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Resenha: Voorhees – “Chapter III” (2022)

Sexta-feira 13, maio de 2022. Eis que é chegada a hora do terceiro encontro com a figura mascarada e seu lendário facão de corte milenar… Os sussurros e o leve balançar dos galhos dos arbustos indicam sua aproximação… É nostálgico e amedrontador ao mesmo tempo… É instigante e com sabor de sangue… A pulsação aumenta conforme seus passos ganham vida… Enfim, o momento do terceiro capítulo chegou…

   

A nova onda de medo e perturbação sonora oriunda do território francês ataca novamente, dando seguimento à sua temática e sua figura icônica com a intenção de ampliar toda a história coberta de vítimas e sangue jorrado na tela. Desse vez, o Voorhees traz o ídolo Jason para um terceiro ato de caça, matança e anseio por mais corpos jogados ao solo em que este tenha pisado. Nos capítulos “I” e “II” a banda mostrou muita força, ódio e competência em favor do Death Metal. Já em “Chapter III”, Christophe “Chris” Rémy e seus comendadores do apocalipse buscam fincar de vez seu nome no cenário sangrento ao lançar seu segundo álbum de inéditas. O novo álbum foi gravado por Will Nosphares no Nosphares Studio e masterizado por Dan Swanö no Unisound AB.

Voorhees/Promocional

Pode haver certa confusão com o fato de “Chapter III” ser o segundo álbum dos franceses, principalmente com quem se depara com o som dos caras pela primeira vez. Para consertar isso é só se certificar de que o primeiro capítulo vem a ser um EP. Além do EP “Chapter One” (2017), a banda possui outro chamado “Chapter Two & A Half” de 2021. E se o debut “Chapter Two” é excelente, a expectativa se multiplica perante o novo disco. Resta saber se o legado está intacto e com as fronteiras ampliadas em favor do Death Metal combinado combinado com a matança causada por nada mais nada menos que Jason Voorhees. Via Cabale Production em plena sexta-feira 13, “Chapter III” estará sendo lançado para delírio dos fãs de Death Metal e dos filmes clássicos de terror dos anos 70, 80 e 90, principalmente em se tratando da série original The 13th Friday e sua figura emblemática.

Já adentrando novamente no universo de perseguições, armadilhas, facadas a sangue frio, gritos de espanto, dor e sofrimento, vamos destacar o primeiro single lançado pelos representantes de Metz, a faixa de abertura chamada “Voorhees III”. Para elevar o conceito do trabalho, foi permitida pela Radical Talent o uso de algumas partes de seu filme “Michael vs Jason – Evil Emerges”. Isso de fato abrilhantou ainda mais o processo musical constituído nesta faixa que vem a representar o disco. Para reforçar a qualidade do novo álbum, foram acrescentadas as três maravilhosas faixas do EP “Chapter Two & A Half” de 2021 e que foi resenhada pelo dono do nanquim virtual através do Mundo Metal. Continuando a decifrar o código da primeira gaveta, “Voorhees III” apresenta em sua faceta inicial a breve introdução referente ao filme comentado acima, e logo dispara seus mísseis encordoados. O sistema consiste em proferir o Metal da morte em sua amplitude completa. Riffs que se revezam entre o arrastado/cavalgado e os dedilhados já característicos da banda fazem explodir o bosque em desgraça ao ver a vítima apavorada correr sem saber para aonde ir e muito menos aonde se esconder. Sébastien “Seb” Valbrecq é o dono dos solos que bifurcam a cena e impedem o ser apavorado de escapar da sua presa em lâmina afiada e manchada com o sangue de alvos anteriores. As marteladas e pedais que jogam corpos, os pisoteando sem dó e muita crueldade, tornam Willy “Will” Lang um dos destaques da trama.

O início da primeira parte da cruel jornada é executado em calmaria pela bateria de Will, até que “Here Comes The Bride” ganha não apenas corpo, mas solo de guitarra para ninguém botar defeito e temer o maior inimigo desde as primeiras notas musicais. Os vocais de Chris e seus riffs em refrão se assemelham a Johnny Hedlund e seu magnífico Unleashed. Destaca-se também o envolvente baixo de Frédéric “Fred Ace Death“, Clément. As variações dentro da canção enriquecem a mesma e fortalecem a figura central do enredo, dando-o mais apetite para eliminar mais seres imprestáveis que sempre decidem se reunir em uma casarão afastado da cidade grande. Há espaço nas pegadas e vermelho coagulado para encontrar elementos de Hypocrisy e um contorno da aura dos compatriotas do Massacra. São nuances que tornam a canção cada vez mais poderosa, podendo causar sérios danos aos pobres desavisados. De forma cadenciada a faixa “I’m The Man Who Became God” mostra o seu poderio assim que a bateria de Will se enche de vigor. Contando com as participações de Adrie Kloosterward (Sinister, Voracious Scourge) nos vocais e Jason McIntyr (Suture, Voracious Scourge) na guitarra solo, o hino extremo e de linhas mórbidas entoa e comanda a dança das almas penadas que buscam se vingar de seus desafetos a marretadas. As pausas sonoras são feitas com as guitarras se utilizando de distorções contínuas, esticando os acordes e deixando a construção recheada, sem haver qualquer tipo de buraco no som. Os solos de guitarra se assemelham ao Carcass, fazendo brilhar a principal arma do nosso querido e amado Jason. As técnicas de hammer on e pull of usadas em determinados momentos trazem um “Q” de Incantation e deixam o formato da canção diferente e agradabilíssima a quem aprecia a sonoridade tanto dos americanos quanto dos franceses.

