O Massacre lançou seu quinto álbum de estúdio, “Necrolution”, no dia 8 de novembro, via Agonia Records. O vocalista Kam Lee, que já trabalhou com Chuck Schuldiner no Mantas e nos primórdios do Death, conversou recentemente com o Blabbermouth e foi questionado sobre uma declaração em que afirmou que a motivação por trás de “Necrolution” era “desevoluir” o Death Metal.
Kam Lee explicou isso da seguinte forma:
“Acho que o Death Metal moderno ou contemporâneo está começando a ficar muito padronizado. Está começando a soar muito parecido. Você pode colocar três ou quatro bandas novas hoje em dia e eu não consigo dizer a diferença. Há uma semelhança no som, o que é inevitável. Mas quando comecei, nos anos 80, voltando para 84 e especialmente durante o auge, de 86 a 93, havia muitas bandas de Death Metal ao redor do mundo, mas cada uma tinha seu próprio som único.
Não chegou ao ponto em que todos soavam iguais. Você tinha especificidades. Há um som Death Metal específico de Tampa ou Flórida em oposição ao som específico sueco ou finlandês ou norueguês. Todos tinham um pouco de diferença. Até bandas holandesas como Thanatos. Você podia ouvir a banda e dizer: ‘Essa banda soa diferente’. Tipo, Thanatos não soa como Obituary. OBituary não soa como Cannibal Corpse. Todo mundo tinha esse som e estilo únicos. Agora, chegou ao ponto em que você pode apontar três ou quatro bandas em sequência e eu não saberia dizer quem era quem.
É algo legal — não me entenda mal — mas chegou ao ponto em que é padronizado e soa muito convencional. Eu pensava: “Essa não é a era de onde eu venho. Estou velho. Sinto muita falta dos dias de demo. Sinto falta dos dias em que eu trocava fitas”. Essa era a coisa legal sobre a troca de fitas — você pegava coisas de todos os lugares. Você dizia: ‘É muito legal ouvir estilos únicos’. Eu queria gravitar em torno disso. Eu queria voltar àquela estética inicial e encapsular aquela era entre 86 e 93.”
Blabbermouth o indagou sobre se sentir o “vilão” da história do Death, em que Lee afirmou várias vezes em outras entrevistas que Chuck não é o pioneiro no estilo. Será que o vocalista do Massacre ainda pensa desta forma? Veja o que ele disse:
“Claro que sim. [O antigo empresário do Death] Eric Greif era um bom empresário porque sabia como fazer. Ele jogou muito bem. Não sei qual era o problema dele. Ele está morto agora — não tenho como perguntar a ele. Ele sempre teve um problema comigo. Acho que o problema dele era que, para fazer de Chuck um cara legal, Chuck precisava de um vilão. Todo herói tem um vilão igualmente bom. Você não teria o Batman sem o Coringa. Você não teria o Superman sem Lex Luthor. Eu me tornei o vilão.
A diferença é que eu não chorei e reclamei sobre isso. Eu sou um lobo e não uma ovelha. Eu estava tipo, ‘Foda-se. Se é assim que eles querem me chamar, então eu serei o vilão.’ Ainda é engraçado. Eu leio outros artigos e vejo outras merdas que estão por aí no Blabbermouth e no MetalSucks. Eu rio. Glen Benton [Deicide], ele é como o velho gritando para as nuvens. Ele é o porteiro, mas as pessoas amam esse cara. Ele foi vilipendiado. A única coisa que eu nunca fiz foi colocar uma marca de uma cruz de cabeça para baixo na minha carne.
Esse cara pode fazer isso e as pessoas ainda aderem a ele. Ele foi vilipendiado até pela igreja, mas eu sou vilipendiado até certo ponto, tipo, ‘Esse cara fala a verdade. E nós não queremos que a verdade seja dita.’
Sinceramente, se há uma certa pessoa por aí que quer me difamar ou acreditar nisso ou saber a verdade ou dar uma chance, ela já decidiu. Estou tentando mudar a opinião dela. Como eu disse, não preciso de fãs do Death. O Massacre tem fãs. Ainda vou dizer: faço isso desde 1984. Não sou um astro do rock. Não sou um herói ou alguém para ser idolatrado. Sou um cara normal que gosta de tocar música Death Metal e ama terror. É tudo o que sou. É tudo o que peço. Não quero uma grande base de fãs. Não quero ser rico e famoso. Não quero ser um nome conhecido. Sou apenas o que sou. Pareço o Popeye. [Risos]”
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