Finalmente, a trilogia Leviathan chegou ao seu ápice apoteótico com o lançamento de “Leviathan III”, agora via Napalm Records. O Therion, banda icônica do chamado Operatic Metal, retorna com mais um disco proposital para a sua tríade atual. A ocorrência oficial aconteceu no dia 15 de dezembro.
“Leviathan” e “Leviathan II” foram analisados aqui por nós do Mundo Metal, mostrando o novo vigor e ampla inspiração dessas últimas composições de Christofer Johnsson e cia. ilimitada. Portanto, coube mais uma vez a mim essa terceira missão seguida com os suecos do Therion. Entretanto, confesso que estive um pouco apreensivo quanto ao novo material, já que os dois primeiros capítulos haviam alcançado bons resultados. Contudo, o trabalho mais minucioso rendeu uma boa percepção desses dois trabalhos anteriores por envolverem muitos detalhes. Detalhes esses sendo musicais e também junto aos temas.
Quem conhece e aprecia o Therion após sua fase mais extrema, sabe bem que a banda costuma navegar em diversos mares linguísticos para contar suas fábulas e histórias. Portanto, não seria diferente com a trilogia Leviathan, colocando à frente os universos árabes, hispânicos e germânicos, só para exemplificar alguns pontos de destaque.
A saga de Leviathan: trilogia completa do Therion
Em primeiro lugar, é sempre bom mencionar quando uma banda resolve criar um enredo baseado em mais capítulos e distribuídos em mais de um disco. Afinal, para realizar uma obra avantajada e desse porte é necessário muito empenho para que as pontas se interliguem e formem a tríade sem deixar tantas ou nenhuma ponta solta. Certamente, o ideal é não haver ponta solta alguma, deixando a coisa bem natural e de fácil assimilação. Antes de tudo, é preciso entender aonde se quer chegar com determinado tema principal. Além disso, quando se trata de uma obra conceitual grande, deve-se sempre ficar atento a todo tipo de detalhe a ser inserido em cada obra para não se desprender uma da outra. Entretanto, estamos falando de uma banda que costuma saber o que faz quando o assunto é elaborar um tema e encaixar ele dentro das camadas sonoras.
Ainda que seja o final da saga, para reforçar o entendimento sobre o enredo ao qual estamos lidando, é entendido através da segunda parte da trilogia o seguinte pensamento:
“Mesmo não sendo um álbum conceitual, “Leviathan II” apresenta um material vasto, mas com combinações relacionadas aos assuntos. A ideia de citar várias crenças mostra o quão as mesmas são idênticas em vários pontos, mudando apenas os nomes das figuras e seus respectivos clãs. A base está ligada ao início e o antes do início, a devastação e o fim de tudo. Criaturas e seres mitológicos semelhantes em diversos aspectos e contidos em religiões como o judaísmo, islã, crenças asiáticas e o cristianismo, inclusive citando Gaia e o submundo das mais diversas maneiras.”
É entendido como resultado das duas experiências anteriores que o Therion viaja por vários caminhos das mais diversas ramificações e linhagens, sempre em busca de um núcleo em comum. Essa ideia é levada com o intuito de conversar em vários dialetos através das mais diversas crenças sem sair de sua própria musicalidade e sem precisar promover uma ampliação de sua obra. Portanto, a trilogia Leviathan conversa com todos os povos e seus dogmas.
O empenho do Therion com relação aos videoclipes
De fato, estamos diante de uma das bandas que mais se empenham em construir algo conciso através das filmagens para mostrar ao público um pouco mais do que representa determinada canção. Similarmente, temos os lyric videos, que são mais baratos e acessíveis para as bandas. Entretanto, ambas as produções são utilizadas por bandas dos mais diversos níveis dentro do cenário da música pesada mundial. Bem como os videoclipes, a versão que mostra imagens gráficas com as letras das músicas surgindo na tela de acordo com cada verso cantado, reforça e amplia o alcance junto aos vídeos normais. Portanto, as bandas acabam por percorrer esse caminho e, se souberem utilizar bem esse artifício, poderão se dar muito bem logo adiante.
Outra vantagem dos vídeos é que eles podem ser utilizados durante as apresentações da banda, pois enquanto a banda executa determinado single ao vivo, ao mesmo tempo é passado o videoclipe ao fundo do palco. Essa tática é bem antiga e costuma ser muito assertiva, além de abrilhantar o show com imagens da própria banda “in action”.
As canções escolhidas pelo Therion para serem os principais singles e, consequentemente, receberem vídeos oficiais, foram:
- “Twilight of the Gods”;
- “Ayahuasca”;
- “Nummo”;
- “Ruler of Tamag”; sendo este o single escolhido para receber um lyric video, enquanto as outras tiveram videoclipes lançados.
Em virtude de alcançar um prospectivo maior, o Therion trata o seu material com respeito e dialoga de forma clara nos mais diversos âmbitos, para assim poder melhor promover o seu trabalho. Ainda sim, existem bandas que exageram na quantidade de videoclipes, mas o Therion costuma ser bem equilibrado quanto a isso, vide os seus últimos álbuns lançados. Agora, “Leviathan III” está aí para apreciarmos e nos resta saber se o nível aumentou ou se ao menos o equilíbrio foi mantido.
