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Clássicos: Helloween – “Walls Of Jericho” (1985)

Quando pensamos no Helloween, automaticamente, somos levados a divagar sobre o nome responsável pelo surgimento do Power Metal. Isso ocorreu em 1987 e 1988, respectivamente, com o lançamento dos seminais “Keeper Of The Seven Keys Parts I & II”. É claro que nada disto está errado, mas antes dessa virada de chave na carreira dos alemães, é preciso voltar alguns anos no tempo para conhecer suas origens.

   

O início de tudo

O embrião do que viria ser o Helloween foi primeiramente chamado de Gentry. Os dois membros fundadores do Gentry foram Kai Hansen e Piet Sielck (anos depois, os dois também foram os membros fundadores do Iron Savior). Para completar o time, ainda recrutaram o baterista Ingo Schwichtenberg, assim como o baixista Markus Grosskopf.

Reproduçaõ

Apesar de ser uma época ainda de maturação musical para todos os envolvidos, esta formação compôs muitas faixas importantes para a história vindoura não somente do Hellowen, mas de outras bandas também. “Murderer”, “Gorgar”, “Metal Invaders”, assim como “Victim Of Fate”, foram algumas das que seriam utilizadas nos próximos anos pela primeira formação do Helloween. Mas também foi nesta época que nasceram composições como “Save Us” (gravada apenas na segunda parte de “Keeper Of The Seven Keys”, em 1988), “Heading For Tomorrow” (canção que foi deixada de lado pelo Helloween, mas depois foi reaproveitada por Kai Hansen anos mais tarde no primeiro disco do Gamma Ray) e “Iron Savior” (canção que em 1997 batizou o primeiro disco do projeto de mesmo nome inicialmente formado por Kai Hansen, Piet Sielk e Thomen Stauch, na época, baterista do Blind Guardian).

Em 1981, o Gentry passou a se chamar Second Hell e, em 1982, Iron Fist, em homenagem ao Motorhead. Em 1983, sob o nome Iron Fist, gravaram uma demo tape, mas no final deste mesmo ano mudaram em definitivo o nome para Helloween quando Piet Sielck decidiu abandonar o barco. Piet deuxou a banda para estudar e se formar engenheiro de som nos Estados Unidos, contudo, ele jamais pensou que em pouquíssimo tempo o Helloween se tornaria uma das principais promessas do Heavy Metal mundial…

Finalmente, Helloween!

Para substituir Piet Sielck, recrutaram o guitarrista Michael Weikath, que tocava numa banda chamada Powerfool. Quando Weikath chegou, o entrosamento com Kai Hansen foi praticamente instantâneo e os dois, por conseqüência, começaram a trabalhar em idéias musicais juntos.

   
Reprodução

Em 1984, participaram da coletânea “Death Metal”, com as músicas “Metal Invaders” e “Oernst of Life”. Apesar do nome que hoje em dia nos remete ao Metal extremo, bandas como Hellhammer, Running Wild, assim como Dark Avenger estavam ao lado do Helloween nesta compilação.

Com a boa repercussão, em fevereiro de 1985, o quarteto alemão debutava com o EP/Mini LP auto intitulado. O registro trazia cinco composições do mais alto gabarito e chamou a atenção do público europeu. Logo, Kai Hansen e seus comparsas tinham um contrato e, no mesmo ano, mais precisamente em 18 de novembro, “Walls Of Jericho” chegava ás principais lojas do segmento para se transformar em um dos álbuns mais cult do Metal oitentista.

A resposta do público foi bastante positiva e rapidamente, o Helloween estava fazendo uma quantidade generosa de shows pela Alemanha e proximidades. Se canções como “Starlight”, “Murderer”, “Warriors”, “Cry For Freedom” e “Victim Of Fate” (todas do EP lançado em fevereiro) já tinham feito a cabeça do público headbanger, de tal forma que “Walls Of Jericho” chegou para mostrar que o quarteto ainda possuía muitos ases na manga.

Um tracklist espetacular

A abertura poderosa trouxe a popular vinheta “Walls Of Jericho”, que se tornou praticamente um mantra entre os fãs da banda e é entoada até os dias de hoje. Na sequência, é emendada com “Ride The Sky” e nada poderia causar um estrago maior. E parece que a banda sabia disso. Pode se comparar esta abertura com os inícios de álbuns mais bombásticos da época. “Walls Of Jericho/Ride The Sky” é como “Heidi, Heido, Heida/Fast As A Shark”, dos também alemães do Accept, é como ouvir “Exciter”, do Judas Priest, abrindo o álbum “Stained Class”, de 1978, praticamente, anunciando que o Speed Metal estava chegando.

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O que impacta ainda mais o andamento de “Walls Of Jericho” é o fato da temperatura se manter elevada durante toda a audição. “Reptile” é um chute na porta, “Guardians” é tão crua quanto poderia ser, “Phantoms Of Death” apresenta um verdadeiro festival de riffs de guitarra e solos mirabolantes, enquanto “Metal Invaders” te faz berrar o refrão com o punho cerrado apontado para o alto.

