Jairo Guedz, guitarrista do The Troops of Doom e ex-guitarrista do Sepultura, refletiu sobre as dificuldades de se realizar uma turnê nos tempos atuais, e também abordou o comportamento distinto entre headbangers brasileiros e headbangers europeus com relação a shows.
Segundo Jairo “Tormentor” Guedz, o europeu tem o costume de ir a shows de metal independente do dia da semana, enquanto no Brasil, os headbangers optam por sexta e sábado para irem a shows, mas frisou que entende, evidentemente, que a realidade financeira da maioria dos headbangers brasileiros, é outra.
Veja o que disse Jairo em entrevista ao Ibagenscast:
“Vamos fazer a primeira turnê na Europa, a gente quer fazer uma segunda turnê e aí já no início do ano que vem levar o Marcelo pra fazermos juntos, fazer países que não estamos fazendo agora, fazer turnês focadas no Brasil também, pegar o Nordeste do Brasil que é uma região extremamente importante para todo mundo no metal, e tem um público maravilhoso, queremos muito ir pro Nordeste, eu sempre fiz isso com o The Mist, o The Mist tem um público grande no nordeste e sempre teve por que sempre focou muito em levar nossa música para lá. Então eu quero fazer isso com o Troops também, ver se a gente consegue uma produção pra jogar a gente no máximo de lugares lá, mas é aquela coisa… o Brasil é como cinco europas, em termos de tamanho territorial, então pra gente fazer um turnê no nordeste, temos que sair de casa e voltar, tem que fazer a turnê toda e voltar, não dá pra ficar indo e voltando, por que são viagens longas e caríssimas. Então cara, uma coisa que europeu tem e que eu acho muito legal na minha experiência fazendo turnês na Europa, e que o brasileiro precisa acostumar mais com isso, o ‘metaleiro’ do Brasil, é que dia de show não é sexta e sábado, entendeu? Todo dia é dia. Então assim, se tiver um show terça, quarta, quinta, então vamos, entendeu? É claro que o dinheiro fala super alto por que a gente não tem grana pra ir em tudo que a gente quer hoje, né? Imagina a fase que a gente chegou né, por que antigamente a gente ficava com dinheiro no bolso e não tinha show, hoje tem tanto show que não sobra dinheiro. Mas eu gostaria muito que no Brasil aceitassem mais esse tipo de coisa, então daria pra fazer Nordeste com tranquilidade, eu iria pro Nordeste numa terça, tocaria terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo e voltava, entendeu? Então eu ficaria uma semana tocando. Agora ir para lá, ficar sexta, sábado, domingo e voltar, aí não dá, por que aí eu tenho que ir no outro tocar sexta, sábado, domingo e voltar, fica complicado. Então é isso, é uma dica para os produtores e para o público também.”
Não está fácil para ninguém. Recentemente, o vocalista do Six Feet Under, Chris Barnes, também que tem sido cada vez mais difícil realizar turnês nos tempos modernos.
O The Troops of Doom lançou seu novo álbum “A Mass To The Grotesque” em 31 de maio via Alma Mater Records.
