“Protogoni Mavri Magiki Dynasteia” é o quinto full-lenght da tradicional horda baiana de Black Metal, Mystifier. Dezoito anos haviam se passado desde que aconteceu o lançamento do álbum “Profanus”. Foi então que em março de 2019, a espera finalmente findou e diretamente do inferno, forjado em blasfêmia e maldade, o novo registro ascendeu.
Diretamente das profundezas, “Protogoni Mavri Magiki Dynasteia”
A faixa título, “Protogoni Mavri Magiki Dynasteia”, abre o álbum com uma atmosfera Doom/Black Metal, que por si só, já faz a audição valer à pena. Ao passo que as variações vocais e de andamento dão a canção o clima sombrio, o qual é necessário para o gênero. Em seguida, um arranjo introdutório do baixista Sorcerer Do’Urden dá inicio a “Weighing Heart Ceremony”, essa música é recheada de belos e melódicos solos de guitarra e uma linha de bateria com muito blast beat. Assim que a terceira canção começa a soar, já é possível se envolver com o álbum. Pois, após sua introdução, “Witching Lycanthropic Moon” chega a lembrar a fase mais Black Metal do Behemoth. No entanto, o trabalho diferenciado com os vocais dá ao Mystifier uma peculiaridade interessantíssima.
O ritmo acelera bastante na faixa “Akhenaton (Son Mighty Sun)”, porém mantém as características vocálicas de suas antecessoras. Já “Six Towers Of Belial’s Path”, a qual começa ainda mais acelerada que sua antecessora, possui todos os elementos presentes nas minhas bandas favoritas de Black Metal e é de longe a melhor música do disco.
Mystifier em outros idiomas
Uma faixa com o título em espanhol, “Demoler Las Torres Del Cielo (En Nombre Del Diablo)”, abre a segunda metade do álbum em perfeito estilo, uma canção, ao mesmo tempo, rápida, técnica e vibrante, cujo refrão também é em castelhano. Apesar de “Soultrap Sorcery Of Vengeance” introduzir com a mesma atmosfera da primeira música do álbum, ela acelera, mantendo a velocidade das três faixas anteriores. Já “(Introcucione D’la Melodia Mortuoria) Thanatopraxy” tem uma introdução lenta e melódica que se transforma numa sabbática canção com riff a lá Iommi, possivelmente por essa razão seja o melhor riff do disco.
Os músicos do Mystifier demonstraram que a estrada lhes deu maturidade para entrarem no estúdio e saberem exatamente o que transmitir, e, como resultado, eles tiveram êxito nessa tarefa. A canção “Al Nakba (666 Days Of War)” foi a que mais me fez lembrar do Behemoth, o que é longe de ser um fato ruim, pois a banda polonesa é um dos ícones mundiais da música extrema. O álbum encerra com uma faixa com título em italiano, “Chiesa Dei Bambini Molestati”, que em português significa “Igreja Das Crianças Molestadas”, cuja letra fala dos casos de pedofilia ocultados pela igreja católica.
O ano de 2019 foi produtivo para o Black Metal de forma geral e tivemos dentre dezenas de lançamentos exuberantes, um destaque nacional. Parabéns ao Mystifier e a todos os fãs do subgênero.
Nota: 8,7
Integrantes:
- Beelzeebubth: (guitarra e vocal)
- Sorcerer Do’Urden: (vocal, baixo e teclado)
- WarMonger: (bateria)
Faixas:
- 1.Protogoni Mavri Magiki Dynasteia
- 2.Weighing Heart Ceremony
- 3.Witching Lycanthropic Moon
- 4.Akhenaton (Son Mighty Sun)
- 5.Six Towers Of Belial’s Path
- 6.Demoler Las Torres Del Cielo (En Nombre Del Diablo)
- 7.Soultrap Sorcery Of Vengeance
- 8.(Introcucione D’la Melodia Mortuoria) Thanatopraxy
- 9.Al Nakba (666 Days Of War)
- 10.Chiesa Dei Bambini Molestati
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz