“Release The Soul” do Malevolent Creation.
Este é um quadro especial e bastante específico, pois abre espaço para inserir e entender junto ao caríssimo e assíduo leitor. O que cada música conta para nós em seus versos e estrofes, acompanhadas, ao mesmpo tempo, por grandes riffs e solos de sucesso. Por vezes, os videoclipes não mostram com exatidão toda a mensagem composta na canção. Assim sendo, este espaço foi idealizado exatamente para explanar e decifrar o que está por trás das letras. Vamos conferir a escolha desta edição.
Sobre a música:
Próximo à época do então, mais recente álbum intitulado “The 13th Beast”, o todo poderoso Malevolent Creation sofreu diversas baixas. Dessa forma, eles foram forçados a mudar quase todo o seu line up. O fato que ficou marcado foi o trágico falecimento do lendário vocalista Brett Hoffmann, o que tornou as coisas bem difíceis para a banda. Mais ainda para o guitarrista Phil Fasciana, que teve em suas mãos a flâmula de uma das mais renomadas bandas do Death Metal mundial.
O fardo seria imenso, e mesmo assim, Phil seguiu em frente e reformulou a banda para dar sequência a sua rica e marcante trajetória. Para a formação que foi renovada em 2017, o líder e guitarrista Phil Fasciana convocou para o posto de vocalista e guitarrista Lee Wollenschlaeger (Imperial Empire, Throne Of Nails, ex-DieVersion, ex-City Under Siege), o baixista Josh Gibbs (Swamp Gas, Thrash Or Die, ex-Solstice) e para o comando das baquetas Philip Cancilla (Bits Of Gore, Primitive Brutality, Hank Williams III (Live), Intimidation, Nocturnal Wind, Tristram, ex-Disfiguring The Goddess, ex-Narcotic Wasteland, ex-Zorakarer, ex-Misericordiam, ex-I, Enclave). Mais uma banda que muda praticamente toda a sua composição e que novamente tem de mostrar o seu valor diante de um público bastante exigente e criterioso.
Sobre a letra:
“Release The Soul” é a canção que fecha o álbum de forma horrenda e sangrenta (no bom sentido em se tratando de Brutal Death Metal) o que vem a ser uma tortura completa à carne fresca, abundante e ardente através dos castigos causados sobre a mesma. O disco em si já se mostra como um manual referente ao que podemos entender por começo, meio e fim de uma jornada absurda e, como o próprio nome da banda diz: malevolente. Vamos entender um pouco esta pútrida trama.
“Abaixo de uma ausência de luz”
Provavelmente em um porão ou local transformado em cativeiro.
“Arranhe a superfície com unhas ensanguentadas”
Inúmeras tentativas de fuga e súplicas em vão.
“Inspirando pesado, sem ar para respirar”
Um pano no rosto para não ver a face do assassino ou uma fita para a vítima não gritar?
“O fim da vida está se aproximando”
Quem dera eu pudesse invadir o local e esquartejar o criminoso a sangue frio…
“Consciência agora desaparecendo”
Provavelmente por conta dos profundos ferimentos e a consequente perda de muito sangue…
“Formigamento em todos os membros”
Um dos sintomas devido a essa perda
“Eu continuo tocando seus restos mortais”
Entendo como se a vítima pudesse ver a si mesma perecendo aos poucos.
“Você se tornará um cadáver rígido e frio, meu”
Este é o intuito daquele que só ataca se o outro estiver impossibilitado de agir
Parece tão real e ao mesmo tempo, coloquei um exemplo de como o espírito de herói pode tornar algo tão igual ou pior que o criminoso. Eliminar o mal, fazendo jorrar seu sangue sujo para todos os lados é praticamente uma cópia invertida de toda a história, pois o mal já faz isso. Outro modo de entender essa história contada em seus versos pra lá de pesados e agonizantes, é que podemos colocar em um âmbito geral, como se de certa forma a sociedade nos tornasse o assassino querendo eliminar a continuação de toda a fábula.
Aproveitando a deixa, menciono que a letra de uma canção é como a página de um livro e você pode enxergar diversos horizontes para uma mesma estrofe, e mesmo assim não estará errado. Claro, que se o enredo e o que está escrito permitir essa viagem mais livre, digamos assim. Afinal, existem assuntos que já possuem a sua base, e a forma de escrita é tão evidente a ponto de não abrir tantos caminhos assim, ou até mesmo, deixando apenas um único caminho a seguir. Neste caso em específico, a coisa é bem mais ampla do que aparenta. Me despeço com o último trecho de “Release The Soul”.
“Eu continuo tocando seus restos sangrentos / Um cadáver duro e frio que você se tornará, meu”
“The 13th Beast” foi dedicado em memória de Brett Hoffmann (R.I.P 2018).
Letra Completa
“Release The Soul”
Below an absence of light
Scratch the surface with bloody nails
Inhaling heavy, no air to breathe
Life’s ending is nearing still
Consciousness now fading
Tingling over all limbs
I keep touching your bloody remains
A cold stiff corpse you will become, mineDeadly sickened I awake inside
Turning the tables around
Morbid fantasies burning bright
The end is near to claim his soul
Doorways to his soul corrode
Empty vessel you breed as one
Rotten visions inside the mind
Cast out deep he hides belowOpen the soul, face the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terror
Shatter the soul, face the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terrorRelease the dark
Release the emptiness
Release the dark
Release his darkened soul
Release his darkened soul
Release the emptiness
Release the soul
Release the darkOpen the soul, release the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terror
Shatter the soul, release the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terrorRelease the dark, release the emptiness
Release the dark, release his darkened soulOpen the soul, face the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terror
Shatter the soul, face the darkness
Taste the sickness burned inside, await in terrorBelow an absence of light
Scratch the surface with bloody nails
Inhaling heavy, no air to breathe
Life’s ending is nearing still
Consciousness now fading
Tingling over all limbs
I keep touching your bloody remains
A cold stiff corpse you will become, mine
Redigido por Stephan Giuliano