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Tudo sobre a NWOTHM: conheça a história e os álbuns mais importantes

O Heavy Metal é um estilo musical extremamente amplo e dotado de muitas facetas. Muitas vezes, para entender o que está acontecendo atualmente, é necessário um olhar atento ao passado. É assim que vamos começar a nossa aventura musical que vai culminar numa lista com os melhores discos da NWOTHM.

   

Mas você sabe o que é a NWOTHM?

Parece inacreditável, mas este termo ainda causa bastante confusão em muitas pessoas. Muitos pensam que há algum erro de digitação e na verdade estamos mencionando algo relacionado ao movimento inglês (NWOBHM).

Então, só pra ficar claro:

  • NWOBHM: Nova onda do Heavy Metal britânico
  •    
  • NWOTHM: Nova onda do Heavy Metal tradicional

Tudo ao mesmo tempo agora

Como sabemos, o Metal nasceu no início da década de 70 com a aparição do Black Sabbath, mas passou por mudanças e foi sendo moldado por outros nomes influentes como Judas Priest, Motorhead e etc. O estilo chegou ao seu auge com o movimento britânico NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal), onde toda uma nova onda de bandas foi surgindo e influenciando praticamente tudo o que veio à partir de então. Aqui estamos falando do surgimento de nomes como Iron Maiden, Saxon, Venom e tantas mais.

Reprodução

É claro que estamos dissertando sobre uma época onde tudo era novo. Os sub estilos estavam sendo criados e, basicamente, acontecia tudo ao mesmo tempo e de forma desenfreada.

As bandas clássicas de Heavy Metal mal tinham lançado suas grandes pérolas e as gravadoras, que eram as grandes patrocinadoras de novos talentos da época, já estavam interessadas no próximo nível, no próximo estilo que surgiria.

   

Com a NWOBHM ainda em ebulição, surgiu a resposta norte americana, o US Power Metal. Logo em seguida vieram as primeiras representantes do chamado Speed Metal e, na sequência, o surgimento do Thrash Metal tomou de assalto o mercado. Eram tantos gêneros, tantos álbuns, tantas bandas, que o óbvio acabou acontecendo: muitos nomes ficaram para trás.

Queda e ostracismo

Em um piscar de olhos, o Heavy Metal tradicional já não era tão atrativo para os empresários e somente os grupos que tinham conseguido estabelecer suas marcas na cena conseguiram se manter em evidência. Alguns outros foram tentando sobreviver, muitos enveredaram-se por outros tipos de sonoridade para cair nas graças das grandes corporações e, inevitavelmente, uma gigantesca lista de bandas com enorme potencial foram jogadas para debaixo do tapete.

Fotos: Instagram Chris Cornell / Raph_PH / Instagram Kurt Cobain

No final dos anos 80 e, principalmente, na década de 90, o Heavy tradicional passava por uma enorme escassez de novos talentos. Na grande mídia, reinava o Grunge. E este período negro durou quase 10 anos. Foi uma verdadeira interrupção que, salvo algumas exceções, deu espaço a gêneros como o Death Metal, Black Metal, Power Metal, Prog Metal e também a estilos menos bem vindos entre os headbangers como o Nu Metal, Alterna Metal, Metalcore e por aí vai.

O Heavy Metal parecia fadado ao esquecimento, mas os fãs da antiga escola ainda ouviam os clássicos do passado com frequência. Os mais velhos mostravam as pérolas de outrora aos mais jovens. E foi então que uma nova geração de fãs, incentivada pelos antigos desbravadores, começaram a buscar no fundo do baú velhas obras quase esquecidas. Bandas que nunca tinham realmente chegado ao mainstream começaram a se tornar cultuadas no underground. De repente, a única coisa que estava faltando era a aparição de novos nomes capazes de reacender a chama.

E esses novos nomes começaram a surgir no final dos anos 90.

