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Lançamento BR: Hevilan – Symphony Of Good And Evil (2021)

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Symphony Of Good And Evil - Hevilan
Gravadora Brutal Records

Sentem aqui no colinho do Dollynho, eu vou ensinar uma coisa para vocês, e espero que nunca se esqueçam. Repitam comigo: “o Metal brasileiro não tem NADA a perder para o Metal gringo”. Entendam o quão vasto e poderoso é nosso underground, e prestigiem as bandas que realmente apresentam um Heavy Metal de qualidade. Um exemplo claro disso é os paulistas do Hevilan. Banda fundada em 2005 e que lançou dia 19/03 deste ano seu segundo disco, o excelente “Symphony of Good And Evil”, um disco lindo, completo e que mostra o quanto a banda ainda vai nos surpreender. Esse compacto apresenta uma mistura de Heavy Metal, Prog e Metal sinfônico de uma forma orgânica e sem frescuras.

O quarteto é composto por músicos exímios, e com muita qualidade de composição. Biek no baixo e Dyszy na bateria compõe uma cozinha de dar inveja em muita banda veterana. As cordas ficam a cargo do exímio Johnny Moraes (ex-Warrel Dane) e os vocais são trabalho do ótimo Alex Pasquale. O novo disco é baseado no conceito da luta entre o bem e o mal dentro de cada ser humano. A arte da capa já apresenta a beleza que você encontrará dentro do disco, trabalhada em tons de azul e laranja, ao fundo você pode observar algumas representações religiosas. Aí analisar por completo a capa, você sente uma pequena sensação de confusão, mas ao mesmo tempo, essa capa lhe atrai e cria uma curiosidade para conferir o conteúdo do disco. Sendo assim, vamos dar o play na primeira das 12 faixas.

O disco abre com a excelente e pesada “Dark Paradise”, dando um clima sombrio e obscuro ao compacto. Claramente Johnny trouxe de sua estadia com Dane muita inspiração e densidade para as cordas brutais do disco. Uma faixa que contagia e possui solos assombrosos e nos prepara para o que virá pela frente. Como o caso da densa e obscura “Rebellion of The Saints” que possui passagens rápidas e pesadas combinadas a um coro assombroso e medonho, dando ainda mais peso a música. Os graves de Biek combinam de forma excelente com a cozinha pesada de Dyszy e dão uma sustentação magnífica para a boa voz de Alex. A música possui ótimas nuances que passeiam com qualidade entre passagens mais cadenciadas e passagens mais carregadas de peso e velocidade. “Great Battle” emenda com o final da faixa anterior e apresenta novamente a grande influência que Warrel deu a banda. Peso e densidade trabalham de mãos dadas com o sentimento. E a voz de Alex simplesmente transparece com excelência o que desejam apresentar.

Em “Here I Am”, os compassos trabalhados em quebras de tempo combinam a um baixo técnico e criam uma faixa excelente. Novamente, o solo de Johnny é fantástico e mostra como o músico sabe o que faz. Como não pode faltar, o compacto apresenta a power ballad “Always in my Dreams”, uma faixa doce e com personalidade que faz muito bem seu serviço de dividir o disco. Agora o álbum toma proporções mais que absurdas, e se ele já estava bom, fica melhor. A ‘introdução’ (se é que posso chamar assim) “Devil Within part I Evil Approaches” apresenta uma banda mais obscura ainda e que sabe brincar muito bem com o peso, densidade e que sabe obscurecer de forma assustadora suas composições. Os toques de baixo, combinados as bases quebradas da guitarra, são um prato cheio para acrescentar o suspense devido a coros clássicos. A continuação da faixa, “Devil Within part II Hammer of The Gods”, é uma aula de riffs pesados e um compêndio de qualidade. Cozinha bruta, guitarras pesadas e um vocal digno de aplausos, essa música simplesmente apresenta ao mundo que o Metal brasileiro tem muito a mostrar. Na sequência, outra power ballad com nuances e ótimas combinações de climas mais pesados com partes mais suaves e belas. Mas tudo isso é para nos preparar para a maravilhosa opera dos garotos paulistanos.