O Therion diante da última jornada de Leviathan
Sabendo que o Therion é o tipo de banda que adora ampliar horizontes e explorar diversas culturas, fatos históricos e mitologias, temos nessa trilogia um destaque evidente. As áreas árabes, hispânicas e turco-mongóis estão em constante destaque por entre os versos das canções. Porém, além das alas árabes com bastante destaque, temos a mitologia nórdica tradicional envolvida.
O encontro de vozes em coro com os vocais principais facilitam essas junções de mundos, obtendo um efeito muito equilibrado e especial para a obra. Muitas bandas acabam utilizando da aleatoriedade quanto aos corais e, quando estes são pré-gravados, ou apenas simulações em teclados, a construção fica bem mais sem vida do que a proposta exercida pela banda sueca. Entretanto, cada banda possui a sua especialidade e capacidade para lidar com cada situação. Quanto ao Therion, vamos mergulhar no capítulo final e entender o desfecho da trilogia com “Leviathan III”.
O Therion de frente para os deuses da Mesopotâmia
A região da Mesopotâmia possui muitas histórias das mais antigas até as mais contemporâneas. Porém, o que sempre fica marcado é quando as histórias de outras épocas são contadas e interpretadas das mais diversas formas. O Heavy Metal consegue propiciar de maneira incrível tudo isso. Entretanto, cabe aos músicos saberem como contar essa história. A Senhora da Grande Terra é retratada logo na abertura dos portões da terra desértica. Certamente, estamos falando de “Ninkigal”, primeira faixa de “Leviathan III”. A canção apresenta a clássica destruição da Babilônia em meio a um diálogo entre algumas figuras emblemáticas e que representavam esse território.
Enquanto Babilônia ardia em chamas, Sebitti, olhando para o caos em seus olhos, juntamente com Deus Ea, a quem conhece o nome mágico, o único nome para fazer o universo tremer e derrotar o desfile sombrio. Mais detalhes sobre tais figuras serão descritas próximos ao rodapé deste nobre papiro musical.
A sonoridade começa de forma intensa, lembrando as primeiras eras dos suecos. O comandante inicial da batalha é a performance de bateria, seguido pelos riffs rasantes, além das melodias e corais sentimentais. As reviravoltas retratam bem a corrupção dos deuses e os planos de destruição da terra prometida. Linhas que se aproximam do Heavy, Thrash, e até mesmo Death Metal, formam o cartão de visitas para a queda definitiva da Babilônia entre as preces a favor e contra seu fim. É uma faixa curta e que cumpre muito bem o seu papel de abrir as cortinas do caos em coro. Tudo isso, sem contar com os solos provenientes de um passado magnífico dessa lendária instituição do metal operístico.
ليل
إلهي
O governante das trevas e os nove filhos da terra negra
Melodias que encantam os ouvidos… É assim que “Ruler of Tamag” inicia o seu capítulo neste último livro da trilogia. Em terras turcas o manuscrito indica a presença do antidivino em sua missão como governante supremo. Baseado na forma de nascimento do salvador para os cristãos, Erlik, governador do inferno, vem para julgar e punir os criminosos. Tamag é o inferno e também palco para a condenação e sangramento dos pecadores. Vale uma boa lida sobre o assunto, pois não é algo que fica parelho com o conceito popular bíblico.
Ele é o ser destinado a governar o julgamento e a destruição dentro do inferno de Tamag e o fogo de Babilônia representa bem essa jornada marcada por ódio e vingança.
Após as agridoces melodias, a doce voz de Rosalía Sairem acompanha os rabiscos em violão até o encontro dos arranjos orquestrais leves. Tudo parece calmo como em uma beira de rio em uma tarde ensolarada, mas…
A camada sonora abre o caminho como facões ao cortar os galhos para a abertura da trilha, favorecendo os corais masculinos perseverarem. A primeira voz retoma o seu posto, mas dessa vez com a ala tradicional da música. O ritmo amplia os horizontes orquestrais e promove mais surpresas ao decorrer do caminho. Primeiramente, com uma linha percussiva latente, e em seguida, uma maior participação das guitarras em companhia de outra voz, a de Taida Nazraić, junto a outras vozes, complementando tais arranjos. Rosalía toma as rédeas novamente e conduz o seu batalhão em meio às chamas intermináveis da lendária terra destruída.
O bloco musical reúne elementos do passado da banda, como também do presente, além de trazer características de outras bandas famosas como o Sirenia e o Ex Deo, sempre em pequenas doses para não transbordar a jarra de suco imperial.
“Karaş Han! Karaş Han!
Karanlığın hükümdarı
Çıngay Han! Çıngay Han! (Ey Kara Yer’in Dokuz Oğulları!)