   

Glória aos corajosos

Em 1997, uma banda sueca conseguiu ganhar o coração do mandatário da Nuclear Blast Records. Markus Staiger, o chefão do selo na época, resolveu contrariar praticamente toda sua equipe e apostar quase que solitariamente em um lançamento de uma banda de Heavy Metal. O álbum chegou ao mercado em um momento onde o Death Metal, o Melodic Death, o Black Metal e outros gêneros mais extremos dominavam as vendagens de discos.

A tal banda se chamava Hammerfall e o disco em questão é o excelente “Glory To The Brave”.

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Sim, foram os suecos do Hammerfall os grandes responsáveis pelo marco zero dessa retomada do Heavy Metal. E é bom que se diga, a Suécia nunca mais parou de revelar bons nomes para o estilo desde então. Sobre o Hammerfall, rapidamente, o grupo conseguiu atingir bons números e solidificar uma base de fãs significativa com seus primeiros trabalhos. Foi literalmente o amanhecer para uma nova era.

Agora que demos os louros a quem os merece, precisamos deixar claro que, apesar do grupo sueco ter sido o principal motivador para que ocorresse esta verdadeira revolução, outras influências vindas da velha escola também foram protuberantes.

No final dos anos 90 e início dos anos 2000, tivemos grandes acontecimentos vinculados a alguns gigantes que, somente por existirem e movimentarem algumas peças no grande tabuleiro do Metal, já causam enorme comoção entre os fãs. Em 1997, Ozzy voltou a cantar com o Black Sabbath, em 1999 Bruce Dickinson retornou ao Iron Maiden e, finalmente, em 2003, Rob Halford estava de volta ao Judas Priest.

   
Reprodução

Tudo isso, obviamente, mexeu de vez com o mercado da música.

Into The Night

De 1997 até 2004, além do Hammerfall, vimos o surgimento de alguns nomes como o Metal Inquisitor (Alemanha), RAM (Suécia), Crystal Viper (Polônia) e Helvetets Port (também da Suécia), mas não havia ainda uma cena ou um movimento organizado e voltado para o Heavy tradicional.

Isto aconteceu somente quando um músico sueco chamado Olof Wikstrand, resolveu abandonar as bandas de Thrash e Death Metal ao qual fazia parte para gravar algumas músicas de Heavy old school. Com isso, em 2005 nascia o Enforcer. E com ele, a ideia de unir músicos locais e de outras regiões do globo, para montar uma verdadeira network onde as bandas poderiam trocar informações, compartilhar suas músicas e, principalmente, sair para tocar juntas.

Reprodução/Facebook

Quando Olof começou a fazer contato com músicos que tocavam sonoridades parecidas e estavam à frente de novas bandas como Portrait, In Sollitude e Helvetet’s Port, algo diferente começou a acontecer. Logo, esses contatos começaram a se intensificar e foram estendidos a grupos da cena canadense como Cauldron e Goat Horn. Pouquíssimo tempo depois, bandas de diversos outros países já faziam parte dessa lista de nomes. Os grupos começaram a lançar seus primeiros álbuns e o termo NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal) passou a ser uma realidade.

Podemos cravar que depois de 2010, em praticamente todos os lugares do mundo havia pelo menos um ou dois nomes surgindo, despontando em sua região e ostentando a bandeira do Heavy Metal.

   

Objetivos

Obviamente, o termo NWOTHM começou a ser espalhado e, basicamente, qualquer banda que surgisse desde então tocando Heavy Metal teria seu nome vinculado. Mas é um fato que nem todas elas realmente participaram ou participam ativamente deste processo.

Além de tocar o Heavy tradicional da maneira mais pura e old school possível, existe uma ambição maior, um propósito mais desafiador que permeia o movimento. O conceito principal é continuar o desenvolvimento do gênero desde sua interrupção abrupta e supressão por conta do surgimento de novas vertentes que aconteceu no final dos anos 80 e início dos 90.