   

E se você pensa que é só isso, está muito enganado. Ainda há espaço para hinos do tamanho de “Gorgar” e “Heavy Metal (Is The Law)”, assim como a épica “How Many Tears”, trazida do Powerfool por Michael Weikath ainda sob o nome “Sea Of Fears” e depois trabalhada com a ajuda de Kai Hansen até se transformar na obra magistral que conhecemos.

Música & arte

Musicalmente, o Helloween demonstrou ser uma banda diferenciada. Praticamente todos os integrantes se destacavam individualmente em seus respectivos instrumentos. Além da dupla de guitarristas Kai Hansen/Michael Weikath, que também era a principal dupla de compositores, nesse sentido ainda havia espaço de sobra para as belíssimas linhas de baixo de Markus Grosskopf. O cara demonstrou ser uma máquina de fraseados e momentos fora da caixa, se destacando muito em praticamente todas as músicas. O baterista Ingo Schwichtenberg, apesar de jamais ter chamado a atenção como um primor técnico ou um cara super virtuoso, tinha um estilo de tocar muito característico e possivelmente desenvolveu sozinho os principais andamentos rítmicos do Power Metal.

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Na capa de “Walls Of Jericho”, podemos observar o mascote Fang Face atacando e destruindo as muralhas de Jericó. Este acontecimento nos remete a uma passagem bíblica, mas na versão original quem teria liderado a destruição das muralhas teria sido Josué. Dessa forma, em cerca de 1.000 A.C., o ataque teria acontecido ao som de trombetas e se você olhar a contracapa do LP original, vai ver um ser com cara de abóbora tocando tal trombeta.

Para quem achou que o Helloween seguiria uma linha parecida com a do Iron Maiden, onde o mascote Eddie aparece em todas as capas da banda, o mascote Fang Face foi oficialmente declarado morto pela banda no EP “Judas”. Em síntese, mais tarde, Fang Face foi ressuscitado por Kai Hansen e passou a estampar as capas do Gamma Ray.

Nostalgia pura

É verdade que o Helloween só se tornaria o gigante que conhecemos nos próximos anos, mas estes dois primeiros registros com Kai Hansen nos vocais são idolatrados por uma verdadeira legião de fãs. Felizmente para a banda (que cresceu muito desde então) e infelizmente para nós (os fãs de Kai), o músico resolveu abandonar o posto de vocalista depois da turnê de divulgação do álbum, alegando que sua voz não resistiria a uma sequência muito grande de shows.

   
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O vocalista dos sonhos de Kai Hansen nunca foi Michael Kiske, como muitos pensam, mas Ralph Scheepers. Ralph foi sondado e assediado para assumir o posto de vocalista do Helloween nesta época, mas se recusou. Reza a lenda que ele priorizou o Tyran’ Pace, sua banda na época. Sobretudo, com as seguidas recusas de Ralph Scheepers, os alemães decidiram dar uma chance ao novato Michael Kiske e o resto é história.

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Curiosidades

Uma curiosidade interessante é que ocorreu um erro de fabricação em uma das versões em fita cassete de “Walls Of Jericho” e, devido a isso, no lado A continha acidentalmente a música de “To Mega Therion”, do Celtic Frost. Esta versão é bastante rara de se encontrar hoje em dia, mas confundiu muitos ouvintes iniciantes na época.

Em 1988, com o início da chegada dos CDs e, principalmente, devido à sua capacidade aprimorada, o EP “Helloween” e a faixa “Judas”, foram incluídas no tracklist de “Walls of Jericho”, se tornando a versão mais conhecida até hoje.

Este é um daqueles álbuns que beiram a perfeição. Não há uma única crítica a ser feita e caso alguém consiga fazer alguma, devo deixar registrado que esta pessoa está absolutamente errada.

Nota: 10

   

Integrantes:

Kai Hansen (guitarra e vocal)
Michael Weikath (guitarra)
Markus Grosskopf (baixo)
Ingo Schwichtenberg (bateria)

Faixas:

  1. Starlight
  2. Murderer
  3.    
  4. Warrior
  5. Victim Of Fate
  6. Cry For Freedom
  7. Walls Of Jericho
  8. Ride The Sky
  9.    
  10. Reptile
  11. Guardians
  12. Phantoms Of Death
  13. Metal Invaders
  14. Gorgar
  15.    
  16. Heavy Metal (Is The Law)
  17. How Many Tears
  18. Judas

Redigido por Fabio Reis

   
   

Comentários

  1. Grande clássico, considero!!!! Ouvia muito em uma fita cassete que eu tinha, nunca cheguei a ouvir em CD ou Viny…com a internet vc vai ouvindo online mesmol!!!! Bons tempos de antigamente!!!! Valeu!!!

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