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Live Review: Setembro Negro Festival – XV Edição; 2º dia

O 2º dia do Setembro Negro Festival – XV Edição aconteceu no dia 09/09/23, sexta-feira.

   

Assim como aconteceu com o dia do festival, o dia do Setembro Negro Festival agitou as alamedas do Carioca Club. Isso sem contar com a Pré-Festa, que antecedeu os preparativos no dia 7 de setembro, feriado nacional.

Por se tratar de um sábado, era notável que seria o dia mais cheio se comparado com os dias anteriores e até mesmo com o domingo, dia 10/09, respectivamente. Somado ao cast anunciado, o público se animou bastante em ir, pois foi facilmente verificado através da manifestação dos headbangers através das redes sociais.

Com o advento da Pré-Festa, o Setembro Negro se tornou ainda maior do que já era atualmente, pois dessa vez estava contando com a presença de 36 bandas divididas em 4 datas de shows. Assim sendo, a quinta-feira de feriado nacional comportou seis bandas, enquanto a sexta-feira foi reservada para a apresentação de dez bandas.

Dessa vez, o evento contou com mais dez bandas, totalizando 26 bandas em três dias de festival. Entretanto, esse não é o último capítulo dessa história. Agora, tome o seu energético predileto, e venha conosco conferir o que de melhor aconteceu no dia do Setembro Negro Festival – XV Edição.

   
Setembro Negro Festival – XV Edição; 2º Dia

Os preparativos para o encontro entre mais amigos no Setembro Negro

Decerto, Daniel Dante (Criminal Brain) e eu sabíamos que iríamos reencontrar as figuras notáveis presentes nos dias anteriores do festival, e que de fato aconteceu. Dessa forma, ficou ainda mais divertido estar diante de toda a festança novamente, regado a boas bebidas, petiscos saborosos e muita prosa e riso com a galera. Surpreendentemente, alguns acontecimentos muito bacanas ocorreram nesse dia e de forma bastante positiva.

Antes dos shows começarem pontualmente mais uma vez, a partir das 11h, resolvemos encontrar o pessoal que só havia adquirido ingresso para o sábado, principalmente por ter… Sodom!!!

Sabendo de toda a estrutura desenvolvida para a edição atual do festival, era nítida a alta expectativa quanto aos próximos shows. Porém, uma sensação semelhante ao quando assistimos algum filme durante a sua pré-estreia surgiu, dando um sentimento de como se já tivéssemos assistido aos shows do sábado. Tudo isso enquanto o pessoal que só viria nesse dia, foi chegando e exibindo toda felicidade em poder acompanhar o Sodom, e também as outras bandas. Afinal, também teríamos Bulldozer na área!

Apesar de todo esse sentimento engraçado, essa visão cessou rapidamente após a nossa reunião e o tempo reservado para apreciar um belo elixir banhado em malte, lúpulo e levedura.

Sentados à mesa com o pessoal do lendário Vulcano

Não é novidade alguma dizer que os integrantes do Vulcano são formidáveis na maneira como tratam seus fãs e o adepto de Metal em geral. Ou seja, é até simples poder sentar à mesa juntamente com eles. Sem querer, querendo, isso de fato aconteceu. Mas, não exatamente à mesma mesa, pois o nosso pessoal estava em um número maior. Em resumo, parte da gangue estava presente.

   

Sobre a grata e ótima surpresa, um rapaz chegou e perguntou sobre o horário que o Vulcano iria tocar. “Não sei. Só sei que a gente vai quando aquela galera ali for também.” – respondeu Daniel, apontando para os integrantes da banda santista.

Agora, para quem acompanhou o Live Review passado, recebeu um spoiler de quem estaria presente além de Daniel Dante e eu. Sim, pequeno gafanhoto. Giovanne Vaz deu as caras finalmente e somou forças conosco para tornar ainda mais brilhante essa festa da boa “múzga”.

E ainda tinha mais, mas vamos logo partir para os principais motivos de estarmos aqui gastando mais um pouco de nanquim para redigir esse nobre e sincero texto.

Instantes antes da abertura das cortinas negras do festival

Com três componentes do Mundo Metal presentes no Setembro Negro, era a primeira e única data a contar com este reforço. Além da presença ilustre do nosso amado “bebum” Vaz, encontramos com outras figuras do mais alto calibre. Alexandre Fontana, baterista do Trendkill Inc, apresentador do canal Metal Maniac, e participante em várias de nossas lives no canal Mundo Metal, deu as caras graças ao Sodom.

Sei que seus fãs estão sentindo falta dele de tal forma que muitos estão aos prantos. Para estes, podem se acalmar, pois não deixarei para o final da resenha a menção honrosa ao nosso bardo de coração oitentista. Sim, estou utilizando o nanquim virtual para falar novamente do nosso irmão Grade Marchiori, sempre presente em nossas lives e muito ativo no chat.

   

Com Bulldozer e Sodom no cast, o festival jamais poderia ficar sem sua presença marcante. Ainda tivemos a presença ilustre do mestre Marcos Pançani com seu colete repleto de patches raros e com muitas histórias para contar. Além da minha grande amiga e professora à época na faculdade, Fernanda Perini, perita em Metal Extremo, só para ilustrar.

Outra grande figura que compareceu novamente, foi o nobre Christian Rezende, e também o pessoal que adquiriu o combo e viria em todas as datas do evento, representados por Phillipe BarbosaDani Bueno. Se eu esqueci de alguém, me ajuda aí, pô! Não consigo lembrar de todo mundo, mas todo mundo que vi e troquei ideia, só somou para o festival ser ainda maior e melhor.

