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Lançamento: Vicious Rumors – “Celebration Decay” (2020)

Gravadora: Steamhammer

   

“Celebration Decay” é nada mais nada menos do que o 13º full lenght da devastadora banda de Heavy/Power Metal americana, Vicious Rumors. Consolidada nos áureos anos da Bay Area, nos quais o Thrash Metal caminhava em passos largos, a banda liderada pelo guitarrista e fundador Geoff Thorpe apostava no Heavy tradicional com requintes de Speed Metal, assim lançando um dos melhores álbuns do ano de 1985, o devastador, porém classudo, “Soldiers of the Night”. De 1985 até 2020, houve muitas mudanças que surgiram pelo caminho, em específico no início década de 90, devido à morte prematura do saudoso Carl Albert, responsável pelos vocais em três dos maiores clássicos, sendo um dos membros mais importantes para o desenvolvimento da sonoridade da banda.

Entre trancos e barrancos e um verdadeiro rodízio de vocalistas, Geoff Thorpe e companhia não lançaram nada menos do que ótimos álbuns durante mais de 30 anos de estrada, e isso é impressionante meus caros. O mais novo registro dos caras, estreando uma nova “encarnação”, é mais um exemplo de como uma banda veterana pode envelhecer extremamente bem, sendo capitaneada por dois membros fundadores (Geoff Thorpe e Larry Howe) a todo vapor. Sirenes apocalípticas e noticiários alarmantes anunciando um holocausto nuclear dão inicio a “Celebration Decay”. Após uma intro sinistra e melódica, surge um devastador e veloz riff, destruindo tudo no caminho. Logo em seguida podemos ouvir o poderio vocal versátil do nosso estreante Sr. Nick Courtney, alternando entre vocais ríspidos e agudos que lembram muito o lendário Biff Byford nos últimos registros do todo poderoso Saxon e Ralf Scheepers (Primal Fear) nos primórdios.

“Pulse of the Dead”, primeiro vídeo clipe do álbum, tem uma pegada forte que lembra aquela atmosfera do disco “Jugulator” do Judas Priest. Um brutal som forte, contundente com a essência da banda, mantendo o ritmo para o que vem a seguir. “Arrival of Desolation”dá inicio a poderosa trinca “Triple A” do álbum, uma musica que define perfeitamente o que me vem na mente quando imagino como um hino de Heavy Metal deve soar, um som agressivo, cheio de “palhetadas” estridentes, um vocalista inspiradíssimo e uma produção fantástica que permite que todo mundo mostre serviço.

“Any Last Words”, segunda parte da trinca, revela uma intro muito bem trabalhada que engana muito na primeira audição, porque logo em seguida, um riff cadenciado e escabroso toma conta de tudo, impossibilitando manter o pescoço parado durante os 3 minutos e meio de audição. O refrão é extremamente convidativo e cativante, e fixa na mente com força. Minha favorita do registro, sem dúvidas. “Asylum of Blood” fecha trinca “Triple A” com um riff incansável e cavernoso, e a presença pulsante do baixo fica evidente o tempo todo, desde a intro, dando um peso incomparável, sendo contribuição do Sr. Cody Green no “fazedor de graves”. O desempenho vocal do Sr.Courtney não nega suas influências caro leitor, o que não é descrédito nenhum, até porque o rapaz deve ter escutado bastante um certo Metal God ai, nos tempos do volumoso Fight.

   

“Darkness Divine”, digamos que seja uma meio balada, um desempenho espetacular do Senhor Capitão Geoff Thorpe e o Sr.Günnar no instrumental, criando um misto de atmosfera obscura na parte acústica e uma sonoridade épica nos refrãos, com solos intercalados muito bem arranjados, que se encaixam perfeitamente na composição lírica. Os dois últimos minutos da faixa são como um anúncio de fim dos tempos feito por uma entidade tirânica incorporada pelo Sr.Courtney em uma mudança de andamento bem sinistra.

