos estes anos, se ele experimentou algum tipo de nova apreciação ou viu algumas daquelas músicas sob uma nova ótica, Plate ponderou:
“Claro. Antes de entrar para a banda em 1994, acho que vi o vídeo de ‘Hall Of The Mountain King’ e talvez ‘Jesus Saves’ no Headbangers Ball. Mas eu não sabia muito sobre o Savatage. Ironicamente, já se passaram quase 31 anos desde que estou aqui na Flórida, e agora ensaiando para esta nova aventura em que estamos, mas lembro de vir e conhecer Jon e Paul, e depois Johnny e Alex Skolnick (o guitarrista na época), e obviamente reconectar-me com Zak (ambos tocaram juntos no Wicked Witch).
Naquela época, Paul me disse: ‘Não temos ideia de como será o setlist. Apenas vá para casa e aprenda tudo. Familiarize-se com o Savatage’. E fiquei surpreso com a diversidade musical, porque tudo o que eu realmente conhecia na época era a parte mais radical da banda. Mas ouvindo “Gutter Ballet” e “Streets”, pensei: ‘Nossa, tem músicas muito, muito boas aqui’. E agora, voltando a essa empreitada e fazendo as coisas do jeito que estamos fazendo, tem muita música fantástica aqui que, às vezes, acho que com o passar dos anos você meio que dá valor. Agora que estamos revisitando tudo isso com uma mentalidade diferente, ficou claro o quão boa é grande parte dessa música.
Essa música é realmente diferente. Há algo único na maneira como os irmãos Oliva compunham, na maneira como Paul produzia, nas letras que Paul escrevia, e realmente não há nada que se pareça com isso. Conversei com alguns outros jornalistas durante essas entrevistas e perguntei a eles: ‘Me digam uma banda que soe como o Savatage’. É impossível. Houve tantas versões diferentes do grupo e tantos cenários diferentes em que o grupo se encontrava quando estava gravando, mas a questão fundamental é Oliva/O’Neill — seja Jon e seu irmão, quando Criss ainda estava aqui, ou seja apenas Jon e Paul.
Claro, ‘The Wake Of Magellan’ soa muito diferente de ‘Hall Of The Mountain King’, mas você certamente consegue perceber as semelhanças quando começa a analisar essa música e a estudá-la um pouco mais. Eu não estaria aqui, não estaríamos tendo essa conversa, se a música não fosse tão boa. As pessoas ainda querem ouvi-la.”

Questionado sobre o que os difere das outras bandas e o que faz do Savatage ser algo tão diferente e não convencional, Jeff disse:
“Acho que há uma sinceridade real na música. De ‘The Dungeons Are Calling’ a ‘Poets And Madmen’, é simplesmente ótima música. Pode não agradar a todos, e tudo bem, mas quando você se senta e ouve esses álbuns — na verdade, qualquer um deles — todos são únicos e originais, e não soam artificiais. Até mesmo a formação de quatro integrantes — havia muitas bandas de Rock de quatro integrantes por aí, mas nenhuma delas soava como o Savatage.
E vou te dizer uma coisa: por que essa banda se conectou — Criss Oliva, um dos guitarristas de Rock/Metal mais singulares de todos os tempos. Havia algo muito real em seu jeito de tocar. Então, Jon Oliva, sua composição musical — pode-se dizer que é simples, mas há uma emoção muito complexa nisso, e isso realmente se reflete em seus vocais. Não há cantor que soe mais sincero, e há uma sensação de desespero e emoção na voz do Jon, algo que você não pode negar quando ouve. ‘When The Crowds Are Gone’, ‘Believe’ — quer dizer, meu Deus, quando você ouve ‘Believe’ e ouve o Jon cantar, como não se deixar levar por isso? É um cara cantando de coração. O coração dele está sangrando e soa assim no vocal. Não soa falso, e acho que é por isso que essa música perdurou, e por isso que as pessoas simplesmente não desistem dela.”