Stephan Giuliano/Daniel Dante/Mundo Metal – Cartaz do Shamangra

Uma dose de Shamangra antes da maratona de shows começar

Felizmente, para a alegria da nação headbanger, o cartaz esteve presente mais uma vez e agitou a tarde do dia 9 de setembro. Certamente, o momento ideal para espalhar a mensagem mais famosa dentre os canais que falam de Heavy Metal, seria juntamente de uma reunião no bar ao lado para gelar a guela com o elixir parceiro da boa “múzga”.

Espalhada a mensagem com o intuito de oferecer uma saúde melhor para o consumidor de música pesada, era chegada a hora de conferir de perto as próximas dez atrações.

Cronograma do dia 9 de setembro

13:00 – abertura da casa
14:00 – 14:30 – Open The Coffin
14:50 – 15:20 – Thorium
15:40 – 16:15 – Violentor
16:35 – 17:15 – Test
17:35 – 18:15 – Holocausto Canibal
18:35 – 19:15 – Vulcano
19:35 – 20:20 – Sadistic Intent
20:40 – 21:25 – Sacramentum
21:45 – 22:35 – Bulldozer
22:55 – 23:55 – Sodom

   

Abertura das cortinas negras do maior festival indoor do país

Cumprindo primordialmente com os horários estipulados, além do Carioca Club abrir as portas às 13h, a primeira atração do dia subiria ao palco pontualmente às 14h. Decerto, isso deixa as pessoas mais tranquilas para realizarem seus afazeres antes da jornada musical começar.

Os dias 7 e 8 mostraram muito do que o Setembro Negro é capaz, mostrando muitos pontos positivos e quase nenhuma ressalva. Porém, uma dessas raras ressalvas irá aparecer ao longo do evento. Mas, sem tirar qualquer mérito da organização do evento em si e também referente às bandas que tocaram nessa data, hoje para lá de especial.

A fórmula apresentada já é bastante conhecida, oferecendo espaço para bandas nacionais iniciarem a rodada de shows do dia. E quem acompanhou a primeira abertura das cortinas negras foi…

Foto: Leandro Cherutti

Abrindo a tampa do caixão: Open The Coffin

Open The Coffin foi com toda a certeza o nome certo para o início das atividades no 2º dia do Setembro Negro Festival. Representando a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, a banda potiguar é uma das gratas novidades do cenário nacional. Afinal, trata-se de uma banda recente, surgida em meados de 2018 e com um full length em seu currículo musical. Falamos de “The World Is A Casket”, álbum lançado em 2022, que ampliou o leque inicial dos caras após o EP intitulado “Only Death Prevails” (2019).

O vocalista Cláudio José Alencar Nascimento, mais conhecido na cena underground como Cláudio “Slayer” (Agoniza, Deuszebul, Expose Your Hate, Vermiis, ex-Insane Death, ex-Hellishkiller, ex-Son Of A Witch, ex-MadDög [ao vivo], ex-Outset [ao vivo], ex-Sanctifier [ao vivo], ex-Putritorium, ex-Frattelli, ex-Metômato) é quem lidera o exército seguidor do chamado Old Skull Death Metal.

   
Foto: Leandro Cherutti

Pronto para abrir a cova sonora

Com sua pá de coveiro e uma caveira representando o fim da vida, o líder do Open The Coffin espalhou as novas mensagens ligadas ao Metal da Morte. Além disso, o pedestal de seu microfone contou com um adereço bem interessante: uma mão decepada. Certamente, isso lembrou a clássica Família Addams e a figura do Mãozinha (risos).

Só para exemplificar, tocaram o single “The World Is A Casket” e “Cold As A Corpse”, ambas encontradas no debut da banda. Ou seja, foi um show com o cheiro e a combustão do underground brasileiro com requintes de crueldade musical e cheiro de caixão violado por sacerdotes suecos.

Foto: Leandro Cherutti

Cláudio Slayer gravou todas as linhas instrumentais e solos do disco, além das vozes. Enquanto a bateria foi mixada e masterizada pelo baterista Flávio Neves (companheiro de Deuszebul, Primordium, Son Of A Witch).

Contudo, trata-se de um projeto ao melhor estilo one-man-band e que possui integrantes fixos para a realização dos shows, que por sua vez, são voltados para os contos e filmes de horror, incluindo zumbis e, certamente, enterrar seus adeptos no cemitério da música maléfica. Conforme a sua proposta, a banda aposta na tradição do pedal Boss HM-2, que oferece o timbre tradicional das linhas de Death Metal da Suécia.

Anderson Hildebrando / @andersonh_fotografia

Integrantes: Open The Coffin

  • Cláudio Slayer (vocal)
  •    
  • Paulo Death (guitarra [ao vivo])
  • Hugo Albuquerque (guitarra [ao vivo])
  • Adriano Sabino (baixo [ao vivo])
  • Flávio Neves (bateria [ao vivo])
   
Thorium/Facebook/Setembro Negro Festival – XV Edição

A “Dinamáquina” se fez presente: Thorium

Surpreendentemente, a segunda banda a se apresentar não é do nosso país. A Dinamarca foi representada logo no começo da maratona de shows pelo Thorium. E de acordo com a reação do público, quase ninguém sabia do que se tratava. Assim sendo, muitos resolveram tomar um “ar” fora do local do evento.

Michael H. Andersen, vocalista do Thorium, liderou seus asseclas em busca da apresentação ideal para um Death Metal europeu qualificado e bastante técnico. Afinal, tinham a responsabilidade de manter o público atento ao show e sem abrir espaço para “folgas” durante a apresentação.

O Thorium é oriundo de Copenhagen, em Hovedstaden, e espalha seu barulho musical desde o ano de 1997. Possuidor de cinco álbuns, a banda lançou em 2022 seu quinto álbum chamado “Danmark”. Seria um trocadilho com Dinamarca em inglês? Os adeptos mais obscuros devem saber.

