PUBLICIDADE

[ Anuncie Aqui ]

Resenha: Eleine – “We Shall Remain” (2023)

O Eleine, banda sueca de Symphonic Metal, lançou seu quarto disco chamado “We Shall Remain”.



O Metal Sinfônico recuperou o fôlego nos últimos anos e soube se atualizar ao inserir mais ferragens à sua estrutura sonora. Os veteranos Therion, Sirenia e Epica mostraram que estavam com energia renovada. Assim, outras bandas de mesmo renome e calibre notaram o poderio do presente e buscaram se igualar nesse quesito. Em contrapartida, muitas novidades foram surgindo e conquistando o seu espaço, como é o caso da banda Eleine. A Suécia está envolvida mais uma vez, para variar.

O Eleine é natural de Landskrona, Skåne (para quem gosta de dialetos locais), e possui em seu baú de influências quase tudo o que é conhecido pelos fãs de Metal. Porém, a banda não se apega a meros clichês do estilo, buscando se localizar com o devido merecimento na cena sinfônica. Madeleine “Eleine” Liljestam (RM Duo) lidera seu exército de músicos em busca de relevância e reconhecimento. Certamente, não falta reconhecimento a uma banda que surgiu em meados de 2014. Entretanto, a plenitude está longe, muito por se tratar de uma banda recente e por estar com seu quarto álbum de estúdio na praça. Antes do lançamento de “We Shall Remain”, eu mal sabia da existência da banda sueca, mas as indicações de amigos, dos componentes do Mundo Metal e também os garimpos diários ajudam bastante nessa questão.

Histórico breve das raízes do Eleine

O Eleine possui quatro full lengths e dois EPs. Os álbuns são os seguintes: o debut autointitulado de 2015, “Until the End” (2018), “Dancing in Hell” (2020), além do mais novo lançamento, “We Shall Remain”, lançado no dia 14 de julho via Atomic Fire Records. Além disso, a banda lançou os EPs chamados “All Shall Burn”, de 2019, e “Acoustic in Hell”, de 2022. A discografia ainda conta com vários singles, porém sem nenhuma demo.



Ingrid Madeleine Liljestam é o nome completo da vocalista e modelo profissional. Ela também figura no RM Duo juntamente com o guitarrista e vocalista Rikard Ekberg, que também faz parte do Eleine. Completam o time, o baterista Jesper Sunnhagen (Chine, Lord of Light, ex-Poseidon, ex-Chaeostribe, Into Dust, ex-Fifty Grand Suicide), na banda desde 2018, além do baixista Filip Stålberg e o guitarrista Victor Jonasson (Snow I.U.), ambos integrantes novos em seu primeiro ano na banda. Porém, esse último não aparece na ficha “criminal” do novo álbum.

Eleine – “Never Forget” single / Facebook

Informações “symphotécnicas” da nova obra do Eleine

“We Shall Rise” foi mixado, masterizado e cogravado por Thomas “Plec” Johansson no The Panic Room. A banda também promoveu quatro videoclipes para seus principais singles, mostrando que não estão para brincadeira e que desejam de fato uma fatia maior do mercado. Sim, as bandas são empresas (autônomas ou documentadas), cada qual com seu tamanho e alcance, e também suas próprias visões e anseios.

A dupla principal, Madeleine e Rikard, foram os responsáveis pela produção do disco, enquanto Néstor Ávalos assinou a arte de trabalho para o forjamento da nova obra. “We Shall Rise”, além de abrir a contagem para uma segunda e futura trinca de álbuns, prometeu ser um dos grandes atrativos do metal sinfônico moderno em 2023. Portanto, pegue esse charuto e me dê esse chapéu, e vamos às audições poéticas.

A ala musical inicial do Eleine

A musicalidade do Eleine envolve os artifícios do Symphonic, passando brevemente pelos mares do Gothic, culminando na estrada das melodias mortíferas provenientes do Arch Enemy. Entretanto, Madeleine não aceita apenas rótulos comuns, mas também deposita sua assinatura, juntamente de seus asseclas. Assim sendo, a sonoridade não cai em desuso e se ergue diante de uma identidade própria muito importante. O Metal Sinfônico passou e ainda passa por essa onda de mesmice quanto à sua estrutura. E eu falo no sentido negativo da coisa. Porém, existem bandas que elevam o patamar desse subgênero e o colocam em evidência de maneira correta, sem estrelismos ou situações plásticas que os permitam fazer sucesso sem muito esforço e com música barata.