Kargaşanın ulu hanı (Başlatın dünyanın kadim zamanını)”
O deus pastoral da Arcádia
Em “An Unsung Lament”, os versos retratam o deus Pan e a natureza à sua volta. A persona é tida como guardiã das florestas e montanhas gregas. E é no clima do Rock ‘n’ Roll que as chamas reacendem. Ao compasso do Heavy Metal, a canção bloqueia todos os arquétipos engessados, proliferando a criatividade em torno de um amálgama sinfônico. Certamente, as variações sonoras fazem com que os universos sejam colocados à mesa com o máximo de cuidado. A porcelana dos pratos e a prata dos talheres brilham conforme as vozes se encontram nas intermediações da canção.
Todavia, temos aquele momento mais operístico em que os corais masculinos e femininos se entrelaçam para que, finalmente, a festa volte a ser o prato principal. Assim como o vento cantante procura Pan, despertando-o, os raios de seus olhos guiarão o sol para encontrar tudo. Riffs e climatizações engorduram a porcelana como um bom caldo de carne. Sobre a grama orvalhada, sozinho ele passará.
“Do deus das folhas verdes, agora ouça um lamento não cantado
(Em luto eu vagueio pela floresta…)
O que ele contou às árvores à noite, nascido pela manhã, ele não contará
(Vou preservar o segredo…)”
Typhon e Zeus são citados por serem atraídos por esse lamento silencioso. Além disso, as orquestrações conduzem um pouco da fúria interna desses seres. É bom lembrar que em cada por do sol sempre haverá uma trapaça de algum deus, qualquer que seja.
O malefício com aroma de inverno
“Maleficium” é o tipo de canção cujo a predominância de mais de um dialeto é presente e intercalada uma com a outra. Assim sendo, temos uma mistura fina entre o latim e o tradicional inglês. A princípio, a canção trata sobre o verdadeiro mal de escuridão sublime, cercado de sussurros com o mais profundo desespero, dos quais ecoam pelas ruínas do templo.
Ademais, é bom retratar a breve iniciação do ritual pouco antes da cavalaria arrancar em disparada. Um misto de Heavy, Symphonic (ou Operatic) e Gothic é estendido sobre o tapete vermelho-sangue. Com o intuito de proporcionar uma impressão mais clara, as hordas cantantes avançam e infernizam o templo, servindo de passagem VIP para os vocais incessantes de Thomas Vikström e Lori Lewis.
Os momentos mais fervorosos estão logo a seguir, sempre incendiando ainda mais o ambiente até que reste apenas fumaça e o eco dos que já foram vítimas da foice do tempo.
“Maledictum
Ex hac die
Vae vobis
Ad finem”
Santo Daime
Esse é o single que, com toda a certeza, trata sobre o receituário de plantas ferozes e famosas por causar notáveis efeitos aos provadores. Entretanto, a viagem sonora apresenta a receita desde a antiguidade, contendo o rito conhecido do Santo Daime.
O clima metálico começa de maneira condizente com o capítulo, envolto por linhas orquestrais sublimes. Piotr Wawrzeniuk realiza sua participação especial nessa quinta canção de “Leviathan III”, contribuindo de forma esplêndida para a trama. Veja o xamã entrando em você para valorizar o sacramento, e então você poderá abrir os olhos novamente.
O rito da segmento com o propósito de queimar e limpar o vinho musical, Envolvendo-te com sua luz para encontrar a serpente cósmica. A cadência na estrutura musical, aliada aos verbetes em canto, proporcionam a elevação da essencial da alma. Com vocês, o Santo Daime em forma de música. Destaque para as linhas de contrabaixo durante os dizeres calmos em favor do ritual da Caapi (Ayahuasca), muito similares às linhas produzidas pelo Tristania.
“Ritual do Santo Daime
Preparado para elogiar a AyahuascaRevelação espiritual, despertar (Liana da alma libertada)
Flor da AyahuascaComo a chave do segredo é virada pelo universo
Cuidado, pois os Brujos podem te desviar”
O deus romano do vinho
Após a viagem astral, temos o “Baccanale”. Favor, não confundir com que tu pensastes agora. Pois, se trata de algo muito além do convencional. Em suma, trata-se do consumo de vinho e uvas em louvor ao deus Baco, ou melhor dizendo, Bacchus. A trilha sonora leva de encontro ao peso ideal para tal convenção. Entretanto, a simplicidade cadenciada inicial para por aí, pois na sequência, as coisas ficam mais intensas, velozes e versáteis. As linhas de bateria decolam em favor dos coros executados sob medida. A estrutura do riff característico de “Bark At the Moon”, clássico na voz de Ozzy Osbourne, entra em vigor, despejando uma bela tempestade de areia nos convidados para a batalha.
Os solos de guitarra possuem sangue argentino, mas não catimbam e marcam outro golaço. A rifferama mostra o objetivo principal do louvor, que é para ter um vislumbre dele dentro de você. Liber também surge como o representante bacante daquele povo conquistador. Graças à Deméter, deusa grega das colheitas, as plantações de uvas davam ótimos vinhos em favor de Baco e da ala orquestral da canção.
“Possuído, fortalecido por seu espírito
Em louvor a Baco você consome
Vinho e uvas, sua encarnação
Para ter um vislumbre dele dentro de você”
Ritual de sacrifício do solstício de verão nórdico
“Midsommarblot” é a próxima canção e significa resumidamente esse tipo de ritual. Blot se refere ao ritual de sacrifício, enquanto midsommar significa meio do verão em sueco. A trama envolve a deusa Freyja (em nórdico antigo), e ao deus Njord. A peça chave é o brisingamen, um colar lendário associado a Freyja, além da personificação solar de Sunna.
