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Clássicos: Motörhead – “Bomber” (1979)

“Bomber” é o terceiro full lenght da carreira do Motörhead.



Aqui nesse texto, há mais do que a resenha de um clássico do Motörhead, temos uma homenagem póstuma a esse power trio que já passou completo para o lado espiritual, assim dizendo.

Logo após os dois primeiros álbuns, o homônimo (1977) e “Overkill” (1979), chegou o terceiro full lengh, “Bomber”, no dia 27 de outubro de 1979, pelo extinto selo Bronze Records.

Curiosamente, ainda no mesmo ano, dia 8 de dezembro, foi lançado “On Parole”, o primeiro de todos eles a ser gravado, porém ficou engavetado pela gravadora (United Artists Records), que o lançou, posteriormente, motivada pelo relativo sucesso dos três lançamentos.



“Ace Of Spades”, considerado oficialmente como o quarto disco, foi o quinto a ser gravado e lançado. Em resumo, estranho para entender, excelente para curtir.

Conhecendo o Motörhead:

Um dia eu fui até a casa de um amigo, que, infelizmente, já é falecido, Jeferson, e ele me mostrou “Capricorn”, faixa do “Overkill”. Confesso que até me chamou a atenção, mas naquele momento, eu não tive maiores curiosidades sobre Motörhead.

Voltando a casa do Jé em outra oportunidade, ele me emprestou o vinil do “Bomber”, me aconselhando a ouvir para conhecer e foi o que eu fiz.

Motörhead / Credit BY: Fin Costello

Assim que a agulha tocou o vinil e o riff de “Dead Men Tell No Tales” se apresentou, o meu caso de amor com esse disco começou, instantaneamente, sendo o meu favorito do Motörhead, até hoje.



Não considero a minha audição de “Capricorn”, embora tenha sido importante, como o meu verdadeiro início no universo Ian Fraser Kilmister.

Sinta o poder e entenda:

“É isso! Rompendo ou quebrando as regras / Desrespeitar algo é tudo o que podemos fazer / Atire no alvo, viaje para longe / Loucos de pedra é tudo o que sempre fomos / Mas eu não ligo para mentiras / E eu não vou te dizer duas vezes / Porque quando tudo falhar / Homens mortos não contam histórias.”

É o espírito livre de Lemmy, o espírito do Motörhead, o qual jamais morrerá.



LEMMY / Credit by: MIRROPIX

A sequência com “Lawman” não poderia soar melhor. Uma canção mais cadenciada que “Dead Men Tell No Tales”, mas tão mal comportada quanto. “Sweet Revenge” cai em algo que em meu delírio mais profundo, eu definiria como Blues Metal, pois é exatamente dessa forma que interpreto essa composição. Porém, bem sabemos que oficialmente isso não existe.

“Tão meigo ver você / Contorça-se, rasteje e grite pela vida / Mas eu não posso ouvir agora / Estou muito ocupado com a faca.”

“Sharpshooter” acelera um pouco o ritmo e a guitarra de Eddie Clark brinca com as variações de riffs, enquanto Philty Taylor bate forte e preciso, mantendo a cozinha com o baixo de Lemmy.



“Poison” tem um refrão tão pegajoso e um solo de guitarra com tanto feeling, porém, surpreendentemente, não virou música obrigatória nos setlists do Motörhead. Ou seja, infelizmente, ela só faz parte do lado B do trio britânico. “Stone Dead Forever” tem aquela produção e timbres de guitarra que fazem lembrar a NWOBHM, a qual estava acontecendo paralelamente e pronta para explodir a qualquer momento.

“All the Aces”

Em seguida, temos “All The Aces”, em português, “Todos Os Ases”. Os jogos de baralho foram utilizados como metáfora em algumas oportunidades no início da carreira do Motörhead. Posso citar outro exemplo? É claro que sim, já que temos “Ace Of Spades”, que é “Ás de Espadas” em português. Mas, voltando ao nosso interesse que é “All The Aces”, que tal analisarmos a letra?

“A única coisa que sei é tocar rock ‘n’ roll / Eu não sou um homem de negócios, estou apenas em uma boa banda / Você não deixa ninguém saber, apenas, para onde vai o dinheiro, Por causa dos parasitas, não tenho direitos.”



Quando ele cita os tais parasitas, ele pode estar se referindo ao Estado por causa dos impostos, por isso “você não deixa ninguém saber, apenas, para onde o dinheiro vai.”

“Todos os ases, todos os ases, todos os ases / Segurados por pessoas que não têm rosto / Você sabe que eu não sei porque, você tem que ser tão manhoso / Uma coisa que aprendi, não recebo o que ganho / Mas você recebe sua parte, embora você não esteja em lugar nenhum.”

Todos os ases estão nas mãos de pessoas sem rosto? Sim, pois todas as cartas que definem o jogo estão na mão dos magnatas.



