Desde o lançamento de “Unsung Prophets & Dead Messiahs”, de 2018, o Orphaned Land não apresentou mais nenhum trabalho de inéditas aos seus fãs. Em 2023, o grupo lançou o ao vivo “A Heaven You May Create”, que serviu como comemoração pelos 30 anos de existência da banda. O disco foi gravado à partir de uma apresentação registrada em 2021 com a presença de uma sinfonia completa constituída de 60 músicos. A apresentação aconteceu durante a pandemia de covid-19, durante um curto intervalo entre os lockdowns.
O Orphaned Land é um nome relevante do Metal israelense e, desde o princípio, pregou a paz em suas músicas, principalmente, entre o povo judeu, árabe e cristão. O quinteto opta por escrever suas letras em hebraico e inglês, dessa forma, conseguindo uma base de fãs sólida mesmo fora de sua terra natal.
Em um novo episódio do programa “Metal Zone”, da Oxygène Radio, o vocalista Kobi Farhi e o guitarrista Chen Balbus falaram sobre diversos temas relacionados ao grupo. Dessa forma, chegou a hora de responder a questão derradeira: quando chegará um novo álbum de inéditas do Orphaned Land?
Farhi respondeu o seguinte:
“Sempre leva muito tempo. Temos que considerar a COVID e temos que considerar a guerra. Mal temos um momento para sentar com nós mesmos em paz de espírito e entender o que está acontecendo. Mas definitivamente o plano para 2025 é sentar e nos concentrar apenas no novo álbum. E acredito que teremos algo para 2026, mas, claro, precisamos ver.
O plano é depois desta turnê europeia, focar apenas no álbum.”
Quando questionados sobre suas influências musicais, foi o guitarrista Chen Balbus quem começou:
“Todos nós tiramos nossas influências de algo diferente, mas eu diria que a ideia principal é o fato de que somos de onde somos. E nunca fica chato em Israel. Sempre há ação. Então esse tipo de coisa, além do que ouvimos em casa, tudo se entrelaça e nós sempre combinamos nossas influências seja de onde elas venham. Pode ser de algo totalmente do Oriente Médio, de algo grego, americano, levamos tudo isso em consideração e, uma vez que praticamente tudo é feito dessa maneira, podemos colocar para fora. Eu pessoalmente posso ouvir qualquer tipo de música e transformá-la em Metal na minha cabeça. E eu diria que principalmente eu tiro minhas influências não do Metal.”
Farhi então deu a sua perspectiva:
“Para acrescentar ao que Chen disse, como o responsável por, digamos, a mensagem da banda, falo sobre conceitos e letras e coisas assim. Estou sempre observando a situação em Israel e no Oriente Médio. Esse sempre foi meu, digamos, óculos para a criação, para saber em qual página estamos.
Era principalmente meu sonho ter sucesso e criar paz com nossa música porque, morando em Israel, sempre sonhei que um dia poderíamos encontrar uma maneira de viver juntos e viver em paz. Isso sempre foi o que me moveu a fazer música e escrever. Você pode olhar para muitas coisas que fizemos com a banda, nem mesmo relacionadas à música e às letras. Por exemplo, você pode pegar o fato de que eu fui, eu acho, provavelmente um dos primeiros músicos em Israel e talvez no mundo, que coloquei em mim o keffiyeh árabe palestino em 1996 nas fotos do nosso álbum ‘El Norra Alila’.
Eu não fiz isso como um ato pró-palestino ou pró-israelense, eu fiz isso como um ato de querer me tornar mais próximo. Era como se eu estivesse dizendo, ‘eu aprecio você e sua cultura. Eu quero ser seu amigo’. Porque eu acredito que a única maneira de ter paz é se tornar amigo. Eu não acho que paz seja um acordo ou algo relacionado a dinheiro. Claro que você pode ter paz assim. Mas eu acho que para vivermos juntos, nós temos que aprender a ser amigos. E é isso que eu estava tentando fazer a minha vida toda.
Usar um keffiyeh, escrever as letras, falar em árabe, todas essas coisas que eu fiz com o Orphaned Land sempre foi por essa perspectiva. E isso vem para os álbuns, para as capas, para as fotos, para a música, é claro, e tudo mais.”