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Exodus lança cover de “He’s A Woman – She’s A Man” do Scorpions com vocais de Mark Osegueda

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Exodus lança cover de "He's A Woman - She's A Man" do Scorpions com vocais de Mark Osegueda
reprodução

As lendas do Thrash Metal do Exodus lançaram um cover de “He’s A Woman – She’s A Man”, faixa do clássico álbum “Taken By Force” do Scorpions, de 1977. O cover contou com a participação do vocalista Mark Osegueda (Death Angel, Kerry King).

Veja o comentário do guitarrista Gary Holt:

“Decidimos fazer um cover de uma das nossas bandas favoritas de todos os tempos há algum tempo e estávamos guardando-o até agora. E, melhor ainda, o inigualável Mark Osegueda, do Death Angel/Kerry King, colaborou conosco para cantá-lo, e ele arrasa! Ele é o único cara que conhecíamos que faria justiça ao Klaus. Espero que vocês curtam!”.

Recentemente, o vocalista do Exodus, Rob Dukes, falou sobre o andamento das sessões de composição e gravação do próximo álbum:

“Estamos gravando os vocais agora. Bem, eles estão praticamente fazendo tudo, então eles fizeram a bateria e algumas guitarras e estão fazendo os ritmos e tudo mais. E então eu e Jack, ele fazendo o baixo, nós meio que alternamos dias e dias, porque eu só consigo ficar por duas ou três horas e então estou meio exausto pelo dia até o dia seguinte.”

De acordo com Dukes, o novo disco apresentará 11 faixas e será “muito pesado”:

“São 11. E é pesado pra caramba, cara. Quer dizer, é pesado pra caramba, sombrio e maneiro. Mas o que me surpreendeu foi que tinha um pouco de rock estilo Motörhead. Eu pensei: ‘Ah, maneiro, cara. Isso é um pouco diferente do normal.’ Foi muito maneiro. E então eu pude sair um pouco da caixa, o que é legal. É bem maneiro. Um bom desafio.”

Fora de festivais, o Savatage fez o seu primeiro show como headliner em mais de 20 anos

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Fora de festivais, o Savatage fez o seu primeiro show como headliner em mais de 20 anos
reprodução / Youtube

O Savatage fez o seu primeiro show como headliner no Espaço Unimed, em São Paulo, na noite da última segunda-feira, 21 de abril, tendo o Opeth como banda de abertura.

A apresentação aconteceu dois dias depois do retorno oficial do Savatage aos palcos no dia 19 de abril, no Monsters of Rock, no Allianz Parque, em São Paulo.

Veja o setlist matador do Savatage no Espaço Unimed:

  • 1. The Ocean
  • 2. Welcome
  • 3. Jesus Saves
  • 4. Sirens
  • 5. Another Way (primeira vez desde 2015)
  • 6. The Wake Of Magellan
  • 7. Strange Wings (primeira vez desde 2002)
  • 8. Taunting Cobras (primeira vez desde 1998)
  • 9. Turns To Me (primeira vez desde 2015)
  • 10. Dead Winter Dead
  • 11. The Storm (primeira vez desde 2015)
  • 12. Handful Of Rain
  • 13. Chance
  • 14. This Is The Time (1990) (primeira vez desde 2002)
  • 15. Gutter Ballet
  • 16. Edge Of Thorns
  • 17. The Hourglass (primeira vez desde 2002)
  • 18. Believe (Jon Oliva no piano e vocais na tela; a banda entrou depois do refrão; tributo a Criss Oliva durante o solo.)

Bis:

  • 19. Power Of The Night (primeira vez desde 2003)
  • 20. Hall Of The Mountain King

O Savatage subiu ao palco com Johnny Lee Middleton (baixo), Chris Caffery (guitarra), Al Pitrelli (guitarra), Jeff Plate (bateria) e Zak Stevens (vocal), e os dois novos tecladistas em turnê Paulo Cuevas e Shawn McNair.

Abaixo, veja algumas filmagens de fãs:

Exodus: Gary Holt teria aceitado se juntar ao Metallica se tivesse sido convidado em vez de Kirk Hammett? Ele respondeu!

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Exodus: Gary Holt teria aceitado se juntar ao Metallica se tivesse sido convidado em vez de Kirk Hammett? Ele respondeu!
reprodução

Kirk Hammett era guitarrista do Exodus antes de se juntar ao Metallica, claro, que vocês já sabem disso. Seu ex-colega de banda, o guitarrista Gary Holt, contou como foi sua reação quando o Metallica convidou Kirk para entrar na banda de Lars Ulrich. Em uma nova entrevista para o “The David Ellefson Show”, apresentado pelo ex-baixista do Megadeth, Gary Holt disse:

“Sim, é uma relação totalmente incestuosa, com certeza. Kirk está no Exodus, Kirk se junta ao Metallica. Sou amigo dos dois, e há muitas críticas e coisas do tipo, e muita animosidade. Mas eu fiquei de fora disso. Mas, sim, isso meio que me colocou no comando [quando se tratou do Exodus]. Eu estava começando a compor muitos riffs. Quando entrei [no Exodus], Kirk compôs tudo. E na época em que ele saiu, fiquei feliz por ele.”

Será que se em vez de terem convidado Kirk, o Metallica tivesse convidado Gary Holt, ele teria aceitado? Veja a resposta do guitarrista:

“Provavelmente não. Porque naquela época da minha vida, a mudança era assustadora para mim. Eu sempre estava feliz onde me sentia confortável. Eu provavelmente teria dito não. Na época, [antes de gravarem] ‘Kill ‘Em All’… Se você entrasse, você estaria se juntando a uma ótima banda, mas você estaria se juntando a uma banda que [estava prestes a] lançar um álbum independente e estava tocando em clubes. Você não sabia que eles seriam [o que eventualmente se tornariam]. Se eu tivesse sido perguntado e soubesse agora no futuro o que eles se tornariam, eu teria viajado de volta no tempo e chutado minha própria bunda para aceitar aquele trabalho.”

Indagado se o Exodus pensou na possibilidade convidar o guitarrista Dave Mustaine que havia perdido seu posto no Metallica, Gary declarou:

“Não, não. Foi tipo, ‘Parabéns, Kirk. Eu te amo, mano. E obrigado por me ajudar a começar essa jornada e me ensinar meus primeiros licks e acordes. E agora é minha banda. Vamos lá.'”

Kiss: “Acho que ele fez um bom trabalho, embora eu me lembre de ver o Gene tão nervoso com isso”, diz Bruce Kulick sobre o trabalho do produtor Ron Nevison em “Crazy Nights”

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Kiss: "Acho que ele fez um bom trabalho, embora eu me lembre de ver o Gene tão nervoso com isso", diz Bruce Kulick sobre o trabalho do produtor Ron Nevison em "Crazy Nights"
reprodução / Youtube

Durante uma nova entrevista ao Chaoszine, o ex-guitarrista do Kiss, Bruce Kulick, falou sobre o álbum “Crazy Nights”, de 1987, um dos álbuns menos queridos pelos fãs Kiss, ou pelo menos pela maioria dos fãs do Kiss… Contudo, o disco ainda conseguiu emplacar o hit “Crazy Crazy Nights”. Além disso, “Crazy Nights” foi disco de platina nos EUA e Canadá, e ouro no Reino Unido (onde atingiu a quarta posição).

Kulick revelou que Gene Simmons não estava muito satisfeito com o direcionamento musical daquele álbum:

“Ao contrário de ‘Asylum’, que parecia ser mais autoproduzido, foi interessante ter o [produtor] Ron Nevison envolvido, que fazia muito sucesso na época. Ele teve sucessos com algumas grandes bandas, e eu sei que Paul ficou muito animado para trabalhar com ele. Gene, talvez não tanto, mas, novamente, pude contribuir com algumas músicas.

