O Testament é uma banda que vem mantendo uma regularidade assustadora em seus últimos álbuns de estúdio. Mas nem sempre foi assim. Houve tempos em que a banda experimentava mais e tentava alcançar novos patamares para sua própria música.
Como todos os grupos que se arriscam, em alguns momentos os veteranos norte americanos acertaram no alvo e, igualmente, em outros, deixaram boa parte de seus fãs decepcionados.
Há muito tempo que os entusiastas do Thrash vigoroso do quinteto não sentiam um frio na barriga antes de um novo lançamento. Mas a banda vem dando indícios de que seu próximo registro de inéditas trará novamente novos horizontes e novas estradas para serem percorridas.
Tudo isso, podemos crer, que venha da mudança de bateristas que ocorreu à partir de 2022, com a saída de Gene Hoglan. Hoglan foi substituído primeiramente por Dave Lombardo (ex-Slayer) e depois por Chris Dovas, já em 2023.
Dovas acabou sendo um membro bastante ativo na hora das composições para o novo material. Em praticamente todas as entrevistas, algum integrante do Testament menciona o envolvimento do baterista nas composições e como isso afetou a forma de escrever de Eric Peterson.
Em uma nova entrevista concedida ao Jaimunji, o vocalista Chuck Billy mais uma vez falou sobre este assunto. Questionado se o novo álbum do Testament significa um retrocesso ao som de alguns dos álbuns clássicos do grupo ou se ele, ocasionalmente, irá apresentar inovações, Chuck disse o seguinte:
“Acho que sempre evoluímos. Nunca gostamos de voltar atrás. Essas músicas, definitivamente, os velhos clássicos como ‘The Legacy’ e ‘The New Order’, é de onde viemos, essas são as primeiras músicas que escrevemos, então definitivamente é quem somos, mas sempre queremos evoluir. Não queremos fazer algo que já fizemos. Mas direi que o novo disco, estamos muito animados por ele porque Chris Dovas, o novo baterista, é provavelmente o máximo que um baterista já trabalhou com Eric Peterson escrevendo material, e isso fica evidente.
As músicas são muito fortes, muito pesadas, muito rápidas. Temos um pouco de tudo. Temos algumas baterias de andamento médio, mas realmente esmagadoras. Eu diria até que fomos e colocamos, não quero dizer a palavra ‘balada’, mas é uma vibe muito lenta e clássica do Testament, como ‘Return To Serenity’, que tínhamos a confiança e a música estava lá por que a escrevemos. Este disco, estamos animados porque, para mim, soa moderno. Essa é a única coisa que tenho a dizer.
É Testament, mas com um som moderno, só porque acho que Chris, ele coloca outra marcha nas músicas. Quer dizer, ele simplesmente coloca isso em outro nível no que diz respeito à bateria e inspira Eric para o que ele está fazendo. E isso realmente abre as portas para mim, em termos de desafios, para não apenas pegar o caminho mais fácil. Eu realmente tive alguns desafios, tem muito mais Death Metal com vocais gritados e também os vocais limpos de andamento médio. Estou fazendo um pouco de tudo. Então essa é a parte divertida para mim e a parte desafiadora, é fazer tudo funcionar.”
Sobre uma possível data de lançamento, o vocalista comentou:
“Fomos para o estúdio em maio. Então estamos gravando desde então. Claro que usamos Andy Sneap no passado para mixar nossos discos, mas ele não estará disponível porque ele está no Judas Priest agora. Então tivemos que encontrar um novo produtor e ele não estará disponível até janeiro. Então isso nos deu um pouco mais de tempo para levar nosso tempo com o disco. Tenho três músicas para cantar ainda. Alex Skolnick tem seus solos para fazer. Bateria, ritmos, todo o resto está pronto, baixo está pronto. Apenas algumas coisas faltam. E então, quando janeiro chegar, iremos direto para a mixagem. E provavelmente, espero, teremos o primeiro single lançado logo depois disso. Mas eu definitivamente posso ver o disco sendo lançado até o final do primeiro trimestre, talvez no segundo trimestre do ano que vem.”
Chuck Billy também respondeu sobre a nova música do Testament que trará um dueto com a cantora do Nightwish, Floor Jansen:
“Sim, entrei em contato com ela. Eu e Floor nos tornamos amigos há talvez menos de 10 anos. Eu e ela, Joey Belladonna (Anthrax), Udo Dirkschneider (ex-Accept), todos nós fizemos esse show de Natal pela Europa. E estávamos cantando nossas músicas, mas com um tema de Natal com uma orquestra. E então todos nós viajamos juntos e nos tornamos amigos. E ela é uma vocalista poderosa. Ótima voz. E quando escrevemos a música e a letra, a primeira coisa que pensei foi: ‘ok, essa música é dela, ela precisa de uma voz forte de menina’, e, claro, Floor é a primeira que me veio à mente. E essa música, vai ser bem épica. Vamos colocar uma seção de cordas nela, com violões. Vai ter muita coisa acontecendo, mas é uma música muito, muito bonita. É muito profunda. E com Floor, é meio que eu e ela cantando a letra meio que um para o outro, e o significado da música e o que estamos dizendo, é meio como se o que eu vou dizer, a minha parte da letra, e ela irá me responder através dos vocais dela.
Então vai ser muito forte, muito legal. E eu mal posso esperar para ouvir o que ela vai fazer nisso… Nós não enviamos para ela porque ainda não colocamos os violões acústicos para isso, mas a música está pronta. Eu gravei tudo. Eu gravei as partes dela. E eu quero esperar até que ela ouça pela primeira vez com a acústica e sinta a vibe, eu quero que ela esteja na vibe quando ela ver isso… E Alex tem uma conexão com alguns caras que vão fazer as cordas nessa música, que tocaram em alguns discos grandes, então o que ouvimos até agora é muito legal.”