Aviso prévio: salientamos que os discos e bandas mencionados no nosso quarteto fantástico estão, acima de tudo, relacionados ao gosto pessoal do autor. Ou seja, os registros referidos aqui escolhidos são, dentro de critérios subjetivos, perfeitos!
INTRODUÇÃO:
A difícil missão ao escolher um trabalho de uma determinada banda começa quando muitas vezes o referido álbum “não é o auge” do artista, principalmente, na opinião de críticos ou da chamada mídia especializada.
Porém, como fãs somos levados pela emoção com a qual o disco nos toca, em especial, quando ele foi a porta de entrada que nos levou de encontro ao Heavy Metal em si, ou de um subgênero musical em particular.
Há casos onde o referido disco é o grande responsável por nosso mergulho na discografia da banda, bem como o responsável por nos fazer mergulhar em um gênero musical em particular, seja ele Heavy, Hard, Black, Death, Thrash, etc.
Acredito que cada um de nós tem um “disco predileto” guardado a sete chaves em nossas coleções, ou mesmo em nossa memória, uma vez que por algum motivo fomos obrigados a se desfazer de nosso bem precioso em algum momento de insanidade, carregando consigo a grande culpa até os dias atuais (eu que o diga).
Disto isto, é hora de mergulhar no nosso novo quadro intitulado “Quarteto Fantástico”, onde na visão do autor, os discos apresentados são na verdade o auge, o ápice e o grande momento musical da(s) referida(s) banda(s).
Observação: discordar e/ou argumentar negativamente sobre os trabalhos aqui citados é na verdade perda de tempo. Nenhum argumento será capaz de mudar ou tirar o méritos destas quatro pérolas musicais, escolhidas por motivos óbvios.
Monstrosity: “Imperial Doom” (1992)
Oriundos de Fort Lauderdale, Flórida, o Monstrosity, iniciou sua carreira no início dos anos 90 quando lançaram “Imperial Doom”. O álbum de estreia foi editado em maio de 1992, através da gravadora Nuclear Blast.
Calcado no Death Metal old school, a banda tinha o seguinte line up: George “Corpsegrinder” (vocais), Jon Rubin (guitarras), Mark Van Erp (baixo) e Lee Harrison (bateria). O disco contém 09 faixas inéditas distribuídas em apenas 35 minutos de duração. Podemos dizer que temos aqui uma preciosidade musical para os amantes do chamado Metal Extremo. Temos também, uma fonte de influência e referência para inúmeras bandas do estilo, que nasceram nos anos seguintes.
Da abertura com “Imperial Doom” até o encerramento com “Darkest Dream”, somos envolvidos por um atmosfera agressiva, extrema e brutal em seu grau mais elevado de destruição sonora.
Resultados Positivos/Ascensão:
Apesar de praticar um gênero musical nada comercial, o disco elevou o nome da banda aos quatros cantos. O disco ultrapassou a marca de 40 mil cópias vendidas em todo o mundo.
Ainda que todas as faixas sejam excelentes, “Final Cremation” foi o single responsável por representar o álbum (e o fez muito bem). A canção inclusive ganhou um videoclipe.
Veredicto:
Mais que o álbum de estreia da banda, “Imperial Doom” integra a seleta lista de álbuns perfeitos. Além disso, é um registro obrigatório aos aficionados do bom e velho Death Metal.
Skyfire: “Mind Revolution” (2003)
Dois anos após “Timeless Departure”, debut editado em 2001, o Skyfire, quinteto sueco de Melodic Death, lançou “Mind Revolution”, segundo e excelente trabalho da carreira.
Calcado no Melodic Death, o álbum conta com 09 faixas inéditas divididas em pouco mais de 43 minutos de duração. O disco apresenta uma clara evolução musical em relação ao anterior.
Lançado oficialmente em dezembro de 2003 e produzido pela dupla Peter Neuber e Tommy Tagtgren (Hypocrisy), o novo registro do quinteto oriundo de Höör, Skåne (Suécia), mostra a banda mais alinhada, apresentando uma musicalidade mais polida e soberba se comparada ao trabalho anterior, o supracitado “Timeless Departure”.
