O Pestilence é um dos grandes nomes do Death Metal holandês e possui no guitarrista e vocalista Patrizio “Patrick” Mameli a sua chama mais poderosa no quesito compor e levar o trabalho adiante. Decerto, vemos em Patrick uma figura que gosta de arriscar dentro do seu próprio estilo através de nuances mais voltadas ao Prog. Assim como Peter Tägtgren, líder do Hypocrisy, banda sueca de Melodic Death Metal, só para exemplificar.
Entretanto, músicos criativos acabam sendo mais observadores em outros campos também. Geograficamente falando, Patrick Mameli anda analisando o seu próprio país e local de residência, a Holanda, ou Países Baixos, como queira. E essa análise rendeu a si pensamentos muito convictos com relação à sua permanência em território holandês.
Em uma nova entrevista com Tom Wilson da Sense Music Media da Austrália, Patrick Mameli revelou que está planejando deixar a Holanda dentro de alguns anos. Assim sendo, optaria por se mudar para a Tailândia. Questionado sobre o que motivou essa decisão, Mameli disse:
“Bem, a questão é que eu posso fazer música e fazer turnês de qualquer país do mundo, eu acho; é só me trazer de avião e eu estou lá. A questão é que a Holanda, para muitas pessoas, como elas nos veem, é um país muito liberal. Você pode fumar sua erva e coisas assim — Amsterdã, blá, blá, blá — mas você tem que perceber que este é um dos países mais tributados do mundo; tipo, quase 65% vai para impostos. Além disso, temos uma enxurrada de imigrantes ilegais e pessoas de outros países que, eu acho, é um problema que está acontecendo no mundo todo. E as coisas estão ficando muito caras aqui. É muito caro. E eu não consigo ter paz de espírito quando tenho que pensar em dinheiro o tempo todo, onde eu só quero tocar música e compor música e fazer isso. E a Tailândia é um país onde há caos controlado, deixe-me dizer é assim. Minha esposa é chinesa. Nós amamos a culinária chinesa, e é apenas um país livre e muito barato. Então essa é a principal razão.”
Patrick foi perguntado sobre a possibilidade de haver uma boa cena de Metal na Tailândia. O líder do Pestilence respondeu:
“Há algumas bandas, mas elas são mais como o grindish, como o Grind Death, então muitos blast beats e coisas assim. Nada muito sério, eu acho. Eles provavelmente vão me linchar por dizer isso.”
O vocalista e guitarrista explicou referente à sua visão musical:
“Eu cresci nos anos 80 com bandas como Death e Morbid Angel, então não pode ficar melhor do que isso, eu acho. As pessoas hoje em dia, elas nem — a geração mais jovem, quero dizer — elas nem sabem de onde veio o Death Metal. Elas crescem ouvindo Deathcore e é isso que elas acham que é a coisa mais pesada que existe. Então, sim, às vezes eu me sinto velho — às vezes eu realmente me sinto velho. Porque estou fazendo 57 anos este ano e tentando me manter indo à academia todos os dias, comendo boa comida, sem álcool, sem drogas, nada, apenas tentando ser o mais energético possível para os tempos que virão com o Pestilence, porque eu só quero continuar fazendo isso por mais alguns anos. E acho que ainda tenho riffs suficientes em mim e novas ideias para continuar.”
Patrick Mameli, do Pestilence, e sua posição sobre mudar de país
Em resumo, a ideia de Patrick Mameli não pode ser considerada equivocada ou emocionada por assim dizer. Afinal, o músico vem fazendo uma análise à sua volta e está notando muitas diferenças. Muitos músicos optam por moram em outros países pelos mais variados motivos. Só para exemplificar, Kiko Loureiro mora na Finlândia, Max Cavalera mora nos Estados Unidos, Paul Speckmann, líder do Master, mora na República Tcheca, entre outros vários músicos consagrados ou não.
Sobre o Pestilence, a banda é um dos grandes trunfos do subgênero Prog/Death Metal, sempre abrindo novos caminhos e explorando as bases de sua receita primordial a qual vem a ser o Death Metal. O álbum “Exitivm”, de 2021, é o trabalho mais recente de Mameli e seus comparsas. O disco acabou alcançando bons números nas paradas da Billboard. Por fim, em 2023, a banda remasterizou e relançou seu catálogo clássico e anunciou “Portals” como o título de seu próximo álbum de estúdio, que está atualmente em produção.