“Uma coisa eu aprendi, não recebo o que ganho, mas você recebe a sua parte, embora não esteja em lugar nenhum”, realmente me faz pensar que ele se refere aos políticos.”

“Você não fica mais sábio, mas então eu te desprezo / Todos os ases, todos os ases, todos os ases / Não gosto de gente que não tem rosto / Você sabe que é o chefe, mas sou eu quem custeio / Tenho que ver os livros, você me dá olhares sujos/ Você sabe que me faz vomitar, e não estou longe disso / Você sabe que pode me roubar, mas não pode me impedir / Todos os ases, todos os ases, todos os ases / Eu não gosto de pessoas que não têm rosto”



Para mim, não restam dúvidas que as tais pessoas sem rosto são políticos, corporações, assim como os religiosos. Qual sua visão?

MOTÖRHEAD / Acervo

“Step Down” na voz de Eddie Clark

“Step Down”, que conta com o vocal de Fast Eddie Clark, não é nenhuma maravilha, mas não é ruim. Somente acho o ponto mais fraco do registro. No entanto, mais uma vez, o Blues dá a tônica das composições.



A voz de Eddie Clark encaixou com a canção. Com o passar do tempo, aprendi a gostar bastante dela e hoje, faço questão de não pula-la.

O vocal rouco de Lemmy volta a assombrar em “Talking Head”, que é uma excelente preparação para o grande finale, a faíxa-título.

“Bomber”

Quando eu comecei a curtir “Bomber”, eu achava “Dead Men Tell No Tales” muito superior a música que o batiza. Porém, com o passar do tempo, “Bomber”, a música, foi me despertando mais interesse e hoje posso dizer que gosta das duas quase a mesma coisa (rs).

Motörhead – Credit: Estate Of Keith Morris

Como já citado, infelizmente, Motörhead não se encontra mais entre nós, mas, vamos imaginar que eles ainda estivessem ai. Seria possível imaginar um show sem “Bomber” no set list? Impossível.



Certamente, ela estaria acompanhada de “Motörhead”, “Stay Clean”, “Ace Of Spades”, “Iron Fist”, “Capricorn”, Overkill”, entre outras clássicas. Não há dúvidas que o álbum “Bomber” é mais do que um clássico.

A canção “Bomber” compõe a alma da carreira do power trio mais porra louca da história da música. Impossível ficar indiferente a isso:

“Não é uma esperança no inferno/ Nada vai nos derrubar / A maneira como voamos / Cinco milhas fora do chão / Porque atiramos para matar / E você sabe que sempre iremos / É um bombardeiro, é um bombardeiro / Grite mil milhas / Sinta o gemido crescente da morte negra / Tempestade de fogo se aproximando / Napalm até os ossos / Porque, você sabe que fazemos o certo / Uma missão todas as noites / É um bombardeiro, é um bombardeiro, é um bombardeiro / Nenhum lutador noturno / Vai nos impedir de passar / As sirenes fazem você tremer / Pode apostar que meu objetivo é verdadeiro / Porque, você sabe, nosso objetivo é agradar / Você vai vir de joelhos / É um bombardeiro, é um bombardeiro, é um bombardeiro”



LEMMY IS GOD!

Nota: 9,0

Integrantes:

  • Fast Eddie Clark (guitarra e vocal em “Step Down”) R.I.P
  • Lemmy Kilmister (vocal e baixo) R.I.P
  • Phil “Animal” Taylor (bateria) R.I.P

Faixas:

  • 1.Dead Men Tell No Tales
  • 2.Lawman
  • 3.Sweet Revenge
  • 4.Sharpshooter
  • 5.Poison
  • 6.Stone Dead Forever
  • 7.All The Aces
  • 8.Step Down
  • 9.Talking Head
  • 10.Bomber

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz



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Comentários

  1. “Bomber” foi o 4º álbum que comprei do Motörhead lá no início dos 80, quando a Bronze despejou um monte de coisas no mercado brasileiro. Inicialmente, achei o álbum um pouco abaixo de “Overkill” e “Ace of Spades”, e a versão original da música titulo era bem mais rock’n roll do que a versão que já tinha escutado no ao vivo “No Sleep ‘till Hammersmith”, que era uma porrada! Aliás, esse ao vivo deveria ter muito mais canções do “Bomber”, como “Dead Men Tell No Tales”, “Sharpshooter”, “All the Aces” e a mega-clássica “Stone Dead Forever”. Um pouco tempo depois, consegui a gravação em K7 do EP “Golden Years Live”, onde tinha as versões “ao vivo” de “Dead Men..” e “Stone Dead..”. Ainda assim, este álbum ficou marcado por ser da formação clássica, ter a capa icônica com o bombardeiro, e canções que apesar de hoje não serem tão marcantes/lembradas quanto outras clássicas, nos remetem a grande música que o trio fazia no ápice da formação entre 79 e 81.

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