O futuro do Metal pertence às mulheres?

“O futuro do Metal pertence as mulheres”, essa frase foi dita pela vocalista/guitarrista do Nervosa, Prika Amaral, em um programa no canal alemão de TV, Deutsche Welle, de acordo com a publicação da RockBizz. Mas será que ela está certa? A fim de responder essa questão, que tal falarmos um pouco da participação das mulheres no Rock e Metal através das décadas (incluindo a atualidade), citando alguns dos principais exemplos?

As mulheres na invenção do Rock’n’Roll

Em primeira lugar, podemos citar Sister Rosetta Tharpe. A americana Rosetta Atkins Tharpe Morrison nasceu no dia 20 de março no Arkansas e é considerada a madrinha do Rock’n’Roll e do Blues, ainda que seu início tenha sido a música gospel. Ela serviu de influência para Chuck Berry e Elvis Presley, ou seja, ambos que recebem créditos como criadores do gênero. No entanto, o Rock’n’Roll não tem um pai, mas uma mãe. Ela é Sister Rosetta.

Janis Joplin e a atitude feminina no Rock’n’Roll

A cantora americana Janis Lyn Joplin nasceu em Port Arthur, no Texas, em 19 de janeiro de 1943. Apesar de sua família, que era religiosa, força-la a cantar no coral da igreja, ela já tinha influência em outras mulheres. Bessie Smith, Leadbelly, assim como Big Mama Thornton são exemplos de artistas que fizeram parte da formação de Janis como cantora. Ainda que ela faça parte do terrível CLUBE DOS 27, Joplin fez história por sua atitude no palco e fora dele.

Runaways

A banda americana de Hard Rock, Runaways, foi formada, a princípio, pela baterista Sandy West e a guitarrista Joan Jett. Posteriormente, Mick Steele (baixo e vocal), Lita Ford (guitarra) e Cherie Currie (vocal) completaram o line-up. Talvez provavelmente, a banda Runaways tenha sido pioneira das chamadas all female bands. Além das musicistas citadas como a principal formação, outras integrantes fizeram parte da Runaways. Logo após a dissolução da banda em 1979, suas integrantes partiram para exitosa carreira solo.

As carreiras solo de algumas Runaways

Quem nunca ouviu a versão de Joan Jett para “I Love Rock’n’Roll” é alienígena, pois ela nunca deixou de ser hit. Já Micki Steele passou a formar para da banda The Bangles, fazendo sucesso com cançóes como, “Manic Monday”, “Walk Like a Egyptian” e “Eternal Flame”. Enquanto isso, Lita Ford partiu para carreira solo. Seus maiores hits foram “Close My Eyes Forever”, que teve a participação de Ozzy Osbourne, assim como “Gotta Let Go”, que um dos videoclipes mais divertidos dos anos 80.

Girlschool

Ao passo que o Hard Rock teve as Runaways na metade da década de 70, o Heavy Metal teve as britânicas do Girlschool como parte da NWOBHM. A Nova Onda do Heavy Metal Britânico teve Girlschool como seu principal representate feminino, já que haviam outros de menor relevância. Kim McAuliffe, Denise Dufort, Enid Williams e Kelly Johnson tinham atitude de sobra e de acordo com elas mesmas, tinham direito de fazer o que os homens faziam da mesma maneira. “Demolition” (1980), “Hit And Run” (1981), “Screaming Blue Murder” (1982) e “Play Dirty” (1983) são os principais álbuns de sua discografia, mas a banda nunca parou, permancendo até os dias atuais.

Nomes Femininos da atualidade

Confira nosso artigo especial sobre as guitarristas que mais se destacam atualmente.

Symphonic Metal

Desde que nasceu, no final dos anos 90, o Symphonic Metal foi amplamente dominado pelas mulheres, sendo os homens meros coadjuvantes nesse estilo. Epica, Nightwish, Within Temptation, After Forever, só para exemplificar, talvez não tivessem a relevância que têm, não fossem suas vocalistas no comando de tudo.

Cobra Spell

O quinteto all female band Cobra Spell nasceu na cidade holandesa de Tilburg, em 2019, no entanto, seus primeiros line-ups contaram com participações masculinas. A banda tornou-se 100% feminina pouco antes de gravar o seu primeiro full lenght, “666”, lançado no dia 1 de dezembro de 2023. A guitarrista Sonia Anubis, que anteriormente tocou na banda brasileira de Death Metal, Crypta, é a líder do quinteto. Completam a formação atual: a guitarrista paraibana Noelle dos Anjos, a cantora espanhola Kris Vega, a baixista venezuelana Roxana Herrera, assim como a baterista espanhola Alejandra Navas.

Frozen Crown

Ainda que haja homens em seu line-up, o principal destaque da banda italiana de Power Metal, Frozen Crown, é o seu trio feminino. Assim sendo, a vocalista Giada “Jade” Etro e as guitarristas Fabiola “Sheena” Bellomo e Alessia Lanzone monstram cada vez mais seus talentos, dentro e fora dos palcos.

Lovebites

Nascida na capital japonesa, Tokio, a all female band de Heavy/Power Metal, Lovebites, lançou o seu quarto full lenght, “Judgement Day”, no dia 22 de fevereiro de 2023. Elas iniciaram seus registros com o “EP The Lovebites EP”, um ano após sua fundação, em seguida, ainda no mesmo ano, veio seu primeiro EP, “Awakening from Abyss”. Da mesma forma, em 2018, mais um EP e mais um full, “Battle Against Damnation” e “Clockwork Immortality”. Já em 2020, chegou o terceiro disco “Electric Pentagram” e, em 2021, enquanto o mundo era aterrorizado pela Covid19, mais um EP chegou, “Glory, Glory, to the World”, além do live album, “Heavy Metal Never Dies – Live in Tokyo 2021”, o qual também recebeu um versão em DVD.

O universo feminino no Rock e Metal é imenso

Os exemplos citados nessa matéria não representam nem sequer 1% dos destaques femininos dentro do Rock e Metal, mas há quem diga que não ainda não há espaço para as mulheres dentro desses gêneros musicais.

O futuro do Metal pertence às mulheres?

Não, desde o princípio, o Rock e o Metal igualmente sempre pertenceram tanto as mulheres quanto aos homens. Da mesma maneira, temos absoluta convicção, que o passado, o presente e o futuro sempre contaram, contam e continuarão contando com a participação relevante das mulheres.

Suzi Quatro, a estrela da capa da matéria

A nossa estrela da capa, Susan Kay Quatrocchio, nasceu em 3/6/1950, em Detroit/Michigan. Embora tenha iniciado sua carreira como musicista aos 14 anos, Suzi Quatro só lançou seu debut homônimo só em 1973, quando já tinha 23 anos.

Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz