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Clássicos: Deep Purple – In Rock (1970)

“In Rock” é o quarto full lenght da banda britânica de Hard Rock, Deep Purple.

   

Após três álbuns com uma sonoridade Psicodélica e Progressiva, “The Shades Of Deep Purple” (1968), “The Book Of Taliesyn” (1968) e “Deep Purple” (1969), o Deep Purple parecia longe das glórias que, brevemente, alcançaria.

Na ocasião do lançamento de seu homônimo, houve as saídas do vocalista Rod Evans e do baixista Nick Simper.

Em seus lugares entraram, respectivamente, Ian Gillan no vocal e o Roger Glover no baixo, ambos vindos de uma banda chamada Episode Six.

Como resultado, pouco tempo foi lançado o single “Hallelujah”, cover de Greenaway-Cook, a qual não conseguiu êxito algum na época.

Em seguida, “Black Night”, por sua vez, ficou em segundo posto nas paradas do Reino Unido.

O seu lado B tinha “Cry Free”, porém curiosamente, “Black Night” sequer faz parte do “In Rock”, quarto full lenght do quinteto, lançado em junho de 1970, pelos selos Harvest/Warner Bros.

As sete faixas foram assinadas pelos cinco membros.

“In Rock” não tinha como dar errado. Desde a capa, que colocava os integrantes “dentro” do Monte Rushmore, uma escultura localizada na cidade americana de Keystone, no estado da Dakota do Sul.

O monumento foi construído em homenagem aos pais da fundação e da independência da América, seus quatro primeiros presidentes: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. Gillan, Blackmore, Lord e Glover ficaram no lugar de cada presidente e Ian Paice, por último, ao lado de Glover. A sonoridade mudou completamente.

Psicodélico e Progressivo deram espaço ao Hard Rock que beira o Heavy Metal. Mark II, como foi chamado esse line-up, gerou um novo debut para o novo Deep Purple que estava nascendo e iria conquistar o mundo, subitamente.

Crédito: Art By Ron Hart

Imagino a reação de quem comprou o disco na época e foi ouvir pela primeira vez, a espera daquele pacato Prog Rock Psicodélico.

   

Eis que surge a dilaceradora de almas, “Speed King”, dando o pontapé inicial daquele que se tornaria um dos maiores clássicos da música pesada.

Os riffs pesados de Ritchie Blackmore; a bateria acelerada e cheia de repiques de Ian Paice; o baixo de Roger Glover acompanhando a guitarra nota por nota e nos solos, sustentando o peso; Ian Gillan com seus berros ensurdecedores e o duelo de solos entre Blackmore e o gênio tecladista Jon Lord que deixa o ouvinte babando.

Raiz do Speed Metal

Se o Black Sabbath foi a raiz do Doom Metal em seu debut e música homônimos, o Deep Purple, com “Speed King”, pode ter sido o embrião do que chamaríamos Speed Metal, futuramente, embora a faixa título do álbum posterior, “Fireball”, tenha ido ainda mais longe nessa caracterização.

Até para mim que já conhecia o Deep Purple através do “Machine Head”, a audição causou surpresa, tamanha a intensidade do peso dessa canção. Sua letra é um verdadeiro hino em homenagem ao Rock’n’Roll anos 60 na velocidade 78 rpm.

“Bloodsucker” é puramente Hard Rock. Novamente, as frases conjuntas entre Blackmore e Glover fomentam o peso; Os agudos de Gillan parecem ainda mais altos e perfeitos do que na canção de abertura e os solos intercalados de Lord e Ritchie fazem o show à parte.

Estava nascendo, dessa vez literalmente, uma banda que ajudaria a mudar a história do Rock.

Agora chegou a hora de… Bom, antes de falar dessa obra-prima, preciso contar uma história pessoal.

Eu e dois amigos, Marcos Pópolo e Antônio Neto, embarcamos no mundo da música, montamos nossa primeira banda por causa dela, exatamente, para tentar tocá-la da maneira mais parecida com o Deep Purple.

Entretanto, não chegamos nem perto, pois estávamos começando , porém isso nos fez crescer e deu um rumo diferente as nossas vidas.

Estou falando de “Child In Time”, que é capaz de impressionar até quem não gosta muito de Rock por sua atmosfera sombria e, ao mesmo tempo, magnífica.

Como esquecer essa letra?