Reprodução/Instagram

Para os jovens músicos, o Heavy Metal tinha um caminho muito maior do que aquele percorrido até meados dos 80’s. E com esta nova geração de bandas o estilo vai poder finalmente mostrar a todos o seu real potencial. Obviamente, sem as intervenções da indústria da música e suas megacorporações ditando o que deve e o que não deve ser gravado ou consumido.

O desafio é grande e, logo que o termo NWOTHM surgiu, muitos descrentes apostaram suas fichas que seria uma moda passageira e em poucos anos essas bandas já teriam desistido. Muitos acreditavam piamente que o gênero já estava superado e, alguns, até mesmo diziam ser algo antiquado. Mas o fato é que em pleno ano de 2024, mais e mais nomes tem surgido a cada ano. Algumas das bandas que apareceram no começo da NWOTHM, hoje estão completamente estruturadas e construindo uma discografia muito consistente. Outras mais tem surgido com muita força e tem obtido destaque da melhor forma possível: lançando grandes obras!

Aventure-se!

Aqui no Mundo Metal, você que é um leitor mais antigo já sabe, não gostamos de trazer um assunto como este à tona sem deixar muito bem exemplificado tudo o que foi abordado.

   

Então chegou a hora de desbravar um verdadeiro mundo novo de obras realmente relevantes dentro do Heavy Metal tradicional. Todos os trabalhos que você vai conhecer à partir de agora são de bandas novas ou relativamente novas. Caso você não conheça algumas ou a maioria das bandas e discos em questão, tenha em mente que esta coleção de pérolas tem o potencial de mudar a sua perspectiva sobre o assunto.

Boas audições!

Reprodução

Os melhores discos da NWOTHM (escolhidos pela equipe do Mundo Metal)

Air Raid – “Night Of The Axe” (2012)

Disco de estreia dos suecos. Um dos melhores de Heavy tradicional gravados por esta talentosa nova geração. Aqui os destaques ficam por conta dos vocais poderosos e diferenciados de Michalis Rinakakis e dos riffs afiados criados pela dupla Andy Stormchild e Johnny Nightshredder. A banda segue em atividade até hoje e, após algumas mudanças no line-up, parece ter se estabilizado. O último trabalho se chama “Fatal Encounter” e foi apresentado em 2023.

Ambush – “Desecrator” (2015)

Uma das maiores promessas do estilo, os suecos do Ambush tomaram de assalto a cena Metal com três discos absolutamente incríveis. Pense em uma mescla entre Judas Priest e Accept e você terá uma ideia do que vai encontrar nos trabalhos do Ambush. “Desecrator” é segundo lançamento dos caras e o nosso favorito, mas todos os outros merecem ser ouvidos com muita atenção. Um novo álbum está em vias de ser lançado, então fique de olho.

Blazon Stone – “No Sign Of Glory” (2015)

O Blazon Stone é mais uma das bandas formada pelo multi-instrumentista Cederick “Ced” Forsberg. O cara é uma verdadeira máquina de fazer música e também está à frente de outras bandas como Bronze, Rocka Rollas e Cloven Altar, além de cravar participações de destaque em mais um monte de bandas. No caso do Blazon Stone, a proposta é homenagear e dar continuidade a musicalidade apresentada pelo Running Wild, principalmente, no final da década de 80 e início dos anos 90. Se você curte clássicos como “Port Royal”, “Under Jolly Roger”, “Death Or Glory”, “Blazon Stone”, “Black Hand Inn” e etc, pode dar play sem medo!

Booze Control – “Forgotten Lands” (2019)

Infelizmente, o Booze Control encerrou suas atividades logo depois de ter lançado seu melhor álbum de estúdio, que é justamente “Forgotten Lands”. Os músicos parecem ter tido algum tipo de problema relacionado a empresários e contratos abusivos. Os integrantes simplesmente deixaram de lado o nome Booze Control e formaram uma nova banda chamada Writhen Hilt, exatamente com a mesma formação. Á propósito, o novo grupo também é excelente, apesar de focar em um Epic Metal ao invés de manter a linha mais tradicional do Booze Control.

