Gravadora: Frontiers Records
Dois anos após o excelente “Paradigm”, os suecos do ECLIPSE lançam um novo full lenght.
Intitulado “Wired”, e oficialmente lançado no dia 08 de outubro, o disco conta com 10 faixas Hard e Hard/Melodic, trazendo a mesma fórmula dos trabalhos anteriores, principalmente dos excelentes “Armageddonize” (2015), “Monumentum” (2017) e o já citado “Paradigm” (2019).
“Wired” foi disponibilizado nos formatos físicos e digitais, incluindo versões limitadas em LPs coloridos e também cassetes, esses primeiros contando com a faixa bônus “Ain’t No Fun”. Nas versões CD e digitais, a faixa bônus “Dead Inside” foi incluída.
Ao lado de nomes como HEAT, Crazy Lixx, WET, Wig Wam, Animal Drive, Nordic Union, Ronnie Atkins, Dirty Shirley, Stardust, Ammunition, Houston, Crowne, Lionville, Work Of Art, Temple Balls, Cruzh, entre outros, o quarteto sueco encabeça a lista de “novos nomes” (embora não sejam tão novos assim) do Hard Rock, mostrando uma crescente no estilo supracitado, e diferente do que se pode pensar, o estilo cresceu, amadureceu e se mantém num patamar no qual merece estar.
Trazendo em seu line up: Magnus Henriksson (guitarra), Victor Crusner (baixo), Philip Crusner (bateria) e o gênio Erik Martensson (Nordic Union, Ammunition, WET) comandando a guitarra e o vocal, o grupo acaba de lançar um dos melhores discos de Hard Rock de 2021, e não seria exagero dizer que temos aqui um sério candidato a figurar nas primeiras posições na lista de “Melhores do Ano”.
Produzido, mixado e masterizado por Erik Martensson (guitarrista e vocalista), o novo trabalho é mais um grande passo na carreira do quarteto que se mantêm como uma das melhores bandas da Suécia, bem como um dos melhores grupos de Hard/Melodic e Hard Rock dos últimos anos.
Sem delongas, é hora de viajar até a Farofolândia, mergulhar de cabeça nas melodias grudentas, pegajosas e viciantes de mais um trabalho extraordinário, feito por uma banda que se transformou em referência e excelência quando o assunto é boa música.
Vamos nessa?
As boas vindas ficam por conta de “Roses on Your Grave”, faixa de abertura e de cara uma daquelas músicas que conquistam o ouvinte logo aos cinco segundos de audição. Pegada Hard, refrão grudento, riff e solos simples, porém bem construídos, linhas sutis de teclados e vocais perfeitos, comandam esta que sem dúvida é uma excelente música de abertura.
Antes de anunciar a próxima música, um aviso: Sabe a tecla “Repeat”? Prepare-se para usá-la pois ela será necessária por inúmeras vezes (experiência própria).
A dona da P**** toda atende por “Dying Breed”, faixa que apresenta a fórmula cativante e perfeita do Eclipse, forte candidata a figurar como próximo single e hino do quarteto. Tudo aqui é absolutamente perfeito. Desde suas melodias, passando por solos, refrão, backing vocals e Martensson (Erik) mostrando que além de um gênio nas composições, também canta muito.
Em dado momento suas melodias nos remetem a belíssima “The Downfall of Eden”, do excelente “Monumentum”.
A grandiosidade melódica e apaixonante de “Dying Breed” faz com que “perfeição” seja a palavra de ordem, pois ela já nasceu grandiosa em todos os sentidos.
Aumenta o som, estufa o peito e desafine no refrão de “Saturday Night (Hallelujah)”, single faixa que antecedeu o disco e traz aquele refrão pegajoso onde o ouvinte começa a cantar junto de imediato. Apesar do estilo característico do Eclipse, temos aqui uma canção que nos remete aos noruegueses do Wig Wam e Ammunition, esta última, mais uma banda contando com a presença do incansável Erik Martensson ao lado do vocalista Åge “Glam” Sten Nilsen (Wig Wam).
Ao final, duvido que este refrão não continue martelando em sua cabeça: “No one’s getting out of this world alive/We live, we die like it’s Saturday night/Stay awake, we sleep when we’re dead/We live, we die like it’s Saturday night/We live and we die like it’s Saturday night.”
Digamos que a partir daqui houvesse uma decaída (o que definitivamente não acontece), a trinca que abre o disco já salvaria todo o trabalho. Felizmente isso não acontece em nenhum registro da banda e “Run For Cover” só vem acrescentar e mostrar que o Eclipse é uma das bandas cuja fórmula do Hard Rock deve estar guardada a sete chaves. Dona de um solo extraordinário, refrão daqueles que grudam no cérebro, temos aqui mais uma composição genial, daquelas onde tentar resistir às suas melodias é algo impossível.
Hora de acender os isqueiros, fechar os olhos, erguer os braços, balançando-os no ritmo da “batida” e se entregar às harmonias absurdamente lindas de “Carved In Stone”, excelente composição onde os vocais excepcionais de Martensson casam perfeitamente com os acordes de violões acústicos e aos teclados em sons de piano, transformando-se numa power ballad daquelas onde ao final o uso da tecla “repeat” deverá ser obrigatório. E o que dizer dos vocais de Martensson? Por breves momentos eles nos remetem ao grande Steve Lee (Gotthard).