Achei que o Ron tinha uma visão para o álbum. Mas sei que, mesmo tendo adicionado alguns elementos que causaram polêmica, talvez teclados ou samples na bateria, como a caixa ou algo assim, ele sempre quis a guitarra solo na frente, o que era importante para mim. Então, fiquei feliz com isso. Acho que ele fez um bom trabalho, embora eu me lembre de ver o Gene tão nervoso com isso.”

Para Bruce Kulick, o produtor Ron Nevison fez um bom trabalho, já que “Crazy Nights” recebeu disco de platina:

“Na verdade, foi um disco de platina. Então, ele obviamente fez um bom trabalho. Acho que foi o último disco de platina da banda. Li um artigo recentemente sobre isso. Então, sabe, o Nevison fez um bom trabalho. E acho que tem algumas músicas ótimas. E, novamente, pude contribuir com algumas composições e tudo mais. Então, muito emocionante.”

“A principal atração ao vivo da América atualmente é o Metallica. Eles arrasam sempre”, diz Jason Newsted

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"A principal atração ao vivo da América atualmente é o Metallica. Eles arrasam sempre", diz Jason Newsted
Wikimedia Commons

Recentemente, o Metallica se apresentou em Syracuse, no JMA Wireless Dome, no dia 19 de abril. O ex-baixista do Metallica, Jason Newsted também tocará em Syracuse em um show beneficente de duas noites no icônico Auditório Hosmer do Everson Museum Of Art, Nova York, no mês de julho.

Em entrevista a Jeff Kulikowsky da 9 WSYR-TV, Jason comentou sobre a passagem de sua antiga banda pelo local depois de muitos anos:

“É, já faz um tempo que o Metallica não toca em Syracuse. Eu estava com eles lá, acho que foi em 96, foi a última vez. Eles estão juntos há 44 anos. Eles têm milhares de shows no currículo. Acho que provavelmente a principal atração ao vivo da América atualmente é o Metallica. Eles arrasam sempre, e eu sei que a produção desta vez é a mais fantástica até agora. Então, é isso aí, calce seus sapatos de dança.”

Falando sobre seus próximos shows “Jason Newsted & Friends”, Jason declarou:

“Tenho tocado em shows beneficentes nos últimos 20 anos, mais ou menos. Escolho seis ou oito por ano, e eles geralmente são afiliados a programas para jovens, arte e música. Então, comecei com um projeto chamado Little Kids Rock no início dos anos 2000. Agora eles chamam de Music Will . E fomos responsáveis ​​por colocar milhares de instrumentos nas mãos de crianças. E esse foi o meu começo, e desde então, tenho dedicado minhas energias a conquistar as crianças — acho que tentando conscientizá-las sobre arte e música, e colocar instrumentos e pincéis em suas mãos.”

Resenha: Embrional – “Inherited Tendencies for Self-Destruction” (2025)

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Embrional é mais uma das gratas amostras do Metal extremo polonês. O país é conhecido dentro do cenário underground por conta de bandas como Vader, Hate, Besatt e Behemoth, sendo essa última, já fora do underground comum e mais a nível de mainstream. “Inherited Tendencies for Self-Destruction” é o quarto álbum lançado pela banda polaca de Death Metal, assim formando a sua primeira quadra de estrondos musicais.

Os representantes de Gliwice, Silesia, possuem em sua carta de vinhos sonoros os seguintes álbuns: o debut “Absolutely Anti-Human Behaviors” (2012), “The Devil Inside” (2015) e “Evil Dead” (2019). O Embrional iniciou suas atividades em 2003 com um nome bastante peculiar, por assim dizer. Embrional Necrophilism era o nome da criança e que logo depois resumiram simplesmente para Embrional. Em minha singela opinião, creio que esse nome maior combinaria mais com um nome de disco do que de banda.

Sobre o novo artefato musical, este foi lançado no dia 21 de março via Agonia Records. Entretanto, existe a impressão de que o álbum possui detalhes voltados para as bandas compatriotas citadas, ou pelo menos algumas delas. Será? Isso teremos de conferir juntos, mas sem precisar dar as mãos, certo? Se precisar de ajuda, te jogo uma corda.

Sem mais delongas e devaneios, vamos ao que, de fato, mais interessa.

Embrional/Official Site

Embrional e os coros do apocalipse em prol da autodestruição

Certamente, começar um álbum de modo bem sinistro é uma jogada prazerosa de se executar. Afinal, um bom disco de Death Metal merece uma introdução que te remeta ao que está por vir. E isso é feito através de “Choirs of Apocalypse”, que serve como uma luva para a morbidez inicial de “The World Deserves Self-Destruction”. Qualquer semelhança como os requintes tradicionais do Immolation é mera coincidência, não é mesmo? Principalmente por conta dos efeitos e alavancadas agudas de guitarra.

Porém, a receita sangrenta não fica apenas nisso e te joga em um mar de riffs ignorantemente inseridos na trama como se a banda tivesse apertado a campainha dos aposentos do Hate e saído correndo. Os elementos próximos aos seus compatriotas são bem evidentes e colocados de forma sábia e contundente. Entretanto, os mares densos com cortes feitos com palhetas ultra afiadas fazem da canção uma das mais insanas do álbum. A timbragem da bateria de Młody é o charme maldito da música, enquanto os vocais do também guitarrista Skullripper formam uma linha bem próxima a do Nergal. Porém, sem jamais soar como mera cópia. Trata-se, portanto, de inclinação à vocalização do respectivo cantor. O trecho final possui um solo de guitarra bastante gélido, feito com o sangue da vítima ao ouvir a nada nobre canção. Portanto, sendo um belo cartão de visitas.

Inspiração do Embrional para matar e massacrar os tímpanos do ser seduzido por mentiras

As músicas do Embrional atravessam os campos áridos das mentiras envolvendo religião e de um mundo repleto de sujeira e que merece o seu fim imediato, ou melhor, o fim da humanidade que só serviu para degradar o planeta até então. A inspiração para matar é encontrada no ritmo contagiante e devastador de “Inspiration to Slay”. Ao observar com os ouvidos bem atentos, é perceptível a caminhada mais direta nos primeiros passos da canção. A sonoridade prossegue a passos largos em direção do território mais extremo que possa encaixar na mesma.

Entretanto, as nuances surgem e você pode imaginar uma carreta descendo de forma bem incisiva e coletando toda a sede de sangue de vários assassinos em potencial. Além disso, temos solos condizentes com a estrutura e conjectura musical, abrindo um leque de alicerces voltado para o Krisiun. Porém, o veículo não tem freio…

A sedução através de mentiras ocorre por meio da verdade de uma sonoridade direta e agressiva. “Seduced by the Lies” promove uma carnificina sonora, aonde são reunidas todas as mentiras mundanas, seja por conta de religião ou de falsos princípios exigidos por uma sociedade vã e hipócrita. Os dedilhados em escalas de tensão denotam um ímpeto voraz e provocante aos ouvidos ávidos por glóbulos vermelhos efervescentes. O mesmo vale para os solos de guitarra, que por si só, são muito bem trabalhados e com uma estrutura impecável.

Deus mente o tempo todo, erguendo um verdadeiro santuário de puro e intenso colapso

Seguindo pelo caminho das mentiras, temos “Lies of God”. Sendo então, uma faixa bem acessível ao público oriundo da pancadaria desenfreada e insana. Blast beats provocam chamas nas baquetas de Młody, enquanto Chłosta impõe seus diferenciais, apoiado por Skullripper. O refrão é o charme infernal da canção, pois alterna com muita competência o flanquear da faixa com os trechos mais mórbidos da trama.

