Era 21/4 de 2011, eu e mais 5999 pessoas, aproximadamente, saímos de casa para assistir ao show do Motörhead no Via Funchal, que, em minha opinião, foi um dos melhores locais para apresentações musicais do Brasil.
Palco escuro, com apenas 3 luzes pontuais acessas, revelando um, 2 e depois um terceiro vulto adentrando o palco. Um holofote se acende e o rosto de Lemmy, que foi curto e grosso, finalmente, aparece:
“Hello, we play rock n roll tonight, all right”
Tão curta e direta, como essas palavras iniciais, começou a apresentação com a música “Dr Rock”, do álbum “Orgasmatron”, bombástica e eletrizante. Na sequência, já emendaram com “Stay Clean”, onde o som podre do baixo de lemmy se destaca ainda mais.
Começo matador que tirou o fôlego do publico, mas não a vontade de mais barulho que foi satisfeita com uma mais então recente, “Be My Babe”. aliás, essa é do disco dessa turnê, “Kiss Of Death”.
O Heavy Metal do Motörhead continuou absoluto
Logo depois, veio também atual, “Killers”, do disco “Inferno”, dando um pequeno descanso ao povo. “Metropolis” , com um começo mais cadenciada, foi executada com perfeição, cativando a todos os presentes.
“Over the Top” veio em seguida, surpreendendo, por se tratar de uma música b-side do “Bomber”, disco que não agrada a todos, e, em minha opinião, o mais fraco da banda.
Voltando à tempos presentes, “One Night Stand”, um novo clássico, ótima música, simples e bem colocada. “I Got Mine” do “Another Perfect Day” fez mais um vai e volta ao passado. Retornando para repertório mais atual, “In The Name of Tragedy” e “Sword of Glory” vieram e foram muito bem recebidas e quase emendadas pela ótima “Snagletooth”. Ou seja, mais uma rápida e direta, outro sopapo na cara do pessoal, que a propósito, abriu várias rodas para os bangers se jogarem uns nos outros que recatou o clima de alegria e comemoração daquela noite.
Um releitura de Thin Lizzy teve vez no Via Funchal
A fim de ressaltar o clima de festa, foi a vez de “Rosalie”, um cover/releitura da banda Thin Lizzy que ganhou a cara do Motorhead, como não poderia deixar de ser. “Sacrifice” veio logo após, música muito apreciada pelos fãs, que a colocam no mesmo patamar de “Ace of Spades”. Nessa Mikkey Dee mostra porque entrou e permaneceu na banda, socou a bateria com fúria e vontade. Que surra , uau, mas, devo confessar que ainda prefiro Animal Taylor, porque julgo ter um estilo mais próprio conseguindo dar pequenas ghost notes, mesmo nas levadas mais pesadas o que o diferencia de outros bateristas de bandas pesadas e rápidas como o Motörhead. Além disso, por mais que Mikkey tenha pegada e técnica, nesse ponto ele perde para Taylor.
Após esse trator atropelar todo mundo, vieram “Just Cos You Got The Power” e “Going To Brazil”, a qual deixou a galera se sentindo homenageada. Continuando, foi a vez “Killed By Death”, que eu adoro. Os bumbos bateram no meu peito, emendando a onda sonora veio a clássica “Iron Fist”, dessa forma, abrindo novamente rodas e mais rodas de bangers alucinados dando fim à primeira parte do show. Digo primeira parte porque Lemmy mandou o texto, brincando com todos:
“Vocês sabem como funciona, se gritarem voltamos”
Em suma, o povo gritou e o trio voltou ( rsrsrsrs)
Mikkey empunhou um violão ao lado de Campbell e, desse modo, eles executaram “Whorehouse Blues”, diferentona dos padrões do Motörhead, com Lemmy tocando gaita. Poxa, eu vi isso, experiência divertida, foi praticamente uma brincadeira , muito boa sacada toca la no bis. Logicamente, eles estenderam o descanso, super merecido. Voltando à explosão, o clássico dos clássicos, “Ace of Spades”. As cabeças bateram ainda mais que em toda a noite.
Para fechar foi a vez de “Overkill”, na qual a luz teve destaque definitivo, o que quase não aconteceu nesse show, já que Lemmy & Cia quase não usaram essa ferramenta se concentrando mais na massa sonora.
Minha impressão foi a de um show quase perfeito, muito bem executado, ótimo set list misturando clássicas e atuais, PA de ótima qualidade, que aliás, sempre foi característica do Via Funchal, músicas tocadas realmente com tesão.
O público sentiu isso sem dúvida, já que todos ficaram muito bem animados. Ambos, banda e publico, desde o início, mesmo porque, um show de uma banda do porte do Motörhead é realmente um evento, não só musical, mas também para rever amigos e tomar umas geladas num bar em comemoração, sendo mais um daqueles que une gerações, tiozinhos e moleques curtindo bastante.
Setlist Motorhead – “Via Funchal – São Paulo/SP 21/4 de 2011”
- Dr Rock
- Stay Clean
- Be MY Babe
- Killers
- Metropolis
- Over the Top
- One Night Stand
- I Got Mine
- In The Name of Tragedy
- Sword of Glory
- Snagletooth
- Rosalie
- Sacrifice
- Just Cos You Got The Power
- Going to Brazil
- KIller by Death
- Iron Fist
- Whorehouse Blues
- Ace of Spades
- Overkill
Redação: Alessandro Vitiello
Curti a resenha. Valeu. Foi dez.
Eu assisti a banda em 1989 qdo da primeira visita deles no BR. Mesmo assim, todas as vezes que os vi parecia que era a primeira vez.