   

Cauldron – “In Ruin” (2016)

Os canadenses do Cauldron foram uma das bandas de maior destaque na época em que o termo NWOTHM estava se expandindo. Muitos acreditavam que o grupo seria muito maior do que realmente é nos dias de hoje, mas de qualquer forma, conseguiram lançar grandes trabalhos. “In Ruin” é o penúltimo lançamento do power trio, que vive um período de hiato e não lança nenhum disco de inéditas desde 2018.

Crystal Viper – “The Curse Of Crystal Viper” (2007)

Uma das primeiras bandas de Heavy Metal da nova geração, o Crystal Viper foi fundado em 2003 e conta com o talento da vocalista/guitarrista/baixista Marta Gabriel. “The Curse Of Crystal Viper” foi o primeiro full-lenght do grupo e, desde então, os poloneses vêm se destacando cada vez mais. Com uma discografia que chega em 2024 ao seu nono trabalho, é uma das mais concisa e sem deslizes dentre as da nova safra.

Enforcer – “From Beyond” (2015)

Talvez o maior nome dentre os grupos da NWOTHM, o Enforcer tem contrato com a Nuclear Blast e, apesar de ter decepcionado um pouco os fãs mais antigos em seus últimos dois álbuns, em 2015, no lançamento de “From Beyond”, os caras estavam afiadíssimos. Provavelmente, este é um dos melhores discos de Heavy Metal desta nova onda. O grupo ainda é liderado por Olof Wikstrand, o cara que ajudou a criar as bases de toda essa onda de revival no Heavy tradicional.

Espionage – “Digital Dystopia” (2018)

Banda australiana que apresentou este disco de estreia em 2018 e surpreendeu à todos com uma produção excelente, músicas pegajosas e uma improvável maturidade criativa. “Dygital Distopia” ainda é o único álbum completo lançado pelo Espionage e merece muita atenção. Aqui temos músicas muito marcantes e uma qualidade técnica acima da média, principalmente, se pensarmos que trata-se de uma estreia.

Eternal Champion – “Ravening Iron” (2020)

Muitos fãs mais antenados aos lançamentos do Heavy Metal tradicional teceram elogios até mesmo um pouco exagerados quando o debut do Eternal Champion foi lançado. Mas a grande verdade é que os norte americanos conseguiram corrigir todos os pontos críticos em “Ravening Iron”, o segundo full da discografia. Se você é fã daquele Epic Heavy Metal bem tocado e com diversas referências as bandas clássicas do gênero, este é um disco que vai te agradar muito.

   

Evil Invaders – “Shattering Reflection” (2022)

Banda belga formada em 2007 focada na proposta de apresentar um Speed Metal visceral e cortante. Com a chegada de seu terceiro trabalho, “Shattering Reflection”, incorporaram o Heavy Metal tradicional definitivamente em sua musicalidade e abriram seus horizontes. Um dos melhores discos lançados em 2022 e, até mesmo, se pensarmos nos últimos anos.

Gloryful – “The Warrior’s Code” (2013)

Uma das melhores bandas desta nova safra e, curiosamente, pouco falada. Os alemães do Gloryful já possuem quatro discos de estúdio lançados e todos eles merecem audições cuidadosas. Nosso escolhido foi “The Warrior’s Code”, o primeiro deles. A banda é afiadíssima na parte instrumental e o vocalista Johnny La Bomba (sim, é este o sobrenome do cara!) canta uma barbaridade. Se você gosta do Heavy tradicional flertando com o Power, mas não perdendo sua essência, eis aqui uma banda que você precisa ouvir.