Após os belos solos, temos vozes em coro e depois mais solos gélidos para finalizar mais um capítulo apocalíptico dos poloneses.

O colapso mundano é tão grande que deveria ter um santuário para representá-lo. Portanto, coube ao arsenal de guerra nomeado “The Shrine of Collapse” a devida função. O dedilhado inicial e principal promove uma correria desenfreada e desesperadora das pessoas, trazendo à tona o verdadeiro colapso sonoro. Por entre nuances e diferenciais marcantes, temos no baixo de Armagog uma ótima condução da sapata musical. Contudo, temos riffs dissonantes e bem diferentes do convencional inseridos com precisão.

O colapso coberto de mentiras só poderia resultar em uma jornada puramente suicida. É o que ocorre ao ouvir “Suicide Journey”. Afinal, o Death Metal nunca morre e não haverá escapatória para quem não está adaptado a esse mundo caótico e sangrento em se tratando de boa “múzga”.

Em meio a um jogo de pedais duplos e pratos, a canção promove uma arrancada de velocidade controlada para que, mais adiante possa acelerar e dilacerar tímpanos à vontade. Destaque para o trecho crescente, abrindo outra sequência dedilhados e palhetadas precisas. Além disso, os solos surgem como gotas de sangue no asfalto gelado em plena madrugada.

O desejo sádico de ser purificado pela morte

“Purified by Death” inicia no formato em que, a guitarra base comanda a arte do peso e a guitarra solo contorna e apresenta um cartel requintado de notas menores e mais agonia em harmonia. Na sequência, temos vários muros desabando e o teto rachando no meio, causando uma queda vertiginosa e indo de encontro ao solo batido e coberto de sangue coagulado.

Conforme a canção ganha mais ímpeto e robustez, a mesma oferece solos magistrais e momentos cadenciados e hipnóticos, padrões do subgênero mais querido por mim. A morte purifica se souber ouvir com a devida atenção o que ela diz em música. Ou seja, aqui ela diz muitas coisas excelentes e honestas para com o próprio estilo.

Em contrapartida, “Sadistic Desire” oferece um lado ainda mais extremo, complementando sua antecessora. O desejo sádico ganha tons de ansiedade e desespero ao mostrar suas armas sonoras. O canivete em forma de guitarra e a marreta em forma de bateria dizem muito a respeito desse sadismo todo. Seu andamento após os versos, acontecendo antes dos próximos versos, trazem um lado bem tradicional do Metal mais mortífero dentre todos os principais subgêneros. E além disso, sem contar com mais momentos hipnóticos e distorcido no melhor dos formatos.

Segunda faixa instrumental para representar a extinção em massa e abrir caminho para um rito de pura obliteração

Antes do fim, temos o anúncio do fim premeditado através de mais uma faixa instrumental. “Extinction (Outro)” é o nome esquisito dessa trilha traz novamente um clima bem sinistro para a obra, abrindo caminho para a apoteose do disco.

Por fim, para terminar a trajetória repleta de mentiras, um deus fraco e falso, e mentes humanas corrompidas entrando em colapso, temos a extinção plena junto aos ritos de obliteração. “Obliteration Rites” começa com a locomotiva em forma de bateria a todo vapor. A carreta citada acima dá lugar à maria fumaça pintada com o próprio carvão e ganhando um tom fosco com cheiro de inferno em chamas.

A canção apresenta seu lado experimental, se aproveitando do próprio estilo para ir em busca de algo a mais para acrescentar ao enredo musical. O compasso repleto de quebras e contornada por momentos completamente insanos de devastadores de lares ortodoxos, aflinge a sua pobre alma e a coloca no devido lugar para ser devorada pelos demônios em riffs flamejantes. Seu final acontece de maneira simples, porém de acordo com as últimas notas agudas distorcidas. Assim, obliterando a tudo e a todos numa puxada de corda só.

Rafał Kotylak

Confissões de um sobrevivente dessa extinção sonora

Certamente, o Embrional carrega a tocha plena e bem acesa em prol do Metal extremo polonês. De fato, temos uma linhagem completamente voltada para o Death Metal feito por lá. Aqui vemos através dos riffs pesadíssimos e nuances bem carregadas de agressividade voltadas para esse tipo de som. Conhecer o som do Embrional, ainda mais através de “Inherited Tendencies for Self-Destruction”, um privilégio para quem aprecia o Metal da morte da bandeira alvirrubra.

Alguns dos vários destaques ficam por conta de praticamente todos os solos de guitarra distribuídos ao longo das músicas. Além das variações dentro das mesmas e os efeitos complementares de guitarra. A bateria surge mais impetuosa nos períodos certos, ao mesmo tempo que se apresenta mais cadenciada quando se faz necessário. O baixo cumpre bem o seu papel e aparece bem nos momentos em que lhe é cabível. “Seduced by the Lies”, com seu início categórico e dedilhados maléficos tenebrosos, e “The Shrine of Collapse”, com seus riffs dissonantes e diferenciais precisos, representam boa parte da qualidade contida no quarto trabalho da banda.

Comentários oficiais do Embrional e considerações obliteradoras finais

O Embrional comentou em seu Bandcamp oficial:

“Estamos muito satisfeitos com o álbum. Nossa assinatura sonora amadureceu e se destaca de nossos trabalhos anteriores. Conscientemente, aproveitando nossa experiência passada, as composições e a produção passaram por um tratamento deliberado, inédito na música do Embrional.”

A grata surpresa é semelhante ao ter conhecido o trabalho do Dammnatorum, “In Umbra Mortis” (2023), entre outras bandas oriunda deste nobre país. E se você é adepto da sonoridade de bandas do calibre de Vader, Hate e Behemoth, siga o caminho da “não-luz” e adentre às profundezas da caverna sangrenta do Death Metal feito na Polônia! Sendo assim, comece pelo Embrional e se torne mais um embrião dessa desgraça sonora (no melhor dos sentidos)!

nota: 9,0

Formação:

  • Skullripper (guitarra, vocal)
  • Armagog (baixo)
  • Chłosta (guitarra)
  • Młody (bateria)

Faixas:

1. Choirs of Apocalypse (intro)
2. The World Deserves Self-Destruction
3. Inspiration to Slay
4. Seduced by the Lies
5. Lies of God
6. The Shrine of Collapse
7. Suicide Journey
8. Purified by Death
9. Sadistic Desire
10. Extinction (outro)
11. Obliteration Rites

Monsters Of Rock (Live Review): todos os detalhes do evento que sacudiu São Paulo

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Crédito da foto: Ricardo Matsukawa - por Mercury Concerts Fotos

Um dia depois do Monsters Of Rock e ainda sob efeito das fortes emoções vividas ontem, 19 de abril, no Allianz Parque, o Mundo Metal vai contar para você todos os detalhes de tudo que aconteceu na edição comemorativa de 30 anos do evento, organizado pela Mercury Concerts.

Um fest como este acontecer em um estádio foi, de fato, um tremendo acerto. Desde a localização privilegiada do Allianz na região da Barra Funda, até a parte logística do lugar, tudo funciona muito bem e consegue entregar a infraestrutura necessária para que o público tenha uma experiência satisfatória.

Com relação a parte técnica dos shows, provavelmente, este teve o melhor nível em termos de ajuste de som entre todos que estivemos presente. Desde a primeira banda até a última, era possível ouvir todos os instrumentos de forma nítida, não aconteceram falhas técnicas e todas as bandas que se apresentaram conseguiram entregar o máximo de sua capacidade.