Tomem seus lugares, se acomodem e preparem seus ouvidos para essa opera de cerca de 20 minutos e dividida em 4 capítulos. O quarteto se une novamente, afinal eles participam nas outras faixas, aos músicos Negravat, Rodriggo Guabiraba e Claus Xavier, os quais ajudam nessa empreitada e tomam conta do coro excepcional que caminhará de mãos dadas a essa epopeia digna dos teatros do mundo todo. “Symphony Of Good and Evil” é um épico dividido em 4 fases, sendo a primeira “Part I Revelation”, uma introdução focada em uma orquestração mais simples e coros que contam o começo de uma epopeia clássica e lhe advertem de que os próximos atos não serão tão misericordiosos quanto esse. “Part II Dark Ages” apresenta um instrumental que faria nomes como Dream Theater sentirem um pouco de inveja. Riffs pesados combinados com compassos construídos sob uma aura de classe, combinados a uma orquestração magnífica e corais sublimes, a faixa prende a atenção e passa diversos sentimentos ao mesmo tempo. Fora a qualidade de cada instrumentista, quero mencionar o trabalho impecável das cordas de Johnny e de Biek, que surpreendem mais ainda com o quanto estão entrosados. Sem mencionar o trator Rafael Dyszy que simplesmente apresenta sua melhor forma, acompanhando o andamento absurdamente técnico da canção sem perder a sua agressividade. “Part III Song of Rebellion” é uma reunião de toda a técnica e agressividade neste ato épico, com coros de tirar o fôlego, e um vocal de Alex que combina perfeitamente com a atmosfera épica da composição. Os solos de Johnny novamente combinam a graciosidade, a velocidade e a técnica de forma excelente. Uma verdadeira música assustadora e completa. Como todas as boas operas, a “Part IV Epilogue” encerra de forma magistral os atos dessa epopeia metálica.

Claramente, esse disco serve para mostrar para cada um de nós, que o Metal é uma fonte que cada dia se renova mais e mais.

Nota: 9,0

Integrantes:

  • Alex Pasqualle (vocal)
  • Johnny Moraes (guitarra)
  • Biek Yohaitus (baixo)
  • Rafael Dyszy (bateria)

Membros de Sessão:

  • Negravat (coros)
  • Rodriggo Guabiraba (tenor)
  • Claus Xavier (barítono)

Faixas:

  1. Dark Paradise
  2. Rebellion of the Saints
  3. Great Battle
  4. Here I Am
  5. Always in my Dreams
    Devil Within
  6. Part I Evil Approaches
  7. Part II Hammer of Gods
  8. Waiting for the Right Time
    Symphony of Good and Evil
  9. Part I Revelation
  10. Part II Dark Ages
  11. Part III Song of Rebellion
  12. Part IV Epilogue

Resenha: Rezet – “Truth In Between” (2021)

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“Truth in Between” é o quinto álbum de estúdio da banda de Thrash Metal alemã, Rezet. Ele foi lançado no último dia 29 de janeiro pelo selo Metalville, sendo sucessor do full lenght, “Deal With It”, de 2019.

Embora seja uma banda alemã, se ao ouvir o Thrash Metal do Rezet, você espera algo como Sodom, Destruction, Kreator, Tankard ou Exumer, eu te digo para que não tenha tal expectativa. Aliás, ao contrário disso, o Thrash deles se assemelha bem mais com o norte-americano do que com o teutônico. Ou seja, é muito mais fácil identificar sua sonoridade com Megadeth, principalmente, Metallica, ou mesmo Testament antigo, do que qualquer uma das bandas que fizeram famoso o Thrash Metal germânico.

Assim sendo, a música do Rezet tem qualidade?

Sim, pois não há regra para que determinada escola siga um padrão A ou B, e sim, as canções deles me agradaram bastante.

REZET / Photo By: Jean-Michel Jorissen

A dupla de guitarristas, que é formada por Ricky Wagner, que também é vocalista, e Heiko Musolf, executa riffs e solos influenciados na velha escola norte-americana. Solos esses que são recheados de feeling, melodia, pegada e técnica. A cozinha do baixista Loren Kandolf e do baterista Bastian Santen atua de forma precisa, dessa forma, dando sustentação a todas as canções do Rezet. Ricky Wagner me agrada ainda mais como cantor, principalmente, por não querer ser o “podrão” do Thrash e também colocar uma pequena dose de melodia em sua execução vocal.