“Criança meiga no tempo / Você verá a linha / O limite que é desenhado entre o bom e o mau / Veja o cego / Atirando no mundo (atirando para todos os lados) / Balas voando Ohh / Cobrando a passagem / Se você foi mal, oh senhor / aposto que você foi / E você não foi atingido (ainda) / Oh, as balas estão voando / É melhor você fechar os olhos / baixar a cabeça / Esperar pelo ricochete.”

Em resumo, uma canção forte com um tema lírico formidável, que foi gravada pela primeira vez, ao vivo, no “Concerto For Group and Orchestra” (1969).

   

Isso jamais daria errado e não deu mesmo. Principalmente, porque os agudos de Gillan são tão altos e impressionantes que o transformaram em uma lenda viva.

Ele só teve outra performance parecida com a faixa “Born Again”, que ele gravou com o Black Sabbath, treze anos mais tarde, mas nada superou “Child In Time” em toda a sua vasta carreira.

Lado B

O Lado B começa com “Flight Of The Rat”.

Eu posso jurar que quando comprei o disco, eu lia “Flight Of The Bat”, que na minha cabeça fazia muito mais sentido (rs). Posteriormente, quando conheci “Rat Bat Blue” do “Who Do We Think We Are”, passei a confundir ainda mais (rs).

Ademais desse fato estranho com o nome, ela é um agradável Hard Rock típico da década de 70, com todos os ingredientes contidos nesse subgênero, inclusive com o uso de wah wah por Blackmore, ou seja, o Deep Purple colocou uma música bem diferente de tudo que estava presente no outro lado do disco e digo que funcionou muito bem.

Não surpreendentemente, o destaque para o show de batera do canhoto Ian Paice, com direito a um solo no encerramento, que sempre foi sua marca registrada.

Créditos: Página do Facebook

“Into the Fire” e “Bloodsucker”

Vamos à outra canção que se tornou clássica e parte do set list das turnês.

“Into The Fire” tem o estilo bem parecido com “Bloodsucker” , segunda do lado A, porém ela soa mais simples e acessível, sem “excesso” de berros do Gillan (Ian Gritan, como diria alguém que conheci), com um refrão grudento , um solo a la Blues de Blackmore, tudo isso junto faz com que o ritmo conduza o corpo a passear por seus riffs.

A introdução de bateria já torna “Living Wreck” totalmente apaixonante.

Sua sonoridade é bem parecida com que o Deep Purple faria nos três registros seguintes da Mark II, “Fireball” (1971), “Machine Head” (1972) e “Who Do We Think We Are” (1973).

Porém, com o passar do tempo, ela se tornou uma das minhas favoritas.

   

Pérola de valor imensurável é o que eu posso dizer.

“Hard Lovin’ Man”

Um full lenght desse nível não poderia encerrar com uma canção que não tivesse o seu altíssimo nível.

“Hard Lovin’ Man” é a união da sonoridade Prog que o quinteto fez em seus três primeiros trabalhos com o peso proposto por esse novo line-up, pois digo que os dois estilos se encaixaram com extrema perfeição.

Portanto, se alguém disser que o Deep Purple abandonou completamente os seus primórdios a partir do “In Rock”, precisa ouvi-lo com maior atenção.

Além disso, ela tem um ritmo de cavalgada que se tornaria comum no Heavy Metal, propriamente dito, que surgiria alguns anos depois.

Eu poderia escrever um livro de tanto coisas que eu teria pra falar do “In Rock”, todavia, textos excessivamente longos não fazem muito o minha cabeça.

Em resumo, acho impossível alguém que bata no peito dizendo que ama música pesada dizer que não conhece esse disco, mas, se esse for o caso de algum de vocês, queridos leitores, peço que corrijam essa falha gravíssima, já!

Deep Purple In “Hard” Rock

Nota: 9,6

Integrantes:

  • Ritchie Blackmore (guitarra)
  • Roger Glover (baixo)
  • Ian Paice (bateria)
  • Ian Gillan (vocal)
  • Jon Lord (teclados)

Faixas:

  • 1.Speed King
  • 2.Bloodsucker
  • 3.Child In Time
  • 4.Flight Of The Rat
  • 5.Into The Fire
  • 6.Living Wreck
  • 7.Hard Lovin’ Man
   

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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Comentários

  1. Belo texto sobre um álbum tão pouco lembrado…… Até hoje ouço com emoção o in rock. Aliás, perdi a conta de quantas passagens de ano tive o prazer de passar ouvindo child in time com meu hj no céu……. Amado irmão.

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