O Thrash Metal é um estilo que passou por idas e vindas e, como sabemos, períodos de altas e baixas. Nos anos 80, quando surgiu, foi avassalador e elevou diversos nomes ao mainstream, já na década de 90 decaiu e quase deixou de existir. Como uma fênix, ressurgiu no início de 2000 e, de lá para cá, vem se mantendo no topo do underground mundial. Há de se destacar o poderio de fogo das bandas veteranas que há anos vem nos presenteando com álbuns de extrema competência, porém, também precisamos nos atentar aos discos lançados pela nova geração. Afinal, bandas como Havok, Suicidal Angels, Warbringer, Evile, Woslom, Comaniac, Lich King, Power Trip, Vektor e, é claro, os espanhois do Angelus Apatrida, estão afiadíssimas e concebendo grandes obras.
Se você gosta bastante do gênero Thrash, mas sente certa dificuldade em acompanhar os novos e promissores nomes da cena, aconselhamos que comece por estes que vamos indicar nesta sequência de publicações. No primeiro episódio, te apresentamos o Havok, e além de uma playlist com algumas das principais músicas da carreira da banda, trouxemos informações importantes que te ajudaram a conhecer melhor os detalhes sobre a carreira desta grande revelação do Metal mundial. No segundo episódio, fizemos a mesma coisa, mas com os gregos do Suicidal Angels. Nesta terceira parte, vamos viajar para a Espanha e conhecer melhor o poderio de fogo avassalador do Angelos Apatrida.
Os episódios anteriores podem ser conferidos abaixo:
Agora, com vocês, o Thrash que chegou ao primeiro lugar das paradas espanholas em 2021!
Em 1999, o Testament surpreendia e mostrava ao mundo o seu poderoso “The Gathering”, e este foi o começo da retomada. Enquanto isso, na Alemanha, dois nomes que andavam meio sumidos dos headbangers reapareceram com gás total. O Destruction com o ótimo “All Hell Breaks Loose”, em 2000, e “The Antichrist”, em 2001, já o Kreator, que vinha de uma sequência pouco lembrada pelos fãs de Thrash Metal, de repente resolveu retornar ao ponto em que havia parada no longínquo ano de 1990, época em que lançou o magistral “Coma Of Souls”, e nos presenteou em 2001 com “Violent Revolution”. Para ajudar, o Sodom chegou chutando algumas portas com seu “M-16” e, pouco depois, o Exodus entregaria “Tempo Of The Damned” e o Overkill engataria uma sequência matadora que dura até os dias de hoje.
Mas voltando ao ano 2000, no exato período em que o Thrash Metal ressurgia para o mundo, nascia na Espanha, na cidade de Albacete, uma das primeiras bandas da nova geração do estilo: o Angelus Apatrida.
Nesta época, era quase inconcebível ver uma banda nova tocando Thrash old school, mas quando os espanhois assinaram contrato com a Red Dragon Records e gravaram “Evil Unleashed”, em 2005, vimos que era exatamente isso que estava acontecendo. O disco acabou sendo regravado em 2006 pois os músicos não gostaram muito do resultado obtido, porém, as duas versões são muito boas.
Em 2007, entraram novamente em estúdio, mas desta vez para registrar material inédito e foi assim que nasceu “Give ‘Em War”, um disco melhor produzido, mais veloz e mais pesado que seu antecessor. O resultado não poderia ser outro e a banda deslanchou de vez com músicas excelentes como “Vomitive”, “Corruption” e “Never Forget”. Em 2009 aconteceu o fato que foi o divisor de águas na carreira da banda, assinam contrato com a Century Media. O disco de estréia no novo selo sai no ano seguinte, em 2010, e trata-se do excelente “ClockWork”. Nele, destacamos a produção muito mais elaborada e mais cristalina, além da musicalidade cada vez mais rápida, mais técnica e com mais identidade. “Of Men And Tyrants”, “The Misanthropist”, “Get Out Of My Way” e a canção título certamente te darão um tremendo torcicolo.
Já com certo prestígio mundial, em 2012, o quarteto lança o poderoso “The Call” e daí para frente o estrago estava feito. Não há possibilidade de ser um fã de Thrash Metal e não se encantar com músicas como “You Are Next”, “Violent Dawn”, “It’s Rising”, “Still Corrupt” e a excepcional “Reborn”. Em 2015, os espanhóis gravaram o seu melhor disco (até aquele momento), “Hidden Evolution”, e ficaram cada vez mais destacados em meio a diversos nomes ascendentes. Apesar deste trabalho ser praticamente perfeito do começo ao fim, não há como não mencionar as ótimas “Immortal”, “Serpents On Parade”, “End Man” e a faixa que dá nome ao disco, “Hidden Evolution”.
Pela primeira vez na carreira, um próximo álbum do Angelus Apatrida era muito aguardado não apenas em seu país natal, mas por thrashers no mundo todo. “Cabaret De La Guillotine” chegou ás lojas em 2018 e, apesar de não ser uma decepção, não conseguiu manter o pique dos seus antecessores. Destacam-se músicas como “Sharpens The Guillotine” e “Farewell”, mas O DISCO dos espanhóis definitivamente não seria este, mas o seu sucessor. Batizado com o nome da banda, o homônimo “Angelus Apatrida”, de 2021, é uma avalanche sonora sem igual. Todas as suas músicas são altamente violentas, técnicas, criativas e cheias de um punch absurdo. O resultado foi um improvável primeiro lugar nas paradas de sucesso espanholas, ainda mais tratando-se de um disco tão pesado e visceral.
Se você é fã do gênero e busca por bandas pertencentes a esta nova safra, não deve de ouvir o que o Angelus Apatrida tem a oferecer. Abaixo, deixamos uma playlist com algumas das nossas canções favoritas. Enjoy!
Minha banda de Thrash preferida da atualidade.