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Resenha: Riot V – “Mean Streets” (2024)

Histórico

O Riot possui uma longa história dentro do Heavy Metal. Na ativa desde 1975, o grupo é possuidor de fases distintas. É claro que apesar dos fãs amarem o início mais despojado com “Rock City” (1977), “Narita” (1979) e “Fire Down Under” (1981), a época mais celebrada foi quando apresentaram ao mundo seu masterpiece, o épico “Thundersteel” (1988).

   

Depois disso, foram vários registros e, infelizmente, quase todos negligenciados por má divulgação, pouca relevância assim como falta de interesse do público. Em 2011, o grande líder e fundador da banda, o guitarrista Mark Reale, resolveu reunir a formação clássica que gravou “Thundersteel” e, dessa forma, nos brindou com o excelente “Immortal Soul” (2012).

Em 2012, Reale faleceu e, com isso, o lineup de “Immortal Soul” praticamente se desfez. Ficaram o baixista Don van Stavern e o guitarrista Mike Flyntz, que resolveram remodelar o grupo. Desde então, passaram a usar o nome Riot V e investiram exatamente nessa musicalidade vinculada a “Thundersteel”.

Novo começo!

“Unleash The Fire” (2014) deu início a esta nova fase e apresentou ao mundo o talentoso vocalista Todd Michael Hall. O cara simplesmente consegue emular ao vivo com perfeição os dotes dos icônicos Tony Moore e Guy Speranza, os principais frontmans que a banda possuiu no passado, além de demonstrar habilidades únicas, alcance vocal assim como técnica apuradíssima. “Armor Of Light” (2018) deu sequência ao trabalho e, dessa forma, chegamos a “Mean Streets”, o novo álbum de inéditas lançado em 10 de maio de 2024 pela Atomic Fire Records.

O álbum é tudo o que os fãs do Riot esperam em termos de musicalidade. A veia Speed Metal está presente, assim como as influências oriundas do Heavy tradicional, Power Metal e Hard Rock. Está tudo aqui mesclado de forma inteligente, estruturada e, o melhor, executada com maestria. “Mean Streets” fecha uma trinca praticamente perfeita de lançamentos e, desse modo, coloca o grupo em evidência dentro da cena. Aliás, com aumento de popularidade e um reconhecimento que, apesar tardio, é mais do que merecido.

   

Excelentes prévias

Os singles “Feel The Fire”, “Love Beyond The Grave”, “High Noon” assim como “Mean Streets”, demonstram exatamente este poder de transitar entre os gêneros do Metal. As escolhas foram mais do que acertadas e quem acompanhou os lançamentos prévios destas faixas, entenderam que o novo registro seria uma verdadeira viagem musical a todas as épocas do grupo. “Feel The Fire” apresenta um riff calcado em Judas Priest (impossível não lembrar do hino “Grinder”, presente em “British Steel”), “Love Beyond The Grave” traz aquele Heavy/Power grudento e classudo à tona, “High Noon” mergulha de cabeça nos ritmos desenfreados do Speed e, por fim, “Mean Streets” nos apresenta ao Heavy despojado do início da carreira da banda.

Hoje em dia, o Riot V é claramente um tributo a Mark Reale. E, sendo assim, é preciso enfatizar que a atual formação representa com muito respeito e fidelidade as ideias musicais do guitarrista e idealizador de toda essa história.

Tracklist equilibrado

Com isso em mente, podemos e devemos mencionar os demais destaques da audição. “Hail To The Warriors”, faixa de abertura, parece uma faixa que estava guardada desde 1988. A similaridade com as características de composições presentes em “Thundersteel” é estarrecedora. Speed Metal visceral e melódico, daqueles que você não consegue ouvir sem começar a bangear de forma frenética. Outras desta mesma estirpe são “Higher” e “Mortal Eyes”, ambas de muito bom gosto.

“Before This Time” é mais cadenciada e possui um dos refrãos mais legais do registro. “Open Road” é um Hardão classudo e festeiro, na linha do que Todd Michael Hall faz em sua carreira solo. A trinca final é composta por três grandes músicas, a empolgante “Lost Dreams”, a multifacetada “Lean Into It” e a veloz “No More”, esta última, cheia de energia e que encerra a audição com aquele famoso gostinho de quero mais.

Divertido ao extremo

Ainda precisamos falar sobre a arte da capa, já que este nunca foi um ponto forte do Riot (vide as capas tenebrosas de discos como “Narita”, “Fire Down Under” e tantos outros). Felizmente, nesta retomada o grupo tem acertado a mão e, se não temos obras geniais e inspiradoras, são artes criativas e que passam longe das bizarrices do passado.

   

Em “Mean Streets”, temos o peculiar (para ser generoso) mascote Tior, montado em uma motocicleta acompanhado de uma dama, junto com sua gangue de motoqueiros, ostentando espadas e, obviamente, a célebre garrafa de tequila. Na camiseta de Tior, assim como gravado na moto, estão o logotipo do “Riot MC”, portanto, nosso queridíssimo mascote largou temporariamente os campos de batalha para fundar o seu motoclube do Riot. No mínimo criativo, mas, certamente, divertidíssimo.

E é assim que a audição deste novo trabalho dos norte americanos pode ser classificado: divertido ao extremo! Um dos melhores trabalhos no gênero e, certamente, um sério candidato a álbum do ano. Pelo menos, na opinião deste que vos escreve. Audição obrigatória!

Nota: 9,3

Integrantes:

Don Van Stavern (baixo)
Mike Flyntz (guitarra)
Frank Gilchriest (bateria)
Todd Michael Hall (vocal)
Nick Lee (guitarra)

Faixas:

  1. Hail to the Warriors
  2. Feel the Fire
  3.    
  4. Love Beyond the Grave
  5. High Noon
  6. Before This Time
  7. Higher
  8. Mean Streets
  9.    
  10. Open Road
  11. Mortal Eyes
  12. Lost Dreams
  13. Lean into It
  14. No More
  15.    
   

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