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Resenha: Opeth – “The Last Will and Testament” (2024)

Após pouco mais de cinco anos, “The Last Will and Testament”, décimo quarto full lenght da discografia da banda sueca de Prog/Metal/Rock, Opeth, enfim, chegou na data de hoje, 22/11/2024, pelo selo Reigning Phoenix Music. Se enganou, veementemente, quem apostou que o quinteto da cidade de Sörskogen já não seria capaz de surpreender, pois surpresa está no nome e no sobrenome do atual registro.

   

A história antes de “The Last Will and Testament”

Desde que o Opeth iniciou suas atividades no ano de 1990, seu líder, o vocalista e guitarrista Mikael Åkerfeldt, jamais permitiu que o “mais do mesmo” tomasse conta de suas composições. A cada novo lançamento, sua sonoridade ganhava novos elementos que a transformavam em algo distinto.

Mikael Åkerfeldt / Opeth / Reprodução

A príncipio, havia uma mescla de Prog Metal, Death Metal e até doses menores de Black e Doom Metal. A voz de Åkerfeldt ganhava destaque pela forma sublime com a qual intercalava vozes limpas e guturais, além de suas criações como guitarrista, já que o mesmo sempre almejava ir além de suas próprias percepções, usando a sua vasta influência musical que ia desde o Prog/Hard da década de 70 até o Metal extremo do final da década de 80.

Embora o Prog e o Metal sempre andaram de mãos dadas nas obras do Opeth, durante a década de 90, nos álbuns “Orchid” (1995), “Morningrise” (1996), “My Arms, Your Hearse” (1998) e “Still Life” (1999), o Metal foi o elemento predominante.

De “Blackwater Park” a “Ghost Reveries”, a era de ouro do Opeth:

Porém, a partir do “Blackwater Park” (2001), um dos maiores clássicos de sua discografia, o Prog passou, paulatinamente, a ganhar mais espaço em detrimento do Metal. Tanto que depois do disco “Deliverance” (2002), foi planejado um álbum duplo e ao menos um deles seria totalmente Progressivo, mas foram divididos em dois full lenghts: “Damnation”, que saiu em 2003, e o clássico mais relevante do Opeth, “Ghost Reveries”, que foi lançado dois anos mais tarde.

   

Além de ser o disco mais bem sucedido do Opeth, “Ghost Reveries” é um também um divisor de águas de sua carreira. A partir desse ponto, as mudanças nas composições da banda tornaram-se ainda mais frequentes e o estava por vir agradaria a muitos e faria com que tantos outros, simplesmente, odiassem. Mikael Åkerfeldt não abriria a mão da ideia de se reinventar a cada novo momento e foi desse modo que ele escreveu cada capítulo da história do Opeth desde o início.

Opeth / Reprodução

Surpreendentemente ou não, pouco tempo depois do lançamento de “Watershed” (2008), Åkerfeldt anunciou que não usaria mais os seus bem conceituados vocais guturais e as suas músicas futuras, decerto, mergulhariam sem moderação no universo do Prog.

Opeth, o “fim do gutural” e a era Prog

Foi então em 2011 que veio à luz o disco “Heritage”, o primeiro lançamento no qual Opeth deixou de lado a sua veia mais extrema, iniciando sua estrada no Prog Rock. Enquanto alguns dos velhos fãs torceram o nariz, outros apreciadores de Prog Rock surgiram, pensando, inclusive, que se tratasse de uma banda nova na praça. Da mesma forma, isso ocorreu em “Pale Communion” (2014) e “Sorceress” (2016). Até esse ponto, não havia qualquer sinal que a era Metal do Opeth pudesse retornar.

No entanto, a complexidade de “In Cauda Venenum” (2019) deixava no ar que ainda poderia mudar. Em certos momentos, suas faixas parecem implorar pelos guturais de Åkerfeldt e, ainda que não se falasse a respeito, algo parecia dizer que o impossível poderia acontecer.

“The Last Will and Testament” chega trazendo consigo um novo Opeth

Assim que ocorrera o anúncio do lançamento da nova obra músical do Opeth, “The Last Will and Testament”, chegou o seu primeiro singles, “§1”. Pela primeira vez desde que iniciou a sua discografia, o quinteto lançaria um disco conceitual. Contudo, essa canção trouxe o vocal gutural de Mikael de volta a uma composição inédita desde “Watershed”. Ou seja, o gutural retornou depois de longos 16 anos de espera.

   
OPETH / Divulgação / “My Last Will and Testament”

Antes de mais nada, não podemos deixar de dizer que o atual lançamento é o álbum musicalmente mais complexo de toda a discografia do Opeth. Se vão gostar ou nao, se vai agradar fãs novos, old school ou nenhum deles, isso nem vem ao caso, entretanto, a alta qualidade técnica dos músicos e a excelente produção em estúdio é tão evidente que até os haters não conseguem negar essa qualidade.

Os destaques positivos e negativos de “The Last Will and Testament”

Sete faixas que vão em ordem numérica crescente de “§1” até “§7” foram um conceito musical único e poderiam fazer parte de uma única canção de enorme duração, porém o Opeth optou pela divisão. “A Story Never Told” somente coloca um ponto final na história que envolve o disco, mesmo que não possua a centelha instrumental de seu conceito, presente em cada uma de suas subdivisões.

O jovem baterista Waltteri Väyrynen, que é também o membro mais novo do line-up, se destacou pelo seu virtuosismo e mostrou que tem muito mais a oferecer no futuro. Além disso, a participação de Ian Anderson (Jehtro Tull) como flaustista nas faixas 4 e 7 é simplesmente emocionante. Anderson também participou como vocal de apoio nas tracks 1, 2, 4 & 7.

Haverá quem dirá que não se trata de um disco de Metal, mas sim um álbum de Rock com adição de vocais guturais. Sim, essa crítica é cabível, se é que podemos encará-la desse modo. Aliás, a fim de definirmos melhor o que acontece nessa adição, temos uma misto de Prog Rock, Folk Rock, Fusion Jazz Rock e elementos de Metal.

Talvez se tivéssemos que apontar um único defeito grave nesse contexto seria o fato do Opeth estar criando, a cada novo lançamento, mais música para músicos e menos músicas para fãs leigos da arte musical, mas, ai perguntamos novamente, será que isso, realmente, cabe como crítica?

   

Nota: 8,5

Integrantes:

  • Mikael Åkerfeldt (vocal e guitarra)
  • Martín Méndez (baixo e vocal)
  • Fredrik Åkesson (guitarra e vocal)
  • Joakim Svalberg (teclado, piano e vocal)
  •    
  • Waltteri Väyrynen (bateria e vocal)

Convidados:

  • Ian Anderson (flauta nas faixas 4 & 7, vocal nas faixas 1, 2, 4 & 7)
  • The London Session Orchestra (cordas)
  •    
  • Joey Tempest (vocal na faixa 2)
  • Mia Westlund (harpa)
  • Mirjam Åkerfeldt (vocal na faixa 1)

Faixas:

  • 1.§1
  •    
  • 2.§2
  • 3.§3
  • 4.§4
  • 5.§5
  • 6.§6
  •    
  • 7.§7
  • 8.A Story Never Told
   

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