Vamos falar sobre as faixas?

1.Back For No Good:

Em primeiro lugar, Rezet acertou na escolha da faixa de abertura do disco. Ela é rápida, pesada, melódica e, fatalmente, convincente. Dentre as influências nítidas da banda já supracitadas, Megadeth é a mais evidente, porém, não significa que a sonoridade seja uma cópia da “Dave Mustaine’s band”, mas tão somente possui um maior grau de inspiração.

2.Deceveid By Paradise:

Tão fantástica quanto a anterior, possuindo riffs ainda mais trabalhados e complexos, refrão forte e que é facilmente assimilável com melodia presente nos vocais de Wagner, além disso, as mudanças rítmicas empolgantes.

3.Populate. Delete. Repeat:

Eis minha canção favorita do disco em todos os sentidos. Ainda que ela seja mais cadenciada na maior parte do tempo que suas duas antecessoras, ela impõe mais peso e poder a audição, também possuindo o refrão mais encantador do disco e que não sai da mente com tanta facilidade.

A sonoridade lembra uma mescla de Mettalica, Megadeth, Testament e Slayer na época do “Seasons In The Abyss”. Em suma, melhor música de Thrash Metal de 2021 até o presente momento.

4.Renegade:

Em seguida, a velocidade volta a dar as cartas no jogo. A audição não abaixa a sua vibe e prende a minha atenção a todos os detalhes sonoros. Eis o tipo de Thrash Metal que mais me agrada e que é a pedra no sapato dos chatos “troozaums” cagadores de regras no Metal. Não tenho reclamações e nem críticas, por enquanto.

5.Half a Century:

Continua com a certeira fórmula das quatro primeiras faixas. Uma bela linha de baixo com muito sustain destaca Lorenz Kandolf. Os solos e riffs de guitarra seguem fazendo a diferença. Até aqui está tudo perfeito.

REZET / Photo By: Jean-Michel Jorissen

6.Infinite End:

Porém, nem todas são flores. Apesar de começar com um divino solo de guitarra, acho que a audição diminuiu o seu nível por causa dessa faixa. Ela me agrada mais do meio para o final, mas ainda sim, não faria falta se não estivesse no disco.

7.Truth In Between:

Logo depois, retoma a grandiosidade presente nas cinco primeiras do full lenght. A faixa título tem o riff mais pesado do registro e isso soou fundamental por ter dado sequência, justamente, a música mais morna do álbum. “Truth In Between” devolve a alta vibe à audição.

8.Jailpit:

Acelera o ritmo e me lembra as bandas da Bay-Area, mais especificamente o Testament na época de seus clássicos “The Legacy” e “The New Order”.

9.I’m Not Gonna Stop:

Mais uma canção desnecessária no disco. Fraca, não diz nada e não empolga.

10.The Plague:

Certamente, se destaca por conter vocais mais agressivos que no restante do disco. No entanto, não encontrei informações sobre se a voz é de Ricky Wagner ou de algum convidado. A música em si não é espetacular, ainda que melhore muito do meio para o final, inclusive com solo de guitarra muito foda.

11.(Un)certain Crimes:

Introduzida por um riff, ao mesmo tempo, pesado e sombrio. Desse modo, ela volta a botar fogo na audição após duas canções um tanto mornas, resgatando o mesmo nível das cinco primeiras faixas com mudanças rítmicas que reacendem a brutalidade e o Thrash Metal na veia.

12.Never Satisfeid:

Não, não é cover do Judas Priest do álbum “Rocka Rolla”, mas é uma homônima com uma interessante pegada Megadeth, mesclada com uma pitada de Prog. Ela me agradou, ainda que não repita o nível do início.

13.The Last Suffer:

Fantástica, ela é a minha segunda favorita do trabalho, pois resgata o nível do início do mesmo com ainda mais velocidade e brutalidade, a propósito, sendo de longe a mais rápida. Portanto, uma apoteose devastadora para um disco de Thrash Metal.

