A 22ª edição do Festival de Inverno de Paranapiacaba contou com a presença do Torture Squad no dia 30 de julho.
De forma inédita, estive presente no FIP de número 22 para conferir o evento protagonizado pelo Coletivo Rock ABC.
Sobre o FIP (Festival de Inverno de Paranapiacaba), o evento em si teve duração maior. Porém, estamos tratando apenas do último dia do festival, que foi no dia 30 de julho.
Decerto, um dos grandes destaques da tradicional festa foi o Coletivo Rock ABC, representando o Rock e o Heavy Metal dentro do evento.
Se apresentaram na quadra da EMEIEF de Paranapiacaba as bandas Ezúmia, O Velho Bucaneiro, Decreto sem Lei, The Damnnation, Siegrid Ingrid, Flicts e a atração dessa resenha, Torture Squad.
Descendo o morro e seguindo a ponte com neblina sem fim
Certamente, para um marinheiro de primeira viagem tudo era estranho, misterioso e desafiador. Entretanto, não era algo de se espantar. Afinal de contas, é normal ter uma neblina constante em lugares altos. O mais estranho foi chegar ao local e receber um folheto com as datas passadas do evento, sem a data atual, ou seja, do dia 30.
Ao descer o estreito caminho em curvas, formado por paralelepípedos escorregadios por conta da garoa que se firmava, avistei a ponte e também notei que alguns músicos estavam fazendo o caminho contrário. Logo, pensei que poderia se tratar de alguma banda que havia tocado. Afinal, eu havia chegado até a cidade bastante atrasado.
Sem perguntar para ninguém sobre o show, optei por fazer o destemido caminho, então. Durante a passagem pela ponte, haviam pessoas guiando e dizendo para ninguém ficar parado na ponte, muito por conta do perigo de cair lá de cima, além do possível sobrepeso e também de causar filas estressantes.
Para os amantes de uma boa e convincente neblina, aquilo foi um prato transbordando de tão cheio. Não sou tão fã assim. Aliás, não ligo tanto. Apenas gosto de observar tal característica do clima.
Chegando do outro lado, a dúvida sobre onde estaria o palco aumentou. Após a entrada para o evento, perguntei a um policial próximo, que prontamente me informou para seguir em frente e no final virar à esquerda, mas que eu poderia perguntar ao chegar lá.
Ao chegar próximo do local a qual fui informado, três bombeiros vinham em direção contrária. Pensei que, se eles não soubessem onde estava o palco do Coletivo Rock ABC, era devido ao motivo de eu estar na direção errada, ou até mesmo ter decido pelo lado errado após sair do ônibus.
Lugar afastado, escondido e de acesso duvidoso
Por fim, acabei encontrando o palco e não estava cheio. Montaram o palco dentro da quadra da EMEIEF, o que deu um charme a mais ao evento gratuito. Vou repetir: gratuito! Entendeu, seu metaleiro home office? Esperamos que sim.
Em suma, creio que seja uma tradição caminhar bastante para explorar a natureza local até chegar aos pontos específicos, como nesse caso, o palco dos shows de Rock e Metal. Embora, houvessem outros eventos simultâneos em outros pontos na cidade, com shows que iam de bandas cover até bandas de Metalcore. Isso era fácil de ouvir enquanto caminhava pelas ruas enlameadas.
Contudo, reforço que não estaremos desbravando o festival como um tudo, até por não ter participado ativamente das festividades, ficando com a atenção voltada apenas para a apresentação do Torture Squad.
Mas, por que somente o Torture Squad?!
Simples. Nesse meio tempo em busca do palco dos shows e também por conta dos atrasos durante o percurso até Paranapiacaba, é claro que eu perderia boa parte das atrações. Quase todas, só para ilustrar.
A banda Flicts estava in action quando encontrei o local correto. Acompanhei a parte final da apresentação dos caras, enquanto observava o público para ver se eu encontrava alguma outra figura conhecida. Porém, não obtive êxito. Ou talvez eu não tenha visto. Afinal, quem eu iria encontrar por lá, já havia encontrado e a gangue do metaleiro que sai de casa para ver shows estava montada.
Tempo de espera alto e jaqueta polar presente
Primeiramente, é necessário mencionar que não se trata de uma crítica negativa, mas sim de uma constatação e também uma curiosidade. Os roadies trabalharam arduamente para que tudo funcionasse de maneira devida tanto para os músicos quanto para a plateia já ensandecida com a expectativa para o show. Aliás, estava tradicionalmente frio o suficiente para usar a minha jaqueta polar.