As performances aconteceram sem atrasos, não presenciamos nenhuma confusão e o saldo do Monsters Of Rock 2025 foi extremamente positivo. Vamos aos shows, porque sabemos que é isso que você quer saber!

Stratovarius

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Os finlandeses do Stratovarius foram os primeiros a subir no palco do Allianz às 11h30min e, podemos afirmar categoricamente, não decepcionaram. Os dois únicos representantes da formação clássica que gravou álbuns como “Episode” (1996), “Visions” (1997), “Destiny” (1998) e “Infinite” (2000), são Timo Kotipelto (vocalista) e Jens Johansson (teclado), mas nem por isso o quinteto perdeu o brilho.

O setlist foi focado justamente nesta época com algumas poucas inserções de canções mais novas. A abertura do show foi com a ótima “Forever Free”, onde percebemos que Kotipelto, apesar de ainda estar cantando muito bem, já não tem a mesma pressão e alcance de outrora. Nada que desabone ou comprometa muito, mas para quem estava acostumado com aquelas extensões de notas mais altas, pode ter estranhado um pouco. O show seguiu em alta com “EagleHeart” e depois caiu um pouco com a recente “World On Fire”.

Escolha acertada no setlist

A dobradinha “Speed Of Light” e “Paradise” levantou o plateia. Apesar de neste momento o Allianz ainda ter um público modesto, quem estava lá foi surpreendido por uma performance muito justa e, podemos dizer, digna do legado do grupo dentro do Power Metal mundial. “Survive” foi mais uma das novas que chegou e, apesar de ser uma boa música, ainda não conseguiu ter o peso necessário para encantar os fãs.

“Eternity” foi um grande acerto e também um resgate muito interessante. Em alguns trechos dessa, ficou evidente a dificuldade de Kotipelto em chegar nos tons, mas a música fala por si só. “Black Diamond” é sempre motivo de festa e não foi diferente aqui, todos cantando junto no refrão. No final, “Unbreakable” e “Hunting High And Low”, nesta última, o momento de maior reação do público e, realmente, esta é a maior música da banda em termos de reconhecimento.

Apresentação acima do esperado e boa escolha do Monsters Of Rock para iniciar um dia que, certamente, vai entrar pra história do Rock e Metal no Brasil.

Setlist:

  1. Forever Free
  2. Eagleheart
  3. World On Fire
  4. Speed Of Light
  5. Paradise
  6. Survive
  7. Eternity
  8. Black Diamond
  9. Unbreakable
  10. Hunting High And Low

Opeth

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Esta foi a banda que realmente se diferenciava de todas as outras do festival. Os suecos do Opeth possuem uma sonoridade no mínimo diferente das demais e uma discografia que é uma verdadeira montanha russa de experimentações, viagens e direcionamentos. Alternando discos ligados ao Death Metal (no início), passando por uma fase Prog Metal com elementos de Death (no meio), descambando para o Prog Rock (recentemente) e, finalmente, no último trabalho, “The Last Will And Testament” (2024), recuperando um pouco de seu DNA mais extremo, o grupo é famoso pela técnica e desapego a gêneros.

Com pouco tempo de show, cerca de 55 minutos, Mikael Åkerfeldt e seus comparsas teriam que se virar para apresentar músicas que pudessem atender aos fãs das diferentes fases e de quebra proporcionar uma performance interessante para o público em geral. Esta foi uma missão praticamente impossível de ser cumprida e, de fato, o show do Opeth foi o mais morno de todo o evento. Não por incompetência, falta de técnica ou desempenho abaixo do esperado, mas por conta de ser uma banda com sonoridade muito complexa e destinada a um nicho muito específico do Metal.

A difícil tarefa de decifrar o Opeth

E escolha de setlist foi pensando em mesclar composições de várias épocas e ainda divulgar o novo álbum. Sendo assim, “§1”, do disco de 2024 abriu o show, seguida de “Master’s Apprentices”, presente em “Deliverance” (2002). “§3”, novamente do novo registro, veio logo após e, inevitavelmente, este começo já gerou um tremendo anticlímax. Poucos presentes no Monsters Of Rock conheciam à fundo o Opeth e por conta das faixas trazerem peso em certos momentos, mas possuírem passagens mais progressivas e com vocais limpos em outros, era nítido que boa parte das pessoas não estavam entendendo muito bem a proposta.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Isto não é um demérito para a banda, mas uma constatação que em um festival com tantos nomes ligados ao Rock e ao Metal tradicional, os suecos serão relegados a meros figurantes. O show seguiu com “In My Time Of Need”, do álbum “Damnation” (2003), e “Ghost Of Perdition”, de “Ghost Reveries” (2005). Nesta última, o único momento de todo set onde vimos uma reação realmente positiva da plateia. No entanto, “Sorceress” desacelerou tudo novamente e, justo no final do show, a temperatura voltou a baixar. O encerramento aconteceu com “Deliverance” e foi isso.

O frontman Mikael Åkerfeldt acabou ganhando alguns pontos positivos com os brasileiros por conta de alguns comentários e piadas bem sacadas, incluindo uma menção ao Scorpions. Quem é fã seguiu amando a banda e quem não conhecia ou não entendia muito bem o som, seguiu sem entender.

Setlist:

  1. §1
  2. Master’s Apprentices
  3. §3
  4. In My Time of Need
  5. Ghost of Perdition
  6. Sorceress
  7. Deliverance

Queensrÿche

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Nota do redator: eis aqui a magia que somente um festival consegue proporcionar. Particularmente, nunca fui um fã assíduo do Queensrÿche, mas confesso que gosto muito do clássico “Operation: Mindcrime” – e até aí não há nenhuma novidade, quem em sã consciência não gosta desse álbum? Mas enfim, até a tarde de ontem, este seria um show que definitivamente eu não pagaria para ver caso a banda estivesse se apresentando sozinha. Até o dia 19 de abril de 2025, eu não sairia de casa para assistir somente o Queensrÿche, mas em um festival com diversas outras bandas legais, por que não? Foi o que pensei e, no auge da minha ignorância, tinha convicção que seria apenas mais um show legal em meio a tantos que aconteceriam no dia. Nada mais que isso. Bem, eu estava tremendamente enganado.

Com apenas dois membros da formação clássica no atual lineup, sendo eles o guitarrista Michael Wilton e o baixista Eddie Jackson, o Queensrÿche chegou ao Monsters Of Rock sem um novo disco de estúdio para divulgar. O último trabalho foi “Digital Noise Alliance” (2022) e o grupo ainda não está trabalhando em novo material. Sendo assim, a escolha foi das mais acertadas possíveis: tocar somente hinos e hits.

O show impecável do festival

O problema (no bom sentido) é que eles fizeram isso com maestria e brilhantismo. Já sabendo da competência do vocalista Todd LaTorre, a esperança era de uma apresentação bastante correta, principalmente, no que diz respeito aos vocais difíceis gravados originalmente por Geoff Tate, mas depois de presenciar a performance de LaTorre, preciso ser acima de tudo honesto, pouquíssimos vocalistas em atividade no Rock e Metal hoje conseguem entregar o que esse cara entrega. Simplesmente impecável e digno de nota máxima.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

O restante da banda também está afiada e o entrosamento é notório, todos entregando ótimas performances. Este conjunto de fatores fizeram do show do Queensrÿche uma experiência arrebatadora e capaz de mudar a opinião deste teimoso que vos escreve. Na abertura do set já dava para notar que seria irrepreensível. “Queen Of The Reich”, “Operation: Mindcrime” e “Walk In The Shadows”, todas sendo executadas de forma perfeita.

