Há muito tempo quero escrever sobre “The Sound Of Perseverance”, o sétimo e último full lenght do Death. Porém, encontrei na data de hoje, aniversário de 24 anos de seu lançamento, o momento ideal para fazê-lo.
Há aqueles que vão dizer que ele está longe dos clássicos mais relevantes do Death. Sim, inegavelmente, “Scream Bloody Gore”, “Leprosy” e “Spiritual Healing” são de longe os mais importantes e “Human”, “Individual Thought Patterns” e “Symbolic” marcaram outra fase de consideráveis mudanças na banda, as quais se encerraram, infelizmente, no referido álbum de hoje.
“The Sound Of Perseverance”
Talvez chama-lo de clássico seja pretensão do redator que vos escreve, mas não consigo tratar esse disco de outra forma. Pois ele é bastante cultuado pelos fãs do Death, embora, por incrível que pareça, haja alguns poucos haters do mesmo.
Em primeiro lugar, aqui encontramos composições que misturam muitos elementos. Death Metal, Prog Death Metal, Thrash Metal e até Heavy.
“Scarvenger Of The Human Sorrow”
Tudo isso reunido em uma sonoridade elaborada com genialidade e executada com excelência. Tanto a parte instrumental quanto a lírica exalam o maravilhoso perfume da perfeição. Mas, o que dizer da sensacional canção de abertura, “Scarvenger Of The Human Sorrow”.
Cada um dos instrumentistas deu o seu máximo ali e Chuck a cada disco buscava o aprimoramento de sua voz, inclusive buscando novas formas de utiliza-la.
“Que dor vai demorar / Para satisfazer seu apetite doentio / Vá para a matança / Sempre à vista – presa / A hora sempre certa – festa / Alimente-se da dor – saboreie / Tristeza feita carne – doce / Viva como quiser / Só não se alimente de mim / Se você duvida do que eu digo / Eu vou fazer você acreditar / Rasas são as palavras daqueles que passam fome / Para um sonho que não é seu para cortar e cicatrizar.”
“Bite The Pain”, “Spirit Crusher” e “Story To Tell”
A tríade que é obra de arte, “Bite The Pain”, “Spirit Crusher”, assim como “Story To Tell”, já provava, desde 1998, que é possível que muitíssima melodia se mescle que Metal extremo sem torná-lo fraco, pois, existe o equilíbrio, basta optar por ele e, obviamente, ter capacidade para fazê-lo.
Aproveito o ensejo para elogiar a produção fabulosa de Jim Morris. Pois, simplesmente, ele extraiu o melhor de todas as execuções e transformou tudo isso em som cristalino que mantém toda a intensidade do peso.
“Flesh And The Power It Holds”
“Flesh And The Power It Holds” em português significa “A Carne e o Poder que Ela Envolve”. Eis mais uma canção dos meus sonhos, a qual trata, concomitantemente, de forma complexa e simples, de toda a podridão humana e ao mesmo tempo de como isso poderia ser aproveitado para evolução do homem como espírito.
“Paixão é um veneno misturado com prazer agridoce / Um dos muitos rostos que se escondem nas profundezas / Vai te levar / Vai te cuspir / Contemple a carne e o poder que ela envolve.”
O lindíssimo tema instrumental “Voice Of The Soul”, atualmente, soa como a despedida e o funeral do Death, que naquele momento, nenhum de nós sabia que iria acontecer com a triste morte de Schuldiner dois anos depois.
“To Forgive Is To Suffer” é o que podemos chamar de Progressive Metal. Além disso, mais uma temática profundamente inspirada na natureza cheia de conflitos do homem.
“Perdoar é sofrer / Para aceitar outro dia nós escolhemos dar de presente outro pedaço de vida / Perdoar é sofrer / Uma ou duas vezes é gentil / Três ou quatro é cegar / Não é o fim ainda uma maneira de começar / O poder das palavras boas e ruins.”
“A Moment Of Clarity” (Um Momento de Clareza) encerra as composições próprias do disco mesclando, mais uma vez, Thrash, Death e Prog. Dessa forma, temos aqui, um bando de virtuosos que sabem soar magníficos e não são enfadonhos em segundo algum que seja. O cover da clássica canção do Judas Priest, “Painkiller”, encerra o álbum apresentando mais um lado que sempre funcionou para Chuck Schuldiner, que é o de fazer covers agradáveis, utilizando a própria forma de interpretar músicas de outros artistas renomados e que de alguma forma o influenciaram.
Chuck sempre fará falta e a única forma de diminuirmos esse vazio é contemplando masterpieces feito essa.
Ouça no máximo!
Nota 10,0
Integrantes:
- Chuck Schuldiner (vocal, guitarra)
- Shannon Hamm (guitarra)
- Scott Clendenin (baixo)
- Richard Christy (bateria)
Faixas:
- 1.Scarvenger Of Human Sorrow
- 2.Bite The Pain
- 3.Spirit Crusher
- 4.Story To Tell
- 5.Flesh And The Power It Holds
- 6.Voice Of The Soul
- 7.To Forgive Is To Suffer
- 8.A Moment Of Clarity
- 9.Painkiller (Judas Priest cover)
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
Conheço pessoas que gostam de som extremo mas não curtem o Death por causa do seu estilo de tocar, apelidaram o Death de ¨Dream Theater¨ do Death Metal, coisas desse tipo!!!! A banda Death é uma das melhores do estilo, The Sound of perseverance marcou muito…sua arte, melodias e potência no som!!!! Só tenho elogios a esse album, é uma mescla de coisas boas e riffs que detonam, Bons tempos de antigamente!!!! Valeu!!!!