Visto que, no show da banda Flicts, o microfone do vocal de apoio estava baixo e precisou de uma atenção maior para que a segunda voz soasse boa nos alto-falantes. Além do mais, a guitarra é um instrumento chato, que necessita de afinação, distorção e volume próprio de acordo com o guitarrista.
Nem sempre se acerta de primeira e, portanto, entendemos o preparo mais demorado para deixar tudo pronto e com menos falhas possíveis. De fato, o Torture Squad sempre se mostrou ser bastante profissional e não é à toa que estão comemorando 30 anos de carreira, contados a partir da primeira demo.
Incinerando os posers com efeito imediato… Com vocês: Torture Squad!
“Duas horas depois”, a intro atravessa os alto falantes, fazendo os corações espinhosos palpitarem de emoção! Antes de mais nada, é bom ressaltar que se trata de uma brincadeira quanto ao tempo esperado para a banda iniciar sua apresentação.
Afinal de contas, tudo deve estar em ordem para iniciar o espetáculo a qual será melhor detalhado posteriormente ao relato do show do esquadrão de tortura sonora.
O locutor da rádio Kiss FM, Rodrigo Branco, comandou a apresentação do Coletivo Rock ABC e, ao anunciar a entrada do Torture Squad, fez questão de relembrar os primeiros contatos com a banda, a importância dos mesmos e também do evento para o Rock nacional, além de agradecer a presença do público, juntamente do clima local repleto de extrema neblina, frio e garoa fina, o que dá um toque especial e racional para o festival.
Sobe o som da intro… Integrantes em suas posições… E ação!
Surpreendentemente, “The Unholy Spell” , do clássico e terceiro disco autointitulado (2001), é quem oferece as primeiras cartas a atira as primeiras flechas para o céu! Logo de cara, os tempos áureos da banda são lembrados nota após nota. Mayara “Undead” Puertas, a “May”, (favor, não confundir com a Mai Shiranui do The King Of Fighters. Ok?) carrega a responsabilidade de substituir o excepcional Vitor Rodrigues (Tribal Scream, ex-Voodoopriest) em uma das clássicas faixas do esquadrão.
Embora a roupagem esteja mais próxima dos trabalhos atuais, juntamente com a May, os sons antigos possuem uma presença extremamente marcante.
E se no início já era inevitável recordar a grande passagem do antigo vocalista pela banda, imagine agora com a fantástica “Horror And Torture” estourando nas PAs. Inegavelmente, a afinação e a captação de som da bateria do excelente Amílcar Christófaro estavam tinindo!
Parecendo tremores de terra ao imaginar todo o lamaçal, para se chegar até o local, ruindo, ficou nítido o tamanho do peso e da importância dessa canção. Outro fato importante é que a banda inteira se mostra sempre muito contente ao reproduzir ao vivo esse som. Sorte a nossa!
Vamos com mais uma “dazantiga”? Com toda a certeza que sim!
“Living For The Kill” foi uma escolha amplamente assertiva, tanto para o público presente quanto para a própria banda que demonstrou estar muito à vontade para tal. Assim sendo, acaba se tornando um ponto positivo muito importante para a execução da música.
A princípio, entre outros dizeres, May comenta sobre sermos os sobreviventes da noite e sobre bater cabeça. Isso resultou em algo como:
“Pois é. Somos os sobreviventes da noite!
A gente tá aqui só pra bater cabeça!”
A intro dessa faixa em sua normalidade é um rolo compressor vivo. Agora, com a adição da sonoridade incrível do kit de Amílcar e do baixo de Castor, não restaria pedra sobre pedra. Só faltou o Vitor aparecer para vociferar! Não ria! Hahahaha!
Por ser uma música com inúmeras variações, sendo todas para lá de extremas, envolvendo o Thrash e o Death de maneira que somente o Torture Squad sabe conduzir, tudo acaba funcionando muito bem ao vivo. O guitarrista Rene Simionato despeja toda a sua técnica e perspicácia quanto aos solos e aos riffs, dividindo o primeiro plano com Castor. Por sua vez, e à sua maneira, May oferece um show à parte com seus vocais insanos.
“Aquela que parece Arch Enemy“
Certamente, quem acompanha a trajetória do quarteto, incluindo os tempos atuais, já deve ter ouvido falar em determinada comparação entre “The Fallen Ones”, single lançado em 2022, contendo um videoclipe muito bem produzido, com a linha sonora praticada por Michael Amott e seus compatriotas de Arch Enemy.
