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Live Review: Riot V (Manifesto Bar – São Paulo/2024)

Pela primeiríssima vez em solo brasileiro, a cultuada banda americana Riot V marcou presença em um show único na cidade de São Paulo. A apresentação aconteceu no último dia 8 de setembro, em plena noite de domingo.

   
Riot/LatinAmericaTour/Reprodução

A passagem exclusiva da banda em São Paulo ocorreu no famoso (e nada modesto) Manifesto Bar. O local é conhecido pelos seus preços nada acessíveis e sua privilegiada posição geográfica, um bar nada convidativo para os ávidos consumidores de água com lúpulo e cevada. Que ironia, não?

Riot/ManifestoBar/Reprodução

Deixando de lado este aspecto financeiro, o ambiente do Manifesto é realmente agradável e ótimo pra juntar a galera e curtir um show bem de perto do palco. Apesar do tamanho não fazer muita justiça para uma banda cheia de energia, a aparelhagem de som e a acústica do local é muito boa. Não da pra reclamar muito.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Os portões da casa foram abertos ás 18h. A banda iria entrar no palco ás 20h, mas curiosamente, o clima do bar estava com uma cara de sábado a noite. Muito mais despojado e brejeiro, do que um domingo a noite costuma ser de fato, com predominância da geração mais antiga de fãs, como sempre.

Riot…Riot..Riot…Riot..

O clima festivo entrou em voga de fato quando os membros da banda foram aparecendo no palco, um por um. Os caras foram fazendo seus respectivos testes de som, com destaque para o baterista Frank Gilchriest, que já estava a todo vapor antes mesmo do show começar de fato.

   

Com o coro totalmente abrasileirado da plateia, a banda inicia com os dois pés na porta com a insana “Hail To The Warriors”, faixa de abertura do mais novo álbum “Means Streets”. Certamente, esta é uma das mais velozes da discografia.

Apesar de uma breve falha no volume do microfone do vocalista Todd Michael Hall, o homem demonstra que sabe muito bem como agitar com a galera. A função de frontman é cumprida com justiça e competência.

Set list variado

O set list das apresentações da banda é um ponto forte e muito interessante desde que o grupo ressurgiu como Riot V, isto é, após o falecimento de seu fundador, o guitarrista Mark Reale. A maneira como eles transitam entre as músicas mais cultuadas do inicio, incluindo clássicos obrigatórios presentes no álbum “Thundersteel” e ainda encaixam músicas da fase atual do grupo, é de um respeito e atenção com o todo o rico repertório da banda.

Após o inicio devastador, temos “Fight Of Fall” e “Fire Down Under” em sequencia. E mais uma vez temos que dar os créditos a Todd Michael Hall, que traz um desempenho vocal irrepreensível em todas as apresentações ao vivo. É inacreditável a precisão em que o vocalista alcança ao interpretar músicas cantadas originalmente pelo saudoso Guy Speranza e, principalmente, pelo icônico Tony Moore. Ele emula com maestria a entonação dos caras, e ainda traz sua própria abordagem para as músicas.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

De volta ao show, na sequencia dos clássicos, temos um figurinha já carimbada da nova era, “Victory”, presente no álbum “Armor of Light” de 2018. A canção vem se tornando obrigatória nos últimos anos, apesar de que não ter tido lá uma recepção muito animada pelos fãs paulistanos. Se comparado com as faixas anteriores, é uma música que não deixa a peteca cair dentro do setlist cheio de porradas.

   

O velho e o novo

Trazendo mais um ótima variação na escolha de faixas, temos “On Your Knees”, presente no injustiçado “The Privilege Of Power”. Uma ótima escolha para acompanhar as músicas da fase atual, pois traz a energia da sonoridade que a banda estabeleceu em “Thundersteel”. Na sequencia, a banda emenda “Feel The Fire”, mais um tema do novo álbum, “Mean Streets”, com uma ótima aceitação do público presente muito por conta do seu refrão chiclete e o riff inicial inspiradíssimo no Judas Priest.

De volta ao inicio

Na sequência, aquela dobradinha icônica e cultuada só “pra quem manja”, composta por “Road Racin´” e “Warrior”, presentes nos álbuns “Rock City” e “Narita”, respectivamente. Sem dúvida, são músicas que soam muito melhores ao vivo e principalmente com essa formação atual. É importante dizer que ambas tem um apreço muito grande por parte da galera das antigas. Em especial “Warrior”, com um refrão maravilhoso e uma levada veloz arrasadora que levou a galera a loucura.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Donnie e sua garrafa de Tequila

Além do bizarro mascote da banda, o baixista Don Van Stavern se tornou uma figura notória na história recente do Riot. E isso não apenas por ser o membro mais antigo da banda, mas também pela sua garrafa de tequila, sempre presente nos shows. Sempre que possível, no intervalo entre uma música e outra, Donnie da uma beiçada no gargalo da tequila e ainda arrasta os membros da banda para dividir o gole. E isso começou bem antes de “Swords and Tequila” ser ao menos anunciada. 