Outras bandas também estão buscando o seu espaço com atitude parecida e isso é que é bom para a música pesada em si. Bandas com personalidade, das quais você admira pelo que fazem e não pelo que falam ou pelo que mostram em fotografia. Dito isso, vamos mergulhar nos mares sombrios desses suecos competentes.

Eleine / Divulgação

Análise sequencial da sonoridade do Eleine

O novo full length abre as cortinas do palco musical para “Never Forget”, então música de número 1 no tracklist dos suecos. Em resumo para uma situação bem específica e contínua durante a leitura, os subtítulos seguintes fazem parte dos textos anteriores aos mesmos. Só para exemplificar, o próximo subtítulo faz parte do texto sobre a faixa de abertura de “We Shall Remain”.

Você percebe a timbragem bem característica de certa banda coirmã. Agora imagine a Alissa White Gluz utilizando seus vocais limpos. Essa é a premissa inicial em “Never Forget”. A ala sinfônica permeia os meandros dos refrãos. Durante a trajetória, temos vocais limpos masculinos e guturais, cada qual com sua emoção a passar e espalhar música afora. Outro fator preponderante está ligado aos arranjos orquestrais e o chamado pano de fundo da canção, que mistura a temática sonora sem haver qualquer tipo de confusão. E, portanto, tudo isso está ligado aos solos muito bem elaborados e aos riffs e diferenciais da faixa. É uma faixa com uma intro bastante voltada para o Arch Enemy atual, que passeia por suas próprias construções ao longo do percurso e entrega um exercício de sinfonia muito consistente. Há vida no Symphonic Metal, enfim.

A poesia retrata dois campos sobre as situações descritas. É perceptível a relação do estudo mental em que a figura ilustrativa questiona seus problemas relacionados à sensação de vazio, perdido na escuridão. Enquanto isso, há um relato de força de vontade sobre se reerguer mesmo com as cicatrizes assinadas por outra pessoa, exemplificando como serem iguais, em resumo.



“Veja enquanto eu subo
Recuperar minha vida
Sob o céu mais escuro

As cicatrizes permanecerão
Assinado pelo seu nome
Nunca se esqueça
Nós somos iguais”

Força no timbre, nos riffs e variações da faixa inicial do Eleine

“Stand by the Flame” flerta com “Deutschland” (álbum autointitulado lançado em 2019) dos alemães do Rammstein, mas apenas pelo efeito inicial. Logo nos segundos seguintes, o andamento se modifica e entra em um rito cadenciado, culminando em compassos com intervalos específicos. Isso resulta em um poder de fogo respeitável com a chegada do refrão. As pontes oferecem espaço para os vocais de Madeleine brilharem. Há espaço também para solos tão bons, que podemos até criticar bandas de Metal Tradicional por conta da economia e da mesmice nesse quesito. A parte final é uma quebra de paradigma sem tamanho!



Os versos mergulham em um clima de vingança e justiça por conta de mentiras que terminarão com o fim das dores causadas pelas mesmas. Entretanto, o calor provocado por uma raiva ardente se espalha como chamas. Há uma luta que pode ser encarada como metafórica ou real por parecer um conflito entre casal. Porém, a interpretação é universal e você pode encontrar diversos caminhos para essas estrofes.

“Cuspo sangue e falo meus medos
Eu sinto seu orgulho desmoronando por dentro
Essa luta termina
Essa noite”

Força nos solos e no refrão

“We Are Legion” destaca a legião de bandas e fãs de Symphonic Metal graças ao seu desempenho inicial. O encaixe dos arranjos com a estrutura tradicional envolvendo guitarra, baixo e bateria, funciona de forma esplêndida. E sem deixar cair na tentação do acômodo, principalmente. Embora possua um compasso mais comum, o funcionamento vai de acordo com a trama, colocando mais vocais cavernosos nos trechos de maior peso. O clima entre a bela e a fera é bem construído e você pode colocar uma lista de bandas consagradas como possíveis influências. O contrabaixo é o dono da razão e as outras partes o acompanham sabiamente. Mas, se engana ao pensar que a música vaga pelos mesmos caminhos e com velocidade controlada. As mudanças são eminentes e assertivas, dando ao Eleine a possibilidade de ser mais um queridinho do estilo, querendo figurar entre os principais nomes. Em suma, potencial estamos vendo de sobra por aqui.