Caso não tenha ouvido falar nisso até então, ouça com atenção esse som e tire suas próprias conclusões. Com relação ao show, a faixa soou bem produtiva, ainda mais por possuir os elementos de construção musical tradicionais da esquadra. Em síntese, carrega linhas de Death Metal bem características deles próprios, acrescentando ótimos contratempos e blast beats, porém o que mais se assemelha acentuadamente à banda sueca são as partes de vocal limpo e os solos mais melódicos e mais “gordos”, por exemplo.
Além disso, May mostra suas habilidades vocálicas, tornando a música ainda melhor do que a versão gravada. Portanto, é sempre válido ir a um show e, principalmente, de banda nacional, na qual temos muitas bandas ótimas e com o Torture Squad sendo um dos célebres pilares do nosso sagrado Metal.
O receio é se a horda brasileira estaria tomando os rumos suecos, para citar em resumo. Gosto de Arch Enemy e gosto bastante do modo que o esquadrão de tortura constrói e conduz tradicionalmente as suas músicas.
“Æquilibrium” (2010)” & “Esquadrão De Tortura (2013)”
Acrescentando mais itens de sua rica discografia, o conglomerado torturante paulistano mandou duas ótimas canções dos discos citados no subtítulo da trama. São elas: “Generation Dead” e “No Escape From Hell”!
Primeiramente, a geração morta recebeu o chamado através de sua intro em andamento crescente e bem desafiadora, com o diferencial da banda entrando em ação, Rene coloca sua guitarra para ecoar no FIP todo, assim como na versão do disco, incluindo os excelentes solos de autoria do . Enquanto isso, o alicerce sonoro entra instantes depois, com Castor e Amílcar convocando a todos para praticarem o headbanging. Essa até vale cantar novamente. Vamos juntos!
“I don’t wanna be your hero
I don’t wanna save your world
I don’t wanna live in fear
This is a good…
This is a good day to die”
Antes de tudo, devemos comemorar pelo avanço considerável que a canção da época em que a banda havia se tornado um power trio alcançou. Tudo isso graças aos vocais guturais da May, que engrossaram o caldo do Technical Thrash, executado por seus comparsas de brutalidade sonora.
Impossível não notar a potência que o refrão de “No Escape From Hell” acumulou, já que em sua versão original, ela é interpretada pelo guitarrista e vocalista André Evaristo.
O horror antecedendo a principal surpresa da noite
“Possessed By Horror” (“Tortura en la Iglesia en vivo”, ao vivo de 2022), poderia representar certo conforto para May ao interpretá-la, já que faz parte de suas gravações originais em contraste com as faixas dos discos anteriores, em que ela interpreta outro cantor. Não é uma tarefa fácil, ainda mais se for levar em consideração a qualidade do vocalista anterior. Os tempos são outros e o caminho do Necromesis, sua antiga banda, para o Torture Squad é algo a ser festejado e cortejado por aqueles que apreciam uma bela pancadaria sonora.
Através de um início despojado no formato de uma jam, a técnica e performance dos músicos é despejada aos montes como baldes de água sendo jogados na plateia pelo eterno Madman, Mr. Ozzy Osbourne! Em uma das partes da música, é notória a influência da clássica “People Of The Lie”, dos alemães do Kreator (álbum “Coma Of Souls”, 1990).
A hora e a vez da grande novidade
Parando para respirar, era a hora de avisar sobre a grande novidade. May, segurando seu microfone “diferentão”, daqueles que costumam ser utilizados em filmagens para videoclipes, anunciou sobre a surpresa que eles tinham para a 22ª edição do festival de inverno.
A esplêndida e carismática vocalista disse que seria a primeira vez que iriam tocar o seu single novo, sendo exclusivo para quem estava presente no show. Assim sendo, era algo ainda mais exclusivo por conta da internet não funcionar naquele local. Ou melhor dizendo, ao chegar no município vizinho em Rio Grande da Serra, o sinal de rede fica completamente rarefeito e, ao em chegar em Paranapiacaba, simplesmente acaba o sinal, parodiando o nome da cidade para “Parana a net acaba”.
“Mabus” é o single lançado em 2023, e estreou de maneira formidável. Além disso, está presente no novo álbum, “Devilish”, que será oficialmente lançado no dia 22 de setembro via Time To Kill Records. A faixa carrega grande parte do cardápio de sua longa trajetória, com momentos alternantes entre o Death Metal mais visceral e old school, com alternâncias em Thrash, poucas doses de Black Metal e linhas de Heavy tradicional.
Se antes eu já havia aprovado o novo single, agora ele está mais do que aprovado!
