Desde sempre e, certamente, mudanças de integrantes são quase sempre conturbadas. Seja por conta de intrigas e desentendimentos ou simplesmente por conta do renome de determinado artista. É o que ocorre com o Venom Inc. atualmente. O baixista/vocalista Tony “Demolition Man” Dolan, figura central do Venom Inc., se mostra feliz com a nova formação. Porém, entende que o público não irá aceitar essa mudança facilmente. Todo fã é um menino mimado e chato!
Contudo, o guitarrista Jeff “Mantas” Dunn se despediu da banda. O lugar agora pertence ao guitarrista Curran “Beleth” Murphy (72 Legions, Shatter Messiah).
Em nova entrevista para o podcast Iblis Manifestations, Tony “Demolition Man” Dolan mais uma vez opinou sobre o recente anúncio do guitarrista Jeff “Mantas” Dunn de que ele não estava planejando retornar à banda. Tony disse em parte:
“[Jeff] teve um ataque cardíaco alguns anos atrás e, no ano passado, sofreu um segundo. E isso impactou sua mente, é claro, mas ele é um lutador. Então ele lutou contra isso e tentou se colocar em algum tipo de forma, como fez depois do primeiro. Mas acho que mentalmente isso cobrou um preço enorme. E, sim, [é] apenas um daqueles momentos assustadores em nossas vidas.”
Dolan continuou:
“Nós não duramos para sempre. Queremos ficar com 20, mas meu treinamento mudou, minha dieta mudou porque não tenho mais 20. Então, tenho que estar ciente disso. Então você tem que ser um pouco inteligente, e a vida vai te vencer no final porque estamos todos indo para o chão. E eu acho que é um momento para ele em que ele não sente que deve viajar tanto e não quer que nada aconteça se estiver em um avião ou correndo por um aeroporto ou em um país estrangeiro longe de sua amada, sua parceira, que também está doente. Então é muito difícil. Então ele se curvou. Ele fez uma declaração de que não pode mais tocar Venom Inc. E ele vai gravar música, porque mora em Portugal. Ele tem um estúdio, então ele vai continuar fazendo sua música, que é sua terapia. Mas apresentações ao vivo, conosco em particular, simplesmente não estão disponíveis.”
Dolan também destacou o fato de que continuar com a banda se Dunn deixaria os fãs revoltados. Ele disse o seguinte:
“No final das contas, as pessoas vão atirar tijolos e coisas em mim, mas elas fazem isso há 40 anos. Eu realmente não dou a mínima mais; tudo ricocheteia.”
Além disso, Tony Dolan explicou sobre sua forma de trabalho e a importância para com o mesmo. Ele disse:
“Eu sou um workaholic, e eu faria turnês 24 horas por dia, 365 dias, se eu pudesse, em todos os lugares do planeta — cada buraco, cada grande arena, contanto que eu estivesse tocando música, contanto que eu estivesse me conectando com as pessoas. E nem todo mundo é igual. Nem todo mundo quer fazer isso. E é difícil, principalmente se você chega [a uma certa] idade — você não se recupera da mesma forma que quando era mais jovem. Mas é por isso que eu treino. É por isso que eu mantenho minha mente tão forte e em forma quanto eu posso.”
Dolan acrescentou:
“Então é uma pena [que Dunn não possa continuar com o Venom Inc.]. É uma pena, mas a porta está sempre aberta. Deixei a porta aberta. E, daqui a um ano ou algo assim, se ele simplesmente aparecer e disser: ‘Eu adoraria [tocar de novo]’, então venha, venha e toque. E eu vou te fazer entrar, vou te tirar dali o mais fácil que eu puder. É por isso que eu digo ‘nunca diga nunca’. Tenho certeza de que as pessoas vão dizer, do ponto de vista dele, que a porta está fechada, mas não está fechada para mim. Ele é meu irmão. Eu o amo até a morte. Estamos juntos há muito tempo e somos amigos de longa data — 36 anos comandando o Venom de uma forma ou de outra. E além disso, com minha outra banda. E somos todos da mesma cidade e do mesmo lugar e somos todos amigos. Então, para mim, é uma coisa de ‘nunca diga nunca’. Mas agora, ele não quer fazer isso, e eu entendo totalmente. Então é uma pena.”
Dolan também falou sobre os planos do Venom Inc. para os próximos meses, por fim dizendo:
“Temos uma temporada completa chegando. Em janeiro, começamos a correr com a turnê pelos EUA. Isso vai de janeiro a fevereiro nos EUA. E então vamos direto para o México e fazemos a América do Sul. Então voltamos. Temos alguns festivais na Europa. E então voltamos para fazer a América novamente, e então, sim, temos a Ásia e a Austrália. E ao longo da linha, farei dois lançamentos ao vivo, uh, a série ‘Live Assault’, dois lançamentos ao vivo de dois shows em particular, e o novo álbum e um EP. Então, sim, está meio que empacotado lá. Então, muitas coisas boas vão acontecer, mas muitos shows ao vivo porque eu só quero sair e tocar com a banda.”