Os preparativos são realizados com bastante destreza e confiança para vencer. Pinte o seu rosto e se prepare para adentrar no inferno. Erga o punho bem alto para o céu, pois não se deve temer o inimigo. Afinal, o inferno já foi conquistado antes e temos força em nossa unidade. Em suma, somos uma legião. De pessoas em busca de justiça, de headbangers querendo uma música boa e um show decente, enfim.

Força na cadência, peso e variação rítmica com troca de vocais

Em “Promise of Apocalypse”, vemos a banda encontrando a fonte de poder em outro consagrado compatriota sueco, além de juntar elementos de um dos grandes nomes do Black Metal mundial. Acertou ao mencionar Therion e Dimmu Borgir. O Therion aparece nas guitarras e bateria, enquanto as hordas de “Ivete Shagrath”, apelido criado por mim e popularizado pelo meu nobre compatriota e parceiro de Mundo Metal, o mestre Gigio Vieira, comandam as orquestrações e climatizações. Além disso, as guitarras e baixo apresentam pitadas de tempero do Metal Negro norueguês, sem jamais deixar de lado seus reais e principais propósitos.

A pessoa busca por motivos dos quais responderiam o real porquê desta estar tão quebrada. Os olhos já não encontram detalhes por conta da cegueira da mente. Tudo vai contra, porém a vontade de seguir em frente permanece e a caça aos sinais que traduzem essa situação continuam.

“Eu perdi a noção da vida
Parece que os anos simplesmente passam por mim
Por que, por que estou quebrado?
Deve encontrar novas maneiras de permanecer vivo”



Força nos riffs, pedais duplos e orquestrações

Eleine / Facebook

“Blood in Their Eyes” é a representação do Symphonic com o Melodic Death Metal, sendo primeiramente retirado do Arch Enemy, para depois virar os olhos para outros medalhões do subgênero como o Carcass e o Dark Tranquillity, só para ilustrar. A chamada inicial é muito ligada à abertura de “My Apocalypse”, música do Arch Enemy (“Doomsday Machine”, de 2005). Até mesmo o avanço de todos os instrumentos para a frente da linha auditiva é parecida. Porém, os caminhos seguintes são inversos, usando mais da vibração dos arranjos orquestrais em teclados com o refrão interpretado por Madeleine. Aquele ar tradicional de esperança emerge das profundezas e alimenta esse momento. Entretanto, o segmento final da canção retorna ao seu princípio e mantém os riffs mais pesados em funcionamento para que os vocais guturais fechem o tratado musical.

O sangue nos olhos é a motivação primordial de um cainita, principalmente se o anoitecer pairar no céu. Já que “Nenhum túmulo pode segurar meu corpo”, a vantagem deve ser aproveitada com exatidão. Na escuridão da vida, nós encontramos a vontade de lutar e todos nós nos levantaremos esta noite. Essa é a mensagem de sobreaviso de quem está prestes a dilacerar gargantas nesse jogo de verdade e mentira.

Força na quase releitura de um dos clássicos do Arch Enemy e elegância na emenda mais melódica e característica do Metal Sinfônico

“Vemod” é a faixa instrumental de “We Shall Remain”. Suas linhas se baseiam em melodias curtas, quase oferecendo o seu posto para o Within Temptation fazer uma participação especial, só para ilustrar.



Força apenas para abrir caminho para o contraste a seguir

A malevolência sonora surge com o contraponto chamado “Through the Mist”. Então, é necessário ter aquele kit essencial para um belo mosh. Falo de camiseta velha, tênis gasto e com solado antiderrapante para não fraturar a caixa oca por cima do pescoço curvado como um cisne embriagado, e vontade de estar ali confraternizando com a galera. As marretadas de bateria chamam para o massacre. Os riffs acompanham e viram um caldeirão de notas para o ouvinte brincar de guerreiro do anoitecer. Vocais limpos nas linhas góticas, vocais guturais, vocais limpos e angelicais… Enquanto as linhas de bateria oferecem mais peso e chama o grupo das cordas para bailar junto. Há contraponto nisso? O refrão chega e responde vossa pergunta. Assim sendo, os arranjos simulando piano e violinos, preenchem os espaços de forma inteligente, favorecendo o crescimento da “múzga” como um todo. Mas, sem pensar nos compatriotas suecos dessa vez. Talvez o Epica atual seja algo mais ligado a essa sétima questão.