Thorium/Facebook/Setembro Negro Festival – XV Edição

Das sete músicas tocadas no show, três pertencem ao novo full length dos dinamarqueses, com o intuito de promover o trabalho mais recente. As canções foram “My Decay”, “A Crown To Obscurity” e “War Is Coming”.

Curiosamente, foram as músicas novas que fecharam a apresentação nessa respectiva ordem. Para quem conhece a banda desde o debut “Ocean Of Blasphemy” (2000), pode se sentir presenteado pela música “Crest For War”, faixa de abertura do disco. Certamente, é uma das faixas mais blasfemas e incessantes da banda, colocando toda a versatilidade e habilidade quanto às características apresentadas sobre o Death Metal de cruz dourada, banhada em anil.

   
Thorium/Facebook/Setembro Negro Festival – XV Edição

Integrantes do Thorium:

  • MHA (vocal)
  • Jens Peter Storm (guitarra)
  • Jose Cruz (guitarra)
  • Jesper Nielsen (baixo)
  • Daniel Preisler Larsen (bateria)
  •    
Violentor/Facebook/Setembro Negro Festival

O manifesto de ódio toscano: Violentor

Diretamente de Lucca, Toscana, na Itália, o Violentor foi a banda seguinte a se apresentar no Setembro Negro. A banda surgiu em 2009 e possui ao todo cinco álbuns de estúdio, com “Manifesto Di Odio” sendo lançado em 2022. O novo trabalho sucede o álbum “Putrid Stench”, colocado nas prateleiras das vitrines em 2019.

O trio impulsionado pelo vocalista e guitarrista Alessio “Dog” Medici (Peucharist [ao vivo], Sabotage [ao vivo], ex-Adrenocromo, ex-Hobbs Angel Of Death, ex-Lex Inferi, ex-Sacrilegious Rite [ao vivo], ex-Brüdny Skürwiel [ao vivo], ex-SatanSSoldierS), executou faixas de seu novo disco.

Foto: Gustavo Diakov

Por curiosidade, as músicas do novo trabalho são cantadas em maioria no dialeto de origem da banda, o que tornou o Thrash Metal com tempero Punk mais envolvente e peculiar. Sua sonoridade lembra um bocado seus conterrâneos do Necrodeath.

Além disso, a banda italiana também executou faixas que são cantadas em inglês, propiciando um misto de linguagens, quase resultando em uma coletânea cheia de variações por conta das línguas, principalmente.

   
Foto: André Santos/Roadie Crew – Heavy Metal & Classic Rock

Integrantes do Violentor

  • Dog (vocal, guitarra)
  • Michał (bateria)
  • Noizer Elguera (baixo)
Foto: Gustavo Diakov

Nômades do Grindcore: Test

Um, dois, três… Testando…

   

Depois do trocadilho, seguimos com o Test, duo que pratica um Grindcore experimental com requintes apontados para o Death Metal e para o Crust. Ativos desde 2010, a banda de São Paulo, capital, é conhecida como “nômade do Grindcore” por normalmente realizarem apresentações nas ruas, em frente a locais de shows, avenidas, subúrbios, grandes festivais da cidade e locais inusitados, onde podem fazer barulho.

Porém, às vezes a banda toca ao vivo com a participação de outros músicos utilizando o nome Test Big Band. Nome bastante sugestivo, já que aponta para mais músicos no recinto.

Anderson Hildebrando / @andersonh_fotografia

Desde o EP “Carne Humana” (2010), a banda vem agitando as alamedas das cidades e próximas a locais de shows, assim como foi mencionado acima. Porém, estão promovendo o novo álbum chamado “Disco Normal” (2023), quarto álbum de estúdio dos caras. E, aproveitando a grata presença no Setembro Negro, espalharam o seu som agressivo e experimental no palco.

O lance é tão diferenciado que o que eu chamo de “modo caranguejo” de se posicionar no palco foi colocado em prática (e não seria a única banda a experimentar isso no festival). Em suma, o layout formado para a apresentação, tendo a bateria na lateral direita do palco para quem assiste, estando de frente para o vocalista e guitarrista, trouxe um misto de emoções para o público.

Aos que gostaram, foi possível notar o conceito minimalista mantido há tempos pela banda, enquanto aos que estranharam tal aspecto, resolveram tomar o já famoso “ar” fora das imediações do Carioca Club. Assim, retornando em outro momento.

   
Foto: André Santos/Roadie Crew – Heavy Metal & Classic Rock

Integrantes: Test

  • João Kombi (guitarra, vocal)
  • Barata (bateria)
Foto: Gustavo Diakov

Grunhido do porco abatido: Holocausto Canibal

Os lusitanos possuem suas virtudes, diria o adepto de Heavy Metal que adora explorar o planisfério em busca de novas bandas mundo afora. Sobretudo, Portugal carrega em seu cast bandas de alto calibre, sendo inclusive, colocado como emergente no quesito ter boas bandas sem fazer parte do eixo principal como EUA, Alemanha e Reino Unido.

Entretanto, não ficamos surpresos pela presença do Holocausto Canibal no festival, mas pela dica recebida por Fernanda Perini, grande apreciadora do Metal Extremo, ou seja, do tipo de som que exala amor. Quem é fã de Immolation sabe bem a referência. Afinal, foi a minha professora quem me instruiu mais uma vez, mas dessa vez a matéria foi sobre Death Metal português. Mais precisamente de Rio Tinto, Porto.

   

O Holocausto Canibal mergulha além do Death Metal tradicional e se banha nas águas do Brutal Death Metal somado ao lado desenfreado e curto do Grindcore. Está bom para você? A princípio, creio que sim.