Essa é somente minha primeira resenha de um disco de Thrash em 2021, pois esse subgênero ainda não fez minha cabeça esse ano como fez nos anteriores. Ainda assim, eu gostei muito de outros dois discos, o do Angelus Apatrida e Bloodkill. Bom, mas ainda estamos em março, muita coisa vai rolar. Podemos ter Exodus e Megadeth logo mais.

Das treze faixas do “Truth In Between”, dez eu gostei muito e três eu considero dispensáveis. Ou seja, Rezet poderia ter lançado o disco só com dez canções, que teria sido bem melhor. Contudo, no contexto geral, eu curti bastante.

Nota: 8,4

Integrantes:

  • Ricky Wagner (vocal e guitarra)
  • Heiko Musolf (guitarra)
  • Bastian Santen (bateria)
  • Lorenz Kandolf (baixo)

Faixas:

  • 1.Back For No Good
  • 2.Deceived By Paradise
  • 3.Populate. Delete. Repeat.
  • 4.Renegade
  • 5.Half a Century
  • 6.Infinite End
  • 7.Truth In Between
  • 8.Jailpit
  • 9.I’m Not Gonna Stop
  • 10.The Plague
  • 11.(Un)certain Crimes
  • 12.Never Satisfied
  • 13.The Last Suffer

Iron Maiden: “há algumas coisas muito, muito emocionantes em andamento” (Adrian Smith)

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Créditos: site oficial da banda


Um dos guitarristas do Iron Maiden, Adrian Smith, disse em entrevista ao programa “Trunk Nation With Eddie Trunk” do canal SiriusXM, que os fãs podem esperar algumas surpresas quando a banda finalmente retornar à estrada, uma vez que a pandemia tenha diminuído. Ele disse: “Acho que valerá a pena esperar, assim dizendo, no que diz respeito ao Maiden, há algumas coisas muito, muito emocionantes em andamento. Isso é tudo o que posso dizer, sério … Mas acho que os fãs ficarão maravilhados.” A banda atualmente tem datas de turnê pela Europa agendadas de 5 de junho a 11 de julho, embora seja quase certo que os shows serão adiados devido à crise do coronavírus.

Smith está atualmente promovendo o álbum de estreia de seu projeto com Richie Kotzen. Gravado nas Ilhas Turks e Caicos em fevereiro de 2020, produzido por Richie e Adrian e mixado por Kevin “Caveman” Shirley, o disco de nove faixas de Smith/Kotzen é uma colaboração consumada entre esses dois músicos, altamente respeitados, que co-escreveram todas as músicas e também compartilham os vocais principais e troca as funções de guitarra e baixo ao longo do registro.

Créditos: Site oficial da banda

Anthrax: segundo o guitarrista Jonathan Donais, novo álbum está sendo produzido

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Créditos: Alison Toon

O guitarrista do Anthrax, Jonathan Donais, disse em entrevista ao canal “The Chuck Shute Podcast”, que a banda está trabalhando em um novo álbum. Ele disse: “Esperançosamente, quando essa pandemia acabar, haverá um novo álbum e uma tonelada de turnês por trás dele. Eu sei que a banda está trabalhando em algumas composições, e eu sei que eles têm coisas escritas, mas eu ainda não fui para o estúdio com eles ou algo assim”.

Questionado se ele está envolvido na composição da banda ou se os outros caras montam o material por conta própria, Donais disse: “Eles fizeram toda a composição. Eles têm um sistema pronto. Todas as bandas funcionam de maneira diferente. Esse sistema deles funciona muito bem para eles. Eles têm tido sucesso por mais de 35 anos, e permanecem fortes, mais fortes do que nunca, na verdade. Os últimos álbuns foram incríveis.”

Donais, que se juntou ao Anthrax em 2013 como o substituto de Rob Caggiano (atual Volbeat), admitiu que ainda não ouviu nada do material que estará no sucessor de “For All Kings”, que foi lançado em 2016.

Elvenking: “The Moon And Magic” é o elo entre o novo álbum e o anterior

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Créditos: Divulgação/Facebook

A banda italiana de Melodic Power/Folk Metal, Elvenking, lançou o vídeo clipe de seu nova canção, “The Moon And Magic”, que, segundo declaração oficial, pode marcar o início da produção de seu décimo primeiro full lenght. O vídeo foi disponibilizado no Youtube no perfil do selo AFM Records.