Plena satisfação

Mas não parou por aí, vieram mais canções emblemáticas da carreira e, a cada execução, uma certeza, o Queensrÿche pode até não estar lançando álbuns novos de encher os olhos, mas os shows apresentam o auge de uma banda ao vivo. “I Don’t Believe In Love”, do clássico “Operation: Mindcrime” (1988) e a matadora “Warning”, do icônico “The Warning” (1984), mantiveram a energia, mas o trabalho de maior sucesso da carreira do quinteto norte americano foi lembrado mais vezes. Ao total foram 5 faixas de “Operation: Mindcrime” (1988).

As próximas duas foram, “The Needle Lies” e “The Mission”, transformando o Allianz Parque em um caldeirão. “Nightrider” trouxe velocidade para a apresentação, enquanto “Take Hold Of The Flame” e “Empire” mexeram com a nostalgia dos fãs. Perto do final, “Screaming In Digital”, e talvez esta seja a única que me soou um pouco deslocada. De repente, trazê-la mais para o começo do set teria sido uma escolha mais acertada, mas este sou eu sendo extremamente chato. Na derradeira, não poderia ser outra: “Eyes Of A Stranger”. Nem preciso comentar que todos cantaram junto com a banda e, certamente, o show foi finalizado com aquele sentimento de satisfação e dever cumprido.

Setlist:

  1. Queen Of The Reich
  2. Operation: Mindcrime
  3. Walk In The Shadows
  4. I Don’t Believe In Love
  5. Warning
  6. The Needle Lies
  7. The Mission
  8. Nightrider
  9. Take Hold Of The Flame
  10. Empire
  11. Screaming In Digital
  12. Eyes Of A Stranger

Savatage

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Um dos shows mais aguardados do festival foi o do Savatage. O saudoso grupo norte americano estava parado desde 2003 e, neste tempo todo, fez apenas uma única apresentação em conjunto com a Trans-Siberian Orchestra (o outro projeto dos integrantes) no Wacken Open Air de 2015. Portanto, a expectativa era enorme, inclusive, pelo fato do vocalista, tecladista, compositor e membro fundador, Jon Oliva, não estar participando destes primeiros eventos por conta de problemas de saúde.

Confesso que nunca tinha presenciado comoção tão grande em meio a uma plateia. Havia grupos de pessoas que vieram do Chile, da Colombia, do México e outras localidades somente para ver o Savatage. É inegável que o grupo possui uma base apaixonadíssima de fãs e este tempo todo fora dos palcos gerou um sentimento fortíssimo de nostalgia e também de urgência. Os fãs queriam ver para poder crer, queriam saber se era realmente de verdade e, convenhamos, a atmosfera do Monsters Of Rock fortaleceu de mais esse clima que se formou.

Emoções à flor da pele

Quando as primeiras notas de piano anunciaram a introdução “The Ocean”, foi uma sensação realmente indescritível. Ver ali Zak Stevens (vocal), Johnny Lee Middleton (baixo), Jeff Plate (bateria) e a dupla Chris Caffery e Al Pitrelli (guitarras) adentrando o palco em uma apresentação única como Savatage foi para emocionar qualquer fã de Heavy Metal que se preze.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

E eles sabiam o que estavam proporcionando aos fãs, já que no final de “The Ocean”, ainda brincaram com nossas emoções ao emendar a abertura de “City Beneath The Surface”, música icônica do EP “The Dungeons Are Calling” (1984). Foi de arrepiar e uma pena que não executaram a canção na íntegra – quem sabe no show solo que acontecerá no Espaço Unimed? Vamos aguardar.

“Welcome” foi a canção que realmente iniciou o set e, não poderia ser diferente, foi cantada em uníssono, principalmente na parte final com os versos “Welcome to the show! Welcome to the show!”. Confesso que chorei. E foi difícil se desvencilhar das lágrimas quando seguiram com “Jesus Saves” e “The Wake Of Magellan”. Tudo sendo executado como manda o figurino. “Dead Winter Dead” foi a próxima e manteve a temperatura alta para o acontecimento à seguir.

Efeitos especiais vindos do além

Havia uma previsão de tempestade por volta das 15h em São Paulo – justo na hora que o Savatage tocaria – e, realmente, quando a banda começou seu show, nuvens negras começaram a cobrir o Allianz Parque. Parecia que a chuva forte chegaria à qualquer momento e após “Dead Winter Dead”, ela realmente começou a cair. Zak percebeu a coincidência e falou que a chuva era propícia para aquele momento. Nesta hora, a capa do álbum “Handful Of Rain” apareceu no telão e a canção título foi tocada debaixo de chuva. Como em um passe de mágica, quando a canção foi encerrada, a chuva se dissipou, proporcionando um efeito especial vindo diretamente dos deuses do Heavy Metal. Certamente, eram eles enviando sua aprovação ao retorno do Savatage.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Seguindo, foi a vez de “Chance”, tocada na íntegra e com direito as sobreposições de vozes contidas na parte final. “Gutter Ballet” seguida de “Edge Of Thorns” chegaram para testar os corações dos fãs, porque quem estivesse com algum problema cardíaco, fatalmente, não aguentaria o que aconteceu à seguir.

O show mais emocionante de todos!

Zak Stevens falou algumas palavras enaltecendo Jon Oliva e anunciou que Jon havia feito algo especial para o público. Os telões então exibiram um vídeo de Oliva, onde o eterno Mountain King começou a tocar ao piano o hino “Believe”. Depois do primeiro refrão com Jon cantando e tocando, boa parte do público foi às lagrimas. O restante da banda entrou, prosseguiu com a música e na hora do solo, Zak anunciou a homenagem mais do que merecida ao saudoso guitarrista Criss Oliva, falecido em 1993 em um acidente automobilístico. Os telões então começaram a exibir imagens e vídeos do falecido músico e, caso houvesse alguém que não tinha se emocionado ainda, à partir deste momento não existia mais esta possibilidade. O maior momento do festival, sem sombra de dúvidas.

O final ainda trouxe dois grandes clássicos, “Sirens”, do debut homônimo de 1983, e a obrigatória “Hall Of The Mountain King”, ambas, tocadas de maneira espetacular. Á partir de agora, você já pode gritar à plenos pulmões que o Savatage voltou. E voltou em grande estilo com um showzaço no festival Monsters Of Rock.

Setlist:

  1. The Ocean
  2. Welcome
  3. Jesus Saves
  4. The Wake Of Magellan
  5. Dead Winter Dead
  6. Handful Of Rain
  7. Chance
  8. Gutter Ballet
  9. Edge Of Thorns
  10. Believe
  11. Sirens
  12. Hall Of The Mountain King

Europe

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

O Europe é um caso muito interessante, pois estão na ativa desde 1979, já tiveram altos e baixos na carreira, e apesar de não lançar um disco realmente importante há bons anos, o grupo segue fazendo muitos shows e são sempre elogiados por onde passam. Finalmente eu entendi os motivos de tantos elogios.

Com uma performance de palco muito intensa e repleta de energia, Joey Tempest (vocal), John Norum (guitarra), John Levén (baixo), Mic Michaeli (teclado) e Ian Haugland (bateria), conseguiram fazer o Allianz Parque se render ao Hard Rock contagiante dos suecos.

O setlist trouxe diversas canções presentes nos primeiros discos da banda e, literalmente, levantou o público. O começo da apresentação com “On Broken Wings” e “Rock The Night” foi para passar o recado que o grupo chegou para animar e transformar o local em um festa Hard – pelo menos durante o tempo desta apresentação. “Walk The Earth”, do disco homônimo de 2017, tentou mostrar que os trabalhos mais recentes podem conter grandes faixas, mas a sequência com “Scream Of Anger” e “Sign Of The Times” deixa evidenciada a melhor fase da carreira.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Energia e… Hard Rock!

