Warbound, banda de Thrash Metal do ABC/SP, cedeu entrevista ao redator do Mundo Metal, Cristiano Ruiz, falando sobre sua história e sonoridade desde que iniciou suas atividades em 2013, lançando seu primeiro registro, o full “Behind the Unreal”, em 2019. Caso queira saber mais, confira o nosso bate-papo abaixo.
Atualmente, seu line-up conta com os seguintes músicos: Hélio Patrizzi (baixo e vocal), Enrico Ozio (bateria), Jefferson Oliveira e Heloisa Bordini (guitarras).

Questões:
Mundo Metal: após quase cinco anos de hiato, o novo álbum, “Necrothrash”, veio a luz. A recepção do registro, por parte do público e das mídias especializadas, está de acordo com as expectativas dos membros do quarteto?
Warbound:
Enrico Ozio:
“Acreditamos que sim! Todos os comentários estão super positivos e sempre alguns que superam de fato as expectativas. Muito legal quando os bangers/editores (como vocês) se interessam pelos conteúdos das letras, produção, capa e não somente as faixas, pois todo o “pacote” dá bastante trabalho e curtimos nos dedicar a cada detalhe!”
Jefferson Oliveira:
“Sem duvidas, sim! a expectativa de muitos era bem grande, antes mesmo de divulgarmos a capa… Hoje, após dois meses do lançamento, ainda estamos recebendo muito contato dos bangers que nos seguem e editores interessados no nosso trabalho.”
Mundo Metal: como vocês avaliam a evolução da sonoridade do Warbound desde quando lançou o debut “Behind the Unreal” até o presente momento?
Warbound (Enrico Ozio):
“A essência do Thrash Metal direto, obscuro e veloz permanece a mesma pois é alma do Warbound, porém, com as mudanças de formação que tivemos, onde o Jeff (logo depois do Behind) e a Heloísa, na saída do Lucas, trouxeram muita energia ao mesmo propósito. Com isso as ideias são todas compartilhadas e todo mundo contribui muito. Como todo mundo tá indo para o mesmo lado, fica natural criar mais e mais. Sempre ensaiando, tomando uma e curtindo metal.”
Mundo Metal: de quais assuntos tratam, primordialmente, as temáticas líricas das composições do Warbound? Algum dos registros é conceitual?
Warbound:
Enrico Ozio:
“Na real a gente não se apega muito a uma temática específica e por isso não temos nada muito conceitual hoje. Talvez o destaque conceitual fique por conta da ‘Winds of Orion’ (Behind) e ‘Illumination’ (Necrothrash), que contam toda uma saga de Orion. Do restante, escrevemos muito sobre cotidiano, sofrimento, fatos históricos e um pouco de fantasia também.”
Hélio Patrizzi:
“Na ‘Winds of Orion’ e ‘Illumination’ a gente resolveu escrever uma trilogia que esperamos terminar no próximo álbum. É uma história fictícia que acreditamos que muitos dos fãs de Warbound já tenham passado. A história contada nas músicas fala sobre um indivíduo que começa a questionar a fé e as religiões e vai criando novas alegorias conforme seus questionamentos vão sendo respondidos através de muita reflexão e se expandindo para outras formas de enxergar sua própria existência. Elas falam sobre a necessidade de nos desapegarmos de conceitos pré existentes que nos são impostos e procurar na sua própria essência as respostas que precisamos sobre nossa existência. São músicas que basicamente falam sobre libertação humana. Talvez isso seja o mais próximo que chegamos de algo conceitual. Duas músicas, que em breve se tornarão três, sobre um mesmo tema. Rss”
Mundo Metal: como dissemos anteriormente, o debut do Warbound saiu na parte final de 2019. Pouco tempo depois, o mundo mergulhou nas restrições pandêmicas e, dessa forma, todo e qualquer evento aberto ao público ficou restrito. A fim de comparar, como tem sido a divulgação do segundo disco em relação a do debut, já que agora toda aquela situação, felizmente, deixou de existir?
