Repostagem – 15 de maio de 2023 – Com o passar dos anos, o Exodus se tornou um nome que dispensa apresentações, estando entre os importantes representantes não apenas do Thrash Bay Area (São Francisco), mas também do mundial.
Anteriormente, entre os anos de 1985 e 1989, os norte americanos fecharam sua trinca inicial com clássicos absolutos do Thrash. A tal trinca foi formada pelo magnânimo “Bonded by Blood”, com Paul Baloff nos vocais, “Pleasures of The Flesh” com Steve “Zetro” fazendo sua estreia no front da banda, e “Fabulous Disaster” fechando a década de 80 com chave-de-ouro.
Mas, como bem sabemos, o caminho percorrido pelo Metal e seus subgêneros na indústria da música é muito mais tortuoso e inclemente.
Década de noventa
Não vamos entrar em detalhes novamente sobre como a década de 90 foi conturbada para o estilo e generosa com outros subgêneros. No entanto, vamos apenas dizer que foi aí que começou a ser criada uma tendência pela busca de mudanças de sonoridades e atitudes.
Contudo, uma das responsáveis por isso foi justamente uma banda de Thrash da Bay Area, em seu quinto registro de estúdio, aquele com capa preta. Vocês me entenderam…
Pois bem, voltando ao Exodus, ainda com Steve “Zetro”, lançam em 1992, “Force of Habit”, que tentava se adaptar as tendências sem perder sua excência.
Retorno e falecimento de Paul Baloff
Logo após seu lançamento, a banda entra hiato até 1997, retomando com o saudoso Paul Baloff e, dessa forma, lançando o live album, “Another Lesson In Violence”. Enfim, no ano de 2001, eles retornam oficialmente as atividades na promessa de novo registro de estúdio.
Após anos de espera, em 2002 vem a morte precoce de Paul Baloff, vítima de um ataque cardíaco aos 41 anos de idade. Sendo assim, Steve “Zetro” volta ao posto, substituindo Baloff pela segunda vez.
Em 2004, sai “Tempo Of The Dammed”, considerado como um dos melhores álbuns de Thrash dos últimos anos, colocando o Exodus no mapa novamente.
Mas ainda em 2004, “Zetro” abandona a banda por conta de problemas pessoais.
A era Dukes
No ano seguinte, Rick Hunolt, guitarrista desde 1983, também resolve deixar o grupo, abrindo espaço para a entrada do fantástico Lee Altus (Heathen). O baterista/membro fundador, Tom Hunting, também faz o mesmo, citando problemas médicos na época e sendo substituído pelo inegavelmente excelente Paul Bostaph (Slayer, ex-Forbidden).
Por último, mas não menos importante, para o lugar de Steve Souza, entra o monstruoso Rob Dukes, dando inicio a uma das mais potentes trincas do Thrash Metal dos últimos 20 anos.
1 – “Shovel Headed Kill Machine”
Em 2005, sai o insano “Shovel Headed Kill Machine”. Um disco em que, concomitantemente, soa diferente pelo vocal de Dukes. Se compararmos, parece um filho mais novo de “Tempo Of The Dammed” devido à repetição da formula.
É importante deixar registrado que apesar do mesmo estilo de composição, inegavelmente, “Shovel Headed Kill Machine” soa mais agressivo e pesado que seu antecessor.
Os destaques são muitos e faixas como as excepcionais “Raze”, “Deathamphetamine”, “I Am Abomination”, “Going Going Gone”, assim como a canção título, apresentam uma banda renovada e pronta para disparar insanamente o seu Thrash devastador na direção de quem estiver pela frente.
2 – “The Atrocity Exhibition: Exhibit A”
Em seguida, em 2007, vem à segunda carta, e o novo monstrinho de Gary Holt atendeu pelo nome de “The Atrocity Exhibition: Exhibit A”.
Com alguns elementos sonoros diversos, mas sempre mantendo a raiz do Exodus firme e intacta, o quinteto equilibrou muito bem o Thrash old school com a uma sonoridade mais moderna e arranjos um pouco mais melódicos que o de costume.
O registro também marca o retorno de Tom Hunting à bateria e se você é um dos que ouviram críticas a esse disco, tenha certeza que são críticas certamente infundadas. Composições esmagadoras como “Riot Act”, “Funeral Hymn”, “Children Of A Worthless God” e “Iconoclasm” servem justamente pra você colocar para aquele seu amigo hater ouvir e depois pedir pra que ele fique quietinho.
3 – “Exhibit B: The Human Condition”
Dois anos depois, em maio de 2010, vem o lado B da “exibição de atrocidades” do Exodus. Produzido novamente pelo mitológico Andy Sneap, sim, o anterior também foi, “Exhibit B: The Human Condition” fecha a trinca de ases da era Dukes da maneira mais visceral, agressiva, frenética e com aquele clima de trem descarrilando em filme de ação. É preciso dar os méritos ao homem, somente Gary Holt e companhia conseguem fazer isso tão bem.
Trazendo novamente os temas mais sombrios e perturbadores para as letras, sem censura e sem medo de falar sobre o pior e mais obscuro lado do ser humano, o Exodus mais uma vez acerta a mão. Neste registro podemos escutar a formação da banda em seu ápice, bem mais entrosada e confiante, mostrando que havia muito potencial a ser explorado com Rob Dukes nos vocais.
As músicas que nos dão razão atendem pelos nomes de “The Ballad Of Leonard And Charles”, “Hammer And Life”, “Downfall”, “Good Riddance” e a épica “The Sun Is My Destroyer”.
Fim da era Dukes e o retorno de Zetro
Enfim, não podemos nos lamentar pelo fim desta formação, porque depois disso, retornou o Exodus em sua versão mais letal. Mas fica a curiosidade em saber como seria o tal “Exhibit C”, abandonado depois de composto quando Dukes saiu para a volta de Zetro.
Em resumo, se você chegou até este ponto da leitura e nunca deu a atenção necessária a estes três grandes trabalhos, antes de partir para “Blood In Blood Out” e “Persona Non Grata”, faz um favor aos seus ouvidos e escute os registros com Rob Dukes nos vocais.
Atualização do redator (16 de janeiro de 2025): como sabemos, aconteceu mais uma reviravolta nesta história e, certamente, os fãs de Dukes estão muito satisfeitos. Mais uma vez Steve “Zetro” deixou o grupo e seu substituto é nada menos que Rob Dukes.