Anderson Hildebrando / @andersonh_fotografia

Liderada pelo vocalista Orca (aDarkPlace, Dementia 13 [ao vivo], ex-Dementia, ex-Shadowsphere, ex-Blasphemy), a banda tocou impressionantes vinte músicas! Porém, como as canções são mais curtas nos moldes do Grindcore, não houve um inchaço durante o show. Tanto que o público ovacionou a apresentação dos caras.

O Holocausto Canibal surgiu em 1997 e possui ao todo seis full lengths, tendo “Crueza Ferina” como seu álbum mais recente, lançado em 2022. Entretanto, seu trabalho mais novo é o EP “Patamares Da Crueldade”, lançado poucos dias antes do início do Setembro Negro, no dia 4 de setembro. Em resumo, material novo eles possuem de sobra e para quem esteve no festival, apreciou grande parte das músicas novas como a brava sequência entre as faixas “Êxodo Mortuoso”, “Epicédio Madrigaz” e “Sinaxe Do Sepúlcro Tafófobo”.

Foto: André Santos/Roadie Crew – Heavy Metal & Classic Rock

Integrantes do Holocausto Canibal

  • Orca (vocal)
  • António C. (guitarra)
  •    
  • Z. Pedro (baixo)
  • Diogo P. (bateria)
Foto: Gustavo Diakov

Os lendários guerreiros de Satã: Vulcano

Enfim, era chegada a hora dos bravos guerreiros do litoral paulista se apresentarem mais uma vez no Setembro Negro Festival. E como de costume, sabíamos que daria tudo mais do que certo, pois se tratava de uma das grandes bandas do cenário underground nacional. Muitos dizem que o Vulcano poderia ser maior do que é, mas depende do que significa “ser maior”. É muito relativo e o que de fato devemos salientar e festejar é por eles estarem na ativa e mais firmes do que nunca!

Em se tratando de discos e turnês, o Vulcano vive talvez a sua melhor fase, realizando shows memoráveis por onde passa e deixando sua discografia cada vez mais qualificada e afiada. Agora, para esse show eles reservaram uma surpresa bastante aguardada. Além da própria banda, estaria presente o primeiro vocalista que ajudou a iniciar toda essa história. Próximo de comemorar 60 anos de idade e de puro aço, Angel esteve presente para aumentar o poderio do Vulcano e celebrar o álbum “Bloody Vengeance”, de 1986, debut dos caras.

   
Stephan Giuliano/Mundo Metal

Antes disso, a abertura do espetáculo contou com a clássica “Witches’ Sabbath”, “Total Destruição” e o hino “Guerreiros De Satã” (as duas seguintes do álbum “Tales From The Black Book”, de 2004), interpretadas por Luiz Carlos Louzada. Principalmente a terceira sendo cantada a plenos pulmões!

Certamente, não há como ficar quieto com um refrão tão envolvente e empolgante! A dança infernal começava a rolar em aprecio à valsa tocada. E essa, com toda a certeza, é a faixa com a assinatura do atual vocalista. O que faltou foi algum som do novo disco, o ótimo “Stone Orange”, de 2022.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

O convidado lendário adentra ao palco!

Na sequência, Louzada chamou Angel para incendiarem o festival com “Dominios Of Death”. A partir daí as chamas só se elevaram!

Através de sua voz característica, Angel fez o público jovem conhecer e vibrar com sua apresentação, enquanto o público mais calejado relembrou os tempos em que o vocalista figurou na banda. Tudo isso regado a faixas do porte de  “Spirits Of Evil”, “Ready To Explode”, “Holocaust” e “Incubus”.

Novamente como uma dupla, Angel e Louzada destruíram ao mandarem “Death Metal” e “Bloody Vengeance”, fechando sua participação lá no topo.

   
Stephan Giuliano/Mundo Metal

Integrantes do Vulcano

  • Zhema Rodero (guitarra)
  • Luiz Carlos Louzada (vocal)
  • Gerson Fajardo (guitarra)
  • Cleiton Nunes (baixo)
  • Bruno Conrado (bateria)
  •    

Participação especial:

  • Angel (vocal)
Stephan Giuliano/Mundo Metal

Terror à espreita: Sadistic Intent

A América foi representada novamente, agora pelo Sadistic Intent, banda de Death Metal pertencente a Los Angeles, Califórnia. A banda não é nova, pois surgiu em 1987 sob a alcunha de Devastation, permanecendo com esse nome por um ano. Uma curiosidade é que os irmãos Bay (baixo e vocal) e Rick Cortez, membros fundadores da banda, possuem uma loja de discos de Metal em Downey, Califórnia, chamada Dark Realm Records.

A escola norte-americana de Death Metal é muito rica no quesito bandas e músicas sangrentas de qualidade. Portanto, quando nos deparamos com outras bandas de lá e que são fora do catálogo principal, a expectativa sempre é para que sua sonoridade possa soar conforme o previsto.

   

Todavia, para os amantes das profundezas das cavernas do underground mundial, o Sadistic Intent é uma banda longeva. Porém, não apresenta nenhum full length em sua discografia. Seus maiores alcances foram quatro EPs, sendo o último chamado “Reawakening Horrid Thoughts”, de 2014.

Anderson Hildebrando / @andersonh_fotografia

O split “Invocations Of The Death-Ridden”, de 2016 é o trabalho mais recente da banda em parceria com a banda Pentacle. Embora não possuam álbuns de estúdio, os californianos não foram impedidos de promoverem um show autêntico do Metal da Morte. Portanto, não parecia uma banda sem álbuns de estúdio por distribuir muito bem cada pancada executada com toda a energia que o subgênero pede.

