PUBLICIDADE

Clássicos: Deep Purple – “Perfect Strangers” (1984) “O RETORNO TRIUNFAL DA MARK II”

“Perfect Strangers” é o décimo primeiro álbum da banda inglesa de Hard Rock, Deep Purple, porém, vamos chamá-lo de “O RETORNO TRIUNFAL DA MARK II”, que é o nome dado ao segundo line-up da história do Deep Purple.

   

Ian Paice na bateria, Jon Lord no teclado, Ritchie Blackmore na guitarra, Roger Glover no baixo e Ian Gillan no vocal são os membros dessa que é a formação de maior sucesso da história desse ícone britânico do Hard Rock.

Logo após o lançamento do seu terceiro full lenght, o homônimo “Deep Purple”, em 21 de junho de 1969, o vocalista original Rod Evans e o baixista Nick Simper foram substituídos, respectivamente, por Ian Gillan e Roger Glover, ambos vindos do Episode 6.

DEEP PURPLE / MARK II / 1984 / POLYDOR

Primeiro registro:

A primeira gravação deles todos juntos foi o live álbum “Concerto for Group and Orchestra”.

O disco que três peças de estilo erudito, o cover da canção “Hush”, de Joe South, o tema instrumental “Wring That Neck” e “Child In Time”, a qual foi regravada em estúdio no clássico “In Rock”, posteriormente. Porém, antes dele, foram lançados os singles “Hallelujah”, que ganhou versão em videoclipe, “Speed King” e “Black Night”, porém, das três, só “Speed King” é que fez parte do “In Rock”.

   

Discos posteriores ao “In Rock”:

“Fireball”, em 1971, o absoluto e épico “Machine Head”, em 1972 e “Who Do We Think We Are” , em 1973.

Como já mencionado em minha resenha sobre o “Who Do We Think We Are”, os problemas internos levaram as saídas de Ian Gillan e Roger Glover, que foram substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes, respectivamente. Era o fim de uma das maiores formações da história do Hard Rock ou, pelo menos, foi isso que os fãs pensaram na época.

Após três álbuns, “Burn” e “Stormbringer”, em 1974, e “Come Taste The Band”, em 1975, o quinteto encerrou suas atividades em 1976 e todos pensaram que era o fim do Deep Purple, mas estavam enganados.

O destino dos membros da Mark II, antes da volta

  • Ritchie Blackmore, que deixou a banda em 1974 na turnê do “Stormbringer”, sendo substituído por Tommy Bolin, formou o Rainbow com membros do ELF, entre eles, Ronnie James Dio.
  • Com sua nova banda, Blackmore lançou sete full lenghts, “Ritchie Blackmore’s Rainbow” (1975), “Rising” (1976), “Long Live Rock’n’Roll” (1978), “Down To Earth” (1979), ”Difficult To Cure” (1981), “Straight Between The Eyes” (1982) e “Bent Out Of Shape” (1983), quando ele dissolveu o quinteto. Posteriormente, eles retornaram para o lançamento de “Stranger In Us All” (1995).
  •    
  • Após deixar o Deep Purple em 1973, Ian Gillan gravou dez álbuns em sua carreira solo. O debut foi “Child In Time” (1976) e o último foi “Magic” (1982). Em 1983, uma bebedeira com Tony Iommi e Geezer Butler o levou a entrar no Black Sabbath. Dessa união foi lançado o disco “Born Again”.
  • Roger Glover, após sair do Deep Purple, seguiu com sua carreira de produtor, desenvolvendo um relevante portfólio. A partir de 1979, ele entrou no Rainbow e ficou até 1983.
   
  • Após o fim do Deep Purple, em 1976, David Coverdale formou sua própria banda, Whitesnake. Jon Lord e Ian Paice estiveram ao lado dele por alguns anos. Jon Lord, do debut “Trouble” (1978) até “Slide It In” (1984), que foi gravado em 1983, Ian Paice do “Ready An’ Willing” (1980) até “Saints & Sinners” (1982).

Deep Purple “Perfect Strangers” (1984)

Polydor

Em 1984, todos os cinco membros da Mark II estavam livres. O universo estava conspirando a favor para que eles se juntassem para trazer o Deep Purple de volta à vida.

Surpreendentemente, os problemas do passado ficaram temporariamente resolvidos, esquecidos ou, simplesmente, deixados em segundo plano.

   

A tão sonhada, mas não esperada, reunião aconteceu!

No dia 29 de outubro de 1984, era lançado o álbum “Perfect Strangers”, décimo e primeiro full lenght da carreira do Deep Purple.

O registro foi editado pela Polydor e produzido pelo baixista Roger Glover, ou seja, o primeiro registro desde o “In Rock” sem a produção de Martin Birch. Isso poderia ser um problema, porém, felizmente, não foi.

MAS E AS FAIXAS, VAMOS FALAR DELAS?

DEEP PURPLE / Photo by: Gutchie Kojima & Shinko Music

“Knocking At Your Back Door”:

Aquela atmosfera de filme de suspense que introduz a canção de abertura, por segundos, enche ainda mais o coração dos fãs de curiosidade. Porém, quando o baixo e os demais instrumentos dão ritmo e o vocal de Gillan se apresenta, o suspense se transforma em realidade e emoção, pois, após 11 anos de hiato, a Mark II traz o Deep Purple de volta a luz em grandioso estilo. Ritchie Blackmore grava os dois solos mais inspirados de toda a sua carreira, sem exagero algum.

