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Resenha: Master – “Saints Dispelled” (2024)

“Saints Dispelled” é o décimo quinto full lenght da banda americana de Death Thrash Metal, Master.

   

Primeiramente, não adianta esbravejar, reclamar ou dizer aos quatro cantos que não existe mais nada como antigamente.

Nós, aqui do Mundo Metal, buscamos sempre presentear aos pobres órfãos de música com todo o tipo de Metal possível. Não importa se é novo ou velho, aqui prezamos pela qualidade e pela verdade.

E é um fato que muitas bandas atuais vem fazendo um som incrível e focado no old school. Além disso, existem muitos medalhões que continuam lançando discos realmente de qualidade.

Paul Speckmann / Master / Reprodução

Os velhos saudosistas choram

Portanto, a choradeira sobre “o Metal está fraco” é coisa da cabeça de um bando de velho saudosista que ama reclamar. Recentemente, falamos de diversas bandas, inclusive Frozen Soul, que trabalha na veia do Death Metal old school com excelência.

Mas hoje, eu quero destacar um lançamento que talvez tenha sido passado por alto pelos leitores. O poderoso Master, que está na ativa desde os primórdios do Death Metal, lançou “Saints Dispelled” no começo desse ano. Seu 15° disco mostra toda a força e genialidade que Paul Speckman somou com anos de Metal da Morte.

Master / Reprodução / Facebook

Master, veterano do Death Metal

Inicialmente formada nos EUA, Master se mudou para a República Checa anos mais tarde. A banda é detentora de excelentes lançamentos que movimentaram a história. A começar pelo seu debut homônimo e seu segundo disco, “On Seventh Day God Create… Master”. A partir daí, Paul e seus companheiros criaram uma identidade única. Juntamente com a voz inconfundível de Speckman, o jeito Master de ser foi conquistado e serviu de inspiração para diversas bandas iniciantes.

Atualmente, mais de 30 anos depois da formação da banda, “Saints Dispelled” mostra que essa identidade só envelheceu bem. Os vocais ficaram mais agressivos e massivos, as guitarras sombrias e pesadas, a bateria é como um tanque de guerra, assim como o baixo é denso e abrasivo como deve ser.

Remetendo ao melhor do estilo da banda, “Destruction In June” abre de forma excelente um petardo de nível alto. Com riffs rápidos e bateria continua, temos aqui o que podemos esperar do grupo. Um solo simples, mas no bom e velho estilo “menos é mais”, completa a composição.

Em seguida, ouvimos a excelente “Walk In Footsteps Of Doom”, dessa vez com bases mais pausadas e uma bateria direta e continua. O que mais chama atenção na faixa são os refrãos que grudam na mente e te fazem cantar junto de Paul.

A faixa título “Saints Dispelled”

Novamente, o baixo simples, mas que acompanha as guitarras, da um peso a mais e sustenta muito bem toda a composição. Dessa forma, começamos a audição agora da canção chamada “Saints Dispelled”, que intitula o disco. De cara podemos dizer que é a faixa perfeita para levar o nome do registro. Embarcando na vibe do aclamadissimo “On the Seventh Day God Create… Master”, ela começa com bases matadoras e um trabalho impecável de cavalgadas na bateria. Os vocais secos e envelhecidos de Speckmann irrompem como verdadeiros odes a podridão sonora. Nessa música, ouvimos muito bem o baixo trabalhado por Paul, simples e direto, que preenche totalmente o que Aleš Nejezchleba toca e completa cada batida seca da bateria de Peter Bajci. Ou seja, um petardo excelente para se curtir no churrasco de domingo com a família!

Tudo perece, mas o Metal da Morte permanece intacto

   

Logo depois, aproveite para adicionar a playlist a insana “Minds Under Pressure”. Com um refrão mais cadenciado, a faixa consegue passar a sensação de pressão em sua cabeça de uma forma excelente. As guitarras abusando de bases pesadas e o baixo socando seco completam de forma excelente o que a bateria densa e bruta faz. Simplesmente um petardo maravilhoso em pleno 2024.

Na segunda parte do disco, abrimos com a contínua “Find Your Life”. As bases rápidas seguidas de uma bateria clássica (famoso “tupatupa”) remetem aos tempos áureos do Death Metal americano. Da gosto repetir essa composição e ouvir os grunhidos de Paul ecoando junto ao instrumental bem preciso e característico do grande Master.

Já em “Marred and Disaesed” é audível como o peso das cordas conseguem carregar uma faixa sozinhos. Com uma cozinha muito mais simples, as cordas tomam conta de tudo o cenário pesado e ríspido que a faixa quer nos apresentar. Chegando próximo de uma bateria de Heavy tradicional, o solo aqui lembra um pouco aqueles clássicos solos rápidos de bandas iniciantes do estilo, mas tudo isso sem perder o foco do bruto e grotesco.

MASTER / Reprodução / Facebook

Parte final

Para finalizar, duas faixas que representam excelentemente o que é a carreira do Master. Afinal de contas, para quem não sabe, o trio é um dos pioneiros do Death Metal mundial, possuindo como sua característica principal, a sujeira agregada ao vocal único de Speckmann.

A genialidade junto de músicos extremamente competentes criou uma assinatura que até hoje é repetida por muitos. “The Wiseman” é esse primeiro exemplo. Durante os 5 minutos de duração da faixa, ouvimos uma introdução bem construída e que progressivamente aumenta para os riffs principais da canção. Esses, por si, são rápidos e cavalares, desembocando em uma ponte cheia de personalidade e que encaixa muito bem com os vocais únicos de Paul. O refrão síncopado da música não nos faz perder o rumo de onde estamos, pelo contrario, nos dá mais certeza ainda que essa é uma bela canção dessa banda ancestral.

Por fim, chegamos a “The Wizard Of Evil”, onde tudo que ouvimos é sublimado em uma única composição. Rápida, reta e muito bem distribuída, a oitava faixa fecha muito bem o disco. Aqui não precisamos dizer nada mais sobre a qualidade da música. Apenas que é a boa e velha escola fazendo o que melhor sabe fazer, destruição sonora.

Realmente, não é somente de coisas novas que o cenário do Metal vive, muitos medalhões seguem lançando belos discos. E muitos deles, não vivem na sombra do que já foram, eles apenas marcaram sua existência e pretendem eternizar ela nas areias do tempo do Metal!

Nota: 8,2

Integrantes:

  • Paul Speckmann (vocal e baixo)
  • Aleš Nejezchleba (guitarra)
  • Peter Bajci (bateria)

Faixas:

  • 1.Destruction in June
  • 2.Walk in the Footsteps of Doom
  • 3.Saints Dispelled
  • 4.Minds Under Pressure
  • 5.Find Your Life
  • 6.Marred and Diseased
  • 7.The Wiseman
  • 8.The Wizard of Evil

Redigido por: Yurian ‘Dollynho’ Paiva

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