O Van Halen é uma daquelas bandas absolutamente icônicas, com diversos álbuns clássicos lançados e hinos eternos do Rock mundial. Mas com tudo isso, precisamos concordar que também é um dos grupos com o maior número de problemas internos não resolvidos. Praticamente todos os integrantes e ex-integrantes possuem assuntos inacabados ou mágoas em relação a outros que passaram pela banda.
Infelizmente, tais acontecimentos refletem em aspectos que não deveriam ser maculados ou boicotados. Por exemplo, os membros remanescentes do Van Halen não foram capazes de sequer conversar um com outro sobre realizar um show em homenagem ao legado do falecido Eddie Van Halen. Sammy Hagar chegou a dizer em entrevista que Alex Van Halen sequer o atendeu ao telefone para tratar deste tema.
No final das contas, Sammy se juntou a sua banda e fez o tributo à sua maneira. E para aqueles que o criticam por isso, é melhor pensar bem, já que ao menos ele fez isso para os fãs e pela memória de Eddie. Do outro lado não veio absolutamente nada.
Alex Van Halen x Sammy Hagar
No livro recém lançado por Alex Van Halen intitulado “Brothers”, ele sequer menciona o nome de Sammy Hagar e encerra o livro após o lançamento do álbum “1984”, o último da primeira passagem de David Lee Roth pelo grupo.
Apesar de Alex já ter sido muito duro com as palavras quando questionado sobre os motivos que o fizeram tomar esta decisão, ele resolveu suavizar um pouco. Em uma nova entrevista concedida ao programa Bringing It Back To The Beatles, Alex disse o seguinte:
“Porque a banda original era a força motriz. Essa era a conexão entre as partes díspares do mundo musical, se preferir. E nós éramos jovens. O primeiro disco que virou platina é incrível. Isso é algo que você realmente nunca pode esperar que aconteça novamente. Mais tarde, foi diferente, isso é assunto para outro livro, mas a excitação e a confusão e o tatear no escuro, se preferir, todos os erros que cometemos e todas as besteiras que tivemos que suportar. E então reconhecer no final que talvez tivéssemos mais um disco em nós, foi muito aprendizado. Você não pode voltar atrás, mas essas são as coisas que estão no fundo da sua cabeça. A velha expressão de que se você não ultrapassar o limite não poderá voltar. Você tem que ir longe demais para voltar. Isso faz sentido? Infelizmente, somos humanos e fizemos algumas escolhas ruins. O US Festival, por exemplo, foi uma confusão. Ninguém sabia o que diabos estava acontecendo. Tudo o que dissemos foi: ‘certifique-se de ter energia suficiente e nós tocaremos’. É isso.”
Neste momento, o entrevistador diz que esta é uma atitude bem Rock and Roll. Dessa forma, Alex prossegue concordando:
“Bingo. É exatamente isso. Você simplesmente acertou em cheio. E é por isso que o livro termina em 1984, porque isso era o verdadeiro Rock and Roll. Depois disso, tornou-se muito mais… não sei, não consigo explicar. Mas não quer dizer que não era bom. Sempre fizemos o melhor em tudo o que fazíamos, mas não era a mesma coisa.”
Alex ainda acrescentou:
“Acho que continuei de onde Ed parou quando dizia… o exemplo dele foi que éramos realmente mais felizes tocando em clubes do que quando atingimos o chamado grande momento, porque nos clubes você não tinha certeza do que estava fazendo, você podia num piscar de olhos mudar de direção, você pode tocar o que quiser e não há ninguém que o responsabilize ou tenha expectativas de qualquer tipo. Você simplesmente continua e toca. E é íntimo. Você está bem ali a dois pés de distância. As pessoas estão bem ali na sua frente. E isso meio que desaparece quando você chega ao ponto em que tem cinco filas de seguranças. E sempre mantivemos isso no mínimo, mas, mesmo assim, essa era a sopa do dia.”
Podemos perceber que o baterista do Van Halen suavizou bastante seu discurso e não sabemos os motivos dessa mudança de opinião. Mas em uma recente entrevista ao USA Today, ele disse o seguinte respondendo a mesma pergunta:
“Para mim, o espírito da banda acabou em 1984. Fizemos um bom trabalho depois disso, mas o aspecto espiritual primário, a magia, o potencial, a visão do futuro juntos, todas essas coisas, nossas origens mutuamente estranhas – e foi isso que fez o Van Halen. Ed e eu éramos outsiders. Dave era um outsider. Esses tipos de coisas intangíveis fazem o tecido de como estávamos unidos.
O que aconteceu depois que Dave Lee Roth saiu não é a mesma banda. Não estou dizendo que foi melhor ou pior ou nada disso. O fato é que Ed e eu fizemos nosso melhor trabalho sempre que tocamos. Sempre demos o nosso melhor. Mas a mágica estava nos primeiros anos, quando não sabíamos o que estávamos fazendo, quando estávamos dispostos a tentar qualquer coisa.”