Além da sonoridade e o evidente processo de amadurecimento musical do Skyfire, “Mind Revolution” é, sem dúvida, o grande momento da banda (musicalmente falando). Haja visto que o disco transita entre estilos variados como Death, Thrash, Power, Prog, Melodic Power Metal, e principalmente, Melodic Black Metal. Tudo isso envolto em linhas de teclados que mergulham claramente no estilo de grupos do chamado Metal Melódico, representado por nomes como Thunderstone, Sonata Arctica, Stratovarius, por exemplo, e também nos vocais urrados/rasgados no melhor estilo Children Of Bodom, Norther, Ensiferum, Borknagar,Old Man’s Child, Cradle Of Filth, Illnath, Dissection, Carcass, Catamenia, Kalmah, Dimmu Borgir, dentre outros.
Apresentando a mesma sonoridade do disco de estreia, porém com uma carga maior de melodias e como dito anteriormente, uma produção mais polida e madura, “Mind Revolution” é um daqueles trabalhos dignos/surpreendentes que deveria alçar vôos altos levando o Skyfire ao estrelato, figurando na lista de nomes relevantes como In Flames, Dark Tranquility, Hypocrisy, além dos grupos acima citados.
Veredicto:
Desde “Nightmares Nevermore”, excepcional faixa de abertura, até o encerramento com “Mind Revolution”, canção que dá nome ao disco, o quinteto que traz em seu line up o excelente Henrik Wenngren (vocal), Martin Hanner (guitarra/teclado), Andreas Edlund (guitarra/teclado), Jonas Sjogren (baixo), e Joakim Jonsson (guitarra/bateria), proporciona ao ouvinte um dos melhores registros de Melodic Death Metal, bem como o melhor álbum de toda sua carreira.
Em suma, temos aqui um registro absurdamente perfeito!
UDO: “Animal House” (1987)
Lançado oficialmente em 03 de novembro de 1987, “Animal House”, é o primeiro álbum solo de Udo Dirkschneider. Ele lançou logo após sua saída do Accept, banda onde permaneceu por longos anos, gravando sete discos oficiais de estúdio. “Russian Roulette” foi o último registro sob seus vocais nessa sua primeira passagem no Accept.
*Vale lembrar que esta foi a primeira saída de Udo, que retornaria posteriormente.
Enquanto o Accept tentava juntar os cacos, agora com o americano David Reece nos vocais e lançava o desnecessário “Eat The Heat”, Udo, por sua vez, estreava com o supracitado “Animal House”. Seu debut é um dos melhores trabalhos de sua carreira, bem como um dos melhores discos de Heavy Metal lançados no finalzinho dos anos 80.
Trazendo em seu line up: Udo Dirkschneider nos vocais, além de Frank Rittel (baixo), Thomas Franke (bateria) e a dupla de guitarristas Mathias Dieth e Peter Szigeti, o álbum contou com a produção do inglês Mark Dodson, responsável por trabalhos ao lado de nomes como Metal Church, Ozzy Osbourne, Judas Priest, Joan Jett, Anthrax, Suicidal Tendencies, The Almighty, Glenn Tipton, etc. O álbum é uma verdadeira aula de Heavy Metal, distribuídos em 10 faixas excepcionais, divididas em aproximadamente 42 minutos de duração.
Resultados Positivos/Ascensão:
Os números expressivos de vendas garantiram a banda uma turnê que teve início no comecinho de 1988. Udo tocou ao lado de nomes como Lita Ford, Guns N’ Roses, Zodiac Mindwarp e Ozzy Osbourne.
Ainda sobre a escalada de sucesso de “Animal House”, a AllMusic (Banco de dados de música online americano) concedeu ao disco um total de três estrelas na escala que vai de 1 a 5, enquanto a Collector’s Guide To Heavy Metal e Rock Hard, concederam notas 7 e 8 respectivamente, na escala que vai de 1 a 10.