A banda publicou: “‘The Moon And Magic’ é o elo entre ‘Reader Of The Runes – Divination’ (décimo álbum, de 2019) e os próximos capítulos da história que virá. A música foi escrita junto com o material do ‘Divination’ e foi gravada durante suas sessões, mas queríamos ter uma música-ponte a ser lançada entre o primeiro e o segundo disco. Foi a última música escrita, já com essa ideia específica em mente. O clima tanto da canção quanto da letra é uma espécie de ‘calma antes da tempestade’, uma cena que captura o silêncio antes que tudo chegue ao clímax. Mergulhe na Lua e na Magia e leia as linhas que ninguém lê…”

“The Moon And Magic”:


Integrantes:

Aydan (guitarra, vocal e teclado)

Damna (vocal e baixo)

Rafahel (guitarra)

Lethien (violino)

Jakob (baixo)

Lancs (bateria)

Clássicos: Chakal – “The Man Is His Own Jackal” (1990)

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Gravadora: Cogumelo Records

Belo Horizonte, metade da década de 80, espaço e tempo importantíssimos e extremamente produtivos para o Metal Sul Americano e o Underground mundial. Nos primórdios do desenvolvimento do Metal extremo do Triangulo Mineiro, tínhamos o Mutilator, Holocausto, Sarcófago, Chakal, e o todo poderoso Sepultura. Assim como maior parte da cena Heavy Metal Tupiniquim, os registros de Thrash vieram muito tarde, se comparados a outros países proeminentes, entretanto, o verdadeiro arsenal de destruição, que foi lançado entre 1986 e 1990, compensou o atraso com maestria, se tornando peça fundamental pro surgimento dos subgêneros que ainda caminhavam. E nesse contexto entra o podre e sujo Chakal, ainda em 1986, com a demo “Children Sacrifice”, produzida pela própria banda. No mesmo ano, surge das entranhas da Cogumelo Records, o lendário Split “Warfare Noise I”, que contava com Holocausto, Mutilator, Sarcófago e o próprio Chakal, nos presenteando com “Cursed Cross” e “Mr.Jesus Christ”. Em 1987, nasceu o debut “Abominable Anno Domini”, considerado um dos registros de Thrash/Black Metal mais devastadores e extremos lançados naquele ano. Impossível falar do Chakal sem citar as contínuas mudanças de formação ao longo dos anos, um dos fatores que impediu a banda de capitalizar o sucesso e notoriedade que vinha angariando.

Até o lançamento do debut, a formação era composta por Vladimir Korg (Vocal), Mark (Guitarra) Destroyer (Baixo) e a única constante da banda, William Wiz na bateria. Em 1989, o Sr.Vladimir sai da banda, para cantar no “The Mist”, e entra o saudoso Marcelo Laranja assumindo vocal e baixo, Marcelo Simões na guitarra, permanecendo Mark e William Wiz. Essa formação gravou um dos álbuns mais matadores do Thrash Metal Brasileiro, talvez até mundial.

“The Man is his Own Jackal” é uma verdadeira pérola, por vezes esquecida no nosso Metal, esse registro mostra a evolução e amadurecimento musical da banda, num curtíssimo período de tempo, aquele Thrash podre e desenfreado dava espaço para um Thrash um tanto rebuscado, composições inteligentes e cômicas, e riffs extremamente criativos. O disco abre com 10 segundos de suspense, até tudo vir a baixo, sem aviso prévio, “Feel no Pain” da inicio a destruição sonora. “Silence n´Peace” une os elementos Crossover do Nuclear Assault e a aquela velocidade insana do Exodus, é puro Thrash, cheio de variações rítmicas destruidoras.