“Hold Your Head Up”, apesar de mais recente, também foi bem recebida, mas novamente, a temperatura só voltou a subir com a baladinha “Carrie”. E veja bem, está canção pode ser chamada de batida, datada, hino de DVD flashback, mas quando o Europe começa a tocá-la, até mesmo os que reclamam se derretem por completo e cantam junto com Joey Tempest. Não me contaram, eu presenciei. O número de headbangers malvadões emocionados no show do Europe neste momento foi realmente surpreendente.

“Last Look At Eden” e “Ready Or Not” voltaram a trazer a apresentação para o campo do Hard Rock clássico, mas foi a trinca final que realmente sacudiu o estádio. “Superstitious”, “Cherokee” e a manjada, mas funcional, “The Final Countdown”, encerraram o show de forma apoteótica.

Dois pontos precisam ser levantados sobre a participação do Europe no festival. A performance do vocalista Joey Tempest foi incrível, o cara estava inspirado, sorridente, foi carismático e agitou o tempo todo. A outra menção fica por conta de John Norum, que é simplesmente um monstro na guitarra e foi o músico que mais me impressionou em todo o evento.

Setlist:

  1. On Broken Wings
  2. Rock The Night
  3. Walk The Earth
  4. Scream Of Anger
  5. Sign Of The Times
  6. Hold Your Head Up
  7. Carrie
  8. Prelude
  9. Last Look At Eden
  10. Ready Or Not
  11. Superstitious
  12. Cherokee
  13. The Final Countdown

Judas Priest

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

O que dizer desta banda que amamos tanto e nunca nos decepciona em um show ao vivo? O Judas Priest faz isso há mais de 50 anos e, como disse Rob Halford em determinado momento da apresentação, de “Rocka Rolla” à “Invincible Shield”, o Priest sempre defendeu e empunhou a bandeira do Heavy Metal. E isso é a mais pura verdade, tanto que é notório o orgulho do público ao perceber que é esta banda a fazer uma declaração deste tipo. É algo como se a plateia dissesse em silêncio, apenas com sorrisos e em consentimento, “ok, vocês realmente nos representam e podem falar em nome do Metal”.

E quem já foi a um show do Judas Priest sabe que poucas coisas podem ser tão Metal quanto Halford entrando no palco com sua Harley. Poucas bandas podem cantar com tamanha propriedade letras como as de “Breaking The Law” ou “Living After Midnight” sem soar caricatas. Estamos falando de uma verdadeira instituição do Metal e poder presenciar uma performance dos caras é um tremendo privilégio. Posso mencionar um pequeno adendo aqui, entre todas as vezes que vi o lendário grupo britânico ao vivo, nenhuma se igualou ao show feito no Monsters Of Rock de 2025. O guitarrista Richie Faulkner e, principalmente, Rob Halford, estavam literalmente endiabrados.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Rob Halford endiabrado!

Logo nas primeiras músicas, a nova “Panic Attack” e uma sequência inabalável de hinos como “You’ve Got Another Thing Comin’”, “Rapid Fire”, “Breaking The Law” e “Riding On The Wind”, o que ficou nítido foi a voz de Halford tinindo. O Metal God estava disparando agudos e notas altas como se realmente estivesse recebendo algum tipo de benção vinda dos céus (ou lá de baixo, vai saber). O fato é que independente de onde tenha vindo esta carga extra de energia para nosso velhinho favorito, foi muito bem vinda.

“Love Bites” e “Devil’s Child” são duas canções não muito reconhecidas, mas sempre funcionam muito bem quando aparecem nos sets. “Crown Of Horns”, do mais recente álbum, “Invincible Shield” (2024), parece ter caído de vez nas graças do público, mas foi “Sinner”, do mágico “Sin After Sin” (1977), que promoveu o headbanging desenfreado. “Turbo Lover”, faixa presente no criticado “Turbo” (1986), fez a multidão berrar o refrão à plenos pulmões e, certamente, Rob Halford deve ter ficado satisfeito.

A próxima foi a veloz “Invincible Shield”, seguida do hino “Victim Of Changes” e do cover do Fleetwood Mac para “The Green Manalishi (With The Two Prong Crown)”. O baterista Scott Travis foi ao microfone e provocou, “se o Judas Priest só pudesse tocar mais uma música, qual música vocês queriam ouvir?”. Todos gritaram o nome de “Painkiller” e, obviamente, o pedido da plateia foi atendido prontamente.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

The Priest will be back

No bis, o que poderia ser melhor que “The Hellion/Electric Eye”? Provavelmente nada, mas depois dela pudemos presenciar a cena mais icônica em um show do Priest. Halford acelerando sua Harley Davidson até o meio do palco para cantar “Hell Bent For Leather”. Você pode ter assistido isto milhares de vezes, mas a emoção é sempre a mesma, incrível! No final, é claro, ainda houve tempo para “Living After Midnight” e todos ficaram extremamente felizes com mais este show do grandioso Judas Priest na capital paulista.

Só para não deixar passar batido, apesar de Richie Faulkner ser um tremendo guitarrista, Andy Sneap poderia ter um pouco mais de espaço na banda. De todas as músicas do set, Sneap fez apenas o solo principal de “Hell Bent For Leather”. Todos os outros, sejam eles de Glenn Tipton ou KK Downing, estão sendo feitos por Faulkner.

Em breve o Judas Priest deverá estrear a sua nova turnê “Shield Of Pain”, com foco na divulgação do novo trabalho e também celebrando os 35 anos do inigualável “Painkiller” (1990). Certamente, esta será mais uma oportunidade de ver a banda em solo brasileiro e com um setlist novíssimo em folha.

Setlist:

  1. Panic Attack
  2. You’ve Got Another Thing Comin’
  3. Rapid Fire
  4. Breaking The Law
  5. Riding On The Wind
  6. Love Bites
  7. Devil’s Child
  8. Crown Of Horns
  9. Sinner
  10. Turbo Lover
  11. Invincible Shield
  12. Victim Of Changes
  13. The Green Manalishi (With The Two Prong Crown)
  14. Painkiller

Encore:

  1. The Hellion/Electric Eye
  2. Hell Bent For Leather
  3. Living After Midnight

Scorpions

(Texto da resenha do Scorpions por Daniel Ramon)

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

Os veteranos da banda alemã Scorpions foram a atração principal do evento, apresentando o show de sua turnê comemorativa de 60 anos de carreira. O setlist foi razoavelmente coerente com a proposta, embora os álbuns mais antigos não terem faixas presentes na apresentação.

Os álbuns contemplados foram “Lovedrive” (1979), “Animal Magnetism” (1980), “Blackout” (1982), “Love at First Sting” (1984) e o mais recente “Rock Believer” (2022). Isso assegurou que os maiores clássicos da banda fossem executados e, dessa forma, levasse entusiasmo puro as diversas gerações de fãs presentes no Allianz Parque.

O show começou às 21:25, abrindo com uma introdução em vídeo que mostrou um pouco do histórico da banda ao longo dos anos e terminou dizendo que os alemães estavam “Coming Home” (chegando em casa). Esta foi a entrada do grupo para tocar a faixa de mesmo nome. Após cumprimentar o público, uma sequência de peso com “Gas In The Tank”, “Make It Real” e a intrincada “The Zoo”.

Crédito da foto: Ricardo Matsukawa – por Mercury Concerts Fotos

A chuva atrapalhando

A chuva acabou engrossando, fazendo parte do público buscar partes cobertas do estádio durante “Coast To Coast” e o longo medley “Top Of The Bill/ Steamrock Fever/ Speedy’s Coming/ Catch Your Train”. Na sequência, “Bad Boys Running Wild” fez o público pular e agitar novamente, enquanto a chuva diminuía um pouco e dava uma folga aos espectadores.