Warbound (Enrico Ozio):
“É foi uma merda bem grande mesmo… e culpa do merda do ser humano… mas essa é outra discussão. Foda que assim que o Behind saiu… tocamos pra caramba e tava bem legal mesmo… ainda sem a Helô… mas tava rolando mesmo… ai tivemos que parar… e na sequência começarmos a compor mais fortemente o ‘Necrothrash’. Em termos de divulgação já estamos bem acelerados, e com comentários de todo o Brasil e fora também. Tanto que com o lançamento, já temos datas no Nordeste e fechamos algumas mais pelo Sul e outras cidades. Uma vez que com o ‘Behind’ acabamos não saindo do Estado de SP.

Mundo Metal: a banda chegou a fazer turnê fora dos limites nacionais ou planeja fazer isso futuramente? Quais são os planos para o futuro?
Warbound (Enrico Ozio):
“Ainda não fomos… como disse na anterior ainda ficamos só pelo estado de SP, mas temos planos e desejos sim de fazer um tour fora do BR. Temos alguns contatos e assim que possível começaremos a trabalhar nisso mais fortemente.”
Mundo Metal: como ocorreu o processo de produção de “Necrothrash”, ou seja, onde ocorreu a gravação, quem foi o responsável pela mixagem e masterização? Desde quando as composições desse disco atual começaram a ser escritas?
Warbound (Enrico Ozio):
“Começamos a compor o álbum assim que o lockdown terminou. Ainda com restrições. Mas já com bastante conteúdo. O Jeff estava com apetite de compor o álbum novo. Então trouxe muita coisa. Nós temos um estúdio o HellsPass em São Caetano/SP. É lá que fizemos todo o processo. Desde a pré até a master final. Nossos 2 álbuns foram produzidos pelo Marcos Cerutti, que além de várias produções nacionais e internacionais, é nosso parceiro/irmão lá no HellsPass.”
Mundo Metal: da mesma forma que mencionamos na resenha, Warbound, Warshipper e Deathgeist brotaram da mesma fonte, do ByWar. Como resultado, ao invés de uma excelente banda de Thrash, temos duas, além de uma banda de Death Metal que é completamente diferenciada e perfeita no que faz. Em suma, como vocês descrevem esse berço inesgotável de Metal? Podem nos contar o segredo?
Warbound (Enrico Ozio):
“Simples…kkk… esse é o Metal!! A gente curte e vive o Metal, então, sem ser arrogante, as coisas acabam saindo. Se dedicar a uma banda, de metal e no underground..é uma puta de uma bucha..kkk, mas se você faz com o coração e é verdadeiro, acho que fica um pouco mais fácil.”
Mundo Metal: esse espaço serve para que vocês avaliem a entrevista, do mesmo modo para que falem sobre algo que não perguntamos. Enfim, fiquem a vontade e digam o que sentirem que devem.
Warbound (Thrash ABC/SP – Enrico Ozio):
“Primeiramente muito obrigado pelo espaço e pela oportunidade. O metal nacional só vive porque vocês apoiam a cena e ajudam as bandas. A ideia é sempre nos unirmos para conseguirmos eventos mais foda com apoio de pessoas e patrocínio de prefeituras para levar mais qualidade a quem ouve e a quem toca. O Brasil tem muita banda foda mas que muitas das vezes não tem oportunidade de tocar pelas condições que vivemos nesse pais, então somente a união das bandas, produtores e midia poderá fazer com que o metal seja muito mais considerado do que é hoje em dia. Estamos juntos nessa batalha! Valeu mesmo! Metal till Death!!
Mundo Metal:
Nós é que agradecemos e desde já estaremos a espera por novidades.
Entrevistado: Warbound (Thrash ABC)
Entrevistador: Cristiano “Big Head” Ruiz