A invocação para o sacrifício de verão é iniciada de maneira misteriosa, como uma trilha sonora de pré-combate entre as tropas rivais. A sequência atravessa os mares de Njord como um hino de batalha. Os riffs rasgam as águas, enquanto os tilintares dos pratos de condução, formam a isca perfeita para atrair os peixes e os deuses nórdicos. Sunna envia seus raios solares para destronar a escuridão logo pela manhã. Assim, os corais conduzem Freya para celebrar a natureza e a fertilidade. As camadas sonoras participam e contornam o Círculo de Blot para que Alfrödull ilumine esse momento único perante às oferendas durante as festividades de meados do verão.
Em coro é dito por vezes a palavra sacrifício. Decerto, é apresentado um compasso muito elegante e direto ao ponto.
“Deusa Freja, senhora da luxúria humana
Verdure, traga-nos, filha de Njord
Venha Brisingamen, de fogo brilhe
Forjado em uma joia divina
Enriqueça nosso sacrifício!”
O Grande Duque do Inferno: Astaroth
É chegada a vez da música com o maior nome dentre todas as faixas do disco. Estamos falando de “What Was Lost Shall Be Lost No More”, oitava faixa do novo full length do Therion. Os arranjos em violinos e violoncelos trazem à tona o comboio de acordes provenientes de um coração iluminado, que pulsa através dos olhos na escuridão.
Os corais conclamam o nascimento do ser emergido de um útero de fedor forte e fétido. Tudo isso é tão mágico, como a manhã, que chega do nada ao amanhecer, da qual o sol se afasta. De várias crenças e ritos históricos, batalhas épicas e desgraças em terra, Astaroth surge montando no dragão majestoso e infernal, nasce do além com uma víbora na mão.
“Anjo sombrio, besta reveladora
Os espinhos estão coroando asas eternas.
O silêncio envolto inflama a alma.
Conceda teu fogo Astaroth!”
As preces são para que ele traga a chave da noite e desbloqueie as páginas dos sonhos guardadas em seu grimório. A chave é representada pelas linhas de corais e vozes individuais, que se espalham e se entrelaçam em uma comunhão em prol do arquidemônio mitológico. Os sons evocados pelo Therion representam os sons eternos que estão surgindo de seu sono. Tais vozes estão subindo ao conhecimento, obscuras e profundas. Anjo sombrio, revelando espinhos de besta e sendo condecorado com asas poderosas e eternas. Além disso, Cătălina Popa se destaca com seus sonetos em flauta, dentre outras de suas participações ao longo do álbum.
O nascimento, evolução e domínio através das asas de Astaroth seguem de encontro ao seu principal objetivo:
“Rastreie todos os tesouros, Astaroth
Da tua sabedoria
O que foi perdido não será mais perdido!”
O pequenino pregador de peças
Se você disse “Duende”, acertou na testa do indivíduo. Mais uma vez, o Therion homenageia uma criatura mitológica em específico. Mais adequada ao folclore de diversas regiões no mundo, o duende está presente também na cultura hispânica, enraizado em tradições populares locais. O duende percorre as terras vastas rumo a um reino de sonhos diferentes. Ele se move para a música e canta com as vozes encontradas no caminho do mistério. Todavia, sendo um veneno para colher a mente humana.
A trilha sonora o leva para os sonetos espanhóis. Violões em cena com dedilhados melodiosos e ríspidos, além das batidas em ritmo chamativo e intuitivo. As unhas fortes tremulam as cordas ferozmente, enquanto Lori Lewis e Rosalía Sairem simpatizam com seus ares hispânicos ao cantarem artistas de flamenco. Outras participações se sobressaem, incluindo o coral espanhol, dando um toque territorial para a trama.
Os instrumentos tradicionais surgem em meio aos compassos orquestrais de acordo com a localidade. A climatização e os corais no dialeto específico colocam você na Espanha de tempos remotos em alguma taberna e de frente para a criatura.
“Viaja a la mente y al alma
Cala hondo en mi garganta
Cuerpos que a la deriva están
Sierpes del arte poseerán
Toca, duende! Canta, duende! Baila, duende!”
A mitologia dos Dogon
O penúltimo encanto dos mágicos suecos atende por “Nummo”. Esta é uma figura pertencente à mitologia dos Dogon. Associada à água e à criação, acredita-se que Nummo tenha desempenhado um papel importante na formação do universo e na origem da vida.
Sirius brilha intensamente enquanto a musicalidade exerce seu papel contundente ao explorar o velocímetro. De pleno acordo com o encontro de vozes, a sonoridade atravessa caminhos mais extremos, relembrando seus tempos mais cadavéricos e cavernosos em se tratando de linhas sonoras. Principalmente quando os dedilhados fervilham como um ataque de flechas ardentes.
Nummo, a serpente de Deus, mostrará sua casa e as estrelas por entre os riffs e fatores percussivos, que por vezes, complementam e aumentam o poderio da valsa sueca. Seu brilho revelará as criações de longe.