Nesse momento Tivemos uma dobradinha de baladas com “Send Me An Angel” e “Wind Of Change”, nem é preciso dizer que a plateia cantou junto e se emocionou, inclusive, com as lanternas dos celulares ligadas.

Após esse momento de calmaria, a pisada no acelerador foi sentida com “Loving You Sunday Morning”, “I’m Leaving You” e uma jam com baixo e bateria, que culminou em um visceral solo por parte de Mikkey Dee. Tal solo trouxe referências a diversas músicas e álbuns do Scorpions e até mesmo ao Motorhead, banda icônica que Dee tocou por muitos anos.

Um encerramento mais do que digno

Para “encerrar” o set, nada melhor que a pedrada “Tease Me Please Me”, a festeira “Big City Nights” assim como a baladona “Still Loving You”. Com o ânimo lá em cima, os alemães saíram do palco e deixaram os delirantes fãs em polvorosa para o bis, que contou com um escorpião animatrônico gigante no palco, mostrando uma produção caprichada. Desse modo, as canções escolhidas para o verdadeiro encerramento foram “Blackout” e a queridinha do público “Rock You Like A Hurricane”, encerrando o festival com as devidas honras.

O Scorpions acertou em cheio trazendo um set consideravelmente diferente do da edição passada do festival, evitando que a repetição de casting soasse desinteressante. Sendo assim, o show teve muita interação com o público e um grande capricho por parte da banda, que contou com diversos visuais e os mais extravagantes instrumentos musicais, combinando com a personalidade dos músicos e satisfazendo à todos.

Setlist:

  1. Coming Home
  2. Gas In The Tank
  3. Make It Real
  4. The Zoo
  5. Coast To Coast
  6. Top Of The Bill/ Steamrock Fever/ Speedy’s Coming/ Catch Your Train
  7. Bad Boys Running Wild
  8. Send Me An Angel
  9. Wind Of Change
  10. Loving You Sunday Morning
  11. I’m Leaving You
  12. Jam com baixo e bateria/ solo de bateria
  13. Tease Me Please Me
  14. Big City Nights
  15. Still Loving You

Encore:

  1. Blackout
  2. Rock You Like A Hurricane

Confira a playlist do Mundo Metal com algumas das melhores músicas tocadas no Monsters Of Rock 2025:

Cannibal Corpse: “Estou apenas contando histórias”, retrata o baterista Paul Mazurkiewicz sobre estar ou não fazendo stand-up comedy

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Paul Mazurkiewicz/Reprodução

Se bandas possuem diversas histórias de bastidores, o Cannibal Corpse também tem as suas. Principalmente, se lembrarmos da participação da banda norte-americana de Death Metal no filme Ace Ventura, do astro Jim Carrey. Então, essa colocação liga ao fato de que o baterista da banda, Paul Mazurkiewicz, tem participado de uma equipe na qual abre-se espaço para contar histórias no palco.

Bem, ele mesmo explica isso no que diz respeito de tratarem como stand-up comedy o que tem feito. Ou seja, ele trata a situação como algo diferente do que vem sendo apontado.

Mazurkiewicz concedeu entrevista para o Iron City Rocks e falou sobre esse assunto. Junto a isso, falou o músico falou sobre recentes aparições no The Commodore, um teatro de comédia de improvisação e esquetes na região de Tampa, Flórida. Então, o baterista explicou:

“Cara, é engraçado porque eu sei que isso virou notícia no Blabbermouth [que eu estava fazendo], e virou notícia no Blabbermouth na primeira vez que fiz. Esta é a minha terceira vez fazendo isso. Mas todo mundo acha que estou fazendo stand-up comedy. Não sei por que listam como stand-up comedy. Não estou. E se você ler o que está escrito, é bem autoexplicativo qual é a situação.”

Ele continuou a retratação:

“O que aconteceu é que — estávamos falando de esportes antes — eu sou de Buffalo. Ainda jogo hóquei no gelo. É o que tenho feito a vida toda, na verdade. Comecei a patinar aos cinco anos e ainda jogo. Então, um cara que estava no meu time, acho que foi há cerca de um ano, porque o primeiro que fiz foi em março passado [de 2024], ele disse: ‘Ei, tenho uma coisinha estranha para você’, e me perguntou se eu queria… Ele está envolvido com o The Commodore, um lugar em Tampa que é uma espécie de loja de comédia improvisada, e eles fazem diferentes tipos de shows, mas a maioria deles é de improvisação. E ele disse: ‘Ei, cara, isso seria ótimo. Talvez o que você fizesse fosse subir e contar algumas histórias, contar uma história por cinco minutos.'” Então, eu estava apenas falando, mais ou menos como estou agora. Estava dando uma entrevista e contando uma história, seja sobre o [ator] Jim Carrey ou qualquer coisa que, na minha opinião, valesse a pena ser contada, que aconteceu comigo na minha vida ou na banda, mas especificamente comigo. E então eles formavam a trupe, que era composta por seis ou sete pessoas, os rapazes e as moças faziam esquetes cômicas, como esquetes de improviso. Então eu falo, faço o meu trabalho, sento, eles sobem no palco por uns 10 minutos e improvisam. E é vagamente baseado no que eu estou contando, eu acho. Então, eu conto, acho que são umas quatro histórias que acabo contando, e então eles fazem a comédia assim. Então, talvez seja um pouco mais de uma hora de show. Mas é só isso.”

Paul acrescentou:

“Não sei como isso chegou ao ponto em que eu estava fazendo stand-up comedy, porque obviamente é completamente diferente. Mas, sim, foi tudo por causa do cara. Meu amigo me perguntou se eu gostaria de fazer isso e ele sabia que eu provavelmente tinha algumas histórias legais e ajudaria o canal de comédia. E eu pensei: ‘É algo diferente. Por que não?’ E, sim, aqui estou eu prestes a fazer isso pela terceira vez. Então, sim, é divertido — um pouco diferente, como eu disse, para mim. Não estou acostumado a fazer isso. Mas foi legal. Então, estou ansioso para fazer de novo.”

Questionado se seu show de palavra falada é algo que ele consideraria levar para a estrada, Paul disse:

“É estranho. No começo eu pensei: ‘Cara, não sei. Isso não é comigo.'” Eu não sou o cara que gosta de ficar lá em cima falando assim. Eu dou entrevistas e acho que consigo falar, mas não sou vocalista. Eu toco bateria. Não falo assim na frente das pessoas. Na verdade, é um pouco estressante. Quando fiz isso pela primeira vez, no ano passado, fiquei tipo: “Meu Deus. Estou tão nervoso”, porque estou apenas contando histórias. É tudo o que estou fazendo aqui. Estou sozinho na frente de pessoas contando histórias. Então, é aquela coisa de falar para um grupo grande e eles estão ouvindo cada palavra sua aqui. E eu estou no palco, e eu simplesmente não faço isso. Então, fiquei um pouco preocupado no começo: vou subir lá e ficar paralisado? Ou vou começar a tropeçar nas palavras e parecer um completo idiota? E eu me saí bem. Acho que me saí muito bem, pelo visto. Eles me pediram para voltar, e eu fiz o segundo show em novembro. E eles me queriam… para fazer de novo. Então foi tipo, ‘Tudo bem, legal’. Quer dizer, não sei se eu levaria a esse extremo de tipo — eu sou aquele cara que vai querer ir lá e fazer e [dizer]: ‘Ah, vamos levar para a estrada’. Foi feito para o meu amigo e seu clube de comédia e tudo mais. Mas ei, nunca se sabe. Como eu disse, estou me divertindo fazendo isso, então quem sabe o que o futuro reserva?”