Tais versos caberiam como uma continuação dos cânticos anteriores, pois a batalha segue em larga escala. Todavia, a trama é voltada para uma parceria, seja entre um casal que persiste até o fim sempre unido, seja por conta de uma guerra mesmo em que uma dupla de soldados tenta sobreviver ao bombardeio constante.

Força nas reviravoltas, mesmo sendo previstas após a faixa instrumental, e também nas linhas de bateria e variações vocálicas

“Suffering” já simplifica tudo em se tratando de formato sonoro. As emoções mais entristecidas aparecem aos montes nas bases e nos refrãos. Todavia, jamais fica em um campo confortável e quentinho, pois a banda se arrisca dentro de sua própria composição ao inserir acordes diferenciados e condizentes com o enunciado. Além disso, quando você possui uma vocalista extremamente habilidosa, facilita bastante ao ampliar o mapa astral musical. E se engana quem pensa ser aquele tipo de banda buscando tocar em qualquer pico, afinal de contas, os solos estão aí para desmentir a quem observa de tal forma.

Novamente, a principal arma é a própria mente. É ela quem mostra vários problemas reais, pois muitas pessoas passam por diversas crises existenciais. Não importa qual a classificação em que o enredo se encaixa, pois afinal, o sofrimento é destacado de forma latente. Entretanto, o enfrentar o medo diante de uma alma despedaçada é algo a ser observado com a devida atenção. Se lamentar o passado, não sairá vivo dessa. Mas, se resistir e lutar agarrado à própria vida, sobreviverá.



“Enfrentando o medo, estou dividido
No entanto, a vida faz sentido de alguma forma

Agarrando minha vida
Eu vou sobreviver”

Força em termos de sentimento, pois a interpretação é muito acima da média e o alicerce sonoro trabalha completamente a favor disso

Eleine / Divulgação

Agora, temos uma canção nomeada no dialeto germânico, senhoras e senhores! “War das alles” não é composta inteiramente em alemão, alternando com o inglês. Porém, isso já é mais um diferencial positivo para a banda. Não é como o Therion, que insere até trechos em árabe em determinadas músicas, só para exemplificar, mas também não faz feio ao reduzir tais ideias.



Sons de teclado com notas agudas isoladas, bases carregadas e pontuais, bateria que simula passos poderosos, baixo que pulsa e vibra seus tons mais gloriosos… Em suma, são elementos do Gothic Metal, Gothic Rock e Industrial Rock. Porém, tais elementos são envolvidos por nuvens carregadas de sinfonia lamuriante. Pode-se dizer que se trata da melhor junção entre o lado sinfônico e o caminho gótico. O suspense que é passado nas partes com as guitarras em silêncio são o puro suco do “morceguismo da zero hora”! Refrão arrastado e cheio de desabafos sonoros, emenda destruidora abrindo o portal da maldade para os guturais dominarem o campo aberto. Toda a história acontece e você se vê no meio dela, como em uma chuva torrencial, sem chance de desviar dos golpes da vida, mas tentando lutar contra a quem duvida do seu poder de Lasombra.

“Quão precioso o tempo deve ser / Uma mente forte liberta você” – o poder da mente é indiscutivelmente formidável, ao passo que ela pode te deixar lá no topo, como também pode te derrubar facilmente. Assim sendo, sempre existirá uma linha tênue nesse aspecto.

Força no propósito em aumentar a ligação com o lado gótico. O suspense e a sensação desesperançosa são um prato cheio para quem aprecia um belo “devaneio” sonoro

A apoteose traz a faixa-título como o alicerce do disco. Atitude certeira da banda ao linkar “We Shall Remain” com “War das alles”. Que combinação incrível! Além disso, trata-se de um dos principais, ou até mesmo o principal single da banda. Primeiramente, a faixa já começa destruindo a entrada do castelo com sua pegada percussiva decidida a fazer ótimos estragos. As variações sonoras são colocadas à tona para aumentar o poder vampírico. Como o dom da potência, ela segue o seu caminho com exatidão até encontrar nas melodias do refrão o seu ponto ideal. A jornada prossegue com riffs e pedais extremamente afiados, ou seja, a palhetada é para lá de séria e não perdoa possíveis tropeços. É um momento ótimo para “coverizar” e treinar a munheca. Mas, não para por aí. A velocidade aumenta em um curto espaço de tempo e eleva a qualidade desta que, para muitos pode ser a melhor faixa do álbum, embora as outras também são de se tirar o chapéu.

