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Há 57 anos, os Beatles iniciavam a revolução que originaria o Heavy Metal

2021: o Rock é um gênero idoso com quase 70 anos de idade, o Heavy Metal já passou da casa dos 50 e gerou filhos bastardos que hoje são adultos quarentões (Thrash, Death, Speed, Black, Power, Stoner, Doom e etc). Quem vive em 2021 e é um fã da música pesada, certamente, já viu ao vivo ou através de registros em vídeo, o apogeu de nomes inesquecíveis como Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, AC/DC, Kiss, Rush, Queen, Led Zeppelin, The Who e… os Beatles.



Toda vez que falarmos de Rock e tentarmos explicar como este estilo musical evoluiu, se aprimorou, se modernizou, escandalizou a sociedade, quebrou tabus, causou inúmeras polêmicas e gerou uma enormidade de ramificações, invariavelmente, vamos esbarrar nos Beatles. Eles estiveram presentes em todas as grandes revoluções e, sejamos francos, não como meros coadjuvantes.

Para justificar o título deste artigo, vamos fazer uma viagem ao ano de 1964, quando uma certa banda inglesa formada por quatro rapazes do interior da Inglaterra, ganhavam o mundo e experimentavam um sucesso jamais visto até então. A Beatlemania estava em seu auge e, apesar destes quatro jovens tocarem um Rock and Roll inocente e despretensioso, a alma visionária e o espírito transgressor já os guiava.

Reprodução/Divulgação

No dia 23 de novembro de 1964, os Beatles lançavam o single “I Feel Fine”. Uma música que falava de um jovem apaixonado por sua namorada que queria dar a ela tudo o que o dinheiro pudesse comprar. Um Rock simples e funcional como tudo que o quarteto havia feito até ali. Com um riff bonito criado por John Lennon e um ritmo tirado de “Watch Your Step”, uma música feita pelo bluezeiro Bobby Parker, “I Feel Fine” não era uma música brilhante na sua essência. Claro, mesmo assim, ela desbancou “Little Red Rooster” dos Rolling Stones e assumiu o topo das paradas britânicas. Posteriormente, também chegou ao topo da parada americana e permaneceu lá por cinco semanas.



Mas por que diacho estamos falando de “I Feel Fine” se ela foi “apenas” mais um das dezenas de singles número 1 dos Beatles?

“I Feel Fine” possui uma particularidade que mudaria tudo depois dela. Nesta época, os quatro rapazes de Liverpool estavam começando a dominar os fundamentos de estúdio e começando a EXPLORAR novos recursos e novas fontes de inspiração em RUÍDOS que eram descartados como ERROS. Algumas fontes dizem que o ruído intermitente que ouvimos no início desta música foi criado quando John Lennon encostou sua guitarra elétrica contra um amplificador e Paul McCartney tocou uma nota em seu baixo, criando um loop de feedback estranhamente atraente. Outra banda teria simplesmente descartado este ruído, mas os Beatles ficaram encantados com ele e tentaram reproduzi-lo propositalmente.

Reprodução/Divulgação

Apesar de alguns relatos afirmarem que o Who e os Kinks utilizaram o feedback antes em alguns shows ao vivo. Os Beatles foram os primeiros a utilizá-lo como recurso de estúdio e reproduzido de forma deliberada. Um ano depois, o próprio Who experimentaria este efeito também como um recurso de estúdio ao invés de um erro como era visto até ali. Mas o próprio John Lennon se orgulhava de ter sido o primeiro a explorar isso. Segundo Lennon:

“Desafio qualquer um a encontrar um disco que tenha feedback, a menos que seja algum erro em um disco antigo de blues de 1922… Ninguém usou o feedback dessa forma como fizemos. Então eu reivindico isso para os Beatles. Foi antes de Hendrix, antes do The Who, antes de qualquer um. O primeiro feedback registrado foi em ‘I Feel Fine’.”



Como todos sabem, quando o feedback se popularizou, foi um salto rápido para chegar aos overdrives que dominam os discos de Heavy Metal. Mas os Beatles não deram apenas o pontapé inicial para que a distorção fosse reconhecida e amplamente utilizada, eles seguiram tentando experimentar e aprimorar não apenas este recurso, mas muitos outros.

Reprodução/Divulgação

Em 26 de agosto de 1968, a distorção já estava estabelecida como um efeito eletrônico para as guitarras, mas nunca nenhuma banda havia usado o recuso ao extremo como os Beatles fizeram em “Revolution”. Segundo relatos do engenheiro de som Geoff Emerick, meses antes, nas sessões de “Revolution 1”, Lennon estava tentando criar distorção aumentando seu amplificador. Emerick encorajou seus esforços sobrecarregando o pré-amplificador do microfone usado para gravar a guitarra de Lennon, mas ele disse:

“Não, não, quero que a guitarra soe mais suja!”



Já em julho, nas sessões onde a “Revolution” que nós conhecemos foi gravada, Emerick determinou que poderia distorcer o sinal ainda mais remendando as guitarras de Lennon e George Harrison diretamente no console de mixagem via direct boxes, sobrecarregando o pré-amplificador de entrada e enviando o sinal para um segundo pré-amplificador sobrecarregado.

Segundo relato do engenheiro do estúdio Abbey Road, Ken Scott:

“Lembro-me de entrar na sala de controle quando eles estavam fazendo aquilo. E lá estavam John, Paul e George, todos na sala de controle, todos plugados, tocando direto no quadro. Toda a distorção da guitarra foi obtida sobrecarregando os amplificadores do microfone direto na mesa. Não pude deixar de pensar: se eu fosse o gerente do estúdio e visse isso, me despediria.”



Abaixo, encontra-se a faixa de guitarra isolada, seguida do vídeo promocional da música:

Poderíamos mencionar diversas inovações que foram obtidas depois de experimentos realizados pelos Beatles, mas estes são assuntos para outros artigos e em outras ocasiões. O que precisamos deixar claro e entendido é que independente de gostar ou não gostar da musicalidade destes caras, sem eles, a música que amamos fatalmente seria muito mais chata, burocrática e sem atitude.

Reprodução/Divulgação
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Comentários

  1. Jeff Beck, Ritchie Blackmore, entre outros tambem levaram até a exaustão este recurso, Jimi Hendrix. Albuns como Thruth de 1968 (Jeff Beck Group), aquele em que Rod Stewart cantava “You Shook Me”, depois regravada pelo Zeppelin em 1969. Este Lp não repercutiu nada nas Ilhas Britânicas naqueles momentos, mas nos EUA ocupou as melhores posições na Billboard!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc

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