“Acme Dead End Road” é sem duvida, a faixa mais criativa deste clássico, é divertida e agressiva no ponto, além de momentos melódicos na interseção entre o solo e metade da faixa, é uma experiência catártica única, as influencias do Iron Maiden, Motörhead, e diria até Anthrax, é sentida aqui. “Holobyte” é a famosa “trava cervical”, só o nome da faixa faz o meu pescoço doer intensamente, é agressiva, rápida e muito bem construída, são duas tarefas aqui, ou bater cabeça ou escutar a criatividade instrumental dos caras, reza a lenda que dá pra fazer os dois. A Cesar o que é de Cesar, a produção não é das melhores, estamos falando dos primórdios de produções de Metal feitas no Brasil, nem todo mundo tinha o privilégio de requisitar presença de um Scott Burns em terras brasilis, mas os caras simplesmente passaram por cima desse fator, e conceberam um registro icônico e importantíssimo, eu apontaria, facilmente, como principal fator responsável por isso, o desempenho fantástico de Mark e Eduardo Simões nas guitarras, porém é um trabalho tão bem construído e executado, que o mérito vai para todos os membros desta formação.

De volta à glorificação da violência musical, temos “Hangover”, uma amalgama sinistra entre Slayer, Angel Witch e Death Angel, o resultado é uma frenesi escabrosa. “Santa Claus Has Got Skin Cancer”, a faixa que chamou a minha atenção instantemente antes mesmo de escutar o registro, justamente por conta do titulo, acabou sendo realmente a faixa mais cativante, desde a composição lírica que critica feroz e comicamente o lado podre do feriado natalino…”A igreja te criou / o capitalismo te engordou / você não esta enganando mais ninguém, Filho da P#@a!”. Em “In Vain” podemos ouvir melhor o prazeroso timbre das guitarras, desde os devastadores riffs até os arrebatadores solos, é um deleite esquisito. “S.S.C 333” é uma faixa instrumental ao estilo Marcyful Fate, verdadeira obra de arte, lembra a sonoridade das banda da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal).

“Syntech Tears”, faixa que encerra o disco com maestria, abre com uma das mais icônicas frases do cinema mundial, no clássico Blade Runner (1982)…”Todos esses momentos serão perdidos no tempo, como lagrimas na chuva…Hora de Morrer!” Frase dita com uma voz robotizada e sinistra, antes da pancadaria comer solta, apesar dessa ser uma das faixas mais “controladas”, ela é igualmente insana à suas antecessoras, devo destacar os vocais alucinantes durante toda a faixa, criando uma atmosfera única de manicômio, do tipo Asilo Arkham mesmo. Bom, depois de chegar a conclusão que o “homem é o chacal do homem”, não estamos falando aqui do melhor e mais conceituado registro do Chakal, porém é aquele tipo de álbum que possui uma importância histórica tremenda, ainda mais pelo fato de ter sido lançado no inicio da década de 90, onde toda e qualquer banda realmente precisava ter sangue nos olhos e dois pares de “huevos” bem resistentes, para que pudesse fazer algo que causasse impacto na cena, e os caras realmente conseguiram, “The Man is His Own Jackal” alcançou os ouvidos ouriçados dos europeus, alcançando um modesto sucesso em sua época de lançamento, e está marcado na história do Metal para sempre. Há alguns atrás, mais precisamente entre os anos de 2006 e 2008, a Cogumelo Records deu inicio a “Cogumelo Remasters”, que trazia, além de outros clássicos, os primeiros registros do Chakal, totalmente, remasterizados e, caprichosamente, lançados em digipak e slipcase, “The Man is His Own Jackal foi lançado em versão dupla, junto com o também destruidor “Death is A Lonely Business” de 1993, no qual os caras incorporaram elementos do Groove Metal no meio daquele Thrash insano e ficou uma maravilha…Mas isso é outro papo.

O Chakal só voltaria a gravar outro registro de estúdio em 2002, após um hiato de quase 10 anos. A questão aqui é, você caro leitor curioso e batutinha, recomendo imensamente este clássico escondido no baú, que tive a honra de ir buscar para sua apreciação, é um registro pra ser consumido sem moderação e sem escrúpulos, não tenho adjetivos o suficiente para destrinchar esse álbum absurdo, apenas na prática temos a melhor noção dos fatos,

Nota: 8,9

Integrantes:

  • Marcelo Laranja (baixo e vocal)
  • William Wiz (bateria)
  • Mark (guitarra)
  • Eduardo Simões (guitarra)

Faixas:

  • 1. Fell No Pain
  • 2. Silence n´Peace
  • 3. Acme Dead End Road
  • 4. Holobyte
  • 5. Hangover
  • 6. Santa Claus Has Got Skin Cancer
  • 7. In Vain
  • 8. S.S.C 333
  • 9. Synthetic Tears

Redigido por Giovanni Vaz

Evergrey: novo single e participação de James La Brie

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Reprodução/Divulgação

Os suecos do Evergrey, acabam de lançar mais um single de seu novo trabalho “Escape Of The Phoenix”. Trata-se de “The Beholder”, faixa que integra o novo e 12o álbum oficial da banda, oficialmente lançado em 26 de fevereiro.