O videoclipe mostra um mundo pós-apocalíptico, onde alguém consegue cavar um tape e assistir ao Deep Purple tocando, fomentando a alegria no meio do caos e da destruição. Entretanto, esse é espírito de “Knocking at Your Back Door”. Um tipo de composição que o quinteto ainda não fizera. Lembrando, que nessa época, o mundo vivia o temor de uma guerra nuclear! Uma abertura fabulosa é o mínimo que eu posso dizer.

   

“Under The Gun”:

Aqui temos uma canção que faz lembrar os trabalhados desse line-up nos anos 70, claro que com uma roupagem moderna e aquelas letras típicas do Deep Purple.

“I’VE GOT A FEELING THAT IT’S NEVER RIGHT
THERE WAS A REASON BUT IT’S OUT OF SIGHT
IT’S GOING DOWN SOMEWHERE TONIGHT
UNDER THE GUN”

“Nobody’s Home”:

A sensação que essa música passa é bem peculiar. É como se o “Who Do We Think We Are” fosse lançamento do ano anterior e o atual registro fosse uma continuação daquela ideia tão menosprezada na época.

Jon Lord consegue trazer para os anos 80 a sonoridade que tornou o seu teclado tão famoso. O trabalho de Roger Glover como produtor foi sensacional, como baixista também, não há nada que possa ser apontado como ponto negativo.

“Means Streak”:

Eis uma canção com uma daquelas letras “sapecas” que o Deep Purple sempre gostou de fazer. Puro espírito do Rock’n’Roll, adrenalina, testosterona e tudo o que o politicamente correto atual mais odeia.

“Ela voltou para casa ontem à noite”
“Caindo de bêbada”
“Ela não fala coisa com coisa, mas soa bem”
“E então ela pensa…”
“Então eu estendi a mão e disse olá”
“Existe algum planeta que você gostaria de ir”
“E ela disse Vênus nas rochas”
“Ela tem um risco no meio”
“Black Mamba não consegue competir”
“Ela tem um risco no meio”
“Tentação doce e amarga”

“Perfect Strangers”:

A faixa-título tocou tanto e eu a ouvi tanto, que raramente a escuto atualmente, porém, ela é excelente. Há em seu videoclipe um fato inédito, pelo menos para mim, Ritchie Blackmore sorri.

   

Isso mesmo, inacreditavelmente, ele sorri. O ambiente entre eles essa época deveria estar mesmo muito bom e a saudade de fazerem músicas juntos deveria estar bem maior que as diferenças, mas, infelizmente, isso não duraria muito tempo.

Sorriso de Ritchie Blackmore em “Perfect Strangers” / Reprodução / VEVO

“A Gypsy’s Kiss”:

Ela é, por muito, a minha favorita do “Perfect Strangers” e poderia muito bem estar em qualquer um dos lançamentos anteriores da Mark II, inclusive o “In Rock” e o “Machine Head”.

Os solos de Blackmore e Lord a la música erudita me levam a loucura. O riff de teclado a la “Machine Head” é essencialmente a alma do “Púrpuros Profundos”. Gillan arrebenta coma sua melodia e timbre maravilhosos e sua afinação impecável.

EMOCIONANTE, SIMPLES ASSIM!

“Wasted Sunsets”:

Uma das baladas mais lindas de todos os tempos, pelo menos para a pessoa do Cristiano Ruiz.

   

Os solos do Blackmore completam o lindo fraseado do baixo de Glover e ambos são abençoados pela voz divina de Gillan.

“Hungry Daze”:

Deliberadamente, deixei os elogios merecidos pela máquina de triturar, Ian Paice, para a canção de encerramento, pois, ela é a que tem a linha de bateria mais incrível do “Perfect Strangers”.

“A longa e solitária estrada (da vida) se arrasta e não chega a lugar algum”
“Doenças e mais doenças e loucura da corrupção”
“Algo está errado”
”A montanha está ficando fria e solitária”
“as árvores estão nuas”
“Todos nós saímos para Montreux”
“mas essa é outra música (notem a referência a ‘Smoke on the Water’)”
“Você já ouviu tudo isso antes, chapado de fome”

  • As faixas bônus, “Not Responsible” e “Son of Alerik”, que ficaram de fora da edição final do “Perfect Strangers”, são boas, mas não se comparam ao nível daquelas que fizeram, oficialmente, parte do tracklist.
  • Mark II ainda lançou mais dois discos, “The House Of Blue Light” (1987), que é bom, mas nem chega perto de seu antecessor, e o fraco “The Battle Rages On…” (1993), que culminou com a saída definitiva de Ritchie Blackmore, que foi substituído por Steve Morse, e com o fim do sonho desse problemático, porém fantástico, line-up.
  •    

Ainda assim é uma honra compartilhar com vocês toda minha experiência com a história desse disco e contar um pouco de fatos sobre a história do Deep Purple, uma das bandas que eu mais amo.

Nota: 9,5

Integrantes:

  • Ian Gillan (vocal)
  • Roger Glover (baixo, produção)
  •    
  • Jon Lord (teclado)
  • Ian Paice (bateria)
  • Ritchie Blackmore (guitarra)

Faixas:

  • 1.Knocking at Your Back Door
  •    
  • 2.Under The Gun
  • 3.Nobody’s Home
  • 4.Mean Streak
  • 5.Perfect Strangers
  • 6.A Gypsy’s Kiss
  •    
  • 7.Wasted Sunsets
  • 8.Hungry Daze

Bônus:

  • 9.Not Responsible
  •    
  • 10.Son Of Alerik

   

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Veja também

PUBLICIDADE

Redes Sociais

36,158FãsCurtir
8,676SeguidoresSeguir
197SeguidoresSeguir
261SeguidoresSeguir
1,950InscritosInscrever

Últimas Publicações

- PUBLICIDADE -