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[ Ruidos & Sonidos ] Baron Rojo (Espanha)

É fato que alguns países tornaram-se referências quando o assunto é Heavy Metal. Em alguns casos, algumas bandas conseguem chamar a atenção não apenas por sua música de qualidade mas principalmente por seu país de origem cuja tradição é a de revelar grandes nomes dos mais variados gêneros. Alemanha, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, Finlândia, Noruega, fazem parte da lista de países denominados “berços”, quando estes revelam novos nomes. Porém, na maioria das vezes os grupos que despontam e ganham notoriedade, usam o inglês (idioma) como linguagem principal, caso queiram explorar outras fronteiras e atingir o maior número possível de ouvintes e admiradores de sua arte.



Isso é uma regra? Não, Definitivamente não é! No entanto, está claro que são poucos os grupos que conseguiram um lugar mais alto do pódio cantando em sua língua mãe, principalmente se o estilo escolhido for o Heavy Metal. Por inúmeros motivos, as bandas se abstêm de seu idioma e passam a usar o inglês como conexão direta com seus fãs e claro, visando o sucesso. Como exceção é algo que se aplica a tudo e a todos, na música não poderia ser diferente e “regras” foram quebradas. Nadando contra a maré e conseguindo se firmar em sua proposta e principalmente, sendo fiéis à sua sonoridade e aos seus fãs, alguns desses grupos foram ou ainda são grandes nomes dentro de seu país de origem. Em alguns casos, a banda consegue ser grande também em outros países, mas ai ela (banda) entra na pequena lista de “Exceção”.

Algumas delas carregam consigo status de “grande”, lotando arenas, vendendo milhares de discos e principalmente, sendo muito bem reconhecidos por seus fãs devotos. Para falar um pouco sobre estas bandas e suas trajetórias, mergulhamos no mundo dos RUIDOS & SONIDOS. De lá, trouxemos discos (ainda) desconhecidos por muitos, mas que a partir de agora podem ser conferidos através de nossas dicas e recomendações.

Em nosso segundo capítulo falemos dos espanhóis do BARÓN ROJO, banda formada no início dos anos 80 e que conta com uma extensa discografia, figurando na lista de nomes relevantes do Hard/Heavy espanhol.



Formado em 1980 na cidade de Madri, o quarteto teve em sua primeira formação Carlos de Castro (vocais, guitarras), José Luis Campuzano “Sherpa” (baixo, backing vocals), Armando de Castro (guitarras, backing vocals) e Hermes Calabria (bateria).

O grupo deu os primeiros passos com “Larga Vida Al Rock and Roll”, álbum de estréia lançado em 1981 que garantiu ao Barón Rojo, o primeiro Disco de Ouro de sua carreira graças ao single “Com Botas Sucias”. Com o sucesso do debut, a banda muda-se para a Inglaterra e lá chegando gravam “Volumen Brutal”, segundo disco que vendeu dois milhões de cópias em todo o mundo. Para este trabalho o grupo precisou da ajuda de um amigo. Esse amigo? Bruce Dickinson (Nesta época, recém integrado ao Iron Maiden), que ajudou os músicos com as traduções em inglês, visto que a ideia era lançar o disco em dois idiomas: Espanhol e inglês.

Com o sucesso do segundo disco, o grupo foi convidado a integrar o cast do Reading Music Festival em 1982 onde tocaram ao lado de nomes como Iron Maiden, Marillion, Gary Moore, Michael Schenker Group e Twisted Sister.

Em maio de 1983 o grupo lança o excelente “Metalmorfosis”, terceiro trabalho da carreira e um dos melhores registro do quarteto. Assim como seu antecessor o disco foi um grande sucesso de vendas, garantindo ao grupo mais um disco de ouro e figurando nas paradas de Rock da Espanha, graças ao single “Siempre Está Alli”.



Porém, é preciso dizer que canções como “Hiroshima”, “El Malo”, “Diosa Razón”, “Que Puede Hacer” e “Se Escapa El Tiempo”, são tão brilhantes quanto o single escolhido..

