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Resenha: SpeedRush – “Division Mortality” (2024)

Este álbum do SpeedRush, sem dúvidas, foi uma das mais gratas surpresas do ano. E precisamos enaltecer a cena grega que tem apresentado uma enormidade de novos e excelentes nomes para o Metal a nível global.

   

O Speedrush está na ativa desde 2005, mas lançou seu trabalho de estreia apenas em 2016. “Endless War” já demonstrava um potencial enorme e, apesar de ter passado despercebido pela maioria na época, não foi ignorada pelos atentos radares do Mundo Metal.

“Division Mortality” foi lançado em 11 de outubro através do selo Jawbreaker Records e é apenas o segundo registro do quinteto de Atenas. Indo direto ao ponto, o que chama atenção é a maturidade musical e a capacidade criativa dos integrantes em tecer um Speed Metal classudo e visceral.

Speed/Thrash diferenciado

Basicamente todas as faixas possuem algum diferencial. As linhas de guitarra e os solos criados pela dupla Nick Ratman e Tasos Papadopoulos são nada menos do que sensacionais. As construções das canções são surpreendentes e o grupo não se importa muito com a duração das passagens instrumentais. Esta é uma característica que eu gosto bastante, já que, dessa forma, caso uma música peça um solo mais longo e trabalhado, assim o será. E caso não seja a necessidade da faixa, os caras farão o seu trabalho muito bem feito do mesmo modo.

Photo by Effi Galia 

Não seguir uma fórmula e tentar ao máximo respeitar as linhas criativas de cada uma das composições é, portanto, uma especialidade da casa. “Division Mortality” é um disco fortíssimo, empolga o ouvinte desde as primeiras audições, assim como deixa evidenciado o potencial de crescimento do grupo para os próximos anos.

   

A audição começa com a faixa título, uma instrumental com toque nostálgico que nos faz relembrar uma época onde iniciar um disco com canções desse porte era muito mais natural. Na sequência, um verdadeiro ode ao Speed/Thrash Metal, trata-se de “Ride With Death”. Veloz, como deve ser, e bem construída, causa uma boa primeira impressão e, neste ponto, você já estará fisgado.

Miolo robusto

Muitas bandas lançam discos que não conseguem se comunicar com o ouvinte. Não passam nenhuma emoção e você termina a audição com um sentimento agridoce e pensamentos como, “faltou punch”, “não tem energia”, assim como “onde está a gana e tesão destes caras?”. Quando “Feeding The Carnivores” invade os falantes, a sua reação é o oposto a tudo isso. O SpeedRush é o tipo de banda que está com sangue no olho e podemos sentir isso ao ouvir atentamente as músicas. Aqui, temos linhas de guitarra belíssimas, variações de riffs e trechos instrumentais pra lá de inspirados.

Como diria nosso comentarista esportivo/musical de plantão (Stephan Giuliano), a “meiuca” é onde se ganha o jogo. E a trinca responsável pelo miolo do álbum é algo nada menos que surpreendente. “Sons Of Thunder”, “Blood Legacy” e “Divine Damnation”, forma aquele momento de precisão e segurança onde você tem a certeza de estar ouvindo um trabalho diferenciado. Aos amigos do esporte, com este domínio do meio de campo, a partida está praticamente no papo.

Este é o tipo de banda que, a partir do momento que você conhece, fica impossível deixar de acompanhar os próximos passos. E não há como não fazer menção a parte rítmica da dupla Spiros Spiliotakos (baixo) e as habilidades do relógio cyber-biológico da máquina-humana de precisão chamada Andreas Disco Destroyer (bateria). O cara transpassa segurança e tem uma pegada bruta que nos chama para o headbanging.

Temperatura alta durante toda a audição

Em “Iron Wisdom”, temos uma fusão interessantíssima que nos remete a época em que bandas como Destruction, Kreator e bandas da escola alemã ainda não tinham construído uma fórmula Thrash e criavam músicas absolutamente viscerais, mas que no final das contas eram 100% Speed Metal. E quando eu menciono fusão, não estou me referindo a união do Thrash com o Speed, mas se utilizar da sonoridade desta época específica e acrescentar linhas, riffs e solos de guitarra dos tempos atuais. O resultado é estonteante.

   
Reprodução/Facebook

No final do tracklist, ainda podemos nos regozijar com a canção mais longa do disco, a embasbacante “Beyond The Vortex”. Com pouco mais de 6 minutos de duração, esta é uma composição que traz um toque de diversidade, mas não foge da proposta principal do SpeedRush. A introdução é fantástica e, com momentos mais cadenciados e melodiosos, os caras provam que podem surpreender momentaneamente para logo depois partir para o porradeiro desenfreado sem qualquer pudor. Para encerrar, “Fade To The Flames” é uma instrumental acústica que chega para fechar a audição no único momento de calmaria do disco.

Nossa torcida vai para que algo ainda mais robusto seja lançado em um futuro próximo pelo SpeedRush. Precedendo nossa lista de melhores do ano de 2024 na categoria Speed Metal, este é um registro que não poderíamos deixar de dedicar uma resenha.

Certamente, um dos três melhores lançamentos do gênero no ano. Audição obrigatória.

Nota: 9,4

Integrantes:

Spiros Spiliotakos (baixo)
Nir Beer (vocal)
Nick Ratman (guitarra)
Andreas Disco Destroyer (bateria)
Tasos Papadopoulos (guitarra)

Faixas:

  1. Division Mortality (Intro)
  2.    
  3. Ride with Death
  4. Feeding the Carnivores
  5. Sons of Thunder
  6. Blood Legacy
  7. Divine Damnation
  8.    
  9. Iron Wisdom
  10. Beyond the Vortex
  11. Fade to Flames (Outro)
   

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