“Lurking Terror” e “Existence”, ambas do primeiro EP nomeado “Impending Doom” (1990), em suma, foram grandes aportes responsáveis pelos picos de vibração do público, lembrando os serviços prestados pelos irmãos Cortez ao lendário Possessed de Jeff Becerra. “Asphyxiation”, do segundo EP chamado “Ressurrection” (1994), também foi uma das faixas mais ovacionadas da banda e, com toda a certeza, acabou se transformando em uma das grandes atrações do festival.

Anderson Hildebrando / @andersonh_fotografia

Integrantes do Sadistic Intent:

  • Bay Cortez (vocal, baixo)
  • Rick Cortez (guitarra)
  •    
  • Ernesto Bueno (guitarra)
  • Arthur Mendiola (bateria)
Foto: Gustavo Diakov

O Metal Negro e suas variantes: Sacramentum

Você já deve ter se deparado certamente com bandas em que seu line up de estúdio, ou aquele que aparece nos anúncios, é diferente do que é apresentado ao vivo. Estou certo? Pois, bem. Trata-se exatamente desse caso por aqui. Além dos remanescentes Nisse Karlén (vocal) e Andres Brolycke (guitarra), tivemos a ilustre presença da baixista Julia von Krusenstjerna e do baterista Patrick Bertil Dagland.

O Sacramentum é oriundo de Gothenburg (ou Gotemburgo, para facilitar), Västra Götaland, na Suécia. Seu início é datado em 1990, seguindo até 1992 com o nome Tumulus e sua discografia é composta por três álbuns de estúdio. Além disso, também possui o EP “Finis Malorum” (1994), uma a demo “Sedes Impiorum” (1993), além do trabalho mais recente, o split album intitulado “Satan’s Black Sex Masses” (2023), em parceria com a banda Crossspitter.

   
Foto: André Santos/Roadie Crew – Heavy Metal & Classic Rock

Seu estilo é associado ao que chamamos de Melodic Black/Death Metal, repleto de drama, melancolia e pancadaria. Entretanto, a banda sueca vinha apresentando em seus shows recentes uma homenagem ao seu início de trajetória através do disco “Far Away From The Sun”, de 1996, assim sendo tocado na íntegra.

A banda optou por encurtar seu cast que era voltado para o debut citado acima, muito por conta do horário estipulado para a sua apresentação. Por se tratar de um festival e o Sacramentum não ser headliner, o tempo acabou por ser escasso para envolver o álbum inteiro na trama.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Desfecho do show e mais informações

“Fog’s Kiss” e a faixa-título iniciaram os trabalhos, oferecendo o entendimento sobre o ato de tocar o álbum citado na íntegra.

Na sequência, “Blood Shall Be Spilled” e “When Night Surrounds Me”, ambas do debut, foram tocadas com toda devoção ao Metal, só para ilustrar. Decerto, a baixista Julia von Krusenstjerna foi uma escolha certeira para ajudar a carregar o alicerce. Os outros integrantes também contribuíram muito bem para um desfecho excepcional, tornando o público aliado por completo de sua sonoridade.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Julia von Krusenstjerna possui um nome bem maior que seu nome artístico, além de figurar na banda Mystik como baixista e vocalista, e que também conta com o baterista Patrick Bertil Dagland. Seu nome completo é Anne Julia Eva Isabella von Krusenstjerna, de sangue escandinavo. Já na banda Source, ela também canta, mas troca o contrabaixo pela guitarra.

   

“Cries From A Restless Soul” foi o último sinal de ordem em homenagem ao “Far Away From The Sun”, pois após isso, pularam duas canções, assim avançando para a penúltima música do mesmo álbum, “The Vision And The Voice”. O final aconteceu de tal forma que “Awaken Chaos”, do segundo álbum, “The Coming Of Chaos” (1997), se fez parecer continuação do álbum anterior.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Integrantes do Sacramentum

  • Nisse Karlén (vocal)
  • Anders Brolycke (guitarra)
  • Julia von Krusenstjerna (baixo)
  • Patrick Bertil Dagland (bateria)
  •    
Stephan Giuliano/Mundo Metal

40 Years Of Wrath: Bulldozer

Grande parte do público estava ansioso para conferir a apresentação de uma das grandes bandas italianas no Metal pesado, sujo e mal intencionado. E com toda a certeza a mal intenção é causar um grande impacto com seu som robusto e com toda a faceta dos anos 80.

O Bulldozer é uma banda de Black/Speed/Thrash Metal de Milão, Lombardia, na Itália. Sob o nome Barracuda, a banda surgiu em 1980, mudando para o nome que nós conhecemos e passamos a admirar logo no ano seguinte. Cheia de idas e vindas, a horda italiana lançou ao todo cinco álbuns de estúdio, com “Unexpected Fate” (2009) sendo o último trabalho completo até então. Assim sendo, os fãs vivem esperançosos por algo novo, já que a banda está na ativa sem interrupções desde 2008.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Certamente, isso abre esperança para quem deseja conferir um novo disco do baixista e vocalista Alberto Contini, mais conhecido por AC Wild, (ex-Dave Rodgers [ao vivo]) e seus asseclas. Entretanto, existem os fãs mais radicais que dizem ser perigoso para uma banda com uma história calcada em seus primeiros anos.

O Bulldozer está comemorando 40 anos de existência e muita fúria musical, contados a partir da reformulação da banda. Para promover essa data tão especial, a banda concentrou o seu set nos seus dois primeiros discos, “The Day Of Wrath”, de 1985 e “The Final Separation”, lançado no ano de 1986. Em suma, sem espaço para os outros três full lengths.