Antecedendo o solo de bateria com a faixa-título do EP
“Return Of Evil” é a escolhida para incendiar o caldeirão envolto por pura neblina, que poderia ser chamada de fumaça para fazer sentido à graça desse anúncio. De fato, essa faixa passou de simples single de um EP de uma banda reformulada para uma aclamada música entre os fãs.
Atualmente, a canção possui força suficiente para bater de frente com muitas outras da horda paulistana e, somada à entrega e habilidade da vocalista May, tudo pode ser colocado como positivo para tal. Além disso, não só marcou uma nova e definitiva fase da banda como também angariou novos, fervorosos e fiéis fãs. E eles não são chatos como os fãs de certas bandas famosas e clássicas, só para exemplificar.
Cadê os gritos e as palmas? Drum solo attack!
Ao término da canção, houve uma pausa para que mais uma surpresa pudesse acontecer. O cenário nunca esteve tão propício para tal, e lá estava ele, Amílcar e sua bateria supersônica para alegrar ainda mais as almas de todo o público presente.
Iniciando a primeira tentativa de solo para mais gritos e aplausos, não deu muito certo, pois ninguém esperava. Muitas pessoas se mostraram desatentas nessa hora e não entenderam qual era a do músico. Amílcar fez sinal com as mãos e com a cabeça, perguntando “Qual é? Não vão agitar não? Cadê o barulho?” e iniciando uma nova tentativa.
A partir da segunda tentativa de solo, a coisa funcionou e o entrosamento entre baterista e público brilhou na quadra! Portanto, repetindo o método mais algumas vezes até a sua apoteose.
Em resumo, o baterista ensaia um improviso, para e olha para a plateia para que a mesma reaja de forma positiva, com o intuito de tornar o solo crescente e a vibração das pessoas cada vez maior até finalizar a magistral performance.
Não cruze o meu caminho e não se esqueça de levantar seus chifres (o maloik com as mãos)!
Para alegria da fiel torcida do Metal, entraram em ação mais duas faixas, uma em ascensão e outra que figura entre os grandes clássicos da cavalaria formada pelos quatro componentes.
Em primeiro lugar, entrou em cena “Don’t Cross My Path”, pertencente ao álbum “Far Beyond Existence” (2017). Faixa esta que já está no coração e na mente da galera, principalmente os fãs que acompanham a banda desde a entrada da May para o time. Os primeiros acordes tomam a cena de assalto e invadem os tímpanos do ouvinte para dominá-lo e corromper sua já pútrida alma.
As variações, quebras, cadências e efeitos soam como um brinde a mais aos que estiveram na festança. Os solos de Rene estavam um tanto baixos, porém o ritmo é tão próspero que não deteve os planos de execução musical em nenhum instante.
Se as músicas mais antigas trazem na lembrança os vocais marcantes e impiedosos de Vitor Rodrigues, imagine ao conferir de perto uma daquelas que só de pensar, você já se pega cantarolando o refrão! Pois então, “Raise Your Horns” nos faz ter esse tipo de sensação, o que coloca mais um grau de responsabilidade ao lidar com tal canção.
Por conta de bastante habilidade, técnica e tempo de casa, May se sobressai com sua excelente interpretação e postura no palco, quase como se a música fosse criada por ela mesma. Amílcar demonstra toda sua magia musical com todo o aparato a seu favor, enquanto o bravo Castor e o guitarhero Rene, fazem de seus instrumentos armas contra a música ruim e de péssimo gosto.
Assim sendo, essa faixa foi oferecida a todos os headbangers presentes, o que de fato ela realmente representa. Agora faça o seu maloik com as mãos e siga ao som dessa grande e sangrenta valsa!
Discursando em apoio às bandas que tocaram e ao próprio evento antes da magnífica apoteose!
Anteriormente, a banda já estava ensaiando o seu discurso de despedida com agradecimentos e felicitações por estarem nessa noite. Porém, aqui foi o desfecho final das congratulações a começar pelas bandas que abriram o festival de inverno, ao público que, se não compareceu em número expressivo, ainda sim foi um número considerável de metalheads presentes.
Os agradecimentos a toda a organização, todos os envolvidos diretamente com o festival e com o coletivo do ABC, até que… Interlude starting…
Complementando o chamado para mais uma faixa pertencente ao álbum “Far Beyond Existence”, o sacrifício sangrento de “Blood Sacrifice” foi entregue aos seus devotos.