Holy Grail – “Crisis In Utopia” (2010)

Infelizmente, o Holy Grail encerrou as atividades em 2022, mas deixaram um legado de três ótimos discos, sendo que este “Crisis In Utopia” acaba se destacando. A faixa “My Last Attack” é um dos grandes hinos da NWOTHM e sozinha já consegue cativar o mais exigente dos ouvintes. Mas é bom que se diga que o álbum ainda apresenta muitas outras faixas com enorme poderio de fogo. Os músicos remanescente do Holy Grail atualmente estão fazendo parte de outras bandas, o vocalista James-Paul Luna está atualmente no Intranced, o guitarrista Eli Santana faz parte do Ignite, o guitarrista Alex Lee está no DevilDriver, portanto, todos ainda trabalhando com música. Quem sabe num futuro não muito distante resolvam retomar de onde pararam. Tomara!

Iron Spell – “Electric Conjuring” (2016)

Formada em Santiago do Chile, o Iron Spell lançou “Electric Conjuring” em 2016 e deixou muitos headbangers de queixos caídos. Apesar deste ser ainda o único álbum de estúdio do quinteto, o grupo é muito ativo em suas redes sociais e está sempre apresentando novos singles. No momento que estou escrevendo este artigo, o Iron Spell está prestes a lançar seu próximo disco e se ele trazer os mesmos dotes de “Electric Conjuring”, teremos a constatação de mais um nome fortíssimo surgindo na cena sulamericana. Um dos grandes atrativos do Iron Spell são as artes de capa criadas para cada single e apresentando a mascote acima em diversas situações pitorescas. Vale cada segundo da audição.

Leather Heart – “Comeback” (2015)

Esta é uma das grandes pérolas da NWOTHM. Após o lançamento do EP auto intitulado, o Leather Heart apresentou seu debut, “Comeback”, que é um dos discos mais emblemáticos desta safra. Uma pena que os espanhóis tenham optado por colocar a banda em estado de pausa durante tempo indeterminado e, por enquanto, este é o único disco deles. Torcemos que retornem o mais breve possível, já que a banda não encerrou atividades oficialmente.

   

Lucifer’s Hammer – “The Trip” (2021)

Mais uma banda chilena despontando com muita força. Ao contrário do Iron Spell, o Lucifer’s Hammer já possui em sua discografia 4 ótimos trabalhos e deixou de ser apenas uma promessa para se tornar realidade. Os discos do quarteto parecem realmente que foram gravados nos anos 80, tanto pela veia old school como pela produção analógica muito boa. Incrível como os chilenos emularam todas as timbragens e acertos técnicos das bandas oitentistas, mas souberam usar este diferencial para criar uma identidade musical própria. “The Trip” é uma obra praticamente perfeita e merece ser ouvida do início ao fim, mas é muito importante lembrar que todos os outros trabalhos do Lucifer’s Hammer merecem atenção. Inclusive o mais recente de 2024, “Be and Exist”.

Metal Inquisitor – “Ultima Ratio Regis” (2014)

Uma das primeiras bandas da nova safra a aparecer tocando Heavy tradicional. Antes mesmo da NWOTHM ser idealizada, os alemães do Metal Inquisitor já estavam por aí gravando ótimos discos. Escolhemos “Ultima Ratio Regis” por trazer tudo o que o grupo já fazia há algum tempo com maestria, mas com uma produção muito melhor que as anteriores e faixas realmente marcantes. Infelizmente, o Metal Inquisitor anunciou o encerramento de suas atividades em 2021. Contudo, o legado do grupo será sempre lembrado entre os apreciadores do gênero.

Night Demon – “Curse Of The Damned” (2015)

Banda norte americana formada em 2011 e que foca sua musicalidade naquele Heavy mais visceral que o Iron Maiden eternizou na época de seus dois primeiros trabalhos. Obviamente, o power trio comandado por Jarvis Leatherby conseguiu extrair seu próprio DNA deste tipo de música e seus discos soam como verdadeiras pérolas da NWOTHM. “Curse Of The Damned” é daqueles trabalhos que se tivessem sido lançados nos tempos áureos do estilo, hoje seria ovacionado e tratado como clássico absoluto.