A lâmina prestes a atravessar a garganta é um dos obstáculos a serem desvencilhados, pois não se trata de apenas um, mas muitos seres juntos e que poderão dar a volta por cima. A vontade de viver inunda as veias com sangue corrente e, dito isso, nós permaneceremos e das nossas cinzas levantaremos novamente. Assim é uma banda que busca por sua fatia, sempre lutando e renascendo após cada batalha não vencida. Até que, finalmente vence. Nesse caso, parecem humanos ao invés de cainitas ou lupinos.



Força na técnica e versatilidade dos músicos com palhetadas e levadas de bateria excelentes, além do carisma vocálico oferecido por Madeleine

A permanência do Eleine está mais do que garantida

Sim, nós permaneceremos! Diria Madeleine com toda a razão. Embora a estrutura sonora possua grandes proximidades com o alicerce de outras bandas, o Eleine confirma sua identidade musical ao decretar o lançamento desse mais recente álbum. Certamente, o resultado foi muito satisfatório devido ao empenho da cozinha formada pelo baixista Filip Stålberg e pelo baterista Jesper Sunnhagen. A estrutura, mudanças de andamento e viradas estão extremamente bem inseridas. Com a firmeza oferecida pelo alicerce da banda, fica completamente favorável para os acordes e solos de guitarra prevalecerem.

De fato, isso aconteceu. Embora, tivessem nadado em mares com uma força de tração alta, desafiando os músicos. Afinal, muitas bandas estão utilizando a forma melódica da morte sonora para elaborar seus respectivos trabalhos. O guitarrista e vocalista Rikard Ekberg soube trafegar por essas ondas sem se afogar nelas. Entretanto, é nitidamente perceptível os momentos voltados para essa fórmula. Porém, a veracidade e vontade de compor elementos próprios equilibraram as coisas sem que pudessem abalar as estruturas. Assim, a sonoridade acabou ficando bastante coesa e a dramaticidade não soou plástica como em muitos casos dentro da sinfonia metálica.

Desempenho sem pessimismo

Por fim, a vocalista Madeleine “Eleine” Liljestam desempenhou seu papel de forma extraordinária, sem dar qualquer chance ao azar. Zero pessimismo sobre a sua condição vocal, a sua interpretação e entrega à poesia de sua banda. Isso pode ter favorecido ela por conta da vocalista ter participado da produção de “We Shall Remain” ao lado de Rikard. A coisa fluiu de maneira tão positiva, que facilitou a compreensão de suas ideias e também junto à elaboração da ordem das músicas no disco. Então, o nível só não foi mais alto por conta de alguns detalhes pouco convidativos e utilizados por praticamente todas as bandas do estilo, mas que não desabonam o serviço e mantém a condição de grande novidade do ano vigente.



Para finalizar, os arranjos orquestrais, hora simulando piano, hora simulando violinos, hora com grandes climatizações, funcionaram muito bem até mesmo nos mínimos detalhes. Tais camadas não pesam ao ouvir o álbum todo, tornando uma audição bastante leve e prazerosa. As subidas em tônicas e escalas causam o efeito certo e você pode desfrutar dessa obra sempre que lhe for cabível.

Assim, conforme a tradução literal do nome do novo disco, a banda veio para permanecer. Traduzindo: permaneceremos!

Eleine / Facebook

“War das alles
Wie kann es nur sein
Es ist vorbei
War das alles
Ist es vorbei
Ich bin nicht mehr”



nota: 9,2

Integrantes:

Madeleine “Eleine” Liljestam (vocal)
Rikard Ekberg (guitarra, vocal)
Filip Stålberg (baixo)
Jesper Sunnhagen (bateria)

Faixas:

1. Never Forget
2. Stand by the Flame
3. We Are Legion
4. Promise of Apocalypse
5. Blood in Their Eyes
6. Vemod
7. Through the Mist
8. Suffering
9. War das alles
10. We Shall Remain

Redigido por Stephan Giuliano

PUBLICIDADE

[ Anuncie Aqui ]

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Veja também

PUBLICIDADE

[ Anuncie Aqui ]

PUBLICIDADE

[ Anuncie Aqui ]

Redes Sociais

36,158FãsCurtir
8,676SeguidoresSeguir
197SeguidoresSeguir
261SeguidoresSeguir
1,950InscritosInscrever

Últimas Publicações

PUBLICIDADE

[ Anuncie Aqui ]