Posição de Destaque:
- Suécia: 41a posição
“They Want War” foi a faixa escolhida como single e apresenta o Singen macht Freude, coral infantil e juvenil alemão, fundado em 1970 em Pulheim (Alemanha).
Veredicto:
Mais que um disco de estreia, “Animal House” é sem sombra de dúvidas um dos trabalhos brilhantes e musicalmente perfeitos na carreira do incansável baixinho Udo Dirkschneider, “o cara com o nome mais Heavy Metal de todos os tempos”, segundo Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row.
Iron Maiden: “Somewhere in Time” (1986)
Dois anos após o lançamento de “Powerslave”, Iron Maiden lançou aquele que na minha humilde opinião, é disparado o melhor trabalho da banda
Oficialmente, “Somewhere In Time”, sexto trabalho do quinteto inglês, chegou às lojas no dia 29 de setembro de 1986, apresentando 08 faixas inéditas divididas em aproximadamente 52 minutos de duração.
Produzido por Martin Birch e trazendo em seu line up Bruce Dickinson (vocais), Adrian Smith (guitarras), Dave Murray (guitarras), Steve Harris (baixo) e Nicko McBrain (bateria), “Somewhere In Time” foi muito bem recebido por fãs e críticos que esperavam algo superior (musicalmente falando) ao excepcional e já citado, “Powerslave”, e estes certamente não se decepcionaram.
Catapultado pelos singles “Strange In Strange Land” e “Wasted Years”, o álbum repetiu o sucesso de seu antecessor e teve como responsável pelo maior números de composições o guitarrista Adrian Smith, incluindo os singles supracitados.
Isso aconteceu devido a exaustiva turnê de divulgação do trabalho anterior, que durou 331 dias e contabilizou 187 shows. Fato que deixou o vocalista Bruce Dickinson e os demais integrantes bem cansados, salvo o guitarrista Adrian Smith.
O disco ainda trazia uma mudança “sutil”, principalmente na parte instrumental, já que a banda adotou o uso de sintetizadores nas guitarras.
Resultados Positivos/Ascensão:
Os números expressivos de vendas elevaram ainda mais o nome da banda aos quatro cantos do mundo, embora eles já fossem famosos e relativamente grandes. Como também mostravam claramente, o caminho de sucesso no qual o quinteto trilhava, os faria atingir o estrelato como uma das maiores bandas de Heavy Metal do mundo.
Posições de Destaques:
- Finlândia: 1a Posição
- Reino Unido: 3a Posição
PS: o disco também foi destaque em países como: Alemanha,Áustria, Austrália, Brasil, Canadá, Holanda, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça, etc.
Como mencionado anteriormente, os singles “Strange In A Strange Land” e “Wasted Years” representaram muito bem, diga-se de passagem, o álbum em si.
Embora não façam parte da lista de singles, bem como não serem contempladas com videoclipes, canções como “Heaven Can Wait”, “Sea Of Madness” e “Caught Somewhere In Time” foram tocadas nos shows que fizeram parte da turnê de divulgação de “Somewhere In Time” (à época).
Veredicto:
Dos acordes iniciais de “Caught Somewhere In time”, faixa que abre o disco, até o encerramento com a belíssima (e épica) “Alexander The Great”, somos envolvidos por um trabalho grandioso e obrigatório aos apreciadores da boa música.
Desde sua concepção, passando por sua arte (uma das mais belas em se tratando de capa), produção, musicalidade, tracklist, sonoridade e performance musical, o disco é, sem dúvida, o melhor registro lançado pela banda em toda sua carreira (opinião pessoal).
Os números expressivos de vendas aliados a grandiosidade musical de “Somewhere In Time” ainda contemplaria o Iron Maiden com disco de ouro no Brasil, Alemanha, Japão e Reino Unido, além de disco de platina duplo no Canadá e Estados Unidos.
Mais que um trabalho de altíssimo nível, “Somewhere In Time” é um daqueles casos onde a definição da palavra perfeição ganha seu real significado por motivos óbvios.
Aguardem o terceiro capítulo de Quarteto Fantástico.