O Metallica lançou seu quarto álbum de estúdio “…and Justice for All” em 1988, com seu então novo baixista Jason Newsted assumindo o posto de Cliff Burton, que morreu em 1986 em um trágico acidente de ônibus na Suécia durante uma turnê da banda pela Europa. Porém, durante a mixagem de Justice, o baixo de Jason ficou inaudível com a diminuição do seu volume.
Até os dias de hoje, este episódio continua em debate e, durante muitos anos, Jason criticou seus ex-colegas pela forma pouco cordial de tratamento que recebeu em sua passagem pela banda e pela ausência do volume do seu baixo em Justice. No entanto, Jason suavizou suas críticas ao longo dos tempos e hoje ele praticamente isenta o Metallica de culpa nessa história do Justice.
Em uma entrevista para a revista de fãs do Metallica, So What!, o vocalista James Hetfield, quando questionado se Jason alguma vez o indagou sobre o volume do seu baixo, respondeu:
“Ele provavelmente fez isso. Não sei qual foi minha resposta na época, mas estava meio que feito. Quer dizer, eu diria que não era tudo sobre, ‘Foda-se ele. Vamos diminuir o volume dele.’ Isso é certo. Queríamos o disco com o melhor som que pudéssemos fazer. Esse era o nosso objetivo. Estávamos queimados. Estávamos fritos pra caramba. Indo e voltando [entre turnê e mixagem do álbum]. Tocando um show. Sem protetores de ouvido, sem nada. Você volta para o estúdio, sua audição está acabada. Se seus ouvidos não conseguem mais ouvir nenhum agudo, você vai aumentar. Então estamos aumentando o agudo cada vez mais e mais e, de repente, o grave desaparece. Então eu sei que isso desempenhou um papel maior do que qualquer trote ou qualquer sentimento ruim em relação a Jason , com certeza. Estávamos fritos. Estávamos queimados.”
James aproveitou para rebater as críticas de um dos mixers de “…And Justice For All”, Steve Thompson, que acusou o baterista Lars Ulrich pela ausência de baixo no disco com a justificativa que sua bateria tinha que soar de uma determinada maneira, mesmo que o baixo tivesse que ser diminuído.
“Queríamos que fosse apertado. Queríamos que fosse bem apertado. Era isso que queríamos. Queríamos a caixa, queríamos a guitarra, queríamos tudo na frente e na sua cara e bem apertado. E achamos que tínhamos conseguido. E, você sabe, meio que sabemos como queremos soar. Podemos sentar atrás de uma mesa e fazer acontecer? Não. Pedimos para as pessoas fazerem, e elas fazem. Então [Thompson] fez seu trabalho. Ele não tem nada para se desculpar ou apontar dedos. Ninguém é culpado por ‘algo’. É uma obra de arte. Aconteceu e acabou do jeito que está por um motivo. E por motivos que estávamos falando. Estávamos queimados. Estávamos viajando, fazendo um show, nossos ouvidos estavam fritos. Não estávamos dormindo. Ele não precisa se defender. Ele fez parte de um álbum incrível na história, então acho que ele deveria ser um pouco mais fácil consigo mesmo.”
James discordou de ideia de uma remixagem do disco para tornar o baixo mais audível:
“Toda essa [discussão sobre baixo] é posterior ao fato, e é, tipo, quem se importa, cara, sério?” E por que você mudaria isso? Por que você mudaria a história? Por que você de repente colocaria baixo nisso? Há baixo nisso, mas por que você remixaria um álbum? Você pode remasterizá-lo, sim, mas por que você remixaria algo e o tornaria diferente? Seria como… Eu não sei. Não que eu esteja nos comparando à Mona Lisa, mas é, tipo, ‘Uh, podemos fazê-la sorrir um pouco melhor?!’ Você sabe?! Por quê?”