Após a calmaria, é hora de voltar à estrada do Hard Rock. A bola da vez é “Twilight”, faixa que ganhou videoclipe e transformou-se no segundo single do disco. A fórmula? Exatamente a mesma de suas antecessoras. Ou seja, riffs, solos, refrão, backing vocals e vocais soando perfeitos da primeira à última nota. E ainda temos Erik Martensson mandando um super agudo, atingindo uma daquelas notas altas com absoluta perfeição. E o principal, não destruindo nossos tímpanos.
Tente resistir a este refrão: “Cause when all is said/I fall deep in the twilight/ (I fall deep in the twilight) / Cause I’m falling down/Deep in the twilight/(I fall deep in the twilight)/Yeah I’m falling down/Deep in the twilight.”
Em mais um momento grandioso do disco mergulhamos nas melodias e harmonias belíssimas de “Poison Inside My Heart”, faixa que traz em seu início todo um jeito de “balada”. Vocais brandos, violões bem encaixados e até um solo de bandolim, porém o que vem depois é simplesmente uma das músicas mais lindas do disco e mais uma daquelas onde o uso da tecla “repeat” deve ser coercitivo. Mais uma vez, Martensson encarna Steve Lee, numa aula de como cantar.
Perfeição! Palavra que define bem esta maravilha.
Se a palavra de ordem é Hard Rock, então “Bite The Bullet” segue à risca e oferece ao ouvinte exatamente isso. Hard Rock no nível master da palavra. Com seu refrão grudento e aura a la D.A.D (principalmente nas guitarras), adentramos a mais uma canção extraordinária, e não por acaso, mais um single (o terceiro) extraído de “Wired”.
Cantemos (todos juntos) seu refrão: “Another one bite the bullet/(Bite, bite)/Yeah another one bite the bullet/(Bite, bite)/Oh another one bite the bullet.”.
No melhor estilo Wig Wam e Ammunition,”We Didn’t Come to Lose” é mais uma daquelas músicas que certamente cairá bem nas apresentações da banda, já que sua pegada e seu refrão convidam os fãs a cantarem juntos, ficando fácil imaginar o poder que a mesma terá ao ser executada ao vivo.
Traduzindo: Musicão.
Em sua reta final, “Things We Love” dá sequência ao desfile de músicas contagiantes e primorosas, trazendo em suas fórmula harmonias e melodias grudentas presentes nos discos do WET e Nordic Union, projetos capitaneados e bem sucedidos envolvendo Erik Martensson.
Com suas guitarras a la Blackie Lawless (WASP), “Dead Inside” é mais uma daquelas faixas que te envolve e te conquista aos três segundos de audição. Com sua levada AOR, presentes principalmente nas linhas sutis de teclados, mergulhamos em mais um momento espetacular de uma canção que repete a mesma fórmula das demais, porém ainda assim consegue soar “diferente”, já que em alguns momentos a impressão é que Ronnie Atkins (Pretty Maids, Nordic Union) assumiu o posto de vocalista. Claro que no caso de Ronnie, seus vocais são mais rasgados e trazem características mais maduras, o que certamente acontecerá num futuro não muito próximo com os de Martensson. Temos aqui uma composição linear, que cairia feito luva em um possível e provável novo trabalho do Nordic Union.
Na estrada desde 1999, o Eclipse firmou-se não apenas como mais uma banda oriunda da Suécia e sim como um dos grandes e importantes nomes do Hard Rock mundial. Sua trajetória musical consiste em oito discos oficiais e em todos eles o quarteto mostra que existe a fórmula perfeita para se fazer boa música.
Mesmo que seus álbuns e suas canções se pareçam entre si, ainda assim a banda consegue soar empolgante disco após disco. Afinal de contas não há problema algum em lançamentos que se pareçam entre si, uma vez que estes apresentem boas composições e disso a banda entende muito bem.
“Wired” apresenta mais uma vez os trabalhos geniais de Erik Martensson, que desponta como um dos melhores vocalistas do estilo, bem como um gênio do Melodic Hard Rock nos últimos anos. Seu envolvimento com outros projetos só acrescentam e provam que ele é uma espécie de “a cereja do bolo”. Ou seja, Erik se transformou em referência quando o assunto é Hard Rock.
Em seu novo trabalho, os suecos mostram que se mantêm íntegros, perfeitos e conscientes de que fazer “mais do mesmo” é qualidade para poucos, e isso eles têm de sobra.
*Apesar de ter lançado em novembro de 2020, o disco (duplo) ao vivo “Viva La VicTOURia”, gravado em Gothenburg (Suécia) em 21 de dezembro de 2019, a banda se desculpou pela demora de dois anos sem lançar material inédito. “Ironicamente, depois de ‘Paradigm’, nós dissemos que iríamos tentar lançar músicas de forma mais frequente. Mas aqui estamos, quase dois anos depois. De novo. Apesar de que não foi culpa nossa dessa vez”, declarou o grupo em comunicado oficial. Fizemos músicas que queremos tocar ao vivo e não podemos esperar para finalmente voltar a fazer isso. Apertem os cintos, pessoal, é hora da festa!”, finalizaram os suecos.
Nota 9,9
Integrantes:
- Erik Mårtensson (vocal,guitarra, teclado)
- Magnus Henriksson (guitarra)
- Victor Crusner (baixo)
- Philip Crusner (bateria)
Faixas:
- 01.Roses On Your Grave
- 02.Dying Breed
- 03.Saturday Night (Hallelujah)
- 04.Run For Cover
- 05.Carved In Stone
- 06.Twilight
- 07.Poison Inside My Heart
- 08.Bite The Bullet
- 09.We Didn’t Come To Lose
- 10.Things We Love
- 11.Dead Inside (bônus)
Redigido por: Geovani “Cinderella” Vieira