The Quill, banda sueca de Heavy/Stoner Metal, através de seu baixista Roger Nilsson, cedeu entrevista ao redator do Mundo Metal, Cristiano Ruiz, falando sobre sua história e sonoridade desde que iniciou sua discografia com o full lenght “Out of Blue Corners”, no ano de 1989. A fim de saber mais, confira o nosso bate-papo abaixo.
Atualmente, o line-up do quarteto conta com os seguintes músicos: Jolle Atlagic (bateria), Christian Carlsson (guitarra), Magnus Ekwall (vocal) e Roger Nilsson (baixo).
Questões:
Mundo Metal: em 29 de março de 2024, enfim, The Quill lançou seu décimo primeiro álbum, “Wheel of Illusion”, pelo selo Metalville. Como está a recepção do novo registro por parte da imprensa especializada, assim como por parte dos fãs?
The Quill (Nilsson):
“Bem, as críticas dos fãs e da imprensa têm sido fantásticas, não poderíamos estar mais satisfeitos. Nós até fomos para nas paradas de vendas suecas, o que só fizemos uma vez antes, o que é um grande negócio para uma pequena banda de uma gravadora independente. É bom ver algo diferente de Taylor Swift nas paradas. Tocar as novas músicas ao vivo também deixou claro que as pessoas gostam muito das novidades, o que é sempre o melhor feedback!”
Mundo Metal: Como vocês avaliam a evolução musical do The Quill desde quando lançou o álbum “Out of Blue Corners”, em 1989, até os tempos atuais? O que mudou em sua música e o que permanece desde o princípio?
The Quill (Nilsson):
“Não vemos ‘Out of the blue corners’ como parte da discografia de The Quill. Esse álbum foi feito por um casal de jovens com a única ligação com a banda de hoje que Christian e Jolle faziam parte. Foi também por isso que a banda mudou seu nome de Quil para The Quill no início dos anos 90. Mas dito isso – é claro que você evolui ao longo de um período de 30 anos – mesmo que tenhamos nossa base no hard rock da velha escola como Sabbath, Zeppelin e Purple, também adicionamos coisas aqui e ali ao longo dos anos. Ouvindo o primeiro álbum ouço influências do grunge. Ouvindo Hooray eu ouço Audioslave. Mas desde o reencontro com Magnus Ekwall em 2017, temos estado menos conscientes do que está acontecendo ao nosso redor. Com a idade vem um certo sentimento de não tentar agradar aos outros, mas sim fazer o que parece certo para nós como banda.”
Mundo Metal: as temáticas líricas das suas composições seguem um padrão ou as letras falam de diversos temas? Gostaríamos de saber qual o assunto lírico da faixa que intitula o mais recente lançamento, “Wheel of Illusion”, e se ele se conecta, primordialmente, com a arte da capa do disco? Expliquem “Wheel of Illusion”, pois parece algo bem interessante.
The Quill (Nilsson):
“Todas as letras foram escritas por Magnus e nós realmente deixamos tudo com ele. Ele não gosta muito de discuti-las, mas prefere fazer com que o ouvinte faça sua própria interpretação do que se trata. Tínhamos ‘Wheel of Illusion’ como título provisório e como eu trabalhava como professor de religião, a Roda da Vida Budista veio à minha mente. Então, enviamos como ideia inicial para Sebastian Jerke, responsável pelo nosso trabalho artístico, e ele fez sua própria interpretação. É ótimo que o vinil tenha retornado – agora você pode criar obras de arte muito legais e detalhadas novamente, o que era impossível durante a era do CD. Não há nada melhor do que relaxar ouvindo um bom álbum de vinil, olhar a arte e absorver toda a vibração dele.”
Mundo Metal: como está a divulgação do atual álbum em relação ao anterior, já que na época do lançamento de “Earthrise”, o mundo vivia as restrições da pandemia?
The Quill (Nilsson):
“Finalmente podemos sair e tocar de novo! Foi realmente frustrante lançar ‘Earthrise’ – um álbum do qual estávamos muito orgulhosos, mas não pudemos fazer uma turnê. Acho que tivemos que cancelar duas ou três turnês durante a pandemia, o que, claro, foi uma grande droga. Mas desde a pandemia, as turnês mudaram muito. Muitos clubes já não existem e a economia neste momento também não ajudou. Mas estamos fazendo tudo o que podemos para sair e tocar novamente – é isso que bandas de verdade fazem.”
Mundo Metal: quais são as referências musicais do The Quill, dentro e fora do Heavy/Stoner?
The Quill (Nilsson):
“Somos todos loucos por música e colecionadores de vinil, então todos trazemos uma grande variedade de influências para o processo de composição. Mas resumindo, você poderia dizer que Christian é o bluesman, Magnus o progman, Jolle é o roqueiro e eu sou o eclético! Tudo isso e muito mais é jogado no pote e acaba em nossas músicas de uma forma diferente”
Mundo Metal: quais são os planos do quarteto para logo após o término da divulgação do atual full lenght?
The Quill (Nilsson):
“O plano agora é tocar ao vivo o máximo possível. Também temos alguns planos para novos lançamentos durante o outono e no próximo ano, então há muito mais por vir do The Quill!”
Mundo Metal: dentre as composições do novo álbum, há algumas que soam old school, enquanto outras soam um pouquinho mais modernas e até com potencial comercial. Essa alternância faz parte exclusivamente do novo trabalho ou a banda pretende seguir assim daqui por diante?
The Quill (Nilsson):
“Nós realmente não pensamos muito nisso. Escrevemos até sentirmos que temos um monte de músicas adequadas para um álbum e pronto. Nunca tentamos escrever um tipo específico de música ou ‘hits’. Mas como todos participamos no processo, trazemos diferentes influências através do nosso próprio estilo e preferências distintas.”
Mundo Metal: esse espaço serve para que vocês avaliem a entrevista, assim como para falem sobre algo que não perguntamos. Ou seja, fiquem a vontade e digam o que sentirem que devem.
The Quill (Roger Nilsson):
“Bem, certamente me diverti. Espero que você tenha aprendido um pouco mais sobre nosso processo e gostado da música do The Quill. Temos uma longa história, então há toneladas de coisas para encontrar! Espero chegar ao Brasil em breve – muitas pessoas do Brasil nos contatam através das redes sociais, então esperamos que possamos fazer isso acontecer em breve!”
Mundo Metal:
Sim, da mesma forma que dissemos na resenha do álbum, curtimos bastante a música do The Quil. Estaremos a espera de vocês, caso venham ao Brasil, obrigado pela excelente entrevista.
Entrevistado: The Quil (Roger Nilsson)
Entrevistador: Cristiano “Big Head” Ruiz