Resenha: Helms Deep – “Chasing The Dragon” (2025)

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Sabe aquelas bandas que surgem do nada e gravam discos nada menos que viciantes? Este é o caso do Helms Deep e é sobre esse tipo de acontecimento que vamos tratar nos próximos minutos.

Em meio ao alvoroço que a NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal) vem causando na cena ao longo dos últimos anos, ouvir falar sobre o surgimento de uma nova banda tocando Heavy clássico com inspiração nos anos 80 não causa espanto ou surpresa em ninguém.

Mas quando investigamos um pouco mais, percebemos não se trata de qualquer banda, há alguns atrativos no norte americano Helms Deep que não podem deixar de ser mencionados. O grupo foi iniciado em 2017 e em sua formação está ninguém menos que o baixista britânico John Gallagher, aquele mesmo conhecido por seu trabalho à frente do Raven. O baterista era o monstruoso Mike Heller, que também faz parte do Raven e mais uma infinidade de outros grupos, e para fechar o trio temos o guitarrista e vocalista Alex Sciortino.



Esta foi a formação que gravou “Treacherous Ways”, lançado em setembro de 2023. Só para não deixar passar, o disco é simplesmente incrível e possui faixas realmente poderosas.

De cara nova e com um discaço nas mãos

Pois bem, pouco menos de dois anos depois, o Helms Deep rearranjou sua formação, efetivando o guitarrista Ray DeTone — que já havia participado das gravações do debut, mas como músico convidado —, além de trazer Hal Aponte para substituir o baterista das 200 bandas Mike Heller. Era bem evidente que Heller não conseguiria se dedicar ao Helms Deep de corpo e alma. Ao que tudo indica, o quarteto não quer ser o projeto de ninguém, pretende fazer shows e, consequentemente, ter uma carreira de verdade.

Em 20 de junho deste ano, “Chasing The Dragon” chegou às lojas e plataformas de streaming, para se transformar em um dos melhores álbuns de Heavy Metal lançados em 2025. Simples assim.



Contendo 11 faixas, sendo 1 instrumental e 1 introdução, o Helms Deep passeia por basicamente todas as melhores características do Heavy Metal tradicional em pouco mais de 57 minutos de pura magia.

Início arrasador!

“Wing Chun” é a introdução com elementos orientais que prepara o caminho para a devastadora “Black Sefirot”. Após uma entrada triunfal com riffs e solos inspirados, a composição martela firmemente até chegar ao seu apoteótico refrão com vocais a lá Halford. Na sequência, a faixa título “Chasing The Dragon” é uma mistura perfeita entre Heavy e Speed Metal, com outro refrão fácil e pronto para ser entoado ao vivo por fãs apaixonados. A trinca inicial furiosa chega ao fim com “Craze Of The Vampire”, esta última com um início neoclássico e vocais que transitam de forma perfeita entre o grave e o agudo rasgado. É mais uma em que sobra energia e solidez, mostrando que os caras sabem da importância que tem abrir bem uma audição.

Nessa trinca inicial fica evidenciado a qualidade técnica dos músicos, o capricho em criar bons solos (no caso dos guitarristas), e a criatividade das linhas de baixo e bateria, principalmente, em “Craze Of The Vampire”, onde temos uma espécie de improvisação com direito a solo de baixo e tudo mais.

Depois deste início bombástico, “Cursed” chega representando aquele Heavy mais cadenciado onde as referências mais evidentes são Saxon e Accept. Desse modo, destaque para os riffs de guitarra da dupla Ray DeTon e Alex Sciortino e, é necessário destacar, esta música chega na hora certa da audição e cativa o ouvinte de maneira instantânea.



Criatividade aflorada e construções não lineares

Em “Flight Of The Harpy” e “Frozen Solid”, temas outras duas representantes da classe. “Flight Of The Harpy” traz aquele riff marcante seguido de um grito de guerra agudo de Sciortino, anunciando que é hora de bater cabeça. Essa música tem um refrão incrível, um dos melhores do álbum, e combina muito bem com o dueto de guitarras que chega logo depois do refrão. Preciso mencionar a caída no andamento depois da metade, inclusive, com um trecho instrumental que vai até o final da música e é simplesmente brilhante. Já “Frozen Solid” segue o caminho aposto, desta vez iniciando com uma parte instrumental longa e criativa (cerca de 1 minuto) e depois variando entre ritmos cadenciados e momentos onde os caras resolvem pisar no acelerador com gosto. Interessante que essa música começa e termina com partes instrumentais, isto é, uma faixa absolutamente não linear.

“Necessary Evil” possui linhas vocais que soam como Mercyful Fate e King Diamond. Mais uma vez, temos um refrão de fácil absorção, somente com o nome da música sendo repetido, mas de novo construído em cima de melodias que grudam igual chiclete. “Red Planet” inicia com algumas climatizações que remetem a filmes de ficção dos anos 70 — ou até mais antigos. Quando a música começa de fato, se mostra uma das mais criativas trazendo diversas linhas e solos de guitarra muito criativos. A parte instrumental dessa música é o ponto alto. Só não vou afirmar que é a mais incrível de todo o tracklist porque ainda temos “Shiva’s Wrath” pela frente.

Um dos melhores de 2025

Mas antes dela, “Seventh Circle”, que no início engata quase um Thrash Metal e depois se mantém no limite entre o Thrash um pouco mais cadenciado e o Heavy Metal moderno. Outra música muito boa e com uma criação diferenciada, assim como em todo o álbum. Para finalizar, a instrumental “Shiva’s Wrath”, com seus mais de 7 minutos de pura sacanagem com o ouvinte. Imagine uma música extremamente criativa, técnica, inquieta, com ótimos riffs, bem como solos maravilhosos e passagens de puro brilhantismo. É o que temos aqui.



Sem sombra dúvida, um dos melhores álbuns lançados em 2025. Para ser degustado aos poucos e em diversas audições minuciosas. Se “Treacherous Ways” (2023) foi um excepcional disco de estreia, “Chasing The Dragon” (2025) potencializou tudo o que foi feito antes e nos deixa com a pergunta de um milhão de dólares na cabeça:

“Será que o Helms Deep vai conseguir se superar no próximo trabalho?”



Esperamos que sim e já estamos ansiosos para isso!

Nota: 9,5

Integrantes:

  • John Gallagher (Raven) (baixo)
  • Alex Sciortino (guitarra e vocal)
  • Ray DeTon (guitarra)
  • Hal Aponte (bateria)

Faixas:

  • 01 Wing Chun
  • 02 Black Sefirot
  • 03 Chasing The Dragon
  • 04 Craze Of The Vampire
  • 05 Cursed
  • 06 Flight Of The Harpy
  • 07 Frozen Solid
  • 08 Necessary Evil
  • 09 Red Planet
  • 10 Seventh Circle
  • 11 Shiva’s Wrath
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