Portrait – “Crossroads” (2014)

O Portrait é um dos nomes que mais evoluíram musicalmente desde seus primeiros registros. No começo os suecos eram vistos apenas como uma espécie de filhote desgarrado do Mercyful Fate, mas os músicos conseguiram ir absorvendo novas influências e, atualmente, são uma das mais criativas da nova geração. “Crossroads” ainda é um disco que soa um pouco como uma continuação do trabalho do Mercyful Fate, mas é considerado a virada de chave da banda. A partir dele só melhoraram e se você quiser conhecer mais a fundo, comece por este.

RAM – “Forced Entry” (2005)

O RAM é uma banda que possui uma coleção de ótimos álbuns em sua discografia. Poderíamos ter escolhido alguns outros discos para figurar nesta lista. “Lightbringer” é um excelente álbum, assim como “Death” e “Svbversvm”, mas escolhemos trazer “Forced Entry” pela visceralidade e energia. Se você gosta das faixas mais rápidas e agressivas do Judas Priest, impossível não se apaixonar pela música do RAM. Banda sueca formada em 1999 e, até o momento, com uma discografia absolutamente sem erros. Um dos maiores expoentes da NWOTHM.

   

Roadwolf – “Midnight Lightning” (2023)

Álbum e banda indicados para todos aqueles que amam a musicalidade estabelecida pelo Judas Priest nos anos 70 e 80. Obviamente, os austríacos do Roadwolf se destacam por muito mais do que isso. O timbre de voz do vocalista Aigy lembra bastante o de Thomas Rettke (Heavens Gate) e a audição de “Midnight Lightning”, assim como do antecessor “Unchain The Wolf”, representam nada menos que o filé da NWOTHM da atualidade.

Screamer – “Hell Machine” (2017)

O Heavy Metal ao longo dos anos apresentou diversas obras interessantíssimas, mas que possuíam capas toscas. A NWOTHM não poderia fugir destas características e o Screamer nos trouxe “Hell Machine”, terceiro disco da carreira dos suecos e dono dessa capa pitoresca. Mas como o que nos interessa é a música, o álbum é absolutamente empolgante e traz muitas músicas excelentes em seu tracklist.

Skull Fist – “Chasing The Dream” (2014)

O Skull Fist foi outra banda que despontou muito bem na cena. Qualquer um que visse o começo explosivo dos canadenses apostaria suas fichas que a banda se tornaria grande em pouquíssimo tempo. Apesar de dois ótimos registros, “Head Of The Pack” e o soberbo “Chasing The Dream”, o vocalista/guitarrista Zach Slaughter resolveu se distanciar da NWOTHM e de sua própria banda. O resultado foi uma tentativa de carreira solo insossa que não rendeu os frutos que o músico esperava. Logo, ele retornou ao Skull Fist, mas precisou de algum tempo até acertar a mão novamente. O último trabalho, “Paid In Full”, foi bastante elogiado, mas “Chasing The Dream” segue sendo insuperável.

Stallion – “Slaves Of Time” (2020)

Nome alemão que vem subindo de produção à cada lançamento. Apesar de terem concebido outros álbuns muito bons, em “Slaves Of Time”, até então último trabalho lançado pelo quinteto em 2020, atingiram o seu ápice criativo. O full não deixa pedra sobre pedra e é constituído por um tracklist matador da primeira à última composição. Estamos ansiosos pelo próximo lançamento e a expectativa é que o Stallion suba mais alguns degraus rumo ao topo da cadeia alimentar da NWOTHM.

Steelwing – “Zone Of Alienation” (2012)

Outro nome extremamente promissor, mas que infelizmente encerrou atividades. Mas antes disso, deixaram três belíssimos registros para a posteridade. “Zone Of Alienation” é o segundo full dos suecos e nele estão algumas das músicas mais classudas desta safra. A sonoridade do quinteto mesclava as harmonias e solos de bandas como Iron Maiden, com uma maneira bastante peculiar e própria de construção musical. No último álbum, “Reset, Reboot, Redeem”, tentaram adicionar ainda vocais mais agressivos que deram uma nova ótica para o som praticado pela banda, mas não foi o suficiente para manter os integrantes focados na carreira do Steelwing. Uma pena.