Chiara Malvestiti entrega toda sua magia ao interpretar suas partes em mais uma das canções do disco. Mais adiante, serão mostradas as trajetórias dos demais componentes dentro da obra. Ao mergulhar na faixa mais rápida do disco, com exatos 2min30s, notamos vários indultos em favor do som mais pesado, com elevações, efeitos, hammer on e conjuntos de notas isoladas voltadas para esse plano musical. Certamente, é uma das mais agressivas por aqui.
“Shine on Po Tolo!
Ogotemmêli, the one!
Emme Ya Tolo!
Distant – the light and the source of the knowledge”
O apoteótico crepúsculo dos deuses nórdicos
Finalmente, chegamos até a grande apoteose do álbum e também da trilogia de Leviathan. Portanto, respire fundo e vamos para o último mapa da constelação de “Leviathan III”. E, de volta ao cenário nórdico, temos um Ragnarök pela frente. O Fimbulwinter precede o fim do mundo, juntamente com Garm. Em contrapartida, temos em Heimdal o chamado ao soar o Gjallarhorn, enquanto a batalha se aproxima para ser realizada em Vigrid.
Vários termos ligados a essa história são ditos em canto pelos integrantes do Therion. A vagareza inicial “Twilight of the Gods” é proposital e revela o mistério das profundezas de Ginnungagap. Mats Levén participa da cantoria nórdica em união aos corais e vozes femininas. Yggdrasil estava tremendo por completo. Tudo isso por conta do crepúsculo dos deuses e em como o homem marcharia perto do inferno. Os riffs pesados e as melodias voltadas para o Heavy e para o Sympho são colocados em prática até que a cadência primordial ocorre.
Uma breve marcha é executada e funciona como abertura para uma nova parte da canção. A batalha chega com o alcance das notas de guitarra e o balanço fenomenal do contrabaixo. A bateria exerce o papel principal em vários aspectos, já que se trata de uma guerra.
“Hora da guerra do que era antes
Ouvi o chifre de Heimdal
Folkvang abriu
Todos os guerreiros tentaram sair furiosos de ValhallaOs saveiros de Vigrid, o terreno final
Thor, Odin encontrou seu destino quando todos caíram”
Em coro, ouve-se um tradicional “oh, oh, oh!”, tradicionalmente utilizado em esportes com torcida e em batalhas, dando um clima agridoce para o desfecho. Vitória ou derrota nesse caso? Se Odin encontrou o seu destino, agora está nas mãos de Thor Odinson restaurar tudo através da Livtrånad.
Informações e conclusões finais sobre os temas descritos pelo Therion
Até antes do lançamento de “Leviathan”, primeiro álbum dessa excelente trilogia, a banda comandada por Christofer Johnsson, vivia um momento não tão bom, musicalmente falando. É claro que estou colocando a minha opinião sobre tudo isso, mas os relatos de fãs muito mais fervorosos do que eu diziam exatamente isso. Embora, álbuns como “Sitra Ahra”, de 2010, e “Les fleurs du mal”, de 2012, possuam bons momentos, não soam tão impactantes como “Gothic Kabbalah”, de 2007. Porém, a distância entre a maioria dos álbuns pode ter ampliado essa sensação.
A partir do primeiro capítulo do livro musical de “Leviathan”, tudo começou a proliferar e gerar frutos para a banda, analisando a reação dos fãs, certamente. A participação especial de Marco Hietala (Tarot, ex-Nightwish) no primeiro capítulo da trilogia abriu caminho para o Therion recuperar o seu trono.
Outro fator preponderante foi o modo de concepção dos álbuns, mesmo que não sejam conceituais por si só. Afinal, “Leviathan”, “II” e “III” abrangem as crenças e mitologias dos mais variados povos. Outra ótimo sacada foi a linha de coros voltada para cada canção, utilizando dialetos de acordo com cada enredo. Não que para a banda isso seja novidade, mas as tramas oferecem uma profundidade bem maior do que o que se costuma fazer.
“Leviathan III” foi produzido e gravado por Christofer Johnsson, sendo mixado e masterizado por Erik Mårtensson no Mass Destruction.
Sobre os integrantes principais do Therion
Primeiramente, devemos mencionar os trabalhos exercidos pelos principais integrantes do Therion, aqueles que conduzem a banda para o alto e avante.
Christofer Johnsson: o bardo de cartola e óculos de época
Christofer Jan Johnsson é o cabeça do grupo, como todos sabem. É ele quem conduz seu exército com sua tocha acesa pelos mais variados caminhos que compõem a música pesada operística. Portanto, é normal nunca esperar algo dentro do comum quando este músico está envolvido. Sua cartola reservou grandes ideias para completar a saga dos três álbuns. Com a intenção de impactar a quem pudesse ouvir seus novos trabalhos junto ao Therion, Christofer não se deixou levar por modismos baratos e atacou com valentia em prol de uma concepção homogênea e repleta de destaques.
