Motorhead: “Lemmy tocava baixo como se fosse um violão acústico”, diz David Ellefson

Alguns músicos possuem carreiras tão complexas e personalidades tão fortes, que serão lembrados para sempre. Lemmy Kilmister, baixista, vocalista e líder do Motorhead, é um desses caras que, pela eternidade, terão o legado sendo lembrado por fãs de Rock e Heavy Metal.

Pessoas desta estirpe, acabam não apenas fazendo sucesso com suas bandas, mas também influenciando um sem número de outros nomes para a cena.

David Ellefson, ex-baixsita do Megadeth, concedeu uma nova entrevista ao Bloodstock TV e foi questionado sobre como ele foi introduzido ao som do Motorhead. Obviamente, a lendária banda britânica foi uma das grandes influências de Ellefson. Ele disse o seguinte:

“Então eu tinha provavelmente 15, talvez 16 anos, e esse foi um momento realmente crucial. Eu tinha uma pequena banda em Minnesota, onde cresci, e havia um guitarrista na cidade ao norte de nós que ele era o cara que sabia tocar. Então ele se juntou à nossa banda e ele me apresentou ao Diamond Head, Motorhead, Tank, Tygers Of Pan Tang, ao primeiro disco do Def Leppard, onde o baterista Rick Allen tinha, tipo, eu não sei ao certo, mas acho que uns 15 ou 16 anos.

E, honestamente, esse álbum foi o que fez eu e meus amigos dizermos, ‘nós podemos fazer isso’, porque tínhamos a mesma idade. O Def Leppard era tão jovem. E então, é claro, junto com isso, eu acho que provavelmente ‘Ace Of Spades’ foi o primeiro disco do Motorhead que tocou na nossa sala de ensaio, e então imediatamente foi seguido por ‘No Sleep ‘Til Hammersmith’ e depois ‘Bomber’, é claro. Então essas foram as inspirações, de toda aquela era. E então o Scorpions, Black Sabbath com Ronnie James Dio. Então essa foi minha era, tipo de 78 a 80, aqueles discos naquela era. E eu fiquei ligado neles provavelmente por volta de 80 ou 81. Foi isso, cara.”

Falando sobre Lemmy como músico e baixista, Ellefson tentou fazer uma análise mais minuciosa:

“O Metal Allegiance, outro grupo que eu tenho, nós tivemos uma série de datas no início de janeiro de 2016. E Lemmy faleceu no dia seguinte ao Natal de 2015 ou algo assim. Sim, foi meio inesperado, porque eles fizeram uma grande festa de aniversário para ele no Whisky A Go Go. Todo mundo estava lá. Então ele faleceu logo após o Natal. E então nossos shows foram tipo 10 dias depois. E então o Whisky, que também é dono do Rainbow, nos ligou e disse: ‘ei, vocês seriam a banda tributo a Lemmy?’ como a banda da casa. Então nós meio que invertemos nosso setlist com Metal Allegiance para ser basicamente um set do Motorhead. Então, o baterista Mikkey Dee veio, Corey Taylor, do Slipknot, veio, um monte de gente veio e se juntou a nós.

E o que eu percebi aprendendo um monte de músicas do Motorhead de uma forma que eu nunca soube quando criança, quando eu estava aprendendo a tocar, é que Lemmy tocava baixo como se fosse um violão acústico. Porque ele era um cantor/baixista, parecido com Phil Lynott, do Thin Lizzy. Baixistas que eram cantores e também baixistas, eles tocavam com a palheta… Mas Lemmy realmente tocava mais como um guitarrista acústico… E era a maneira como ele dedilhava, ele dava seus golpes para cima nas coisas e era muito mais como um guitarrista acústico tocaria. E isso realmente mudou todo o meu escopo sobre ele. Quando você aprende músicas de alguém, você meio que tenta descobrir onde está o coração desse alguém. Qual é a coisa de sentimento deles? E foi aí que, para mim, fez sentido. E então, cada música do Motorhead depois daquela, eu meio que fui me aprofundando nisso, e ficou muito mais fácil de aprender porque eu não pensava apenas na parte do baixo, eu pensava no que ele estava cantando por cima. Paul McCartney, Gene Simmons, Phil Lynott, Lemmy, esses baixistas icônicos, eles também são vocalistas principais. Então, para eles, o baixo não é a única coisa que eles fazem. Então, para mim, você meio que tem que pegar o pacote completo. E Lemmy é um cantor e também um baixista.”