Até conhecer Opeth através do álbum “Ghost Reveries”, eu tinha reservas com o Metal extremo.
O oitavo disco dessa fantástica banda sueca me levou para uma viagem sem volta. Assim que ouvi os primeiros acordes de “Ghost Of Perdition”, minha ideia sobre música extrema já não era mais a mesma.
“Fantasma da mãe / Presença da morte / Fantasma na cama da mãe / Fios negros no travesseiro / Contorno de sua saúde / Rosto torcido na cabeça”.
vocal gutural de Åkerfeldt
Arrepiei com o vocal gutural de Åkerfeldt, justo eu que até então menosprezava os vocais desse estilo.
Foi um misto de paixão e amor à primeira audição. As alternâncias vocálicas, rítmicas e melódicas me fizeram perceber o altíssimo nível musical do Opeth.
“The Baying Of The Hounds”
“The Baying Of The Hounds” dá sequência a essa incrível jornada. Noto que o instrumental varia sua intensidade um pouco antes das mudanças de vocal gutural para vocal limpo e de limpo para gutural.
Tudo se encaixa milimetricamente para o prazer do ouvinte. Jamais havia imaginado que Death Metal e Progressivo pudessem casar tão bem.
A sonoridade dos anos 70 e 90 misturadas de forma homogênea produzem uma sonoridade singular e linda.
“Beneath The Mire”
O teclado de “Beneath The Mire” faz lembrar Led Zepellin e a faixa tem uma atmosfera Black Metal concomitantemente.
Seu solo é recheado de Blues e intercala com momentos mais técnicos, cada nota soa especial.
A complexidade das canções do Opeth não fica devendo para absolutamente nenhuma banda de Progressivo 70’s, além disso, essa veia extrema torna as músicas ainda mais psicodélicas.
“Atonement”
“Atonement” é completamente Prog, pois nela só há vocais limpos.
A banda se tornou completamente Progressive Metal a partir do álbum “Heritage” de 2011, abandonando de vez os guturais.
“Reverie/Harlequin Forest”
Chegou a hora de falar sobre minha faixa favorita do disco, “Reverie/Harlequin Forest”.
“Nas árvores após terrenos de prado / Bem longe da minha casa / Ouço os cães latindo atrás de mim / O rebanho está correndo para me encontrar sozinho / Um rastro de doença que me leva / Se eu estou assombrado, você verá”.
Essa canção é mágica para mim. Seu clima sombrio sempre me domina por completo. Consigo imaginar a “Floresta do Harlequim” e devanear sobre ela todas as vezes que ouço essa obra prima.
Mikael Åkerfeldt é um gênio ainda subestimado, infelizmente.
“Hours Of Wealth”
“Hours Of Wealth” introduz como Rock Progressivo, porém se converte em autêntico Blues, ademais, em sua interpretação, Åkerfeldt mostra a versatilidade de seu talento como compositor, instrumentista e cantor.
“The Grand Conjuration”
A canção “The Grand Conjuration”, a mais brutal do disco, é single e tema de vídeo clipe.
“As mãos de Satã / Construindo seu rebanho / Cavalheiro pálido / Procurando a Terra”
Eis a exata atmosfera dessa faixa, além disso, a banda abusa lindamente de sua qualidade técnica, esbanjando variações e contratempos insanos.
“Isolation Years”
Os riffs são matadores e grudam na cabeça como goma de mascar. O álbum encerra com a bonita balada “Isolation Years” e o faz tão psicodelicamente quanto no início.
“Ghost Reveries”
As palavras com as quais descrevi o álbum, “Ghost Reveries”, foram as melhores que encontrei, porém, insuficientes para expressar tudo o que sinto em relação a essa obra prima musical.
Naquela brincadeira sobre quais dez álbuns levaríamos para uma ilha deserta, certamente o oitavo full-lenght do Opeth seria um dos meus escolhidos.
Agradeço ao talento exuberante de Mikael Åkerfeldt, o qual me ajudou a abrir a mente e embarcar no lado extremo do Metal.
Opeth Rules!
Nota 9,5
Integrantes:
- Mikael Åkerfeldt (vocal e guitarra )
- Martín Méndez (baixo)
- Peter Lindgren (guitarra)
- Martin Lopez (bateria)
- Per Wiberg (teclado)
Faixas:
- 1.Ghost Of Perdition
- 2.The Baying Of The Hounds
- 3.Beneath The Mire
- 4.Atonement
- 5.Reverie/Harlequin Forest
- 6.Hours Of Wealth
- 7.The Grand Conjuration
- 8.Isolation Years
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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