   
Stephan Giuliano/Mundo Metal

O calor em meio a uma apresentação furiosa

A banda italiana possui uma base de fãs bastante específica e fiel, e aproveitou muito bem a chance de ver de perto AC Wild ao lado do guitarrista Andy Panigada (ex-Brainstorm, ex-Sabotage, ex-Mortuary Drape [ao vivo], ex-Sharks), além do baterista Emanuele “Manu” Collato (Abhor, Death Mechanism, Death SS, Distruzione, Sight). Já era de noite e o clima estava amplamente favorável para a banda realizar um grande show, assim como vinha acontecendo com as outras bandas que se apresentaram no palco do Setembro Negro.

A casa lotou a tal ponto que acabamos ficando mais longe do palco nessa hora. Foi até bom para ver a dimensão do local e toda a sua estrutura. Em resumo, a visão do palco continuou muito boa e o som idem. A única ressalva (e uma ressalva importante) é a de que o ar condicionado não suportou a casa completamente lotada. O calor invadiu a área de tal forma que incomodou bastante, tirando parte do brilho de um momento tão especial.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Mesmo assim, precisávamos aproveitar a ocasião e desfrutar do som demoníaco do Bulldozer.

A banda iniciou sua apresentação de maneira grandiosa, colocando em primeiro plano a introdução de “Exorcist”, emendando com “Cut Throat” e seguindo na mesma ordem oficial do disco até a faixa “Mad Man”, num total de cinco músicas representando o supremo lado A do debut.

A sequência se deu com a ordem do tracklist do segundo álbum, com “The Final Separation”, faixa-título do disco, seguida por “Ride Hard – Die Fast”, e caminhando até “The Cave”. A apoteose contou com duas faixas dos lados B de cada disco. Foram elas: “Never Relax!”, do “The Final Separation”, e “Whisky Time”, do “The Day Of Wrath”.

   
Stephan Giuliano/Mundo Metal

Integrantes do Bulldozer:

  • AC Wild (vocal, baixo)
  • Andy Panigada (guitarra)
  • Manu (bateria)
Foto: Gustavo Diakov

O português germânico de Blackfire: Sodom

De acordo com informações, a palavra saudade é a nona palavra mais difícil do mundo de ser traduzida. Entretanto, em meio a isso, muitos estrangeiros que aprendem a falar a língua portuguesa, acabam aprendendo a língua matriz de Portugal. Mas, e quando aprendem a falar o português falado por nós brasileiros? Nesse caso, o sotaque fala bem alto e dita o ritmo da prosa.

Porém, o que tudo isso tem a ver com o show do Sodom no Setembro Negro? Simples! O guitarrista Frank Blackfire, figura emblemática do Teutonic Thrash, foi o porta-voz dos alemães durante a apresentação da banda, já que fala português e, inclusive morou no Brasil por um tempo.

Se alguém ainda achava que os gringos era muito frios ou até mesmo chatos, teve a oportunidade de ver uma banda alemã bastante animada e interagindo bastante com o público. Portanto, pode tirar essa ideia maluca da cabeça de que só o brasileiro é alegre e sabe se divertir.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

“Ainda amo o Brasil”

Foi uma das coisas que Frank disse para a plateia, que por sua vez, reagia com muita alegria e energia ao que o guitarrista dizia. Blackfire aproveitou para relembrar o tempo em que morou no Brasil e as coisas que conheceu por aqui, principalmente os palavrões (risos). Afinal, o que um brasileiro ensinaria para um estrangeiro se não fossem nossos adorados palavrões? É do caralho mesmo, viu! Puta que pariu (mais risos)!

Não apenas Frank falou, mas Tom Angelripper (baixo, vocal) também falou com o público e até brincou ao tirar a camisa por conta do calor, mostrando que estava gordinho. Tudo isso enquanto Frank ditava a trilha sonora, insinuando um striptease de Angelripper, claro que somente na brincadeira.

Mas, nem tudo foram flores. Afinal, a banda germânica atrasou um bocado a sua apresentação e por isso teve que podar um pouco o seu set. Mesmo assim, a banda tocou até além da meia-noite a qual iremos relembrar como foi esse momento incrível.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Sem deixar pedra sobre pedra

Embora não tenham modificado o seu set, comparando com suas apresentações anteriores e mais recentes, os alemães mantiveram a tradição de serem uma das grandes potências do Thrash Metal ao redor do mundo.

Diretamente do álbum “M-16”, de 2001, o Sodom encarou o público e tocou “Among The Weirdcong”, faixa que movimentou a pista logo de cara e funcionou como uma abertura infernal com classe. Rapidamente, emendaram com “Jabba The Hut”, que também é a segunda faixa do álbum “Get What You Deserve” (1994). E o álbum ainda foi homenageado novamente com a música “Sodomized”, que possui o título mais direto e condizente com a capa desse ótimo full length.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

O álbum mais presente no setlist do Sodom foi o espetacular “Agent Orange”, de 1987, tendo seis das dezenove canções apresentadas no festival. Na ordem escolhida, a próxima tocada foi a faixa-título de “Better Off Dead”, álbum de 1990 e outro dos grandes clássicos da banda. Surpreendentemente, a banda soube misturar seu cardápio sem causar qualquer tipo de reclamação. Contudo, o público estava tão satisfeito e vibrante, que a banda poderia tocar qualquer uma de suas músicas e estaria ótimo do mesmo jeito. Afinal, há de se concordar que o Sodom possui muitas faixas capazes de tomar conta de qualquer festival, tamanho o poderio marcante do seu som.