Outras informações sobre a participação do baterista do Cannibal Corpse no The Commodore

Quando a apresentação de Paul no The Commodore foi anunciada pela primeira vez, o evento foi descrito como:

“death metal encontra comédia alternativa neste show único! Paul Mazurkiewicz, baterista e membro fundador do Cannibal Corpse, compartilha histórias de sua incrível carreira que inspiram a comédia dos melhores comediantes de improvisação de Tampa.”

No entanto, sobre o local, The Commodore é um espaço de 210 metros quadrados inaugurado em 2023.

Os proprietários do Commodore incluem os artistas locais Matt Walker, Kevin Michalski, John Lasavath, Justin Peters e Kelly Buttermore, que uniram forças para construir o “espaço ideal para comédia independente na Baía de Tampa”.

O Commodore apresenta espetáculos várias noites por semana com os principais artistas locais, regionais e nacionais, com uma programação focada no tipo de trabalho alternativo e aventureiro que você pode ver todas as noites em Nova York, Chicago ou Los Angeles, de acordo com a página do teatro.

“A ideia de que o Fear Factory ‘se trancou em uma caixa’ não se sustenta quando você olha para a nossa evolução”, diz Dino Cazares em resposta a Burton C. Bell

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"A ideia de que o Fear Factory 'se trancou em uma caixa' não se sustenta quando você olha para a nossa evolução", diz Dino Cazares em resposta a Burton C. Bell
photograph by Steve Thorne/Redferns via Getty Images

Recentemente, o ex-vocalista do Fear Factory, Burton C. Bell, afirmou que a banda se “trancou em uma caixa” para entregar um determinado tipo de som em seus álbuns. Citando o álbum “Transgression” de 2005, Burton afirmou que até mesmo o título do disco já era uma transgressão do verdadeiro som do Fear Factory. Em uma entrevista com Rock Hard With Phil And Tish, ele disse:

“Sinto que, como banda, nos trancamos em uma caixa. E a gravadora esperava um certo som, certos membros esperavam um certo som e, para ser honesto, muitos fãs esperavam um certo som. Lançar qualquer outra coisa teria sido — qual é a palavra? — teria sido apenas uma heresia, tipo: ‘O que você está fazendo? Isso não parece Fear Factory’. ‘Bem…’

Fizemos um disco [em 2005] chamado ‘Transgression’. E o título em si era uma transgressão do som que o Fear Factory realmente representava. Em vez de ser uma banda de metal industrial, naquele disco éramos quase uma banda de hard rock. E os fãs trataram como tal. Então, fizemos isso conosco mesmos. Mas agora, como artista solo, não sinto mais esse tipo de pressão. Sinto que o céu está aberto.”

Neste domingo, 20 de abril, o guitarrista Dino Cazares, rebateu a fala de Burton afirmando que a banda “não se trancou em uma caixa”.

Através do X, ele disse:

“Eu vivo, morro e regenero a Fear Factory, leal até o fim. ‘Machines of Hate’.

A inovação não vem de seguir o mapa, mas sim de redesenhá-lo completamente. Revolucionando um novo caminho a seguir.”

Dino Cazares respondeu a um comentário de um fã esclarecendo o motivo pelo qual ele discorda de Burton:

“É só a perspectiva de duas pessoas diferentes sobre quando elas estavam na banda. Uma se sentia encurralada, como se estivesse fazendo isso porque tinha que fazer, não porque queria; a outra (eu) fez isso por amor e paixão. Realmente importa para mim, é uma escolha, movida pela paixão, não pela pressão.”

Em outro post, ele disse:

“A ideia de que o Fear Factory ‘se trancou em uma caixa’ não se sustenta quando você olha para a nossa evolução. Claro, tínhamos um som central — riffs concisos e mecânicos, ritmos sincopados e aquele contraste vocal limpo/rosnado característico — mas, dentro dessa estrutura, expandíamos os limites constantemente.”

Dream Theater: “Minha declaração já diz tudo”, diz Mike Mangini referente à sua saída da banda

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Mike Mangini/Reprodução

Mike Mangini, ex-baterista do Dream Theater, vive sendo perguntado sobre os reais motivos que causaram o rompimento do músico com uma das principais bandas de Prog Metal do mundo. Porém, o músico vive dizendo que a sua declaração feita logo após sua saída da banda, já era o suficiente e que não tinha mais o que fizer. Então, ele teve que falar novamente. E quem questionou foi aquele que é mais próximo da banda. Ou seja, o Dream Theater World, fã-clube oficial do Dream Theater.

Contudo, nessa nova entrevista Mangini falou sobre a sua saída após 13 anos dedicados ao Dream Theater. O músico foi demitido para dar lugar ao retorno do baterista original da banda, Mike Portnoy. Mike Mangini disse:

“Bem, é como qualquer coisa em toda a minha carreira no passado. ‘Ok, isso é um evento. Ah, isso é interessante.’

Acredite ou não, quando me perguntam sobre isso, eu fico tipo, minha declaração [que fiz na época da minha saída do Dream Theater] já diz tudo. E o que me surpreendeu sobre a declaração em si é que eu costumo ser prolixo. Eu costumo divagar. Tenho aquele jeitinho de falar com as mãos que é bem mediterrâneo, e não consigo acreditar, tipo, em algumas frases ou uma frase, seja lá o que for, tipo, já disse tudo. Era só isso. Então, imediatamente pensei: ‘Ah, tá. Entendi.’

Não importa quantas vezes eu diga isso — muitas vezes, as pessoas talvez me perguntem em particular: ‘Ah, o que mais aconteceu?'”, continuou ele. “É tipo, por que haveria outra coisa? Só isso. Faz sentido.”

Referindo-se à sua mentalidade na época de sua saída, Mike Mangini disse:

“Onde eu estava na época — eu tinha um quadro de cortiça e tinha as coisas da minha vida categorizadas, e toda a parte educacional, no que diz respeito aos meus produtos e serviços, que estava cheia de fichas e tarefas inacabadas. E eu olhei para aquilo e pensei: ‘Bem, eu sei o que tenho que fazer agora’. E então, no dia seguinte, acordei bem cedo, com uma xícara de café, uma xícara fumegante de café preto, e simplesmente olhei para ela e pensei: ‘Ok, como eu faço isso?’ E eu simplesmente comecei. Quer dizer, é isso que você faz. É isso.”

Só para ilustrar e relembrar, o anúncio do retorno de Portnoy ao Dream Theater ocorreu em 25 de outubro de 2023. Entretanto, Mike Mangini declarou o seguinte à época:

“Entendo a decisão do Dream Theater de trazer Mike Portnoy de volta neste momento. Como foi dito desde o primeiro dia, minha função não era preencher todas as funções que Mike ocupava na banda. Eu deveria tocar bateria para ajudar a banda a continuar. Minha principal função, manter nosso show ao vivo funcionando perfeitamente todas as noites, foi uma experiência intensa e gratificante. Felizmente, tive a experiência de tocar com esses músicos icônicos, além de alguns momentos divertidos e cheios de humor. Também gostei muito de passar muito tempo com a equipe. E também tem a vitória no Grammy, que foi incrivelmente gratificante. Aos fãs: muito obrigado por serem incríveis comigo. Eu guardo com carinho as fotos que tenho de vocês todos perdendo a cabeça e se divertindo. Por fim, eu realmente amo a banda, a equipe e a gerência e desejo a eles e a toda a organização tudo de bom.”

Por fim, em fevereiro passado, Mangini lançou uma nova banda, Monolith, com Hernán “Motley” Rodríguez no baixo e vocal, e Andy Barrow na guitarra.

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