Os trabalhos seguintes foram: “En Un Lugar De La Marcha” (1985), “Tierra de Nadie” (1987), “Ino Va Más” (1988) e “Obstinato” (1989). Este, o último trabalho a contar com o baixista Sherpa e o baterista Hermes Calabria.

“Desafío”, oitavo disco da banda chega após um intervalo de três anos, apresentando os novo integrantes. Niko Del Hierro (baixo) e Ramakhan (bateria).

Como se estivesse mandando um recado do tipo: Olha, estamos intactos, ok? O disco abre com a avassaladora “Te Espero En El Infierno”, uma das faixas mais impressionantes do disco e uma pegada totalmente Iron Maiden. Apesar de não gozar do mesmo prestígio de alguns discos lançados anteriormente, “Desafío” merece atenção especial por ser um disco rápido, pesado e mais melódico (ouça, “Ali-Babá Y Los Cuarenta”). Não bastasse a excelência do álbum por si só, o grupo ainda manda um cover para “Girls Got Rhythm” do AC/DC, numa versão absurdamente perfeita. E não, não é Bon Scott nos vocais, isso eu posso garantir.



Aqui, abrimos um parêntese: o quarteto é classificado por alguns como uma banda de Heavy Metal, enquanto outros dizem que não! Eles fazem algo mais Hard Rock.

A verdade é que “Desafío” é o disco perfeito para acabar de vez com esta dúvida, uma vez que o quarteto apresenta em suas 10 faixas o equilíbrio perfeito entre o Hard Rock e o Heavy Metal.

“Arma Secreta” chega às lojas em 1997 e mais uma vez o grupo oferece aos seus fãs um disco coerente e honesto. Contendo 11 faixas o álbum traz momentos grandiosos como por exemplo a rápida e quase Power Metal, “Bajo Tierra” (que música absurda), faixa que abre o disco em forma de “chute na porta”. Também merecem destaques, “Arma Secreta”, “Todo Me De Igual” (meu amigo, que paulada é essa?), “Aqui Estoy” (hardera total), “No Odas” (faixa instrumental), “Fugitivo” (isso aqui é Speed Metal, meu amigo), “Blues Del Teléfono” e “Hielo Al Rojo”, mais um momento instrumental do quarteto.

Se no álbum anterior o grupo mergulhou no Hard ‘N Heavy, é fato que em “Arma Secreta”, há um mergulho de cabeça no Power Metal. E quer saber? O fazem com maestria.



Com sangue nos olhos e com muita lenha para queimar, o grupo lança em 2001 o excelente “20+” décimo trabalho da carreira e o título fazendo uma alusão aos mais de 20 anos de carreira do quarteto. O disco contém 12 faixas inéditas e traz a pegada Hard ‘N Heavy dos trabalhos anteriores com destaque especial para a genial “Fronteras”, faixa que ganhou videoclipe e traz um dos solos mais absurdos (no bom sentido) da banda. Se alguém não se empolgar com este solo de guitarras, então é certo que o cidadão já partiu dessa pra outra. Que música espetacular.

Em junho de 2003 o grupo lança mais uma paulada intitulada “Perversiones”. Aqui, decidem mandar uma sequência de músicas que provavelmente tenha sido a base para a sonoridade do quarteto. O disco conta com 16 versões para clássicos de nomes como: Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, Janis Joplin, Bad Company, Coverdale & Page, Bob Dylan, Rainbow, entre outros. Em resumo: Mais um trabalho digno de aplausos.

Dezembro de 2006 e mais um disco de inéditas dos Barões.. Trata-se de “Ultimasmentes”, décimo primeiro trabalho oficial da banda e mais uma pérola musical. Não acredita? Então ouça faixas como: “Tu Infierno” (isso é puramente Rainbow), “Nada Que Hablar”, “Al Final, Perderán”, e “Siervo De La Confusíon”.