Já estávamos sendo presenteados com “Conflagration” ao mesmo tempo em que parecia que a banda havia acabado de iniciar seu show. Dizem que “tudo que é bom dura pouco”, pois é a sensação de que foi rápido demais a causadora de tudo isso. E, com toda a certeza, Tom e seus amigos estavam dispostos a causar tal impressão.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Pilar do som sujo e despojado

“Conflagration” representou um dos vários e ótimos EPs do Sodom, sendo o “Partisan” o trabalho que possui essa super faixa. “Exhibition Bout”, umas das seis músicas pertencentes ao “Agent Orange”, entrou em cena e devastou o Carioca Club, colocando tudo abaixo! Ampliando os horizontes do som sujo, despojado, com cheiro de poeira que fica embaixo do chão de taco, “Outbreak Of Evil” (do EP idolatrado pelos fãs de som podreira, “In The Sign Of Evil”, de 1985) veio para exalar enxofre e riffs rústicos no festival condizente com a receita.

“Expurse Of Sodomy”, EP de 1987, mesmo ano do lançamento do talvez o maior clássico da banda, “Persecution Mania” (1987), foi homenageado através de “Sodomy And Lust”. E, emendando a trama suja e moribunda, tivemos simplesmente a faixa-título do “álbum laranja”, assim sendo a terceira do disco tocada na noite.

Quanto à roda e ao mosh, estava soberbamente incrível. Afinal, eu, com minha camiseta do Sodom, “Decision Day” (2016), álbum que seria representado com ao menos uma música no set, estava no meio da galera. Claro que eu não deixaria de batizar minha peita com um mosh no show da banda original.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Cover tradicional e música recente com potencial de clássico

A continuação da pancadaria alemã se desenvolveu com o tradicional cover para a clássica canção chamada “Surfin’ Bird”, do The Trashmen. Muitos confundem com o Ramones, porém a canção pertence de fato ao The Trashmen, tendo tanto o Ramones quanto o Sodom, como grandes fãs de sua obra. A emenda aconteceu com “M-16”, do álbum de mesmo nome, e que enriqueceu ainda mais toda a festa.

“Tired And Red”, mais uma faixa clássica do histórico “Agent Orange”, foi executada a plenos pulmões. Angelripper e Blackfire estavam se divertindo bastante, juntamente de seus compatriotas, o guitarrista Yorck Segatz e o baterista Toni Merkel.

E, finalmente, a faixa do penúltimo álbum lançado pela banda, foi apresentada ao honorável público. “Caligula” tomou o Setembro Negro de assalto com seu refrão imponente e sua pausa especial de tão marcante. Não entendeu sobre a pausa? Ouça a música e desfrute de Tom recitando sílaba por sílaba dela.

Setembro Negro/Mundo Metal

Homenagem a Lemmy Kilmister

Essa não poderia faltar nunca. Lemmy Kilmister, do eterno Motörhead, não poderia ficar de fora dessa fantástica apresentação. O refrão de “Caligula” ainda ecoava pelos arredores da casa de shows, quando Tom Angelripper anunciou sua homenagem ao grande ícone, aquele que une quase todas as tribos voltadas para o Rock e Metal, tornando em uma grande confraternização. A fim de lembrar de seus feitos, “Iron Fist” foi despejada como um balde de lava no meio das criaturas que se banhavam com o som flamejante e histórico de um dos grandes pilares e responsável pelas mudanças no Heavy Metal.

O público cantou, vibrou, rodopiou, girou os braços e pernas, suou igual um porco na roda de lava escaldante, e comemorou por estar diante de uma das melhores bandas de Thrash Metal do mundo, e que para muitos é a melhor.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

O Sodom é uma daquelas bandas impiedosas e que não sabem brincar. Logo na sequência, a sujeira aumentou com “Blasphemer”, também do EP “In The Sign Of Evil”, ou seja, embora estivesse sendo tocada com instrumentos qualificados e amplificadores de primeira linha, a ideia é primitiva e contrária a quem somente aprecia sons limpinhos e com notas mais soltas.

Novamente, o “agente laranja” foi acionado e a escolha foi “Incest”, para continuar a festança infernal, que serviu de abertura de terreno para a icônica “Remember The Fallen”, assim como acontece no disco original. Seu refrão também ecoou fortemente em todos os cantos do local. Foi mais um momento para cantar junto e acompanhar o ritmo mais cadenciado, porém bastante pesado.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

O fim que ninguém queria de tão “repetaculê” que foi

Já havia passado da meia-noite e o show não parecia ter fim. Não que a sensação fosse essa, mas por conta da condução para a volta para casa, pairou um princípio de preocupação. Afinal, não havia nada combinado com o festival de que o Metrô aguardaria o término do evento para somente depois fechar as portas da estação próxima.

“Augesbombt” e “Bombenhagel” encerraram o 2º dia do Setembro Negro Festival. Curiosamente, duas músicas clássicas com nomes na língua pátria dos alemães. Primeiramente, “Augesbombt”, do “Agent Orange”, fez o chão soltar faíscas de tão intensa que foi e de tão insano que foi o bate-cabeça. Eu estava lá, vivo, forte, arremessando touros e ovelhas para todos os lados!

Stephan Giuliano/Mundo Metal

“Bombenhagel”, do álbum “Persecution Mania”, um dos grandes clássicos da banda, foi a música apoteótica do show do Sodom e da segunda parte do festival. Senti falta de “Nuclear Winter” e “Christ Passion”, ambas faixas emblemáticas do mesmo disco. Entretanto, a insanidade no final da apresentação foi tão incrível, que nem é válido lamentar por nada. O importante é que o Sodom esteve presente e realmente, qualquer música dos caras faria um estrago terrível na melhor das intenções.

