Inegavelmente, a guitarra é o instrumento que mais simboliza o Rock e o Metal. Embora a voz e os demais intrumentos sejam importantes na concepção de um sonoridade responsável por conquistar os ouvintes, nada é comparável a ter um guitarrista que faça a diferença. Assim sendo, houve na história discos que mostraram algo novo e revolucionaram a maneira de tocar guitarra, pela genialidade criativa e técnica de seus respectivos guitarristas. A fim de destacar álbuns importantes com tais características, fizemos uma análise geral através da história, determinando lançamentos que fomentaram uma revolução no conceito e na forma de tocar guitarra.
Os resultados foram esses:
Jimmy Hendrix – Are you experienced? (1967) – Jimmy Hendrix
O debut de Jimmy Hendrix mudou os rumos da guitarra, já que ele foi um guitarrista muito a frente do seu tempo. O disco tem vários hinos, “Foxy Lady”, “Purple Haze”, “Fire” e “Hey Joe”, que passaram a ser referência absoluta para as futuras gerações de guitarristas. Além disso, Hendrix desenvolveu o pedal wah wah, usado por muitos outros instrumentistas através da história. Nascido na América, Hendrix morreu com apenas 27 anos, mas deixou um legado imensurável para a música.
Black Sabbath – Black Sabbath (1970) – Tony Iommi
Em 1970, o Rock’n’Roll começou a passar por diversas mudanças do que ele era nas decadas anteriores. Foi nesse período que surgiu para o mundo, aquele que é, ao mesmo tempo, o rei dos riffs e o pai do Heavy Metal.
Tony Iommi criou seus riffs que influenciram vários guitarristas de Heavy Metal que vieram depois, assim como guitarristas em quase todos os demais subgêneros. Canções como “Black Sabbath”, que muitos consideram o primeiro Doom da história, “N.I.B” e “The Wizard” foram somente os primeiros de muitos hinos que nasceriam, posteriormente. Logo depois, só para constar, ainda no mesmo ano, viria “Paranoid”, segundo full lenght do Black Sabbath, e em 1971, “Master of Reality”, que fecharia a trinca perfeita.
Deep Purple – “In Rock” (1970) – Ritchie Blackmore
Embora “In Rock” seja o quarto álbum do Deep Purple, foi nele que Ritchie Blackmore conseguiu marcar seu nome da história da guitarra pela primeira vez. Blackmore mesclou, Blues, Hard Rock e música erudita em um jeito único de tocar, mas é claro, ele contou com a ajuda do teclado genial do maestro Jon Lord.
Nessa sua primeira passagem pelo Deep Purple, ele ainda gravaria mais cinco discos, dessa forma, aumentando exponencialmente o seu legado em cada um deles.
Rainbow – “Rising” – (1976) – Ritchie Blackmore
Assim que saiu do Deep Purple, Ritchie Blackmore formou sua própria banda, lançando o debut “Ritchie Blackmore’s Rainbow” ainda no mesmo ano. No entanto, foi no disco seguinte, “Rising”, que ele conseguiu clavar, outra vez, seu nome na história da guitarra.
Contendo somente seis canções, que ainda assim podem ser classificadas com Hard Rock, Blackmore influenciou diretamente um subgênero do Heavy Metal, o Power Metal. Esse álbum foi, igualmente, referência para outro importante guitarrista, o sueco Yngwie Malmsteen, o qual vamos citar mais adiante.
Scorpions – “Taken By Force” (1977) – Uli Roth
“Taken By Force” é o quinto full lenght da famosa banda alemã de Hard Rock, Scorpions, sendo contudo, o último a contar com o guitarrista Uli Roth. Ainda que Scorpions só tenha conquistado sua enorme fama após esse período, esse disco é de suma importância para o instrumento guitarra. Assim como Ritchie Blackmore, que mencionamos na citação anterior, Ulrich Roth também serviu de inspiração para Yngwie J Malmasteen, do qual falaremos em breve.
O disco é ótimo do início ao fim, entretanto, temos a obrigação de citar duas de suas canções, “We’ll Burn the Sky” e “The Sails Of Charon”.
Van Halen – “Van Halen” (1978) – Edward Van Halen
Nesse álbum, a maneira de tocar guitarra passou, talvez provavelmente, pela maior de suas revoluções. Eddie Van Halen, holandês de nascimento, formara a banda com seu irmão baterista, Alex, em 1973, já vivendo na América.
O seu debut, Van Halen, enfim, saiu em 1978. O solo de guitarra “Eruption” é um dos temas de guitarra mais imponentes de todos os tempos. Enquanto a maioria dos guitarristas influentes, até então, tinha a preocupação única em explorar melodias na guitarra, Eddie se preocupava também em experimentar efeitos. Ou seja, ele era como Hendrix elevado a décima potência.
Alcatrazz – “No Parole From Rock’N’Roll” (1983) – Yngwie Malmsteen
Do mesmo modo que Eddie Van Halen, Yngwie Malmsteen nasceu na Europa, no caso na Suécia, e mudou-se para a América com o intuito de construir uma carreira musical. Em primeiro lugar, ele tocou no Steeler, banda do vocalista Ron Keel, que depois fundou o Keel. Contudo, ele não alcançou o status que almejava.
Em seguida, ele fez parte do Alcatrazz, banda que reunia o ex-vocalista do Rainbow, Graham Bonnet, alem dos ex-integrantes do New England, Gary Shea e Jimmy Waldo. Malmsteen já era um músico complexo, que mesclava influências em: Niccolò Paganini, Johann Sebastian Bach, Jimmy Hendrix, Ritchie Blackmore, assim como Uli Roth.
Ele usou todo esse repertório de referência e adicionou muita, mais muita agilidade, dessa forma, despertou em muitos guitarristas o desejo de serem mais velozes. Já que todas as músicas de “No Parole From Rock’n’Roll” levam o seu nome como compositor, podemos dizer que esse é seu verdadeiro debut.
Logo em seguida, no início da turnê do álbum, ele deixou a banda, formando “Yngwie Malmsteen’s Rising Force” com Jeff Scott Soto no vocal, permanecendo com sua carreira solo até os dias atuais. Portanto, se não houvesse o nome Alcatrazz, “No Parole From Rock’N’Roll” poderia muito bem ser o primeiro disco solo de Malmsteen.
Steve Vai – “Passion And Warfare” (1990) – Steve Vai
Sim, antes que nos perguntem, talvez aqui caberia Joe Satriani (“Surfing With the Alien”), mas entendemos que seria melhor eleger um dos dois, no caso, preferimos Steve Vai. “Passion And Warfare” é o segundo registro oficial de Steve Vai e quando falamos em guitarristas experimentalistas, ele jamais pode ficar de fora.
A canção que catapultou as vendas desse disco foi “For the Love of God”, que, aliás, conta com um belíssimo videoclipe, um dos mais marcantes da história. Há todo tipo de experimentalismo de guitarra que se possa imaginar nesse registro, contudo, os temas soam fantásticos, nada é maçante. Em outras palavras, um álbum revolucionário que merece, igualmente, ser ouvido várias vezes.
Gostou? Qual título importante que revolucionou a guitarra que esquecemos? Responda nos comentários, por favor!
Pesquisa, seleção e criação: Cristiano “Big Head” Ruiz