Suas linhas de guitarra foram além de contundentes, pois se mostraram muito precisas, arrojadas e enfáticas diante de cenários diversos. De fato, é sem dúvida um dos melhores trabalhos de guitarras logo após as mudanças sonoras que a banda promoveu.
Contudo, Christofer também constrói linhas de teclado, o que não foi diferente em “Leviathan III”. Suas linhas somaram e muito com as orquestrações e coros, com cada linha unindo e suplantando a outra de maneira exímia.
Christian Vidal: um hermano em ascensão
Christian Vidal é o guitarrista oficial do Therion, ao lado do próprio Christofer Johnsson. O músico é natural de Zárate, Buenos Aires, e oferece seu sangue sul-americano para completar a magia da instituição sueca. É através dele que a maioria, ou praticamente todos os solos, são executados, dando um ar bem Heavy Metal em meio aos corais e orquestrações.
Christian vive um grande momento criativo e suas ideias aparecem com muita evidência ao longo das três jornadas. Entretanto, não é somente na parte dos solos que sua qualidade aparece. As bases e pontes também são muito fortes e ficaram ainda mais proeminentes com sua presença. Além disso, dentre os três álbuns, certamente, “Leviathan III” é o que apresenta mais pontos agressivos e voltados para o passado da banda, mesmo que não sejam tão longos.
Nalle Påhlsson: o dono das linhas graves
Björn Göran Nalle Påhlsson é o cara por trás das linhas de baixo das músicas do Therion. De fato, suas conjecturas foram concretizadas com sucesso. Afinal, nem todo disco de metal sinfônico apresenta linhas de baixo tão evidentes, precisas e com identidade própria. Aliadas a ótimas estruturas de som, o baixista conseguiu se destacar ainda mais nesse final de trilogia.
Por fim, seus arranjos formam um conglomerado de possíveis inspirações, das quais estão interligadas ao que o Therion promove em seus discos.
Thomas Vikström: a voz masculina principal do Therion
Sven Erik Herman Thomas Vikström é o dono do microfone quando o assunto é vocal masculino dentro do Therion. Portanto, ele é um dos dois vocalistas principais da banda de maneira oficial. Thomas executa um trabalho digno e se mostra bastante versátil para essa função. Afinal, não é nada fácil ser vocalista do Therion, pois se fosse alguém com uma voz única e retilínea, jamais conseguiria transmitir as emoções de acordo com as camadas sonoras percorridas.
Thomas também está em grande forma, proporcionando ao ouvinte uma voz extremamente adequada ao tipo de som feito por sua banda.
Lori Lewis: a presença feminina e norte-americana na trama
Lori Lewis-Perkins é natural de Minneapolis, Minnesota, sendo mais uma integrante de fora do velho continente a integrar o Therion. Decerto, isso reforça o fato de que se trata de uma instituição. Mas, sem se confundir com grandeza, alcance e arrecadação. Sendo apenas o formato e a lista de músicos de países distintos.
Sua voz conduz o ouvinte para caminhos mais lamuriantes e cheios de esperança, com a intenção de elevar as emoções trazidas pelas camadas sonoras. Ao passo que a banda tende a flertar com climatizações mais densas, Lori Lewis consegue trazer para si essas estruturas e traduzir, conduzindo através de sua bela voz.
As participações mais que especiais para as tramoias do Therion
Com a intenção de melhor esclarecer e mostrar detalhes dos trabalhos das participações especiais, temos o seleto grupo de artistas que enquadram o conjunto de gravações. São integrantes intermediários, diria eu. E em segundo lugar, devemos mencioná-los antes das outras surpresas positivas.
As vozes coadjuvantes e brilhantes da nova obra
O álbum contou com diversas participações especiais, assim mantendo a tradição da banda. Todas as vozes tiveram o seu devido destaque, elevando ainda mais o patamar do novo full length. Entretanto, em um universo repleto de grandes vozes, fica difícil mencionar quem se sobressaiu como artista convidado. Porém, esse jamais será o real propósito, pois se todos foram muito bem, não é preciso cavar uma vala até encontrar aquele ou aquela que abrilhantou ainda mais a obra em relação aos demais. Todavia, a lista de convidados estará exposta, conforme manda a tradição de nossas resenhas. Portanto, será normal cada um ter um ou outro artista convidado como o músico mais destacável da obra. Em suma, tanto as vozes masculinas quanto as vozes femininas se saíram extremamente bem, além dos corais essenciais nos momentos primordiais.
Instrumentistas convidados para a apoteótica festa
Assim como os cantores, temos também os músicos instrumentistas, dos quais puderam trazer muito de suas habilidades em favor de “Leviathan III”. Podemos destacar os bateristas Björn Höglund e Snowy Shaw, responsáveis pela confecção e manutenção da estrutura musical no disco e com cada qual com suas formas específicas de compor as linhas de bateria. Portanto, o Therion é uma banda que não possui baterista fixo.
Além de tudo isso, temos outros instrumentistas, como a flautista Cătălina Popa e o programador Fabio Amurri. Em resumo, todos souberam trabalhar em prol de um álbum que necessitava estar alinhado a cada detalhe, cada premissa e cada tipo de emoção passada.