   

Visigoth – “The Ravenant King” (2015)

O Visigoth é uma das bandas mais originais da NWOTHM. Com uma mescla muito convincente entre o Heavy tradicional e elementos de Epic Doom, os norte americanos se diferenciam também pelo timbre único do vocalista Jake Rogers. “The Ravenant King” traz músicas extremamente marcantes e com alto potencial para se transformarem em hinos em um futuro não muito distante. A banda trabalha atualmente em novo material e, desde já, estamos ansiosos para saber qual será o direcionamento.

Volture – “On The Edge” (2013)

Assim como os espanhóis do Leather Heart, o Volture foi uma dessas bandas que surgiram com um grande debut e depois simplesmente sumiram do mapa. “On The Edge” é um trabalho empolgante, tecnicamente muito bom, criativo e repleto de ótimas músicas, mas os norte americanos do Volture não lançaram mais nada desde então e seu paradeiro é desconhecido. Fica a esperança que retornem em breve e, dessa forma, apresentem mais um grande trabalho.

Vulture – “Dealin’ Death” (2021)

O Speed Metal sempre esteve atrelado ao Heavy mais old school e, assim como os belgas do Evil Invaders são comumente vinculados a este movimento, os alemães do Vulture também são. “Dealin’ Death” é o terceiro álbum do quinteto e, até o momento, consideramos o melhor dos caras. Impossível ouvir composições como “The Court Of Caligula” ou “Below The Mausoleum” e não se empolgar. Banda em ascensão.

White Wizard – “Flying Tigers” (2011)

Banda formada em 2007, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Até o momento, possuem uma discografia irretocável com quatro discos excelentes. “Flying Tigers” é o segundo deles e traz faixas absolutamente energéticas. Destaque para o trabalho de guitarras de Jon Leon, assim como para os vocais cativantes de Wyatt “Screaming Demon” Anderson.

Como o Brasil está inserido neste contexto?

Nosso país sempre foi muito pró ativo em termos de bandas de Heavy Metal tradicional, mas é um fato que nenhuma delas conseguiu obter muito destaque até hoje, principalmente, se pensarmos em destaque no âmbito internacional.

   

Muitos problemas nas engrenagens da atual estrutura da cena brasileira acabam atrapalhando as bandas. Estes problemas atrapalham na aparição e na divulgação, mas a grande verdade é que não chega a influenciar na vontade de jovens músicos em criar bandas de Heavy Metal.

Se pensarmos na quantidade avassaladora de nomes que países como Suécia, Canadá e Alemanha revelam neste gênero, podemos dizer que o Brasil ainda está engatinhando. Mas aqui sabemos que tudo é muito mais difícil.

Vamos aproveitar a ocasião para mencionar alguns nomes da atual cena brasileira e seus respectivos álbuns que podem ser colocados em pé de igualdade com os acima destacados. Todas estas bandas deveriam estar vinculadas com a NWOTHM. Se não estão, fica a dica.

Axecuter – “Metal Is Invincible” (2013)

Banda formada em 2010 em Curitiba, Paraná. “Metal Is Invincible” é o primeiro disco de inéditas do Axecuter e apresenta uma mescla perfeita entre o Heavy e o Speed Metal. Se a sua praia é Metal old school, não perca mais um segundo e surpreenda-se com o poder de faixas como “Too Heavy To Load”, “Bangers Prevail’ e a perfeita “No God, No Devil (Worship Metal!)”. Daniel Danmented e seus comparsas não estão para brincadeiras, portanto, prepare o pescoço antes de apertar o play. Fica o aviso.