Stephan Giuliano/Mundo Metal

Integrantes do Sodom:

  • Tom Angelripper (vocal, baixo)
  • Frank Blackfire (guitarra)
  • Yorck Segatz (guitarra)
  • Toni Merkel (bateria)
Stephan Giuliano/Mundo Metal

Setlist tocado no festival:

1. Among The Weirdcong
2. Jabba The Hut
3. Sodomized
4. Better Off Dead
5. Conflagration
6. Exhibition Bout
7. Outbreak Of Evil
8. Sodomy And Lust
9. Agent Orange
10. Surfin’ Bird (The Trashmen cover)
11. M-16
12. Tired And Red
13. Caligula
14. Iron Fist (Motörhead cover)
15. Blasphemer
16. Incest
17. Remember The Fallen
18. Ausgebombt
19. Bombenhagel

Setembro Negro Festival – XV Edição

Curiosidades, informações e conclusões finais sobre o 2º dia de evento de número XV

Em primeiro lugar, vale salientar que o Setembro Negro Festival já mostrava o seu poder de fogo desde a Pré-Festa, ocorrida no dia 7 de setembro, feriado nacional. O aperitivo foi um cartão certeiro de boas vindas para quem iria apreciar o evento por completo, ou simplesmente parte dele. Decerto, o importante era poder conferir de perto para ver que nosso país é capaz sim de produzir ótimos eventos voltados para a música extrema.

No momento dessa escrita através do nanquim virtual do Mundo Metal já estávamos pensando em como sairia a parte 3 no papel, assim como aconteceu com a Pré-Festa, o dia e o dia até então. Afinal, tem sido extremamente gratificante poder dividir com cada leitor e fã de Metal o que de melhor aconteceu nesse festival a qual se consolida mais edição após edição.

Curiosidades sempre temos ao presenciarmos grandes eventos e com esse não foi diferente. O público sabe ser respeitoso e solícito, mesmo com toda a pecha de malvado. Sim, somos maus. Mas, somos maus com quem merece receber tal maldade. Mas, principalmente, somos maus de acordo com a nossa música, com o que estamos ouvindo. E essa maldade é muito boa, devendo permanecer sempre que uma banda de Metal estiver mandando ver no palco.

Você pode escolher em qual mosh vai participar, pois em quase todas as apresentações a roda se abriu no meio da galera onde a valsa se fez presente.

Confraternização entre amigos e adeptos da boa “múzga”

Ao decidir ir a um festival de Metal com o propósito de ouvir um som decente e sendo tocado de forma condizente, não é apenas isso que engloba algo desse tipo. Com toda a certeza, a amizade é fator preponderante para que haja mais momentos divertidos para apreciar e resultar em boas histórias.

Assim sendo, os amigos que já temos e aqueles que fazemos durante uma festa desse porte, é algo que não se pode deixar passar batido, pois isso é a essência do Heavy Metal. E eu não vou a um show simplesmente e tão somente para ver uma banda tocar. Quero ver o povo, me encontrar com as pessoas, trocar ideia, brindar e tomar várias geladas, além de conferir o show e poder conversar sobre o que acabamos de assistir e de escutar.

Nem sempre conseguimos ir a shows dos quais outros amigos estejam presentes, mas os que proporcionam tais momentos, se tornam mais importantes e melhores que um show comum por si só. Podemos dizer nesse sentido que quando o time está completo e a turma está reunida, o festival, seja ele qual for, se torna maior e melhor de forma simultânea.

O sábado do dia 9 de setembro foi o dia mais cheio, onde pudemos ver mais pessoas dentro do Carioca Club e em seus arredores. Somado a isso, tivemos as exímias presenças como foram citadas no começo deste papiro. Sem a presença de vocês, não poderia escrever quase nada sobre o relato dos shows dessa data.

Daniel Dante/Giovanne Vaz/Stephan Giuliano/Alexandre Fontana/Mundo Metal

Metrô fechado e improviso para chegar em casa

Como o show do Sodom ultrapassou a meia-noite, ficou complicado ir embora. Não apenas para mim, mas também para outras pessoas. Dan e Vaz estavam em busca de uma outra opção necessária para voltarem para suas respectivas residências e a aventura foi um pouco trabalhosa, mas com resultado satisfatório.

Falando por mim, acabei economizando, embora eu só fosse chegar em casa perto das 5h da manhã. Além disso, tinha o 3º dia do festival para acontecer. Em resumo, o sono foi curto para que eu pudesse comparecer novamente ao Carioca Club. Por fim, deu tudo certo graças às linhas de ônibus da madrugada.

Se o festival deve melhorar em certos aspectos, esse é um deles, mas sabemos que não é nada simples. Isso depende e muito do governo do Estado e também da prefeitura da cidade. Fora isso, tudo funcionou muito bem e o clima proporcionado é algo que somente o fã verdadeiro de Heavy Metal sabe como é.

Como diria o nosso guerreiro do Metal, que vive e respira os anos 80, Grade Marchiori:

“Esse é!”

Agora, peço a você que chegou honrosamente até aqui e aguarde a resenha sobre o terceiro dia do Setembro Negro Festival! Ou se quiser seguir a ordem de eventos, o quarto dia de apresentações da 15ª edição do apelidado por mim, o calabouço do Metal.

Muito obrigado e fiquem com o fraseado secular e arcaico do nosso querido Daniel Dante:

“Chucrute com Macarronada Thrash da melhor qualidade.”

Daniel Dante/Stephan Giuliano/Grade Marchiori/Mundo Metal

 dia do Setembro Negro Festival – XV Edição foi realizado no dia 9 de setembro (sábado).

Local: Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros, São Paulo – SP
Organização: Tumba Productions
Apoio: Clube do Ingresso, Carioca Club, Ashby Cervejaria, Burn Networks, Xaninho Discos, LP Metal Press

Para acompanhar o que aconteceu na Pré-Festa e no dia do Setembro Negro Festival, clique nos nomes dos eventos em destaque.

   

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