Seis anos separam “Tommy Barón”, novo álbum lançado em dezembro de 2012 após mudanças no line up. O disco apresenta uma recriação da ópera rock Tommy da banda britânica The Who, numa versão adaptada, cantada totalmente em espanhol. O disco (duplo) traz a participação especial da cantora Eva Amaral, na faixa “La Reina Ácida”.



Algumas observações acerca do Barón Rojo:

* Barón Rojo significa “Barão Vermelho” em espanhol. O nome é uma homenagem a Manfred Von Richthofen, conhecido como Barão Vermelho, piloto de caça alemão no Serviço Aéreo do Exército Imperial Alemão durante a Primeira Guerra Mundial.


* O grupo é considerado um dos mais importantes nomes do Hard/Heavy Espanhol de todos os tempos.

* O quarteto ganhou alguns tributos importantes, dentre eles “Larga Vida Al… Volumen Brutal”, álbum duplo contendo músicas da primeira fase do quarteto, interpretado por bandas de Heavy e Hard Rock que cantam em espanhol. Participam deste tributo nomes como: Mago de Oz, Rata Blanca, Tierra Santa, Ankhara, Pyramid, Lujuria, Muro, Easy Rider, Northwind, entre outros.



* Em todos estes anos de existência, a banda passou por inúmeras mudanças de formação, porém o vai e vem de integrantes, em nada afetou a musicalidade do Barón Rojo que seguiu lançados discos excelentes.

* A banda conta com um vasto material lançado que inclui além dos álbuns oficiais, singles, compilações, discos ao vivo, split, box set e alguns VHS (hoje, DVD).

* Em 1984, foram uma das atrações do Heavy Sound Festival em Poperinge (Bélgica), onde tocaram ao lado de Motörhead e Mercyful Fate. Durante aquele show, os americanos do Metallica que na época estavam começando, foram a banda de abertura para os espanhóis.

* Entre 1985 e 1986, a banda saiu em uma turnê internacional pela Europa, América Latina e Japão, tendo o Metallica, mais uma vez como banda de abretura.



* Volumen Brutal (1982) e Metalmorfosis (1983), são considerados os dois grandes discos de sucessos e de expressivos números de vendas.

* Em 2017 a revista Rolling Stones, classificou a banda em 18o lugar na lista das Cinquenta Maiores Bandas de Rock Espanholas.

* Em junho de 2009 a banda realizou um show com sua formação original no Festival de Música Metalway em Saragoça. No mesmo ano, lançam o álbum ao vivo “En Clave de Rock” que foi um sucesso de vendas fazendo com que a banda se reunisse novamente para uma turnê onde a mesma começaria e terminaria em Madri. O primeiro show aconteceu em “La Riviera” em 30 de janeiro de 2010 e o último show aconteceu na antiga Praça dos Touros no Palacio de Vistalegre em 22 de outubro de 2011.

* Em 2011 a banda anuncia as filmagens do documentário chamado “Barón Rojo”. O mesmo foi lançado em 2012.



* Após 40 anos de atividades, a banda decidiu finalmente encerrar as atividades e uma série de shows marcaria esta despedida. No entanto e devido a pandemia do Covid-19, a turnê foi adiada e remarcada para dezembro deste ano (2021).

N do R: O universo da música é vasto e de certa forma, um labirinto onde a entrada é única, porém, a saída é uma porta difícil de encontrar. Bandas nascem diariamente em todas as partes do mundo e por mais que tentemos acompanhar é fato que esta será uma missão impossível. Jamais conheceremos o todo, porém, é preciso abrir horizontes e se permitir conhecer o desconhecido. Música é arte e como toda arte, tem seus encantos para alguns e nada de relevante para outros. Agregar conhecimentos e falar com propriedade daquilo que passamos a conhecer, é e sempre será fundamental.

Uma VIVA a música e suas belas melodias e não apenas ao idioma pré estabelecido, visto por muitos como a única fórmula do sucesso. Ouça um pouco do vasto material do Baron Rojo:

Redigido por Geovani Vieira



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