Hoje em dia, é simples mencionar estas bandas e lembrar do “Big Four” do Thrash Metal americano. Automaticamente, vem no mesmo cardápio Megadeth e Anthrax, para fechar o quarteto mais poderoso deste subgênero ao lado de Metallica e Slayer, respectivamente. Fica bastante notável a proximidade das mesmas com relação às suas origens.
Para se ter uma ideia mais clara disso, Dave Mustaine tocou originalmente no Metallica antes de formar o Megadeth; Kerry King estava inicialmente iterado em tocar no Megadeth antes de se comprometer totalmente com o Slayer. Metallica e Slayer fizeram suas estreias gravadas pela Metal Blade Records, tornando toda a história do Metal californiano uma das mais importantes para a música pesada. Além do novaiorquino Anthrax, fechando a quadra.
A proximidade entre Metallica e Slayer se destacou graças às suas primeiras gravações em compilações famosas do selo Metal Blade. O Metallica apareceu com “Hit The Lights” na “Metal Massacre” de 1982, enquanto o Slayer surgiu com “Aggressive Perfector” na “Metal Massacre III” de 1983.
Brian Slagel, fundador e CEO da Metal Blade, foi um dos caras que contribuíram para a construção e consolidação do Thrash Metal, ajudando tais bandas a darem os seus primeiros passos rumo a carreiras de sucesso. Slagel comentou à Metal Hammer sobre a proximidade entre Metallica e Slayer, e se de fato ambas ficavam espionando a sonoridade uma da outra:
“Metallica e Slayer nunca foram muito próximos. Eles eram competitivos. Eu era amigo de ambas as bandas, e o Metallica me perguntava, ‘O que o Slayer está fazendo? O que eles estão escrevendo?’ E os caras do Slayer me perguntavam: ‘O que o Metallica está fazendo?'”
Slagel continua:
“Era, ‘Quem é mais rápido? Quem é mais pesado?’ Na verdade, eles tocaram juntos no início em Orange County (Califórnia). Foi realmente no início da carreira do Slayer – provavelmente foi apenas o segundo ou terceiro show que eles tocaram.”
Para Kerry King, guitarrista do Slayer, o Metallica nunca foi um rival para eles, mas sim uma influência. Afinal, os caras também estavam lutando contra toda aquela cena Glam que permeava o lugar. King explanou sobre como funcionavam as coisas antes:
“Eu gosto de Speed Metal ou Thrash Metal – fórmulas que ainda não tinham esse nome – que é o que eles eram para mim. Eu gostava do que eles faziam com eles e já estava no Venom. Acho que uma mistura de Venom, (Judas) Priest e Metallica meio que fizeram do Slayer o que o Slayer é. Ao invés de serem uma competição naquele ponto, estávamos todos competindo contra o Glam.”
Fica clara e nítida a impressão de que as bandas, naquela época, não se viam como rivais, mas como componentes de algo positivo em prol do que eles queriam para a música em si. O Glam pode não ser um vilão assustador, mas foi um dos fatores motivacionais para que o Thrash Metal florescesse e se estabelecesse como uma das ramificações mais sólidas do Metal desde então.