A faixa conta com a participação especial do vocalista James LaBrie (Dream Theater), dividindo os vocais com o excelente Tom S. Englund.

Xentrix: segundo o vocalista Jay Walsh, sexto álbum já está em produção

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Créditos: Facebook oficial da banda


Jay Walsh, vocalista da banda britânica de Thrash Metal, Xentrix, disse em entrevista ao canal Metalphetamine.com, que a banda está preparando arduamente o seu sexto álbum de estúdio, que será o sucessor de “Bury The Pain”, lançado em 2019. Ele não revelou o título, mas disse que eles já gravaram uma dúzia de canções e também, que voltaram ao estúdio a qualquer momento para conclusão do trabalho.

Metalphetamine com Jay Walsh (Xentrix):

Créditos: Facebook oficial da banda / a saber, Xentrix: segundo o vocalista Jay Walsh, sexto álbum já está em produção

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.

Alice Cooper: livro “Alice Cooper In The 1970s” chega no final de maio

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Créditos: Divulgação/Facebook

Logo após anunciarmos essa semana que o Uriah Heep lançará um livro sobre sua era 1970s, temos mais uma novidade semelhante. Pois, a Sonicbond Publishing também definiu uma data de lançamento para o livro “Alice Cooper In The 1970s”, de Chris Sutton. Portanto, será no próximo dia em 28 de maio. Assim que, em “Alice Cooper In The 1970s”, Sutton navega pela história de Alice Cooper, com a banda e a artista solo, desde os primeiros anos até o decadente final da década. É o primeiro livro a oferecer uma abordagem completa do fenômeno Cooper e dar todo o crédito aos músicos.

Ao propósito, o livro apresenta material de entrevista de figuras-chave, incluindo Michael Bruce, Dennis Dunaway e Neal Smith da banda original, além do guitarrista de sua carreira solo, Mick Mashbir. Também há relatos de Ernie Cefalu da empresa Pacific Eye And Ear, a qual desenhou as capas dos álbuns. Vários outros músicos, promotores de shows e até mesmo o primeiro roadie da banda também contribuíram com suas experiências. Todos os álbuns e singles de “Don’t Blow Your Mind” até “From The Inside” são examinados em detalhes, junto com lançamentos de arquivos relacionados e canções que não foram incluídas. Sutton é fã de Cooper desde 1972 e da famosa estreia no “Top Of The Pops”. A reunião da banda para sua turnê no Reino Unido em 2017 é uma de suas memórias mais felizes. Ele administra o museu Smethwick Heritage Centre e escreveu várias publicações sobre eles. Ele também escreveu várias peças. “Alice Cooper In The 1970s” é sua primeira aventura na escrita musical. Ele vive na cidade de Great Malvern, no Reino Unido.

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Overtoun: chilenos lançam single, “Made Manifest”

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Créditos: Facebook oficial da banda

A saber, a banda chilena de Thrash/Death Metal, Overtoun, lançou o single “Made Manifest” em formato de vídeo clipe.

A princípio, a canção faz parte do segundo álbum da banda, “This Darkness Feels Alive”, o qual ainda não tem data definida para ser lançado, sendo sucessor do debut “Centuries Of Lies”, de 2018.

Porém, o full lenght está sendo produzido por produzido por Pancho Arenas e masterizado pelo lendário Flemming Rasmussen.

“Made Manifest (ft. Awká Mondaka)”:

  • Integrantes:
  • Agustín Lobo (bateria)
  • Matías Bahamondes (guitarra)
  • Yoav Ruiz-Feingold (vocal)
  • Guillermo Rocha (baixo)
A banda chilena de Thrash/Death Metal, Overtoun, lançou o single “Made Manifest” em formato de vídeo clipe.

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