“Mania” é o terceiro full-lenght da banda californiana de San Francisco, Hell Fire, a qual faz parte de uma enorme safra de preciosidades do NWOTHM surgidas naquele país (América), Sacred Leather, Night Demon, Coffin Hunters, Fatal Curse, Haunt, Twisted Tower Dire, Lightning Wolf, entre outras. Os saudosistas de plantão, que ainda persistem que o Heavy Metal morreu nos anos 80, urgem abrir suas mentes para essa nova incrível onda.
Sonoridade
A sonoridade do Hell Fire é uma mistura do Heavy Metal old school com intervenções cirúrgicas de Speed Metal raiz.
O trabalho de riffs e solos dos guitarristas Tony Campos e Jake Nunn, o qual também é o vocalista da banda, é impecável e um dos pontos altos do disco.
Em primeiro lugar, “Warpath” abre o álbum comprovando essa afirmação.
Nunn também é um vocalista que oferece a canção exatamente o que ela precisa. pois, tem o vocal médio/agudo recheado de interpretação com a alma.
Ao passo que, a bateria de Mike Smith acompanha a toda essa loucura de forma precisa e dinâmica.
O baixista Herman Bandala mostra todo o seu potencial pela primeira vez na faixa título.
“Mania”
“Mania” é daquelas músicas com riff viciante, além disso, os solos de baixo tem efeitos de pedal sustain e wah wah, dando ao instrumento um papel até de “terceira guitarra” no peso do som.
Em “On The Loose”, algumas importantes conclusões já podem ser tiradas. Apesar de possuir um cantor com muito potencial, Hell Fire se dedica demais a parte instrumental de suas canções, preenchendo-as com solos melodiosos e sedutores ao mesmo tempo.
“Born To Burn”
“Born To Burn” já é um tanto quando acelerada, tendo um pequeno flerte com o já citado Speed Metal.
Bandala brilha novamente com um belo solo de baixo que antecede o de guitarra.
“Transcending Evil”
“Transcending Evil” introduz lembrando a Donzela de Ferro dos primórdios.
Jake Nunn propõe uma linha de vocal que combina com a atmosfera da canção até o momento em que ela acelera, retomando a cadência inicial do registro.
A banda realmente tem várias cartas escondidas na manga.
“Lashing Out”
Um grito insano introduz “Lashing Out”, a canção mais rápida e pesada do disco, que desacelera por um instante, resgatando as melodias de seus solos, porém termina no mesmo ritmo com o qual começou.
“Isolator” resume a sonoridade Hell Fire, ao menos a desse álbum, contendo todas as suas características apresentadas até aqui.
“The Dreamer”
A audição segue deleitosa na faixa “The Dreamer”, já que o vocal remete ao mítico John Lawton (Ex-Uriah Heep, Lucifer’s Friend), inclusive a canção fazendo lembrar um pouco a sonoridade 70’s.
Portanto, Jake Nunn abusou de sua técnica vocal com autoridade.
Herman Bandala encarna Steve Harris no início de “Knights Of The Holy”, mas a canção como um todo não se parece com Iron Maiden.
Por mais influenciado que a banda seja no Heavy Metal tradicional, o som do Hell Fire tem características próprias que constroem a personalidade da banda.
“Masochist” encerra a audição, introduzindo em ritmo de marcha com uma atmosfera épica. Todos os elementos interessantes do álbum se intensificaram a cada canção, num gráfico constantemente crescente.
Na faixa de encerramento essa escrita não se alterou. “Mania” é um álbum de quem leva o Heavy Metal a sério.
Qualquer argumento que eu usar para elogiar o 2019 do Heavy Metal tradicional vai “chover no molhado”.
Decerto, as pessoas que nos acompanham devem estar saturadas de tais elogios repetitivos, sendo assim, ouçam o disco “Mania” na íntegra e elaborem seus próprios comentários a respeito.
Valerá à pena.
Nota: 8,7
Integrantes:
- Jake Nunn (vocal e guitarra)
- Mike Smith (bateria)
- Herman Bandala (baixo)
- Tony Campos (guitarra)
Faixas:
- 1.Warpath
- 2.Mania
- 3.On The Loose
- 4.Born To Burn
- 5.Transcending Evil
- 6.Lashing Out
- 7.Isolator
- 8.The Dreamer
- 9.Knights Of The Holy
- 10.Masochist
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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