“Long Way Home” tem uma pura sonoridade Hard`Heavy 80´s desde o inicio, com guitarras gêmeas e a aquela harmonia dos vocais em camadas, uma característica inconfundível que não poderia faltar em um álbum da banda. “Cold Blooded” se mantém firme no Hard`Heavy, porém aqui o caldo engrossa, o ritmo volta a diminuir, e quanto mais cadenciado mais escabroso é o riff. Aquele som pra escutar no talo e sem desculpa, porque temos aqui mais um exemplar de refrão chiclete. E DÁ-LHE RIFF! Os últimos 23 segundos dessa faixa, simplesmente, destruíram o meu pescoço. “Death Eternal” conclui essa parcela mais calcada no saudoso Heavy Metal oitentista, já supracitado antes, com uma maestria impressionante. A junção da sonoridade do épico com o melódico é um regalo, a essência da banda não é perdida em momento nenhum!

“Collision Course Disaster” é talvez a faixa que mais tem a cara da Vicious Rumors old school, aquele Speed/Heavy veloz e sem massagem, e quem volta a brilhar nessa são os fundadores Sr. Thorpe e Sr. Howe (guitarra e bateria, respectivamente), mantendo aquela sonoridade sólida e ríspida de quem tá no ramo já faz tempo. O refrão dessa música é o melhor de todo o registro! Os serviços vocais emprestados pelo sr. Courtney só enriquecem esse álbum ainda mais. Essa é aquela parte do registro que agrada a gregos e a troianos. “Masquerade Of Good Intentions” se mantém no mesmo nível da antecessora, eu diria que até melhor, porque temos um vislumbre de outra veia da banda menos citada aqui, aquele Power/Heavy inconfundível com selo Vicious Rumors de qualidade. Guitarras gêmeas, mais uma vez, criam terreno para uma sequência avassaladora de riffs destruidores, aquela galopada insana e precisa, ninguém pega leve aqui, é pedrada pura. E preciso citar aqui, como a composição lírica do álbum é bem direta e reta na maioria de duas mensagens, sem medo de apontar o dedo em certas feridas. Chegando à metade desse festival de riffs, surge um solo inspiradíssimo cheio de feeling, que toca na alma… Até os caras engatarem a marcha novamente, sem aviso prévio, encerrando o álbum no mesmo nível de seu início. É provável que leitor nunca tenha lido a palavra “riff” tanto quanto aqui, mas é basicamente isso mesmo que você vai encontrar no disco.

Apesar do som da banda ser definido como um Heavy/Power, já faz 15 anos que eles transitam muito bem entre os estilos mais tradicionais, sem perder aquela sonoridade brutal e seca. Dito isso tenho que dar os devidos cumprimentos ao trabalho, absurdamente, fantástico da produção e mixagem dessa obra, não deixa a desejar em nada, todos os excelentes músicos têm seus momentos dentro da audição. É um algo muito estranho, uma banda do quilate do Vicious Rumors não ter o devido o reconhecimento que merece, ainda mais, considerando o nível altíssimo de talentos que fazem e fizeram parte da banda nessas três décadas de atividade.

Nota 8,8

   
  • Integrantes:
  • Geoff Thorpe (guitarra)
  • Larry Howe (bateria)
  • Gunnar DüGrey (baixo)
  • Nick Courtney (vocal)
  •    
  • Cody Green (guitarra)
  • Faixas:
  • 1. Celebration Decay
  • 2. Pulse Of The Dead
  •    
  • 3. Arrival Of Desolation
  • 4. Any Last Words
  • 5, Asylum Of Blood
  • 6. Darkness Divine
  • 7. Long Way Home
  •    
  • 8. Cold Blooded
  • 9. Death Eternal
  • 10. Collision Course Disaster
  • 11. Masquerade Of Good Intentions
   

Redigido por Giovanne Vaz

   

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