“Omega Disciples” é o segundo álbum completo da banda francesa de Death Metal, Slave One, que sucede o debut “Disclosed Dioptric Principles” de 2016. Embora o quinteto de Montargis se defina simplesmente como Death Metal, Slave One tem uma sonoridade que se aproxima do Brutal Death Metal em alguns momentos isolados, tendo obscurantismo como sua principal temática lírica.
O início
A brutalidade já, a princípio, da às cartas desde o riff inicial de “Lightless Perspectives”, faixa de abertura do disco. A bateria de Sébastien é destaque nessa e nas demais canções, aniquilando tudo o que passa em sua frente. O trabalho dos guitarristas é outro que deve ser ressaltado. Riffs esmagadores, que são, ao mesmo tempo, contrapostos por solos calmos e melódicos, dando a sonoridade uma característica interessante e ímpar. “Debris” praticamente mantém os ingredientes dessa receita, exceto pela bateria que soa ainda mais técnica e agressiva. O gutural do vocalista Tarvos Brádach não faz parte dos meus preferidos, porém combina perfeitamente com a proposta musical Slave One.
“Dissident Flesh” apresenta uma mudança de andamento e dinâmica, iniciando com riffs mais limpos e com algumas pequenas variações vocais, incluindo o refrão com um coro de backing vocais, dando uma atmosfera épica a canção. A partir de aproximadamente seus três minutos, ela ganha mais peso e velocidade, intercalando mudanças rítmicas e os melhores solos de guitarra do full-lenght.
Death técnico e matador
“Carbon Mantra” me lembra discretamente Behemoth. Já que nessa canção em especial, o gutural fica mais nítido sem abrir mão de seu peso característico, variando em alguns momentos do tema. Sébastien apresenta uma semelhança em sua maneira de tocar ao baterista Inferno, o qual é membro da supracitada banda polonesa de Black/Death. “Shapers Of The Inconsistent Horizon” mantém a linha variável de sua antecessora. Slave One demonstra um grande repertório de possibilidades musicais dentro de seu estilo de Death Metal, que não flerta com o old school, mas sim com as sonoridades mais modernas dentro do subgênero extremo. O baixista Jean Taraud também apresenta seus destacados arranjos nessa canção.
No que diz respeito aos riffs diferenciados, “Ce Que Dit La Bouche De L’ombre” ocupa a primeira posição dentro do trabalho. Essa diferenciação se torna ainda mais possível por se tratar de um tema instrumental, temas esses que costumam trazer grandes momentos às audições. “Les Disciples De L’Omega”, nada mais é que a faixa título no idioma francês. A pequena música mescla uma pegada que beira o Thrash Metal em alguns momentos. O segundo full-lenght do Slave One se encerra de modo visceral com a canção “Suffocating The Stars”, que exala violência musical do primeiro ao último acorde. Embora, sim, possua variações rítmicas, não permanecendo veloz por toda sua duração e, utilize todas as demais caracterizações sonoras do decorrer do trabalho, ela mantém sua vibração devastadora do começo ao fim, sendo minha preferida do disco, sem resquícios de dúvida.
Death Metal “Omega Disciples”, destaque em 2020
Em 2020, “Omega Disciples” do Slave One me surpreendeu igualmente ao debut homônimo do Machinations Of Fate. Indico sua audição àqueles que são apreciadores de Metal extremo, que não tenham a mente presa somente no old school.
Nota 8,8
Integrantes:
- Jean Taraud (baixo)
- Tarvos Brádach (vocal)
- Benoit (guitarra)
- Sébastien (bateria)
- Nicola S (guitarra)
Faixas:
- 1.Lightless Perspectives
- 2.Debris
- 3.Dissident Flesh
- 4.Carbon Mantra
- 5.Shapers Of The Inconsistent Horizon
- 6.Ce Que Dit La Bouche De L’ombre
- 7.Les Disciples De L’Omega
- 8.Suffocating The Stars
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz