Pensaram que a besta estava acabada, mas ela se leventou e triunfou.
Na juventude, são formados os heróis. Alguns desses heróis permanecem pela vida toda, outros caem conforme o indivíduo evolui ou constrói outros valores para si. Em minha juventude, não fui uma exceção, pois formei os meus heróis e eles fazem parte do Rock e do Metal. Entre todas as bandas que fizeram parte do meu ingresso nesse mundo da música pesada, estava o Iron Maiden. Um amigo me indicou para escutar a canção “The Number Of The Beast”. Consegui fazer isso no EP Maxi Single “Aces High” e, naturalmente, cheguei ao “Powerslave”. Durante esse processo de conhecimento, outro amigo me emprestou “Iron Maiden” e “Killers”, me aconselhando a escutar algo “mais antigo” da Donzela, que talvez, me fizesse gostar mais ainda deles.
Logo que coloquei aqueles álbuns no toca-discos, já notei que o vocalista não era o mesmo, era um tal de Paul Di’anno. Eu adorei aqueles dois discos. As músicas “Killers”, “Wrathchild”, “Charlotte the Harlot”, “Strange World”, “Prodigal Son” e “Remember Tomorrow” foram as que eu mais gostei no início do meu envolvimento com essas duas obras. Era 1987, não tínhamos o acesso a informações que temos hoje e nas revistas que comprávamos (Rock Brigade / Som Três) só poderíamos acessar notícias mais atuais, assim sendo, eu só soube que houve a troca de vocalistas, mas não a razão dessa troca.
A DEMISSÃO
Alguns anos mais tarde, eu soube que Di’anno foi demitido do Iron Maiden por excesso de consumo de drogas. Não fiquei tão chocado porque isso aconteceu e acontece com muita gente no meio do Rock e Metal. Uma vez, eu escutei um dos seus projetos, Battlezone (acho que foi o disco “Fighting Back”, mas não estou certo). Eu até gostei, mas não chegava nem perto do vocalista dos dois primeiros full lenghts do Iron Maiden.
O fato é que ele jamais conseguiu sair do Iron Maiden de verdade
Algum tempo após, eu conheci Judas Priest e, simplesmente, amei. Quando a década de 90 chegou, eu perdi o interesse pelo Iron Maiden por causa da sonoridade que eles passaram a produzir e jamais consegui recuperar em seu trabalhos posteriores. Com isso, Judas passou a ser minha referência principal quando o assunto é Heavy Metal tradicional. Com o lançamento do “Painkiller”, isso ficou ainda mais intenso para mim. Porém, aquela paixão pelos primórdios do Iron Maiden nunca se curou.
Em 1991, fui em meu primeiro show internacional, Deep Purple. Ele foi só o primeiro concerto de muitos que vieram. Em 2013, no dia 22 de setembro, resolvi ir no Rock’n’Rio no “Dia do Metal”. Após curtir o Destruction + Krisiun no palco Sunset, me dirigi ao Palco Mundo para esperar o Slayer (Iron Maiden foi o headliner daquela noite). Antes do Slayer, tocou uma banda de Hard Rock chamada Kiara Rocks. Eles abriram com “Ace Of Spades” do Motörhead e isso já me deu uma boa intuição. Algumas músicas depois, Paul Di’anno é chamado ao palco, executando “Wrathchild” e uma música do Ramones. A surpresa tomou conta de mim e eu perdi completamente a pouca vontade que me restava de assistir ao Iron Maiden naquela noite. Logo após, Slayer fez a minha alegria e a dos presentes.
Eu & Di’anno
Em 2014, dia 12 de março, na cidade de Vinhedo/SP, assisti Paul Di’anno em um pequeno Pub dessa cidade que faz parte da Grande Campinas. Notei que ele acessou o palco com uma bengala. Acabando o show, que foi muito bom, regressei ao hotel. No dia seguinte, meu aniversário, quando fui fazer o check-out, adivinhe com quem me deparo no mesmo andar que o meu?
Ele mesmo, Mr. Di’anno, andando com ajuda de muletas, mais uma vez. Eu, prontamente, pedi para fazer uma foto e ele me pediu para eu que eu o acompanhasse a recepção, que lá faríamos a foto. Nesse trajeto do corredor do andar até a recepção, Paul me falou que estava se sentindo cansado demais, que as turnês estressavam e que essa correria toda não estava bem pra ele. Ele foi cordial demais e muito gente boa comigo. Fizemos a foto e eu regressei feliz para Bauru, porém, em minha mente, percebi que um dos meus heróis de juventude estava muito mal.
Quando comecei a escrever para o Mundo Metal, passei a acompanhar intensamente as notícias. O que vi de Paul Di’anno é que aquele quadro que vi tinha evoluído para uma situação lamentável.
Di’anno nunca havia deixado aquela vida de excessos que o colocou fora do Iron Maiden e esse fato somado a acidentes de moto fizeram com que ele necessitasse de uma cirurgia no joelho.
Umas de suas pernas ficou muito inchada e gigante. Ele já não caminhava de forma alguma. A carreira havia ficado para trás. A necessidade de uma cirurgia se intensificou. Uma vaquinha na internet de colegas e músicos brasileiros mais outras ajudas possibilitaram a cirurgia.
“REMEMBER TOMORROW”
Hoje, no início da tarde, checando o feed do meu Facebook, vizualizei um vídeo publicado pelo canal “Eddie The Head Fan Club”. Quando cliquei para assistir, vejo Paul Di’anno cantando “Remember Tomorrow” em um ensaio com sua nova banda. A sua performance foi linda, ele cantou melhor do que estava cantando em suas últimas apresentações, não tive como não me arrepiar e as lágrimas caíram. O título do vídeo é “The Beast Is Back”, “A BESTA ESTÁ DE VOLTA”, em português. Eu não me contive e vim aqui expressar tudo isso que estava guardado, mas meu título é diferente.
“THE BEAST WON”, EM PORTUGUÊS: “A BETA VENCEU”.
Pouco tempo após me emocionar com esse vídeo, me deparo com essa foto e me emociono novamente. Steve Harris resolve deixar as mágoas de lado e tem um reencontro épico com Paul Di’anno. Lindo final de semana! UP THE IRONS!
Vida Longa ao Mr. Paul Diánno.
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https://fb.watch/daaWrlPfud/
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