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

10 anos de Riot V

Antes de iniciar o próximo som, Todd M. Hall fez seus devidos agradecimentos ao público e comentou:

“Talvez vocês não acreditem nisso, mas já fazem dez anos que estou na banda!” Então que tal voltar dez anos no tempo e trazer alguma coisa do ‘Unleash the Fire’ ?”

Essa foi a deixa para o vocalista anunciar a icônica “Bring The Hammer Down”, tema do clássico moderno “Unleash The Fire”, lançado em 2014.

   

Essa é uma das musicas com um peso distinto quando tocada ao vivo se comparada a versão de estúdio. Impossível não cantar junto… Difícil é acompanhar as notas altas alcançadas pelo vocalista.

Johnny voltou com uma surpresa

Sem tempo para pausas, Don Van Stavern já emenda o inicio de “Johnny´s Back” com sua linha de baixo pulsante, trazendo mais um som de ‘Thundersteel” a tona. Essa é uma das músicas que o público mais agitou, provando que o álbum tem alcançado ainda mais devotos ao longo dos anos.

Após uma breve pausa e interação com a galera, temos os primeiros riffs de “Restless Breed”, faixa título do álbum de 1982. O disco contava com o saudoso Rhett Forrester nos vocais. Realmente um surpresa total essa adição no set list, visto que teve pouca aceitação do público presente, apesar de ser uma música ótima ao vivo, com uma veia Hard Rock muito cativante. Mas é fato que não tem o mesmo alcance que outras figuras carimbadas do set list. Talvez a banda pudesse encaixar com mais frequência em show futuros.

Uma das mais aguardadas…

Durante uma breve pausa, Todd anuncia que a banda vai trazer algo de “Thundersteel” novamente. Ele fez um tom de mistério, porém como os dedilhados de guitarra já haviam começado discretamente ao fundo, todo mundo sabia o que vinha pela frente.

É impossível segurar a emoção ao cantar a primeira parte de “Bloodstreets” em uníssono com a galera. Além de ser uma das mais aguardadas da noite, foi a música que mais agitou o público de forma geral. Foi realmente marcante ouvir essa música ao vivo e de forma tão empolgante como foi, as expectativas estavam altas e foram todas supridas com louvor.

   

“I was born on these streets years ago
I was the king of the neighbourhood
Fast on my feet, I was elite
I was the star of the show”

Ao final de “Bloodstreets”, tivemos o famigerado cântico futebolístico “Olê, olé,olé” entoado pela plateia. Foi o suficiente para o baterista arriscar uma levada veloz que se encaixasse com o cântico. E casou perfeitamente, foi uma chuva de aplausos, se tivessem combinado não daria tão certo.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Logo na sequencia, temos mais um tema de “Unleash The Fire”, dessa vez com “Take Me Back”, música que dialoga diretamente com a letra de “Bloodstreets”, mas com uma atmosfera mais festiva e menos agridoce na sonoridade. A faixa deu um tom muito mais esperançoso, algo muito presente nas composições da atual encarnação do Riot. Sem contar o magistral solo de guitarra cheio de feeling por conta do mestre Mike Flintz.

Come, take me back
To the time
We were young and headstrong
Oh, take me back
To that place
Where I belong

Love Beyond The Grave ft. Isabela

Durante a pausa para água (tequila para alguns), Todd Michael Hall anuncia mais uma música do novo álbum. Atiçando a galera para ver se estavam todos antenados ao nome do som, é então que “Love Beyond The Grave” se inicia.

Durante a execução da música, uma fã mirim aparece no canto do palco pedindo uma foto para o vocalista. Todd então pegou seu próprio celular e entregou para a fã gravar enquanto ele voltou a cantar com a plateia.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Ao final da música, Todd pergunta o nome da mocinha que ganhou a noite, e então anuncia no microfone:

   

Isabela !

A Trinca incendiaria

Logo na sequencia, sem aviso prévio, o baterista puxa a intro de “Flight Of The Warrior” do supracitado “Thundersteel”. E nesse momento parece que brotaram mais pessoas do chão, todo mundo cantando alto não apenas a letra, mas o riff principal da música. Uma aprovação sensacional do público.

Chegando no final, Don Van Stavern agradece a todos presentes e comenta que essa foi a primeira música que ele compôs com Mark Reale, e enfatizou que ele estava assistindo a apresentação lá de cima, apontando o dedo para o céu.

Logo, após essa homenagem, Donnie traz mais uma vez seu litro de tequila e anuncia que vão tocar “aquela música que tem tequila no nome”…

“Swords and…?