Seguindo o chamado…
“Om sri maha kalikayai namah
Maha kali”
Ao vivo, faltou a Aline Madelon, que é quem interpreta Kali no videoclipe oficial. O peso adquirido pelos instrumentos, tornou o final do show muito significativo e primoroso. Portanto, merece o devido destaque até por ser uma faixa mais recente, a qual normalmente o metaleiro de cérebro enferrujado costuma chiar por não ser um som mais antigo, mesmo que o espírito old school prevaleça em praticamente todas as obras do fenômeno contínuo chamado Torture Squad.
Final profano e digno de aplausos mais uma vez!
Curiosidades e observações torturantes:
Após informações adquiridas durante o trajeto em busca do local em que o palco foi montado, soube que anteriormente os shows eram mais próximo ao local em que as barracas de artesanato e culinária costumam ficar. Ou seja, mais próximo da entrada do festival. Porém, dessa vez, ficou bem mais afastado, tornando mais desafiadora a tarefa de encontrar o lugar certo.
Outro fato importante foi a presença de uma figura muito importante para o Rock e o Metal nacional, através de uma das grandes figuras da clássica rádio Kiss FM. Rodrigo Branco sabe de cor e salteado como apresentar as atrações e divulgar o festival.
Curioso também foi ver um evento com atrações distintas e sem causar qualquer desentendimento perante o público. Afinal, o headbanger brasileiro normalmente vive numa bolha em que ao se deparar com uma banda de estilo diferente no mesmo fest, cria intriga e estraga o rolê. O que não foi o caso aqui.
E um fato curioso que também marcou essa história, foi a seguinte: uma discussão sadia sobre o fato de nenhum político prestar para nada e que o que importa mesmo é curtir a música.
Assim sendo, posso dizer que ainda temos um fio de esperança para que os fãs de Rock e Metal evoluam e entendam que todos os políticos são amiguinhos. E os únicos inimigos que eles possuem, somos nós, o povo!
Conclusão da obra do esquadrão:
Já muito bem adaptada à atual formação, a banda paulistana segue de vento em polpa para a apresentação de seu novo disco, “Devilish”. Mostrando o seu poderio inesgotável de canções destruidoras e músicos formidáveis, o Torture Squad manteve a postura profissional desde o início.
E, mesmo com os atrasos quanto à toda arrumação e afinação dos equipamentos, não houve problemas para a execução do trabalho. Embora, em determinados momentos, fosse notada a falta de volume nos vocais de apoio, feitos por Castor, e na guitarra de Rene um pouco menos encorpada, sonoramente falando.
Fora isso, a banda deu mais uma aula de Death/Thrash Metal e, através de minha testemunha, conquistou mais fãs. Afinal, boa parte dos presentes não conheciam o som dos caras e ficaram muito orgulhosos de estarem diante de uma banda qualificada.
É importante mencionar que:
Foi notada uma diferença entre os sons mais antigos e os mais novos, mas nada referente ao nível das canções, pois de fato não foi nada disso. Em suma, o fã mais novo conhece mais os trabalhos em que a May se faz presente, enquanto o fã mais antigo se identifica mais com os clássicos de épocas passadas.
Em resumo final, quando é tocado um som mais recente, a galera mais nova agita. Entretanto, quando é tocado um som mais antigo, a galera “dazantiga” é quem agita. E também há o público que conhece e curte toda a trajetória da banda, além dos que não conheciam e passaram a admirar o Torture Squad a partir dessa honorável noite nebulosa.
Que conquistem cada vez mais adeptos e sucesso aos envolvidos!
“Obrigado pela honra mais uma vez, Torture Squad!”
“Parabéns pelos 30 anos de estrada e que venham muitos anos mais!”
Torture Squad – setlist:
1. Intro/The Unholy Spell
2. Horror And Torture
3. Living For The Kill
4. The Fallen Ones
5. Generation Dead
6. No Escape From Hell
7. Possessed By Horror
8. Mabus
9. Return Of Evil
10. Drum Solo
11. Don’t Cross My Path
12. Raise Your Horns
13. Interlude/Blood Sacrifice
Integrantes:
- Mayara “May Undead” Puertas (vocal)
- Rene Simionato (guitarra)
- Castor (baixo)
- Amílcar Christófaro (bateria)
Este show espetacular aconteceu no dia 30 de julho (domingo).
Realização:
- Endereço: Rua Vereador João Dias Carrasqueira, s/nº
- Local: EMEIEF Paranapiacaba – 22º FIP – Festival de Inverno de Paranapiacaba
- Organização e apoio: Coletivo Rock ABC e Secretaria de Cultura de Santo André
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