Hell Gun – “Kings Of Beyond” (2020)

Mais uma banda paranaense, mas desta vez, de São José dos Pinhais. O Hell Gun é a típica banda que empolga todos aqueles que cresceram ouvindo nomes como Exciter, Grave Digger (old), Iron Angel, Liege Lord e outras da mesma estirpe. “Kings Of Beyond” é o combo perfeito de Metal oitentista e temática ligada a contos e filmes de terror. Não tem como dar errado!

   

Hellway Train – “Borderline” (2024)

Banda mineira representando a prolífera cena de Belo Horizonte. O Hellway Train foi formado em 2010, encerrou atividades em 2015 e retornou em 2020. Desde a retomada, o grupo tem se mantido bastante ativo, principalmente, com o lançamento de alguns singles, entre eles o EP “Lockdown Reborn” e um split com o Hell Gun. Em 2024, finalmente, pudemos ouvir o disco de estreia “Borderline”, que traz uma verdadeira viagem tortuosa pela mente humana e seus problemas psíquicos. O disco aborda desde a loucura pura e simples até questionamentos aprofundados sobre os limites da sanidade. Embarque com o Hellway Train nesta viagem sem volta.

Living Metal – “Do You Believe in Steel?” (2021)

Banda paulistana de Heavy Metal tradicional, o Living Metal aposta na experiência de seus integrantes e em uma sólida proposta musical. Após a excelente repercussão do EP auto intitulado, o grupo lançou “Do You Believe in Steel?”. O debut é repleto de faixas ao estilo hino e aborda temas relacionados ao próprio Heavy Metal. Qualquer fã que realmente vive o estilo de vida vai pegar as referências. Diversão garantida.

Nightwolf – “Cult Of The Wolf” (2023)

Este talvez tenha sido o disco que mais nos impressionou nos últimos anos. O EP “Unleash The Beast” já tinha deixado muito claro que o Nightwolf seria uma banda para ficarmos de olho, mas acredito que nenhum de nós estava preparado para “Cult Of The Wolf”. Esse álbum tem tudo para se tornar um clássico da NWOTHM. Diretamente do Distrito Federal, o grupo passou recentemente por uma troca importante de integrante. O vocalista Milton Monteiro substituiu o excepcional Jack Znake, mas se você acha que por isso a qualidade pode abaixar nos próximos trabalhos, dá só uma olhada no que o Milton fez no mais recente EP da banda, interpretando duas das melhores músicas de Jack de forma matadora.

RF Force – “RF Force” (2022)

Mais uma banda que já deveria estar explorando o selo NWOTHM. Formada por músicos bastante tarimbados da cena paulistana, entre eles, o guitarrista Rodrigo Flausino e o vocalista Marcelo Saracino (Heaven & Hell – Dio Tribute), o RF Force aposta em composições bem consistentes e videoclipes muito bem feitos. Faixas como “Fallen Angel”, “Old School Metal” e “Flying Dogs”, entre outras, já nasceram com aura de clássicos. Resta saber se a banda dará continuidade ao trabalho, esperamos que sim.

Soulthern – “Riding To The End” (2020)

Diretamente de Santa Catarina, o Soulthern executa exatamente o tipo de som que a NWOTHM vem explorando com tanto êxito. Se você gosta do bom e velho Heavy com pitadas generosas de Speed Metal, “Riding To The End”, disco de estreia do power trio, vai te atingir feito uma bomba. Duvidamos que quando acabar a audição você não estará cantando: “Rock the night until I die, Rock the night until I die”. Indicado para fãs de Enforcer, Skull Fist e Ambush.

   

Acompanhe o canal NWOTHM Full Albuns para ficar antenado sobre os principais lançamentos de bandas de todas as partes do globo.

Abaixo, uma playlist com algumas das músicas que mais gostamos desta nova onda:

   

Comentários

  1. Que matéria da hora, uma curadoria muito boa, já to ouvindo os que não conheço
    Eu acho esse movimento fantástico, tem discos que se tivessem sido lançados nos anos 80 seriam clássicos absolutos

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