Curiosidades sobre alguns personagens e termos abordados em “Leviathan III”
Ninkigal: é uma deusa da mitologia mesopotâmica, frequentemente associada ao submundo. Ela é considerada uma governante ou guardiã do reino dos mortos na mitologia suméria e acadiana.
Sebitti: os “Sebitti” são um grupo de sete deuses guerreiros na mitologia acadiana. Eles eram considerados filhos de deuses importantes, tais como Anu e Ellil. Os Sebitti eram conhecidos por sua força e coragem, portanto, sendo muitas vezes associados a atributos guerreiros. Ademais, cada um dos sete deuses Sebitti tinha características distintas e desempenhava um papel específico na mitologia mesopotâmica.
Ea: é uma divindade importante na mitologia mesopotâmica, conhecida tanto na tradição suméria quanto na acadiana. Decerto, ele é geralmente associado quanto na acadiana. Ele é geralmente associado às águas e ao oceano. Portanto, Ea é considerado um dos deuses supremos e é muitas vezes retratado como sábio e benevolente.
Na tradição suméria, ele é chamado de Enki, enquanto na tradição acadiana ele é conhecido como Ea. Assim sendo, Enki/Ea desempenha diversos papéis, incluindo criador, senhor das águas doces, e detentor da sabedoria e do conhecimento. Ele é frequentemente representado com uma túnica que flui segurando uma jarra de água, então simbolizando sua associação com as águas.
Crenças turcas e mongóis
Erlik Khan: a saber, trata-se de uma figura da mitologia turco-mongol, especialmente presente na tradição mitológica dos povos altaicos. Ele é considerado o senhor do submundo, um deus ou espírito com associação à morte e ao além. Acima de tudo, Erlik é costumeiramente retratado como uma figura malévola que tenta atrair as almas dos mortos para seu domínio. Certamente, uma versão de Hades em devidas proporções.
Na mitologia, Erlik Khan é muitas vezes contrastado com Ulgen, assim sendo o deus do céu e do bem. Certamente, uma versão de Zeus em devidas proporções. Porém, acredita-se que Erlik desafia Ulgen e representa forças opostas, assim conforme interpretamos. Todavia, essa dualidade é uma característica importante na mitologia turco-mongol.
O inferno de Tamag
Tamag (Tam, Tamuk, ou Tamu ): é o nome do inferno no Tengrismo. É o lugar onde os criminosos vão para serem punidos depois de morrerem. Existem diversas representações do Tamag, mas o ponto comum em quase todas as visões é sobre o fogo. Erlik Khan é a divindade que governa o inferno e pune o povo ul. Além disso, há outra entidade chamada Tami Han que governa Tamag na tradição Khakasiana. Analogamente, os antigos turcos acreditavam que Tamag estava no subsolo. Acreditava-se que as pessoas em Tamag seriam levadas ao terceiro andar do céu depois de terem cumprido sua prisão em Tam. Tamag é o oposto de Uçmag, representante do céu.
Os deuses da Grécia antiga
Pam: Pā (ou Pam mesmo) é uma figura da mitologia grega que era originalmente um deus pastoral da Arcádia. Acreditava-se que ele morava nas montanhas e florestas da Grécia e era considerado o patrono dos pastores.
Selene: é a deusa lunar na mitologia grega, sendo principalmente associada à lua cheia. Entretanto, ela é retratada como uma figura majestosa e misteriosa, personificando a lua e seus encantos.
Typhon: é um monstro colossal, descrito como uma criatura com cem cabeças e fogo saindo de seus olhos. Com seus olhos flamejantes, ele desafiou os deuses olímpicos em uma batalha épica, mas Zeus emergiu vitorioso ao lançar raios e o aprisionar sob o Monte Etna.
Panteão Nórdico
Freyja: é uma deusa na mitologia nórdica, associada ao amor, à beleza e à fertilidade.
Njord: é um deus nórdico, ligado ao mar e à pesca.
Brisingamen: é um colar lendário associado à Freya.
Alfrödull: é uma palavra antiga para “sol” em nórdico antigo.
Midsommarblot: já bem especificado durante a passagem da canção por escrito, o termo envolvia práticas religiosas e oferendas durante as festividades de meados do verão, celebrando a natureza e a fertilidade. Estes rituais variavam, mas geralmente envolviam adoração de seus deuses e a busca por bênçãos para a colheita e a comunidade.
Sunna: também citado acima, na cosmologia nórdica, é dito que Sunna viaja através dos céus em uma carruagem puxada por cavalos, proporcionando luz ao mundo dos deuses e dos humanos.
Fimbulwinter: inverno extremamente rigoroso que precede o Ragnarök.
Garm: lobo feroz ligado ao fim dos tempos.
Helgrind: entrada para Hel, o reino dos mortos.
Muspelheim: um dos nove mundos, associado ao fogo e habitado por seres ígneos.
Surt: figura ligada a Muspelheim, retratada como um gigante de fogo.
Vigrid: campo de batalha onde o Ragnarök ocorrerá.
Ginnungagap: abismo primordial no qual todos os reinos se originaram.
Idavallen: local onde os deuses se reúnem para deliberar.
Nidhugg: serpente que reside perto das raízes de Yggdrasil.
