Griffon, banda francesa de Black Metal, cedeu entrevista ao redator do Mundo Metal, Cristiano Ruiz, falando sobre o lançamento de seu terceiro full lenght, “Da Repulica”. Além disso, respondeu questões sobre a história do quarteto, que nasceu em Paris, em 2012, lançando o EP “Wig Ah Wag” em 2014. A fim de saber mais, confira o nosso bate-papo abaixo.
Atualmente, o line-up conta com os seguintes membros: Sinaï (guitarra), Aharon (vocal), Kryos (bateria) e Antoine (guitarra).
Questões:
Mundo Metal: desde que ouvimos “Da Republica” pela primeira vez, pudemos constatar que a sonoridade do Griffon é única dentro do Black Metal. Ou seja, as canções têm uma dinâmica diferenciada, com várias alternâncias rítmicas, unindo a brutalidade e a melodia na medida certa. A banda toca dessa forma desde sua fundação ou foi construindo esse estilo próprio no decorrer de sua história?
Griffon (Sinaï):
“O estilo básico do Griffon é um Black Metal melódico bastante padrão, ao qual se juntam outros estilos como Death, Metal moderno e música clássica.”
“O estilo evoluiu através da nossa experiência comos músicos, mas também como compositores.”
“Há também a evolução dos nossos interesses musicais, a vontade de não ficar enrolando e experimentar um novo jeito a cada álbum.”
Mundo Metal: o álbum “Da Republica” foi bem recebido pela critica especializada e pelos fãs? Está tudo correndo de acordo com as expectativas anteriores da banda?
Griffon (Aharon):
“A recepção crítica ao álbum ‘Da República’ tem sido muito positiva. Vendemos bastante cópias e recebemos um feedback positivo das avaliações. O álbum superou nossas expectativas em termos de recepção tanto da crítica especializada quanto de nossos antigos ouvintes. Estamos muito felizes e gratos.”
Mundo Metal: no atual lançamento, a temática lírica gira em torno de: política, guerras, revoluções, assim como religiões interferindo no Estado. Esses sempre foram os temas das letras da banda nos full lenghts anteriores?
Griffon (Aharon):
“De fato há continuidade entre todos os álbuns. No álbum anterior, “O theos o basileus”, exploramos temas semelhantes. Estávamos interessados em examinar as ferramentas legitimadoras do poder. No nosso segundo álbum, focamos na relação entre Deus e o poder, enquanto no terceiro álbum, exploramos a relação entre o poder e as pessoas. A ideia era que o povo substituísse a entidade espiritual como fonte legítima de poder. Vimos no passado que a relação entre religião e poder pode ser controversa, embora também possam coexistir. Neste álbum, o conflito é ainda mais pronunciado, e a ideia por trás de “La republique, l’état de droit” é encontrar um equilíbrio onde tanto o povo quanto o poder possam se beneficiar. No entanto, este equilíbrio não é facilmente alcançado e traz consigo os seus próprios desafios.”
Mundo Metal: em qual estúdio ocorreu a gravação de “Da Republica”? Quem foram os responsáveis pela produção, mixagem e masterização?
Griffon (Sinaï):
“Eu gravei as guitarras e o baixo em casa, exceto dois solos que foram gravados por Antoine em sua casa. As gravações foram ampliadas no estúdio Henosis. A bateria e os vocais foram gravados no Hybreed Studio. Mix e master foram produzidos no estúdio Henosis.”
Mundo Metal: no último dia 16/2/2024, saiu o terceiro full lenght da discografia do quarteto, portanto, quase quatro anos após seu antecessor, “Ὸ θεὀς ὸ βασιλεὐς”. Assim sendo, quais são os planos futuros? Turnê européia, americana, videoclipes ou o quê vocês pretendem fazer desde agora?
Griffon (Aharon):
“Fazer turnê pode ser complicado para nós no momento. Está se tornando cada vez mais difícil fazer viagens prolongadas devido à inflação e à nossa vida pessoal ocupada. Em vez disso, planejamos nos concentrar em fazer shows únicos em festivais. Quanto à América, ainda não temos certeza. Embora tenhamos um número crescente de ouvintes lá, ainda parece muito cedo para planejarmos uma turnê. Quanto aos videoclipes, não estamos muito inclinados a isso. Se tivermos algum investimento a fazer, temos prioridades mais urgentes para cuidar.”
Mundo Metal: a banda já se apresentou ao vivo, posteriormente ao lançamento de “Da Republica”?
Griffon (Aharon):
“Sim, fizemos um show ao vivo na festa de lançamento de “De Republica”. Conseguimos realizar esse show com nossa nova formação.”
Mundo Metal: o que significa a palavra “Griffon”, a qual dá nome a banda?
Griffon (Aharon):
“O Grifo é uma criatura lendária que tem presença constante em muitas civilizações ao longo da história, desde o Império Aquemênida na Pérsia até o antigo Egito e até mesmo na cultura ocidental medieval. Ainda hoje, o Griffon continua a ser um símbolo poderoso no imaginário de fantasia contemporâneo.”
“Ao escolhê-lo como símbolo da nossa música, pretendemos transcender fronteiras geográficas e históricas, atravessando ao seu lado diferentes épocas e culturas, acompanhando a humanidade.”
Mundo Metal (Aharon): esse espaço serve para que vocês avaliem a entrevista, assim como para que digam o que quiserem sobre a carreira da banda ou sobre a atual cena francesa de Black Metal. Ou seja, fiquem a vontade e digam o que sentirem que devem.
Griffon (Aharon):
“Acredito que em muito pouco tempo, a cena black metal francesa se tornou incrivelmente ativa e sem dúvida uma das cenas mais interessantes do mundo. Existem muitos projetos diversos e únicos emergentes. Embora nem tudo seja bom, longe disso, também existem algumas bandas realmente excelentes surgindo. No entanto, carecemos de infraestrutura e pode ser extremamente desafiador manter uma banda funcionando. Estamos envolvidos nisso há apenas 10 anos e já vemos muitas pessoas desistindo depois de um ou dois álbuns.”
“Obrigado pela entrevista e por dedicar seu tempo para fazer essas perguntas. Foi um prazer compartilhar nossos pensamentos e experiências com vocês.”
Mundo Metal:
Nós é que agradecemos por todas as suas respostas plenas de conteúdo, ao mesmo tempo que desejamos que o caminho da banda seja longo e recheado de muitos bons full lenghts no futuro.
Entrevistados: (Sinaï & Aharon)
Entrevistador: Cristiano “Big Head” Ruiz