TEQUILAAAAA”

E então, o icônico riff inicial bota a casa para tremer novamente. Sem dúvida, tinha gente que estava esperando essa música o show todo, visto a intensidade na qual o refrão foi cantado todas as vezes. Não é necessário citar aqui que todos os membros deram uma leve beiçada na tequila novamente, até porque ninguém esperou chegar na música em si pra tomar um golinho.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Ao final da dose de Tequila, pensei com meus botões, se “Swords and Tequila” conseguiu tirar o pessoal do fundão, imagina quando tocar ‘Thundersteel’…

   

Foi dito e feito, Todd anunciava que a banda tocaria uma música desconhecida de 1988. E que talvez a galera não fosse curtir muito, uma “Thunder alguma coisa”, foi o suficiente pro público clamar por “THUNDERSTEEL” a plenos pulmões.

Durante a execução do clássico, fica evidenciado que essa música e o álbum de mesmo nome é, de fato, a base do Riot V não apenas em musicalidade, mas em essência. Se tocassem apenas o “Thundersteel” na íntegra, maioria dos fãs presentes sairia satisfeita no final.

Mas já acabou ?

Ao final apoteótico de “Thunder alguma coisa”, a banda tira seus instrumentos do ombro, começam a tirar fotos todos juntos e simular um agradecimento final ao público com pouco mais de uma hora de show.

Donnie Van Stavern então brincou com o público:

“Esse é aquele momento onde a gente volta pro camarim, e vocês clamam pra gente voltar pro palco. Mas olha, a gente vai pular essa parte, por conta do tamanho da escada de volta, já to na casa dos sessenta cara, imagina se eu caio e bato a cara no chão ?”

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Estamos de volta… Mas nem fomos

Logo após colocarem seus instrumentos de volta e voltarem aos seus postos, Todd anuncia mais uma música do álbum “Thundersteel”, mas avisa que a galera precisaria cantar junto com ele. E então canta brevemente o refrão de “Sign Of The Crimson Storm”, e nesse momento fiquei incrédulo.

   

Para este que vos escreve, haviam três musicas que eu estava na expectativa de ouvir desde o inicio do show, e uma delas não tinha sido tocada ainda, eu tinha pouca esperança de ouvir ao vivo, pois é uma música que nem sempre entra no setlist, e se trata da minha favorita da discografia da banda. Minhas preces foram ouvidas.

 Oh, cry
Cry for a world that’s torn
Cry for the child unborn
For it’s the Sign of The Crimson Storm

Com certeza, “Sign Of The Crimson Storm” foi a música que mais cantei entusiasmado, foi o momento que eu estava esperando, meu ingresso estava pago.

Um aceno a fase mais injustiçada

Recentemente, Riot V tem passeado bastante pela sua extensa discografia, trazendo músicas de praticamente todas as fases e vocalistas diferentes. E uma adição tem se tornado recorrente nos últimos shows, que é a “Magic Maker”, do álbum “Nightbreaker”, primeiro álbum contando com Mike DiMeo nos vocais.

Mesmo se tratando de uma ótima música, com um refrão grudento, fica claro que ainda não cativa a maioria do público, pelo menos não no Brasil talvez.

A fase do vocalista Mike DiMeo no Riot, infelizmente não caiu nas graças nem dos fãs mais antigos da banda e infelizmente é muito injustiçada, assim como o próprio Riot.

   

Um dose de Tequila depois…

Após o final de “Magic Maker”, decidi ir para o bar para assistir a banda de outra perspectiva, como bom jovem idoso.

Enquanto a banda serrava mais um dose de Tequila, e nesse momento eu já havia perdido as contas, talvez aquela fosse a sexta ou décima dose, eu assistia sentado no banquinho.

Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Me arrependi um pouco de ter ido para o bar, pois a banda decidiu tocar justamente “Outlaw” do álbum “Fire Down Under”, para encerrar o show. Uma das músicas mais viciantes da carreira.

Após o final, tietagem e Tequila

Após encerrar a apresentação, a banda se dirigiu aos camarins, para trocar o visual e na sequência dar o ar da graça na “barraquinha” de Merchan oficial, para fotos e…Tequila?

Pois é meu caros, O senhor Van Stavern fez questão de levar um copo com Tequila para a sessão de tietagem, e eu não pude ficar de fora dessa.

   
Riot V/GiovanneVaz/Reprodução

Agradecimentos

É necessário deixar um agradecimento, a produtora de eventos Open The Road e o promotor Silvio Rocha, por finalmente terem arranjado e organizado toda Tour do Riot V pela America Latina, e foi a primeira vez pelo Brasil, trazendo um show único e memorável na cidade de São Paulo. Que isso possa acontecer mais vezes num futuro próximo, pois o Riot V tem fãs muito devotos no Brasil.

Set List Riot V – Manifesto Bar/São Paulo:

  • Hail To The Warriors
  • Fight or Fall
  • Fire Down Under
  • Victory
  •    
  • On your Knees 5
  • Feel The Fire
  • Road Racin´
  • Warrior
  • Bring The Hammer Down
  •    
  • Johnny´s Back
  • Restless Breed
  • Bloodstreets
  • Take me Back
  • Love Beyond The Grave
  •    
  • Flight of The Warrior
  • Swords and Tequila
  • Thundersteel
  • Sign of The Crimson Storm
  • Magic maker
  •    
  • Outlaw

   

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