Livtrånad: árvore que representa a renovação da vida após o Ragnarök.
Folkvang: é um dos campos de batalha após a morte. Este é um reino associado à deusa Freyja. Diz-se que metade dos guerreiros que morrem em combate vão para Valhalla, o salão de Odin, enquanto a outra metade vai para Folkvang, onde Freyja governa.
Gjallarhorn: é um chifre utilizado por Heimdal, o guardião dos deuses. O Gjallarhorn será tocado por Heimdal para anunciar o início do Ragnarök.
Bandiagara, Mali – África Ocidental
Nummo: assim sendo, conforme fora descrito acima de maneira mais resumida, trata-se de uma figura associada à mitologia dos Dogon, um grupo étnico que habita a região de Bandiagara, Mali, na África Ocidental. A mitologia Dogon é conhecida por suas complexas crenças cosmológicas e suas representações de divindades e seres sobrenaturais.
Nummo é mencionado como uma divindade ligada à água e à criação, com este tendo um desempenho preponderante junto à formação do universo e a origem da vida.
Ogotemmêli: é referido ao nome de um trabalho etnográfico intitulado “Ogotemmêli: Ensaio sobre os Fundamentos da Cultura Bambara”, escrito por Marcel Griaule, um etnólogo francês, e publicado em 1948.
Também é um termo Dogon que se refere ao sábio e narrador que compartilha conhecimentos sobre a mitologia, cosmologia e tradições culturais da crença. Portanto, Ogotemmêli não é uma divindade específica, mas sim um papel cultural dentro da comunidade Dogon, uma figura sábia que transmite conhecimentos fundamentais sobre a cultura e a cosmovisão dessa sociedade.
Termos da cosmologia dos Dogon
Po Tolo e Emme Ya Tolo são termos dessa sociedade dentro da comunidade étnica no Mali. Possuem relação com a criação do universo e à influência de divindades e seres sobrenaturais.
Po Tolo: é relacionado à estrela Sirius, que ocupa um papel central na mitologia Dogon. Acredita-se que os Dogon tenham conhecimento detalhado sobre o sistema estelar de Sirius, incluindo a existência de uma estrela anã branca, Sirius B, que não é visível a olho nu. Primordialmente, o conhecimento preciso dos Dogon sobre Sirius tem sido objeto de estudo e especulação frequente.
Emme Ya Tolo: está ligado ao universo ou à criação. Os Dogon têm uma cosmologia intrincada que envolve a relação entre diferentes divindades e a formação do mundo. Emme Ya Tolo é muitas vezes considerado como a “palavra” ou “som” primordial que desencadeou a criação.
“La-la-la-la-la-la-la
Arcadia praise its mountain for him
La-la-la-la-la-la-la-la-la-la
Arcadia praise its mountain for him”
nota: 9,5
Integrantes:
- Christofer Johnsson (guitarra base, teclado)
- Christian Vidal (guitarra solo)
- Nalle Påhlsson (baixo)
- Thomas Vikström (vocal tenor)
- Lori Lewis (vocal soprano)
Artistas convidados:
- Snowy Shaw (bateria – faixas 1, 3, 9, 10)
- Björn Höglund (bateria – faixas 2, 4-8, 11)
- Rosalía Sairem (vocal – faixas 2, 5, 8, 9), Vocal (coro espanhol)
- Cătălina Popa (flauta – faixas 3, 4, 8)
- Taida Nazraić (vocal – faixas 2, 3, 5)
- Chiara Malvestiti (soprano – faixas 8, 10, 11)
- Merve Çakar (vocal – faixa 2)
- Piotr Wawrzeniuk (vocal – faixa 5)
- Fabio Amurri (programação – faixas 2-5, 7, 8, 11)
- Mats Levén (vocais – faixa 11)
- David Morris García (trombone – faixa 9, vocais de apoio)
- Daniel Romero (trompete – faixa 9, vocais de apoio)
Corais
- Alfred Burd (coros – faixa 1)
- Dario Pace Taliana (coros – faixa 1)
- Eric Dow (coros – faixa 1)
- Lawrence “Wenzu” Joyce (coros – faixa 1)
- Melchior Borg (coros – faixa 1)
- Rex Grech Santucci (coros – faixa 1)
- Diego Valdez (coro espanhol)
- Emma Torrecillas (coro espanhol)
- Inés Vera-Ortíz (coro espanhol)
- Aybars Yilmaz (coro turco)
- Mustafa Sahin Dedemen (coro turco)
- Utku Bayburt (coro turco)
Faixas:
1. Ninkigal
2. Ruler of Tamag
3. An Unsung Lament
4. Maleficium
5. Ayahuasca
6. Baccanale
7. Midsommarblot
8. What Was Lost Shall Be Lost No More
9. Duende
10. Nummo
11. Twilight of the Gods
Redigido por Stephan Giuliano
Eu entrei aqui preparado para ler algo do tipo “este álbum parece mais uma coletânea de músicas soltas, do que um álbum mais conceitual”. Vou ser obrigado a ouvir de novo para ver se agora, diante de tantas informações, minhas percepções serão diferentes. Ótimo texto!