   

Pronto para ligar sua motosserra? Foi “traduzida” para o português como serra elétrica, mas é uma motosserra mesmo. Isso todo fã desse maravilhoso tipo de obra sabe muito bem, mas não custa nada mencionar. E enquanto é mencionada a questão, a sonoridade toma conta do campo de fuga com solos muito bem condizentes com a sonoridade base, e serve de abertura para outro trecho de trilha do filme citado no começo da nobre epístola. “Freshly Deceased” traz os vocais de Chris para o mundo polaco do Vader. “Summoning The Demon’s Delight” dá continuidade ao processo de harmonia com os vocais de Peter do gigante Vader. A correria desencadeada pelos riffs e linhas de bateria insanos coloca em evidência o Claustrofobia, e nos momentos menos velozes e mais cheios, o Obituary. Solos de cortar o coração e o pescoço ao mesmo tempo. Cordas agudas afiadas, distorcidas e estridentes fazem a festa com a carne banhada em sangue de outra pessoa. Montes de cadáveres enfeitam o local dominado pelo puro suco do Death Metal real e sem qualquer tipo de enganação. Você paralisa ao ver a máscara do demônio e perde a chance da escapatória… Cada tilintar de prato é um dano que você leva para a casa, se conseguir chegar até ela…

Voorhees/Promocional

Mais uma faixa pertencente ao excelente EP, “Don’t Scream” se apresenta de forma agressiva, com harmônicos que remetem ao imponente Immolation, juntamente com o Entombed em seus tempos áureos. Nota-se que o Voorhees carrega em sua bagagem muita riqueza em forma de possíveis influências. Ao iniciar uma levada mais melódica que serve de abertura para os solos, uma cena do filme é colocada em primeiro plano para depois abrir espaço para a sonoridade exercida pelos franceses. Os passos do vilão podem ser representados nesta que vem a ser a faixa menos veloz do disco. Ela é a primeira do EP “Chapter Two & A Half”, mas aqui é somente a sétima colocada do novo álbum. Isso é algum problema? Jamais! Max Otero (Mercyless) contribui para um melhor desempenho da faixa. Todos os ingredientes da receita estão armazenados aqui e até mesmo os solos estão com cheiro de ferrugem, tamanha a facilidade em evidenciá-los em uma música extrema. “A Tale From The Dark Side” cumpre tão bem o seu papel que é capaz de ressuscitar todas as vítimas da criatura para serem vítimas novamente e com requintes redobrados de crueldade e malevolência. “They Movie. They Breathe. They Suck” chega para colocar à tona o clima de Death n’ Roll e isso funciona de tal maneira que os riffs pré-solo funcionam tão bem a ponto de evidenciar os solos tocados a gosto espetacular. Uma bela mistura de Deicide e Virtual Void da República Tcheca.

Aplicando o último golpe de faca, “Z Killer” também pertence ao EP e entra em campo de maneira direta e sem piedade ao pobre indivíduo vazio de mente doentia e medroso por natureza. A faixa lembra de forma vaga o Slayer tanto nos momentos de calmaria quanto nos momentos “sem descanso”. Reforçando a voz de apoio temos David Martin (ex-Asshole) para segurar a bronca e aplicar os golpes necessários a quem possa atrapalhar o inimigo. Aqui o seu inimigo é meu amigo e, provavelmente, deverá ser seu amigo também. Seja com máscara de hóquei ou não. Novamente, o Massacra é lembrado em certas passagens sonoras, incluindo os solos de guitarra.

Filmes trash que marcaram época e sonoridade típica apoiada em contos de horror são a alma do negócio quando feitos com a devida atenção, estudo e dedicação. O Voorhees tem se esforçado para buscar algo cada vez melhor se colocar como o ser mais sábio do planeta. Chris, Seb, Fred e Will já eram extremamente competentes com relação à proposta exercida. Isso facilita a organização e a preparação dos mesmos para a produção e gravação de novos trabalhos como este. Tenha uma ótima sexta-feira 13 e sinta-se bem acompanhado (a) desse mais novo lançamento de 2022! Sobreviva e…

SLASH’EM ALL !!!

Nota: 9,5

   

Integrantes:

  • Christophe “Chris” Rémy (guitarra, vocal)
  • Sébastien “Seb” Valbrecq (guitarra solo)
  • Frédéric “Fred Ace Death“ Clément (baixo)
  • Willy “Will” Lang (bateria, vocal de apoio)
   

Artistas convidados:

  • Adrie Kloosterward (vocal, faixa 3)
  • Jason McIntyr (faixa 3)
  • Max Otero (vocal, faixa 7)
  • David Martin (backing vocals, faixa 9)
   

Faixas:

  1. Voorhees III
  2. Here Comes The Bride
  3. I’m The Man Who Became God
  4. Freshly Deceased
  5. Summoning The Demon’s Delight
  6.    
  7. Don’t Scream
  8. A Tale From The Dark Side
  9. They Movie. They Breathe. They Suck
  10. Z Killer
   

Redigido por Stephan Giuliano

Aproveite e confira toda a saga do glorioso Voorhees através das resenhas logo abaixo:

   

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